The Last Taste - Season 2 escrita por Henry Petrov


Capítulo 8
Birds Of A Feather


Notas iniciais do capítulo

Olha que lindo. Duas e quarenta da manhã, postando capítulo em menos de doze horas desde o último. Sou muito legal, sou não? ~sqn
Enfim, esse capítulo tá bem dramático, tipo, muito drama, lágrimas, tristeza e uma mini-revelação que eu espero que fique legal. Só isso? Acho que sim. Enfim. Era só isso. Boa Leitura (:



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Naquele dia, decidi que eu amo navios.

O S.S. Kyrian era, de acordo com o “engraçado” comentário de Will, uma banheira branca no meio do mar. Mas tipo, no meu ponto de vista, era um Titanic moderno, mas acho que isso era só resultado de uma forte ignorância sobre navios, então... Mas era um navio de dar orgulho, isso eu posso lhe assegurar. Era todo branco, rodeado de janelas redondas e três chaminés no topo. Vários níveis, corredores, pátios, piscinas... Era muito fácil se perder ali, mas concordamos em deixar as explorações ao mínimo. Afinal, se eu fosse descrever o navio inteiro aqui, não haveria espaço.

Pra falar a verdade, Kyrian era um navio extremamente antigo, cerca de sessenta anos de uso, que antes era movido a vapor, mas foi modernizado, mantendo as chaminés para decoração. Por isso parecia o Titanic. Rafael disse que conseguira em um leilão de gente rica ou algo assim, mas ninguém queria e ele quis. Rafael podia ser um bom anjo e tal, mas ele não sabia nada de navios ou de como comprar coisas. Quando soube que o S.S. Kyrian era mais velho do que meu pai, fiquei me sentindo como um menino de doze anos sendo obrigado por uma tia velha a usar um chapéu ridículo. Como já deve ter notado, eu mudei de ideia assim que o vi. Em poucos minutos, já estava furando a fila para embarcar, Delia vinha logo atrás de mim, rindo das caras irritadas de alguns outros recrutas.

Sinceramente, diferente do ônibus, eu sabia que não passaria um dia com tédio naquele lugar. Boates, minigolfe, piscinas, restaurantes, cafeterias, bar, cassino, teatro, cinema, lojas, academia, spa... Uau. Sem falar da vista que se tinha do topo. Demorei três dias para explorar o navio por completo. Num navio tão grande, claro que tinha espaço para os cinco mil recrutas que trazíamos conosco.

Os primeiros dias foram lazer, lazer... E lazer. Nada de trabalho. Parecia mais férias. Eu tinha construído um bom relacionamento com Delia. Bom, nada a dizer sobre o nome dela, mas era uma menina legal. Tinha umas piadas bem ruins, daquelas que você implora pra esquecer, mas era tranquila, doce, simpática... E tinha um corpo que, por Deus, era simplesmente maravilhoso. Lembro de não pregar o olho à noite, só me deliciando com cada minuto que passava com aquele corpo. Eu gostava muito de Delia. Era bonita, tinha um sorriso lindo e... E me fazia esquecer Sophie. Por mais que eu quisesse, eu não conseguia esquecê-la. Durante a noite, eu não conseguia pensar em nada a não ser em Delia. Durante o dia, eu me arrependia, passando longos instantes me lembrando em como era com Sophie. Com era mil vezes melhor.

Resumindo, sexo casual é bom. Sexo com amor é muito melhor.

Se Sophie estava a par da minha relação com ela, eu não tinha certeza. Mas se estava, eu estava satisfeito. Eu não queria admitir, mas era como se eu precisasse mostrar pra ela que eu também poderia seguir em frente, que eu também podia escolher alguém e esquecer totalmente dela. Mas era uma mentira. Eu estava mentindo para mim mesmo, dia após dia, esperando o momento em que eu acreditaria na minha própria mentira.

–Para, faz cócegas! – riu Delia, enquanto eu beijava seu pescoço. – Peter, alguém pode entrar.

Continuei beijando seu corpo, descendo para seu ombro, então para seu pescoço novamente. Ela ria, com o rosto voltado para o teto.

–Ah, eu sei que você gosta quando eu te pego desse jeito. – falei, puxando sua coxa para minha cintura.

Ela pousou as mãos em meu pescoço e guiou meu rosto de frente para o seu. Beijei-a enquanto ela entrelaçava sua mão em meu cabelo. Paramos por falta de ar, com nossas testas coladas e os olhos quase fechados, ainda ofegantes. Ela me olhou, acariciando meu rosto.

–Você vai me machucar, não vai? – perguntou, engolindo seco.

–Nunca doeu, por que doeria agora? – perguntei de volta, com um sorriso malicioso.

–Você me entendeu. – sussurrou.

Não respondi. Ela jogou minha cabeça para um lado e desceu da pia.

–Peter, eu preciso que seja sincero comigo. – disse, cruzando os braços.

Molhei os lábios, irritado.

–Com quem você andou falando? – perguntei, com as mãos nos quadris. – Hein?

–Com ninguém! – retrucou.

Então, ela me olhou com desconfiança.

–Por quê? Tem algo que eu precise saber? – perguntou

Cerrei os dentes.

–Tem outra, não tem? – continuou.

Não respondi.

–Eu sabia. – ela exclamou, dando um leve tapa em sua perna.

–Não tem outra! – contestei

–Tem sim! – respondeu, irada. – Eu não sou cega, Peter! Eu vejo o jeito com que você me olha, eu sinto o jeito com que você me toca. Não é gentil, não é apaixonado. É simplesmente... Pá!

Bufei.

–O que você falou não faz sentido nenhum na minha cabeça. – comentei.

Ela soltou um muxoxo.

–Eu preciso saber. – continuou, mais calma. – Eu sou só um brinquedo, não é? Uma tentativa de esquecer...

–Cala a boca, Delia! – gritei. – Você não sabe do que está falando!

Ela franziu o cenho.

–Ontem, você disse que me amava. – lembrou, com lágrimas nos olhos. – Hoje, me manda calar a boca. O que diabos você quer de mim? Amor? Paixão? Sexo? Por favor, eu preciso saber!

Fechei o punho, irritado. Respirei fundo e me acalmei, tentando não desabar.

–Qual a verdade? – ela continuou a perguntar.

Não respondi.

–Não sei porque ainda tento. Tchau, Peter. – e saiu, irritada.

Tentei falar alguma coisa, mas ela saiu primeiro. Apoiei meus punhos sobre a pia, tentando pensar no que fazer. Foi aí que eu percebi que eu tinha que fazer o que estava fazendo todos os dias: mentir até acreditar em mim mesmo.

Saí em disparada do banheiro, a tempo de pegar Delia antes de ela virar o corredor.

–Eu te amo, Delia! – gritei da porta do banheiro.

Ela parou de andar. Aos poucos, se virou, lágrimas caindo de seus olhos. Andei até ela e beijei-a intensamente, com uma única lágrima escapando de meu rosto, que caiu por um motivo que, no momento, não soube explicar. Ela me beijou de volta, segurando meu rosto com força.

–Eu te amo também. – respondeu, tentando sorrir, mas ainda parecia mexida.

E mais um beijo.

–Peter, o...

Uma voz surgiu do outro lado do corredor, nos interrompendo. Voltei meu rosto para ver.

Sophie.

–Agora vai, ou então vai se atrasar para o treino. – disse para Delia, olhando brevemente para Sophie.

Ela sorriu.

–Ok. – e me beijou uma última vez, virando o corredor.

Molhei o lábio, virando-me para Sophie. Ela cruzou os braços, se aproximando.

–Delia, hã? – disse, com uma expressão conformada. – Líder dos Arqueiros. Menina legal.

Estreitei meus olhos.

–O que você quer? – ríspido, perguntei.

–Rafael está chamando. – anunciou, colocando as mãos nos bolsos traseiros.

Bufei.

–O que você realmente quer? – insisti.

Ela hesitou. Abriu a boca diversas vezes, mas nada saiu.

–Não entendi o que quis dizer. – respondeu.

Tombei a cabeça para um lado.

–Não se faça de boba. Seu olhar quando beijei Delia disse tudo. O que você quer? – repeti, pronunciando cada palavra lentamente.

Ela suspirou, impaciente.

–Não coloque Delia nesse fogo cruzado. – pediu, me encarando com desaprovação. – Ela não tem nada a ver com isso.

–Isso o quê? – perguntei.

–Não se faça de bobo. Sabe muito bem o quê. – ríspida, retrucou.

Engoli seco.

–Você acha que meu namoro com Delia tem alguma coisa a ver com... Isso? – perguntei, com um sorriso cínico. –

Ela não respondeu.

–Claro que não tem. Algum problema com isso? – levei seu silêncio como um indicador para que continuasse. – Ela é como um parágrafo em uma nova página. Não tem nada a ver. É como o dia de São Silvestre: primeiro do ano, novinho em folha. Completamente desprendido do outro.

Ela riu levemente.

–Ah tá, como se isso fosse verdade. – e passou por mim, como se a conversa estivesse acabado.

–Por que você faz isso? – exclamei, para que ela ouvisse do outro lado do corredor. – Dá todos os sinais que se importa, mas na hora H, você desiste, finge que nada tá acontecendo!

–Não tem nada acontecendo! – exclamou de volta, por cima do ombro.

–Claro que tem e você não quer admitir! – vociferei. – Não aprova o que tenho com Delia e eu quero saber porquê!

–Como você acha que eu estou em sentindo, hein? – gritou de volta, voltando-se para mim. – O cara que passou um ano e meio dizendo que me ama acaba de gritar a mesma coisa pra uma completa estranha e você quer que eu aceite?

–Você mandou eu ir embora, você fechou as portas, não fui eu!

–O que você esperava que eu fizesse? – ela se aproximou, a voz trêmula. – Que eu te aceitasse mesmo depois de ter me traído e ter me dito isso na maior cara lavada?

Ela bufou, ofegante.

–Se eu queria fingir que nada tinha acontecido? – sua voz agora, estava em um tom calmo, mas, ainda assim, triste. – Com certeza! Quando você saiu do quarto e me olhou uma última vez, tudo o que eu queria era levantar e correr pra você, esquecer tudo aquilo.

Ela encarou o chão e engoliu seco.

–Mas o que isso diria de mim? Não era certo.

Levou sua mão ao cabelo, apreensiva.

–Sabe o que isso diria de nós? Que o que tínhamos ia bem além do que aconteceu em uma noite. – respondi, sério.

Ela me encarou.

–Tínhamos? – repetiu. – Passado?

Respirei fundo, olhando para os lados.

–Você me ama, não é? – perguntou. O tom de sua voz indicava que já sabia a resposta, mas tinha uma gotinha de esperança que fosse o contrário.

Suspirei.

–Não. – respondi enfim.

Ela fechou os olhos, como se a resposta lhe doesse.

–Isso não é verdade. – insistiu. – Não pode ser.

Soltei um muxoxo.

–Claro que não é! – exclamei. – Eu te amo! Eu te amo com todas as minhas forças! Eu beijo ela, mas no outro dia, eu me lembro que eu queria beijar você, que eu queria estar com você!

Ela franziu o cenho. Fui até ela, segurei seu rosto com minhas mãos.

–Mas eu não quero te amar. E vou dizer isso pra mim mesmo, todo dia, até que seja verdade.

E a soltei, seguindo em frente no corredor, sem olhar para trás. Foi aí que entendi que a lágrima que caiu ao beijar Delia, era pelo fato de que meus lábios estavam beijando os lábios errados.

Rafael escolhera a sala de comando como a Sala de Reuniões de Aslyn. Sim, mantivemos o nome. Sei lá, pareceu o nome certo para o nosso “time”. Lúcifer eram Demônios, Miguel, Anjos, nós.. Aslyn. Não sei explicar, o nome simplesmente pegou. Enfim. Havia uma mesa redonda onde todos os dez chefes da missão, isto é, os quatro generais, os cinco líderes e Rafael, se reuniam para conversar sobre assuntos decisivos.

–...humanos ficam nesse ponto mais ao norte e nos preenchemos essa falha com os arqueiros, tem um bom ângulo, os... Peter, finalmente!

Rafael estava bem ocupado, apontando direções em um mapa para as outras oito pessoas. Ele veio até mim, com um riso no canto do rosto. Ele olhou para atrás de mim, procurando algo.

–Cadê a Sophie? – perguntou

–Não faço ideia. – respondi, curto e rápido, indo até a mesa. – E o que temos aqui?

–Bom, eu estava dizendo que faremos um círculo em volta do pico do Monte, para prever qualquer ataque vindo que qualquer lugar. – contou, apontando lugares no mapa. – E nós, líderes e generais, vamos ficar logo no pico, onde vamos instalar uma tenda.

–Ok, quais os planos de guerra? – perguntei.

–Bom, acho que é bem óbvio, não é? – ele respondeu dando de ombros.

Ergui uma sobrancelha.

–Vamos, Peter, você é um cara inteligente. – disse, inclinando a cabeça em desconfiança. – O que começou tudo isso?

Pensei um pouco.

–Sol e Lua. – lembrei. – Graça e Poder...

Rafael gesticulou, me estimulando.

–Hanna e eu.

Ela assentiu, com um sorriso comprimido.

–Como isso vai funcionar? – perguntou Hanna, com os punhos apoiados na mesa.

Rafael cruzou os braços.

–Não faço ideia. – respondeu, simplesmente.

–Como assim não faz ideia? – perguntou, me irritando. – Você é um...

Passos apressados no corredor me interromperam. Rafael ergueu a mão, me calando. A porta se escancarou com um baque. Um homem se encontrava atrás dela. Seus traços rudes e sua arrogância me lembraram o mau cheiro.

–Não acredito nisso. – praguejei.

–Sr. Roman, que bom vê-lo de novo. – falou John, sorrindo.

–Como..? – comecei, mas fui interrompido.

–Uriel!

Rafael apertou sua mão, dando tapinhas em seu ombro.

–Tudo bem, cara? – perguntou, sorridente.

Ergui uma sobrancelha.

–Uriel o caramba, é John! – retruquei.

–Vocês se conhecem? – perguntou Rafael

–Ah, não mencionei que nos encontramos num beco em Londres, mencionei? – ele disse, com um leve sorriso.

Revirei os olhos.

–Alguém me tira daqui. – murmurei para um lado, fazendo Paris rir.

–Pelo que vejo não foi o melhor dos encontros, foi? – murmurou Rafael, infeliz. – Peter, este é Uriel. É um de nós, só que infiltrado no exército de Miguel.

Soltei um “Ah”, fingindo estar impressionado.

–Vamos começar de novo, ok? – anunciou Rafael, puxando Uriel para dentro da sala. – Uriel, Peter. Peter, Uriel.

–Prazer. – disse ele, erguendo a mão.

Apertei-a.

–Gostaria de dizer o mesmo. – respondi de volta.

Rafael tombou a cabeça.

–Então diga. – mandou.

–Não quero mentir.

Rafael revirou os olhos e riu levemente. John... Digo, Uriel, franziu o cenho, impressionado com algo além de mim.

–Hanna? – chamou

Hanna, que estava concentrada no mapa, ergueu o olhar, assustada. Ao ver quem a chamava, abriu um largo sorriso.

–Tio John? Não acredito! – exclamou, correndo para um abraço.

–Mundo pequeno. Até demais. – comentei baixinho. – Tio? Sério?

Ignorando meu comentário, continuaram a conversar.

–Como o senhor está? – perguntou Hanna.

–Não melhor do que você, olha pra isso. – e puxou o braço de Hanna, fazendo-a dar uma voltinha. – Você tinha doze anos, não?

–Isso faz uns dez anos, antes de você ir pra Londres e deixar a gente pra trás. – reclamou ela.

Ele deu um breve sorriso, até que ele desapareceu.

–Eu sinto muito, por Carol. – disse e eu senti o clima cair.

–Tá tudo bem. – ela respondeu. – Estou superando. Pelo menos tentando. Acho que minha mãe não ia querer que eu parasse minha vida por causa dela. Pelo contrário, iria me obrigar a continuar.

Senti como se acordasse com um sobressalto.

–O que aconteceu com a sua mãe? – perguntei, exaltado.

Ela se voltou para mim, assustada.

–Ah meu Deus, Peter, você não sabe. – disse, engolindo seco.

–Cala a boca. – mandou Paris, tentando falar baixo.

Hanna engoliu seco.

–O que eu não sei? – perguntei, encarando Paris.

Ninguém respondeu.

–Ele tem que saber, tá? – exclamou Hanna, se irritando. – Não importa o que ele disse.

–Vai quebrar a nossa promessa? – perguntou Olsen.

–Vou, quer me impedir? – retrucou.

Ele ergueu os braços em desistência.

–Vá em frente. – ele disse.

–Vem comigo. – disse Hanna, me puxando para fora da sala.

Fomos até um pequeno hall no fim do corredor. Sentei no sofá e ela sentou ao meu lado.

–Você sabe que nós chegamos antes de você. – ela lembrou.

Assenti.

–Estávamos em Wayland. – continuou. – Quando aconteceu uma coisa.

“Estávamos dormindo quando ouvimos gritos vindos da rua. Gritos desesperados. Saímos em disparada, tentando saber o que acontecia. Reconstruímos sua casa, sabia? Usamos magia para fazer tudo como novo. Ficamos lá. Sophie ia fazer da casa seu presente de volta à casa. Mas... Enfim, os gritos... Fumaças escuras iam e vinham de todos os lados. Elas passavam pelas pessoas e elas paravam de gritar. Então, seus olhos escureciam e começavam a marchar, em direção ao centro da cidade. Seguimos aquelas pessoas e descobrimos a fonte. Lúcifer estava na praça central, orquestrando tiros de fumaça preta pela cidade.”

“Ele gritava pelo seu nome, ordenando que aparecesse. Ele sentiu nossa presença e nos mandou chegar mais perto, mas, antes que o fizéssemos, fomos abatidos de algum jeito. Acordamos presos, com cordas encantadas para conter nossa magia. Era uma sala, pequena, mas cheia de cadeiras. Cadeiras em que pessoas também estavam amarradas. Eu, Olsen, Paris, Sophie, minha mãe, algumas outras pessoas da minha família e...”

Ela hesitou.

“E seu pai.”

“Lúcifer o ameaçara a voltar a Wayland. O encontraram em uma pousada nos confins da Islândia, escondido. O prenderam e o mantiveram refém, assim como todos nós. Então Lúcifer apareceu, perguntando onde você estava. Fingimos não saber onde e, depois de tanto dizer que não, mentimos, dizendo que você estava na Austrália. Ele foi. Não te encontrou. Voltou, ainda nos mantendo em cativeiro. Ao saber que tínhamos mentido, ele... Surtou. Cortou todas as cordas e jogou pedaços das cadeiras em todo mundo, encantando-as para que não curassem, mesmo em anjos. De algum jeito, ele conseguiu matar anjos com meras estacas de madeira, Peter. Então, ele tentou matar a gente, mas algo o impediu. Ele parou, como se ouvisse algo, e desapareceu. Mas antes, tudo ficou preto. Desmaiamos de novo. E acordamos no meio do nada. Todos estávamos lá, até mesmo os mortos. Porém, de acordo com meu celular, estávamos no mesmo lugar que estávamos antes de desmaiarmos, mas... Agora era nada. Wayland foi completamente destruída, tirada do mapa, não há registros que um dia já existiu.”

–Eu e você somos as únicas provas disso. – continuou, segurando minha mão. – Seu pai ainda estava vivo. Corremos para ajudá-lo, mas ele fez de tudo para que não o ajudássemos. Mas antes de morrer, nos fez prometer não te contar. Ele não queria que você desviasse sua mente da batalha.

Passamos alguns instantes em silêncio.

–Meu pai? – perguntei, com a voz trêmula.

Meu lábio inferior começou a tremer, enquanto eu sentia um nó se formar em minha garganta.

–Ele vai me pagar. – praguejei.

–Não, não... – ela segurou meu ombro, preocupada. – Ele não queria que você fizesse isso. Não pode deixar sua raiva, o que você está sentindo, te deixar cego diante dos seus inimigos. É isso que ele quer. Em meio à raiva e a vingança, julgamos mal, não sabemos escolher o que é certo e o que é errado, escolhemos o que é fácil e não podemos nos deixar cegar pelos nossos sentimentos. Qualquer deslize, Peter, pode ser fatal.

Engoli seco.

–Matou minha mãe, destruiu minha cidade, levou Kaitlyn, matou meu pai...

Levantei do sofá, sério.

–Vou matá-lo. Nem que seja a última coisa que eu faça.


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Notas finais do capítulo

C O M E N T E M



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