Avalanche escrita por Aarvyk


Capítulo 33
Destino


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Eu estava embrulhada nas cobertas aconchegantes de minha cama, com uma xícara de porcelana em mãos e bebericando meu chá da melhor forma que conseguia. Com minha mão livre, acariciava os cabelos castanhos de Edwin, talvez tentando me apegar a sensação de seus fios sedosos.

Meu irmão mais novo estava deitado na cama ao meu lado, ocupando uma parte tão extensa do colchão que me fazia ficar encolhida em uma ponta. Eu me alegrava em ver o quanto ele continuava preguiçoso, mesmo com tudo entre nós tendo mudado drasticamente.

— Tem certeza disso? Você acha que vai ficar bem em Illéa? – ele balbuciou com o rosto virado para o outro lado, se recusando a me encarar. – Não que eu vá precisar de você, Avy. Digamos que eu te considero tão livre quanto Jasper me fez acreditar que você era, mas sentirei sua falta. Não precisa ficar aqui só para cuidar de mim.

Um sorriso triste invadiu meus lábios. A voz de Edwin denunciava seu quase choro, assim como a insegurança de seu timbre.

 — Estou tão perdida quanto você, Ed. – Admiti, segurando algumas lágrimas estúpidas. – Mas acho que em Illéa eu posso pensar melhor no que fazer com minha vida, e você também é bem-vindo lá. Alexander disse que...

— Vocês estão realmente juntos, não estão? – O garoto voltou-se para mim de repente. Embora eu esperasse ver algo triste em seu olhar, as íris de Edwin brilhavam em um tom esperançoso, o qual me deixou constrangida. – Avery, eu te amo. Você é livre para viver sua vida agora, seja com Alexander ou com quem você quiser. Ou até mesmo se você quiser virar uma general pro Igor e dar um golpe de estado nele, eu ia achar muito engraçado se isso acontecesse.

Ambos soltamos um leve riso com a última frase, mas isso não tornava o clima de despedidas menos triste. Eu partiria para Illéa na manhã seguinte, e meu tempo na Nova Inglaterra estava se esgotando.

— O Igor já tem a esposa estranha dele. Ela já vale por uns dez generais de guerra, com certeza não precisa de mim.

Antes que Edwin pudesse dizer qualquer coisa, fomos pegos de surpresa com algumas batidas na porta. Levantei-me com um pouco de preguiça para vestir meu sobretudo de couro e ir até a maçaneta, não queria que Edwin precisasse sair de seu conforto, ele ainda apresentava dificuldades para andar.

Abri a porta quase que em um movimento automático. No entanto, fiquei surpresa logo no instante seguinte com as duas silhuetas a minha frente. Pude jurar que meu corpo paralisou definitivamente, mas logo me vi dando alguns passos para trás, tentando raciocinar sobre o que aquilo significava.

— Boa tarde, Alteza. Há quanto tempo.

Dois pares de olhos verdes me encaravam. E não era apenas Thomas, o novo Lorde da Casa Schmidt, que estava ali a minha frente, como também a figura de seu pai, o antigo Lorde Archibald Schmidt, o qual havia tentado me ajudar por todos os anos em que precisei me dedicar aos assuntos políticos e militares ingleses. Inclusive, eu me recordava bem de Archibald me elogiando ao rei Maxon a despeito de minha inteligência, sempre tentando me proteger.

Além de membros da família de Jasper, eu sabia que ambos tinham motivos muito específicos para estarem me fazendo uma visita: minha volta para Illéa e a abdicação do trono. Mesmo assim, não esperava por eles ali naquele instante.

— Thomas!! Senhor Archibald!! – O grito animado de Edwin veio antes que eu pudesse esboçar uma frase mental.

Logo, dei passagem instintivamente para que ambos os conselheiros adentrassem meus aposentos, fazendo um movimento de cabeça para cumprimenta-los. Thomas e eu nos encaramos com uma expressão quase neutra, tirando o pouco desconforto que ainda havia em nossas presenças. Era difícil imaginar como ele podia ser irmão de alguém tão carinhoso e intenso quanto Jasper.

Por sorte, Eli, sempre tão gentil e conveniente, apareceu logo atrás dos dois visitantes, lançando-me um olhar calmo para ver se eu estava precisando de algo.

— Traga um pouco mais de chá e alguns aperitivos, por favor.

— Espere! – Thomas falou, o que me fez olhá-lo com um pouco de desconfiança. – Chame o príncipe de Illéa também. Precisaremos dele aqui.

Cansada demais para discutir, apenas lancei um olhar irritado para Thomas, que virou o rosto quase que no mesmo instante.

— Traga um pouco de café, então. Alexander gosta. – Completei o pedido para a criada, que logo sumiu pelo corredor a fora.

Thomas pareceu ficar pensativo com a minha fala, mas limitou-se em ir na direção de Edwin, que estava sentado na cama sem ao menos se importar com os invasores em meu quarto.

— Senhor Archibald, eu senti saudades. – disse o garoto, com os olhos brilhando na direção do velho homem de quase sessenta anos. – Quando eu poderei visita-lo para um jantar? Eu adorei conhecer a senhora Lilian Schmidt, ela fala tão bem sobre plantas medicinais. Acho que eu poderia passar dias falando sobre isso...

A forma como Ed falava sem parar me deixava ainda mais confusa com toda a cena. Entretanto, eu me sentia fisgada por um único nome naquelas frases todas: Lilian Schmidt. Jasper nunca havia me apresentado a ela.

Virei-me para Thomas ainda mais irritada pela intervenção em meus aposentos.

— Quando Edwin conheceu a sua mãe?

O homem semicerrou os olhos no mesmo instante, um misto de nojo e repulsa tomava sua face, junto a uma certa ironia.

— Ela não é minha mãe. É minha madrasta. – respondeu, quase querendo rir da pergunta. – Minha mãe morreu em um acidente de carro quando eu era pequeno. Depois disso, Archibald se casou com Lilian, uma médica neurótica por plantas. Ela é a mãe do Jasper, meu irmão, por isso ele é bem mais novo que eu.

Olhei para Thomas quase que sem reação. Como eu havia passado uma infância inteira ao lado dele sem me questionar aquilo? Ele sabia o que era crescer sem uma mãe?

Senti um aperto no coração.

— Por que nunca disse isso antes? – questionei, sentindo-me em partes extremamente burra, e também recordando a conversa com Kaya no dia anterior. Eu sabia muito pouco sobre Thomas, afinal de contas. – Por acaso, você tem filhos espalhados pelo mundo afora ou uma esposa que nunca falou sobre?

Os olhos esverdeados do homem se arregalaram ao me encarar. O susto devido a pergunta quase fazia seus cabelos pretos ficarem mais grisalhos, era como se eu tivesse tocado em um ponto extremamente sensível de sua vida pessoal. E ali estava Thomas Schmidt, tão apavorado com seus fantasmas internos quanto eu com os meus

Tentando romper com a tensão, o homem de quase meia idade soltou um suspiro meio estranho. Seu olhar brilhava, mas carregava uma certa tristeza.

— Não importa muito. Eu seria um péssimo pai, como você mesma disse. Como marido seria ainda pior...

As palavras rasgaram tanto meus ouvidos quanto meu coração. Sentia-me mais do que arrependida por ter dito aquilo no funeral, só havia trazido mais dor à tona.

Fiquei cabisbaixa por longos instantes, sem saber o que dizer ao certo em relação àquela resposta. O homem logo se afastou de mim, deixando-me com meus pensamentos.

Poucos instantes depois, fui salva pela visão de Alexander adentrando as portas de mogno de meu quarto, com Eli e algumas criadas em seu encalço, trazendo os pedidos que eu havia requisitado.

O loiro trajava um casaco de inverno verde musgo, o qual o deixava com um ar bem diferente do normal. Ele ainda era quase como o sol, mas sua presença era mais contrastante em meio ao frio londrino.

Alexander sorriu para mim, não demorando muito a perceber a presença dos dois visitantes em meu quarto. Archibald logo parou de dar atenção a Edwin quando avistou o príncipe de Illéa, Thomas logo fez o mesmo, mas ainda parecia um pouco abatido pela pergunta que eu havia feito. No fundo, me questionava quais outros segredos horríveis ele guardava consigo.

— Que ótimo tê-lo conosco, príncipe Alexander! Finalmente poderemos tratar melhor de alguns assuntos que envolvem ambos os nossos países. – Archibald disse. De certa forma, ele parecia muito positivo com alguma coisa. – Peço desculpas a princesa pela reunião inesperada, mas é de suma importância que evitemos algo muito formal para esta conversa. Trata-se mais de algumas perguntas em relação a certos receios que a Casa Schmidt tem em nome da Câmara dos Comuns. Queremos apenas averiguar a segurança de nossa princesa.

— Claro, senhor. É uma ótima ideia. – O príncipe pôde apenas concordar.

Por sorte, eu mantinha algumas poltronas próximas a lareira. Eli e as criadas colocaram os aperitivos e as bebidas logo ali, então indiquei o local para que todos nos sentássemos para debater o que quer que fosse.

Em um ato gentil, Alexander tratou de me esperar para que ambos pudéssemos sentar um ao lado do outro. Ele logo avistou o café e o chá lado a lado, e nem precisou pedir autorização para logo pegar duas xícaras e nos servir. Café para ele, mas chá para mim.

— Eu posso ficar, não é mesmo? – Edwin perguntou da cama, levantando-se com um pouco de dificuldade, ele já não usava mais as muletas.

O rosto do garoto parecia curioso demais, mesmo com a maturidade crescente que suas feições passavam a carregar.

— Claro que não, Edwin. Respeite a privacidade de sua irmã. – Thomas fez o favor de dizer, fazendo com que Ed risse ao invés de se sentir inteiramente triste com a resposta.

Não demorou muito para que meu irmãozinho saísse pela porta, deixando Alexander e eu sozinhos naquela situação tão estranha e inesperada.

O mais novo Lorde Schmidt encarou o príncipe de Illéa por alguns longos segundos, mas o loiro se resignou a beber seu café como se ignorasse aquilo.

— Nós sabemos da decisão de Avery a respeito de voltar para Illéa e renegar o trono inglês. – Começou Thomas, que parecia conter um timbre mais ácido do que nunca. – Mas também sabemos que ela se machucou durante um ataque rebelde ao castelo, um ataque feito com armas inglesas que foram roubadas. Baseado nisso, não me parece seguro que a princesa retorne a Illéa sem uma garantia de que ela vai ficar segura.

Merda.

Olhei para Alexander com receio. Por dentro, eu quase conseguia imaginar o príncipe em prantos com aquela fala tão ameaçadora. No entanto, algo na forma como ele ainda bebia seu café me fazia ter esperanças de que algo genial circundava sua mente.

— Ninguém vai me impedir de ir para Illéa. – Cruzei os braços.

— Isso não faz parte de nossas intenções, minha querida. – Archibald sorriu gentilmente, as rugas lhe dando um ar de um velho compreensivo e calmo.

Alexander me lançou um olhar confiante, como se já tivesse algo em mente.

— É verdade que meu país andou a beira de uma guerra civil, mas isso não anula o controle que estamos conseguindo ganhar nas regiões do Sul. Tudo isso graças a um aliado que temos em comum agora: a Rússia. – O príncipe disse, como se tivesse ensaiado tudo aquilo. Ainda, em um movimento um tanto inteligente enquanto bebia seu café, deixou à mostra para Thomas a fina pulseira de ouro que Yekaterina havia dado. – Se nosso castelo sofreu um ataque rebelde e aquilo representou o ápice de uma possível guerra, então devemos considerar tudo daqui para frente como uma retomada de controle. Avery vai estar em Illéa tanto quanto eu estarei, tanto quanto minha família estará. Se algo acontecer com a princesa, irá acontecer com todos nós.

Olhei para Alexander um tanto espantada com sua resposta, ele não parecia mais o mesmo garoto preguiçoso de antes, como se de repente tivesse começado a raciocinar sem medir esforços. Pela reação de Archibald, as palavras do príncipe tinham sido satisfatórias. No entanto, Thomas não parecia nada feliz com aquilo, seus olhos encaravam o loiro ao meu lado quase sem piscar.

— Então, se uma bala for na direção de Avery mais uma vez, você vai colocar um dos soldados que o Igor te emprestou na frente dela?

— Thomas! – Archibald ralhou.

Talvez o antigo guarda-costas quisesse apenas me proteger a todo custo, afinal de contas, ele não havia conseguido proteger a minha mãe. Mesmo assim, sua fala havia sido indelicada demais.

Alexander suspirou, colocando sua xícara de café na mesinha ao lado da lareira.

— Não, senhor. Estou dizendo que eu vou entrar na frente dela. Devo minha vida a Avery, é o mínimo que poderia fazer. – disse, sentindo-se um pouco enraivecido pelo tom de Thomas.

Corei um pouco ao escutar aquelas palavras, e senti os olhares sobre mim como se fossem beliscões em minhas bochechas. No fundo, queria que mamãe estivesse ali, dizendo a Thomas que ele estava sendo um idiota, ou me ajudando a entender os meus sentimentos por Alexander.

Como em uma epifania, lembrei que ainda tinha uma carta na manga. Uma ótima carta. E como o príncipe e o Lorde Schmidt se encaravam intensamente, resolvi que talvez fosse o melhor momento para usá-la.

— Eu também posso usar o senhor August Illéa como escudo. Com certeza ele não vai se importar em te pagar esse favor, Lorde Schmidt. – falei, com um sorriso amarelo nos dentes, vendo as expressões de surpresa dos três ao meu redor. – Ele também te mandou um abraço, disse que em breve responderá suas cartas.

Alexander semicerrou os olhos em minha direção, passando a mão pelo cabelo logo em seguida. Ele com certeza estava, mais uma vez, raciocinando sem parar a respeito de como eu tinha conhecimento daquilo, de que seu padrinho, August, na verdade era um descendente direto do homem que havia fundado Illéa, Gregory Illéa.

— Bem que eu duvidei esse tempo todo. Ele concordava com simplesmente tudo o que você dizia, até a ideia maluca com os russos... – Alexander falou baixinho, mas ainda em um tom alto o suficiente para os dois homens a nossa frente escutarem.

Thomas soltou um suspiro inexpressivo, cobrindo os olhos por alguns segundos. Para minha surpresa, ele pareceu sorrir furtivamente em um instante.

— Seu padrinho August é um velho amigo meu, garoto. E fico feliz que tenha confiado em Avery com a ideia maluca dela. – disse, mostrando o quão franco estava sendo ao nos encarar com certa gentileza no olhar. Aquilo era raro em Thomas. – Igor ficou satisfeito com o acordo feito em Illéa. Ele é um grande estrategista, a Rússia vai ser um país muito forte no reinado dele e essa amizade vai beneficiar Illéa a longo prazo. No entanto, existe apenas uma pessoa com mais talento e inteligência que o Igor nesse mundo.

Thomas calou-se de repente, colocando seus olhos esverdeados na mira dos meus. Archibald e Alexander fizeram o mesmo, me dando a certeza de que ele estava se referindo a mim.

Dei de ombros, um pouco sem saber o que fazer.

— Devia estar falando isso de Cameron. Ele quem vai ser rei. – falei, mais parecendo uma garotinha rebelde do que qualquer outra coisa.

— Isso não importa, Avery. Países só são atacados se há uma abertura para isso. – Thomas explicou, chamando mais a atenção de Alexander do que a minha, que continuei a dar de ombros. – Igor, por exemplo, jamais atacaria a Nova Inglaterra sabendo que você está aqui. Sendo rainha ou não, você continua sendo engenhosa e esperta. Se Cameron for mesmo rei, ninguém vai ousar atacá-lo, mas não por ele ser o rei, e sim por ser seu irmão.

— Entendemos seu desejo de ir para Illéa, princesa. – Archibald complementou, alisando sua barba branca. – Mas o que a senhorita fará depois disso? E seus objetivos de vida?

Suspirei. E Alexander fez o mesmo.

Eu não sabia o que faria. Na verdade, mal sabia o que estava sentindo. Era como se toda a realidade caísse sobre meus ombros no formato de uma pedra gigante.

— Não sei... – sussurrei, sentindo minha mente doer só em cogitar a respeito de meu futuro.

Alexander tocou delicadamente em meu pulso, como sempre fazia para mostrar seu apoio. E de alguma forma, aquilo amenizava a sensação de estar perdida.

— Cameron vai ser coroado em um mês. – Thomas continuou, me olhando de uma forma um tanto empática. – Se ainda quiser ser rainha, ele disse que vai abdicar a seu favor. Foi uma ideia inteiramente dele dar esse tempo final para você organizar suas ideias. Lembre-se de se despedir de seu gêmeo e agradecê-lo por isso. Ele te ama muito, Avery.

Algo na voz do antigo guarda-costas mostrava o quanto ele se sentia mal com as brigas entre eu e Cam, em partes por culpa dele.

Mordi os lábios.

— Princesa, seu aniversário de dezenove anos é em duas semanas! – Archibald falou. Seu tom parecia jovial e contente com o evento que eu havia esquecido. – É uma tradição da Casa Schmidt que os primogênitos entrem na Academia Militar de Glasgow com essa idade para se tornarem conselheiros da Câmara. A senhorita poderia muito bem...

— Deixe de ser ranzinza, Archibald! Avery vai escolher o que achar melhor para o futuro dela. Não faça o mesmo que fez com Jasper ou comigo. – Thomas voltou-se contra seu próprio pai, dando início a uma série de olhares raivosos do velho para cima dele.

Por um lado, aquilo era cômico. E não deixava de ser uma grande ideia também...

Alexander aproveitou a confusão entre os dois homens para acariciar meu pulso furtivamente.

— Por que não me contou do aniversário? – sussurrou.

— Eu esqueci.

Ele sorriu de um jeito caloroso, como se não houvessem mais problemas ao nosso redor.

— Mason me disse que está quase finalizando a Seleção dele e que já tem uma pessoa em mente. Podemos fazer uma festa maravilhosa para você antes do anúncio final. – respondeu, mostrando o brilho sonhador de seus olhos, o qual me contagiou no mesmo instante. – Seus irmãos podem ir, e Kaya vai ficar muito feliz em ver nossos pais. Acha que seu gêmeo gostaria de algo do tipo? A festa também vai ser para ele.

Soltei um pequeno sorrisinho, encantada com o ânimo que Alexander exalava. Em um passe de mágicas, eu pelo menos me sentia feliz com o futuro a curto prazo.

— Acho sim. Vou falar com Cameron. – Sussurrei de volta. – Obrigada por tudo, Alexander.

Ele deu uma piscadinha para mim, como se dissesse que tudo estava sob controle. Enquanto isso, o velho senhor Archibald se defendia da ofensa dita pelo seu filho, o qual parecia prestes a estourar com ele.

Em um canto longínquo de minha mente, era como se eu revivesse uma cena parecida em minha infância. Eu me lembrava quase que claramente de uma memória antiga, na qual minha mãe dizia entre risadas comigo em seu colo: “deixa de ser chato, Tom, ou seu mau humor vai passar para a Avery”.


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Notas finais do capítulo

Pensem, leitores, pensem!
Notas em homenagem ao Matt kkkkk