Broken escrita por Alexis R


Capítulo 5
Medo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui estou, para alegria de vocês! Hahaha Ó, pra quem já tá acompanhando a história desde o começo, um aviso: Eu (Bia Granger), que entrei aqui depois da história já ter começado, editei todos os capítulos já postados e corrigi aqueles errinhos de português que passam sem querer. Pra quem quiser, dá uma olhadinha lá e vê o que vocês acham.



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Delma entrou em casa com Tomtom, e se deparou com Pedro e Karina enganchados, assistindo um filme.

–Acho que isso quer dizer que o namoro de vocês foi liberado?

–Depois de uma pequena ameaça, sim. –respondeu Pedro

–Eu faço muito gosto desse namoro.

–Obrigada, dona Delma. –agradeceu Karina, tímida.

–Me chama só de Delma.

–Eu também tô muito feliz que o Pê finalmente tomou coragem pra te pedir em namoro. –comemorou Tomtom.

–Viu, esquentadinha, já dá até pra marcar um almoço de famílias.

–Isso é meio difícil, a Bi trabalha demais, a academia não dá mais lucro, ela quase não tem tempo pra nada.

–Negócio é assim mesmo, mas, logo, as coisas melhoram... –confortou Delma.

–Vai ter um campeonato no meio do ano. Se formos bem, as coisas melhorarão bastante.

–Vai lutar, esquentadinha?

–Só se eu passar no exame do grau perto.

–Aí você vira mestre? –perguntou Tomtom.

–Não, professora; são seis horas de teste é muito puxado, por isso tô treinando pesado. Eu quero muito que você vá, Pê.

–Mas é claro que eu vou! –disse sorrindo.

–--*---

Jade e Bianca foram as últimas a chegar na reunião.

–Bi, o quê houve? –perguntou Duca, ao ver o quão abatida a namorada estava. Vendo que a amiga não tinha condições de falar, Jade começou.

–O Cobra já deve ter falado o quê o René fez pro João. A Bi foi até a casa dele tirar satisfação, e ele... Ele contou que, um pouco antes de ficar grávida da K, a Ana foi violentada pelo Lobão. Ele pode ser o pai da Karina. –ao ouvir isso da amiga, Bianca voltou a chorar e foi amparada por Jade e por Duca.

–Isso quer dizer que precisamos colocar esse cara na cadeia logo. –disse Cobra.

–A questão é: como? As provas que tínhamos, sumiram. Vamos ter que fazer tudo de novo. –disse Nat, abalada.

–Bom, vamos precisar de um novo espião na Khan. –disse Duca.

–Mas nós todos somos cartas marcadas.

–Eu me pareço com a minha mãe. Se aquele crápula se sentia atraído por ela, ele pode se interessar por mim.

–Você tá louca, Bianca? –gritou Duca.

–Pelo amor de Deus, Bi. –se preocupou Jade. Nat se ajoelhou na frente dela.

–Escuta, nós vamos encontrar outra saída. Eu passei o inferno na mão daquele homem e não faz nenhum sentido você passar pela mesma coisa.

–Mas, Nat, eu tenho que proteger a K.

–Caramba, Sonsa, você não percebeu que não tá sozinha?! Nem morta que eu deixo você fazer uma loucura dessas!

–Eles tão certos, linda. Eu fico louco só de pensar naquele cara perto de você...

–Tá, mas o que a gente faz?

–Precisamos de um lutador que vá pra Khan espionar. –disse Cobra.

–Mas quem? –perguntou Bianca.

–Quem possa interessar ao Lobão. A Ruiva, o Wallace, a Pri e o Zé. –declarou Nat.

–Nós precisamos escolher em qual deles confiar. Tá todo mundo de cabeça quente, é melhor irmos pra casa, pensar com calma; não temos espaço pra errar.

–O Alan tá certo. Vamos, linda, eu te levo em casa. –disse Duca.

–Bi, lembra o quê eu te falei na academia, tá. Por favor, não faz nenhuma besteira. Apesar de você ser uma insuportável, eu te amo, e não quero que nada de ruim te aconteça. –disse Jade séria.

–Não se preocupa, tá, eu não vou fazer nada, eu prometo. Eu também te amo cascavel. –disse, abraçando a amiga.

–--*---

–Tá entregue, esquentadinha. –disse Pedro, dando um selinho na namorada.

–Obrigada por tudo, Pê.

–Eu que tenho que agradecer, K. –disse abraçando a namorada.

–Melhor eu entrar.

–Tá certa, não quero que a cunhadinha me mate. –disse dando um último beijo e observando a loira entrar.

–--*---

–Eu não sei como fui me meter com aquele cara... –suspirou Cobra.

–Isso é passado, Cobra. Nós dois fizemos muita besteira, mas nós mudamos juntos.

–Eu não sei o quê seria de mim sem você.

–Seria um vagabundo solitário. –brincou beijando o namorado.

–Dama, em quem você acha que a gente pode confiar?

–Eu não sei, é muito arriscado, sabe. O Wallace ia topar, mas não o acho confiável; a Pri, a mesma coisa, ela é louca pela Karina, ia aceitar na hora, mas não ponho a mão no fogo por ela; o Zé faria isso também, mas não sei se ele é esperto o suficiente, sabe; e a Ruiva dá pra confiar, sim, ela é bem inteligente, mas, do jeito que ela é, ia querer que deixássemos a polícia cuidar disso, ela acha que a vida é um morango. Mas precisamos de uma solução senão...

–A patricinha vai quer bancar a heroína sozinha, eu sei. Mas nós vamos dar um jeito. Conseguimos chegar tão perto da outra vez...

–É, mas você lembra qual foi o preço?

–Eu queria que você ficasse fora disso, que nem da outra vez.

–Só que agora é diferente. Ele vai atrás da “machinho” e a Sem Sal vai fazer de tudo pra impedir. Elas são importantes pra mim, então nem começa.

–Pra mim também, Jade, mas você é mais, eu só quero te proteger...

–Cobra, eu vou ajudar, sim, e você não vai me impedir!

–Tá bom! Você é teimosa mesmo, hein, garota!

–Eu sou, sim. Já que você não vai me impedir, não vamos brigar, tá. –pediu o beijando.

–--*---

–Ainda acordada, vó? –perguntou Alan.

–Não, tô dormindo aqui e falando com vocês. Que caras são essas?

–Não é nada, Dona Dalva, só os problemas da academia.

–Eu vou fingir que acredito. Quando quiserem parar de enrolar, estou aqui pra ouvir. Os dois. –avisou.

–Não tem ninguém enrolando a senhora aqui, vó. Nós vamos dormir, que o dia hoje foi cheio.

–Boa noite. Você pensam que eu nasci ontem. –resmungou.

–--*---

Os dois se deitaram na cama e Alan abraçou a namorada.

–Nat, eu te amo tanto; odeio te ver assim.

–Eu também te amo, mas o quê eu posso fazer, parece que eu nunca vou ter paz. Nunca vou ser feliz...

–Eu não te faço feliz? –perguntou chateado.

–Claro que faz, me desculpa.

–Não precisa se desculpar, eu sei que essa história toda mexe muito com você.

–O quê nós fizemos das nossas vidas, indo pra aquele inferno?

–Nós éramos só dois lutadores idiotas e ambiciosos, mas nós mudamos. Agora somos mestres e podemos ajudar nossos alunos a não cometer os mesmos erros que a gente. E, mais importante de tudo, nós estamos juntos.

–Eu só queria que essa história acabasse, queria esquecer que aquele homem fez parte da minha vida.

–Meu amor, isso vai acabar. Eu te prometo. –ele adormeceu rapidamente.

–É, mas eu nuca vou esquecer tudo que ele fez comigo. –disse para si mesma, acariciando os cabelos do namorado.

Flashback on

Nat estava em seu apartamento. Seria o fim do tormento dela com Lobão. O mestre falava no telefone com o doutor.

–Você passou de todos os limites. Eu cansei. Sai da minha casa!

–Sua vagabunda, pensa que eu não sei do seu caso com aquele traidor? Eu vou acabar com você! Mas, antes, eu vou me divertir pela última vez. –eles começaram a lutar, mais foi inútil, o mestre era muito mais forte. Ele rasgou as roupas da lutadora. Tudo que ela sentiu foi dor. Mas Lobão não se importava. Nat era dele, seu objeto de prazer. Ela estava sendo punida por ter quebrado suas regras. Merecia tudo aquilo. Quando terminou, ele se vestiu.

–Pensando bem, não vou te matar, você é muito gostosa pra morrer. Segunda, quero você na Khan, bem cedo. A menos que você queria o seu namoradinho morto. –disse se retirando.

Flashback off

Aquela lembrança a perseguia como um fantasma. Ela foi para cozinha tomar um copo de água para tentar se acalmar. As lágrimas corriam pelo seu rosto quando ela passou pela sala. Ao ver que Dona Dalva estava acordada, ela tentou enxuga-las.

–Minha filha, não adianta disfarçar, venha aqui. –a lutadora se sentou no chão, ao lado do sofá em que a senhora estava deitada. Ela pôs a cabeça em seu colo, que começou a fazer cafuné em seus longos cabelos. Ela era a única que sabia o que Lobão havia feito como ela.

–Tá lembrando do que aquele mostro te fez, né? –a lutadora assentiu. –Ele te procurou?

–Não. É que Bia descobriu que ele fez a mesma coisa com a mãe dela, aí eu lembrei de tudo.

–Meu Deus.

–O pior é que ele pode ser pai da Karina. Não conta pra ninguém... –ela implorou. Aquilo era sigiloso, mas, devido as circunstâncias, as palavras saltaram de sua boca.

–Jamais. Essa menina já sofre demais, não precisa saber de uma coisa dessas. Esse cara é um desgraçado mesmo.

–Mas foi minha culpa, eu mereci por ter me envolvido com ele.

–Nunca mais diga isso, Natália! Ninguém merece passar por isso. O único culpado, é aquele bandido. Você errou, assim como o Alan, mas não repita um absurdo desses.

–Obrigada por cuidar de mim. –a menina agradeceu. Há muito tempo não sentia esse tipo de amor. Amor de mãe. Amor de avó.

–Não precisa agradecer, o seu amor trouxe o Alan de volta pra nós. É o mínimo que eu tenho que fazer.

–--*---

–Não esquece de se cuidar, tá, linda. –pediu Duca. Os dois estavam dentro do carro do rapaz, na porta da casa de Bianca.

–Eu vou tentar. Obrigada por estar do meu lado, Du. E por aguentar o jeito que o nosso namoro está...

–Ei, não tem nada de errado com nosso namoro. A gente se ama. Eu entendo que os seus irmãos precisam de você, eu entendo tudo. Quando tudo isso acabar, vamos ter todo o tempo do mundo. Eu só fico preocupado com você. O que eu queria não era poder me divertir com você, isso também, mas eu queria cuidar mais de você... –disse acariciando seu rosto.

–Você cuida, sim, Du, muito mais do que você pensa.

–Bi, você tá tão concentrada nos seus irmãos, que acaba se esquecendo de você. Você dorme pouco, se alimenta mal; assim você vai ficar doente...

–Eu não tenho tempo pra isso. –retrucou. Era sua frase mais falada nos últimos tempos.

–Amor, você não é de ferro. Me promete que vai descansar, pelo menos hoje?

–Prometo.

–Eu te amo, linda.

–Eu também te amo, Du.

Ela entrou no apartamento e encontrou as luzes apagada. Foi checar João e viu que o irmão estava jogando. Ela desligou o vídeo game.

–Bianca, eu demorei horas pra chegar nessa fase. –exclamou ele.

–Não levanta a voz pra mim, me respeita!

–Desculpa. –ele abaixou a cabeça. Ela se sentou no chão e o abraçou.

–Maninho, eu sei que tá difícil, mas você não pode se fechar nesse jogo. Tem que viver a vida

–Mas a vida tá ruim demais, Bi. O papai e a mãe não estão aqui. Eu fui separado de você e da K. E o René...

–O René nunca mais encosta um dedo em você, eu prometo. Eu queria muito que me deixassem ficar com você. Eu ainda não desisti, mas, logo você faz 18 anos e vem morar com a gente. Eu também sinto muito a falta deles, João, mas a gente precisa continuar. Vem pra cama. –disse, guiando o irmão até a cama e o cobrindo.

–Eu te amo muito, maninho. Lembra disso. –falou, dando um beijo em sua testa.

–--*---

Bianca encontrou Karina adormecida, cercada por cadernos e lápis espalhados. Ela recolheu tudo e se deitou ao lado da irmã, que acordou.

–Tá tudo bem, Bi? –perguntou sonolenta.

–Agora tá. Eu só precisava te dar um abraço. Eu te amo tanto, minha pequena. –disse Bianca com a voz levemente embargada.

–Eu também te amo, Bi. –Karina não estava entendendo nada, mas correspondeu ao abraço que a irmã lhe deu.

–--*---

Alguns dias se passaram. João tinha ido na casa de Pedro. Karina e Bianca estavam jantando, quando a campainha tocou. A mais velha foi abrir.

–Boa noite. Eu sou Luciana, do conselho tutelar. Não se preocupe, é só uma rotina.

–Pode entrar, dona Luciana.

–Bianca, eu posso conversar sozinha com a sua irmã, só pra fazer algumas perguntas.

–Claro, eu vou pro quarto. –ela deu um beijo na testa da irmã e saiu.

–A senhora não vai me tirar da Bi, vai?

–Não, eu só quero saber algumas coisas. Eu estive na sua escola, parece que é uma ótima aluna.

–A minha irmã se mata de trabalhar pra pagar a minha escola, é o mínimo que eu tenho que fazer.

–Você não se sente sozinha com a sua irmã trabalhando tanto?

–Não, ela fica na academia ou na Ribalta que é em cima, enquanto eu treino. E só fica longe de noite, enquanto ela tá no hotel, mas eu aproveito pra estudar.

–Ótimo. Existem muitas regas aqui?

–É o que mais tem. Bi é bem super protetora, sabe. E se eu já a obedecia quando nossos pais estavam aqui, agora mais ainda. Eu respeito demais minha irmã.

–E ela é sempre assim, carinhosa com você?

–Muito. Antes eu até a achava grudenta, sabe, mas depois de tudo o quê aconteceu, eu acho que fiquei grudenta também.

–Você trabalha?

–Não, a Bi não deixa, diz que eu tenho que me concentrar em estudar e treinar; eu quero ser lutadora, sabe.

–Sua irmã tá certa, tem correr atrás dos seus sonhos. Agora vai lá chamar ela, pra eu conversar com ela dessa vez.

Karina foi até o quarto e chamou a irmã. Ela estava preocupada, e Bianca percebeu.

–K, fica calma, é só burocracia. Vem, deita aqui, que eu já volto...

Bianca voltou até a sala.

–A sua irmã falou muito bem de você. –disse Luciana, quando Bianca se sentou na poltrona.

–Eu tento fazer o máximo.

–O que eu queria saber de você é sobre as suas condições de manter a sua irmã.

–Olha, dona Luciana, a academia que era do meu pai não dá mais lucro. Por enquanto, estamos empatando, mas, quem sabe se formos bem no próximo campeonato, as coisas não melhoraram. Enquanto isso, eu administro lá, estagio na minha antiga escola de artes e trabalho num hotel. Não dou luxo pra K, mas também nunca faltou nada pra ela, e nem vai faltar.

–Deve ser difícil fazer tudo isso.

–É cansativo. Difícil foi perder minha mãe logo que K nasceu; difícil foi perder uma segunda mãe e o meu pai. Se eu tô aqui depois de tudo isso, é pelos meus irmãos.

–Eu entendo, só quero assegurar que...

–Olha, se a senhora não tem mais perguntas, eu queria ficar com a minha irmã, ela estava nervosa com tudo isso.

–Acho é só isso. Boa noite. –a mais velha foi até o quarto, assim que a mulher foi embora, e encontrou a irmã sentada na cama.

–K, fica tranquila, vai ficar tudo bem.

–Posso dormir com você hoje? Eu tô com medo de me levarem embora. –Bianca puxou seu cobertor, para que ambas deitassem e abraçou a irmã.

–Ninguém vai tirar você de mim, K, eu nunca vou deixar isso acontecer.

–Mas eles poder fazer isso, sim, Bi...

–Não, eles não podem. Eu prometi que ia cuidar de você e não vou quebrar a minha promessa. Confia em mim, pequena.

–Eu confio.

–Então não fica com medo. Eu tô aqui pra te proteger. E, enquanto eu estiver aqui, nenhum mal vai te acontecer. –Karina se aninhou o máximo possível nos braços da irmã, e logo, ambas foram vencidas pelo sono.


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Notas finais do capítulo

Só eu que amo esses momentos "cuti-cuti" das irmãs Duarte?! *o* Lindas! Enquete pra vocês: quem vocês acham que deveria ser o espião da Academia do Gael na Khan? A Ruiva, o Wallace, a Pri ou o Zé? Podem dar sugestões, caso o preferido de vocês não esteja aí. Logo, logo, tem mais. Beijos!



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