Não é que todo mundo vá para a beira do mar. Eu só quero estar lá. O que eu posso fazer? Eu me apaixonei pelas ondas. Hoje, sujas, são emanações das tantas lágrimas que nelas foram despejadas. De noite, o oceano e o céu tem a mesma cor e ameaça todos a entrarem ali, nadando no firmamento do próprio mistério em sua vastidão. E por esse motivo estou lá todos os sábados, para escutar as nereidas dos meus sonhos cantarem o choro da vida.

O que eu posso fazer? Eu me apaixonei pelas ondas do mar. E lá eu vou eternamente alguém amar. A passagem do tempo não danifica seu olhar. Talvez lamúrias não sejam suficientes para te encantar, então venha comigo, à noite, ver o oceano valsar. Irmãos perdidos, porque não nadamos todos juntos? Pelo que lutamos, na terra seca, quando há um Sol finito, mas suficiente para todos nós, abraçando as areias da beira do mar? Eu não tenho culpa, se sou um amante desafortunado, mas por todas aquelas damas de água fui apaixonado. O bailado dos golfinhos, nos confins do palco oceânico está te chamando para a próxima dança. E você precisa de um par. Que seja eu ou os corais.

A música lá é de conchas, partituras desenhadas na areia lúdica, que a onda reclama de volta pra si. Deixe que as sereias te invejem, pois você é a donzela da terra e do oceano. E de noite, também pode voar.