Uma Chance pra Ser Feliz escrita por Hyuuga Bia


Capítulo 11
Inevitável realidade


Notas iniciais do capítulo

Escrevi esse capítulo ao som de músicas como The Kill na versão Pitty & 30 Seconds to Mars...ajudou muito!



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Ela estava lá sentada no banquinho de frente ao espelho e aparelhos que minutos antes, mostrava através de coreografias de uma música o quanto seu corpo era elástico e propício praquela atividade. Fazia balé desde seus 5 anos e agora estava pra fazer os quinze. Esperava como sempre a chegada de seu pai, sabia que ele viria mas ele nunca demorara tanto, enquanto esperava tamborilava os dedos das mãos no rosto cantando alguma música qualquer. Estava tão eufórica, ansiosa pra que o pai chegasse. Hoje os dois fariam a última prova de suas roupas... Lembrava do quão lindo era o seu vestido e de como o pai ficava com aquele terno. Concluiu por fim, que sua mãe não tinha o que reclamar, seu pai era tão lindo quanto cavalheiro...falava que iria querer um marido igual a ele quando crescesse. E em meio aos sorrisos, não viu a carranca que expressava os ciúmes que o pai tinha quando ouvia comentários como aquele.

 

Ouviu o celular tocar...sua mãe.

 

- Oi mãe tudo bem?

 

- Oi filha, seu pai já chegou? –Sentiu um tom de urgência na voz da mulher.

 

- Não mãe aconteceu alguma cois...ah –abriu um sorriso quando viu o pai chegar- ele acabou de chegar mãe. Beijo to indo – correu de encontro a ele, dando-lhe um beijo no rosto.

 

- Mas filha eu preciso falar q-

 

- Quando eu chegar em casa você fala mãe! Beijos Tchau.

 

Desligou o celular sem nem mesmo esperar a resposta da mãe, sabia que iria levar uma bronca quando chegasse mas, que importa?? Estava mais preocupada em ir ver seu vestido.

 

- E ai pronta?

 

- Claro!! – A garota sorriu, seu pai pode sentir a felicidade passando por seu corpo.

 

- Vale ficar mais velha hein!! Daqui a-

 

- Nem ouse falar isso –tentou usar um tom sério, mas, diante o sorriso do pai...fracassou- eu estou ficando mais experiente tá!

 

- Tá bom tá bom –abraçou a filha, acariciando seus cabelos- saiba que te amo muito querida! Nunca duvide disso.

 

A garota franziu o cenho, achou estranho o tom sério que o pai usou nas últimas palavras. Mas apenas sorriu assentindo, o dia seria perfeito nada o estragaria!

 

Os dois entraram no carro, a garota percebeu uma ligeira careta vinda do pai e depois percebeu que sua mão pousava sobre o coração. Virou o rosto quando o pai a olhou, não queria que ele pensasse que ela o olhava mas, mesmo assim, aquela cena a preocupou.

 

- Tá tudo bem pai?

 

- Claro, querida –ele sorriu- tudo perfeito.

 

Deu a partida no carro, ligou o rádio e sintonizou na estação que a filha mais gostava. A garota sorriu satisfeita a música que passava era “Hello” de Evanescence, era triste mais ainda sim linda. Fechou os olhos como se pudesse sentir a música naquele estado em que estava. Seu pai sorriu, sentindo algo apertando o peito...mesmo assim sorriu.

 

Eles andavam em média velocidade pelas ruas movimentadas de Osaka, a garota conclui que a programação da rádio estava perfeita, uma música melhor que a outra estava passando. Ao acabar de ouvir uma musica qualquer, pode ouvir algo com um ofegar vindo de seu pai...abriu os olhos pra ver o que era, o homem parecia meio cansado mas aos olhos dela ele estava bem, fechou os olhos novamente e no instante seguinte...ouviu uma buzina de outro carro soava forte violenta seguida de uma forte batida entre os carros e vários outros sons que não conseguiu identificar, sentiu seu corpo ser arremessado para frente no vidro do carro e depois algo quente veio a escorrer em sua cabeça, ainda de olhos fechados colocou a mão sobre aquilo que ela percebeu ser sangue. Ao abrir os olhos pode entender o que acontecera...seu pai estava jogado pra fora do carro o rosto coberto de sangue, o cinto de segurança que antes o prendia estava agora, ensangüentado e rasgado ao meio. Ela não conseguia reagir de nenhuma forma aquela situação, nem mesmo ouviu as batidas na janela atrás de si. Das pessoas que estavam mais próximas quando ocorreu o acidente.

 

Hinata acordou num pulo, estava ofegante com a lembrança daquele sonho. Sentia as lágrimas começando a umedecer seus olhos, a mão sob o coração que batia descompassado enquanto a outra ficava sobre o colchão sustentando seu peso. Era sempre assim, esse sonho chegava junto com a data que se aproximava também. A data que Hinata tanto odiava.


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