A festa em si estava muito empolgada e cheia. Todos do ensino médio estavam lá, o que significava que Julião não conhecia ninguém, por já estar na faculdade. Benedito e Matheus estavam se divertindo, paquerando praticamente todas as garotas da festa e dando dicas de garotas para Julião, tentando tira-lo da depressão e do isolamento em que Rosemarie o deixara.

Mas Julião não ligava para as palavras e dicas de seus amigos, pois achava que não existia mais esperança para ele, até que do outro lado do jardim, perto da cópia realista da Barbie, ele viu uma menina linda.

O tom branco de seu vestido destacava sua pele morena que brilhava na luz fluorescente da festa durante a noite. Julião nunca vira uma moça tão bonita. Naquele momento ele esqueceu de tudo que havia passado com Rosemarie e só pensava em como chegar lá.

Não demorou muito para a cópia da Barbie ir embora e deixar Rumilda sozinha, e foi então que que Julião se aproximou. Não descreverei a conversa dos dois, pois sinceramente não acho justo julgar como eu acho que ocorreu, mas posso dizer que logo Rumilda também se apaixonou por Julião, tão intensamente quanto. Logo eles já não eram dois, mas não puderam aproveitar muito pois logo Talib, o primo de Rumilda, descobriu, e entrou na casa. Os amigos de Julião, Benedito e Matheus, viram a descoberta de Talib e foram conversar com Julião para irem embora. Julião, apesar de reluntante, foi com os amigos, deixando á Rumilda a promessa de que a veria novamente.

Logo que eles saíram, a festa acabou. Ao entrar, Rumilda logo encontrou com Talib e Amanda, que contaram a ela sobre Julião.

–Não pode ser, já é horrível o meu casamento arranjado, pior ainda o fato de eu ter me apaixonado profundamente por alguém que não fosse meu pretendente, agora ele também é da única família rival a minha?

–Não fique assim, Rumilda –disse Amanda- Vai dar tudo certo. Você deve conversar com seu pai e dizer tudo a ele, e se não der certo, diga que fara o que acha melhor. Um dia ele terá que entender.

–Não é assim que funciona. –disse Talib.

–Realmente não é, -disse Rumilda- se eu fizer isso, nossa família inteira será desonrada e meu pai terá que pagar uma taxa enorme. Eu sou praticamente obrigada a me casar com meu pretendente indiano.

–Rumilda, deve haver um jeito...

–Não, não há Amanda. Eu...eu vou para o meu quarto. Tenho que dormir um pouco.