The Last Taste - Season 2 escrita por Henry Petrov


Capítulo 11
Swords And Snow And Blood, Oh My!


Notas iniciais do capítulo

Oi povinho que eu amo :3
Esse capítulo ficou menor, 1600 palavras, mas eu nem preciso repetir: ia ficar muito grande. Então, deixa quieto e eu achei a bomba do final interessante pra um fim de capítulo. Bom, agora que a guerra começa mesmo e eu espero que vocês gostem do jeito que eu vou desenvolver. Eu espero que vocês gostem do capítulo. Enfim, era só isso. Boa Leitura :)



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–Tá brincando, né? – perguntei

Ele negou.

–Chame os outros. – mandou, correndo de volta pro vagão da frente.

O trem ainda se movia, mas a estação de Lukla já era visível. Em pouco tempo, retornei com Sophie, Hanna, Olsen e Paris em meu encalço. Todos estavam apreensivos e assustados com a notícia. Rafael e os Líderes nos reunimos no vagão anterior ao do maquinista.

–Estamos em Kathmandu? – perguntou Olsen.

–Já passamos de Kathmandu. – respondeu Rafael, com as mãos nos bolsos. – Consegui uma linha que nos trouxesse direto para Lukla, a cidade mais próxima do Everest.

–Lúcifer já está lá? – perguntou Sophie.

Rafael deu de ombros.

–Não tem como saber. – disse, os pés inquietos, dando batidinhas no chão. – Mas ele está aqui em Lukla, com certeza.

–Como sabe? – perguntei.

Ele suspirou, um tanto desconcertado.

–Por que foi assim na primeira guerra. – ele respondeu. – Os Demônios de Lúcifer possuíram todos os cidadãos de todas as cidades em volta do Everest. Qualquer pessoa que tentasse passar para o Monte, era dizimado cautelosamente, para não alertar outras pessoas. Elas simplesmente desapareciam. E pelo que sinto, os Querubins tem trabalhado bastante por aqui.

Paris franziu o cenho.

–Querubins? – perguntou.

–Sim, são os anjos da morte. – expliquei. – Eles levam a alma quando a pessoa morre.

–Pra onde?

–Animus. – respondeu Sophie. – Um mundo fantasma, onde as pessoas mortas e os Querubins moram. Céu e Inferno foram trancados, então lá em um abrigo temporário.

Paris arqueou as sobrancelhas, esclarecida.

Os outros se entreolharam.

–E o que vamos fazer então? – perguntou Olsen.

–Não sei. – respondeu Rafael. – Eu tenho uma ideia, mas...

–Mas o quê? – disparou Sophie, quase instantaneamente. – Precisamos de um plano. Vai ser o que você tiver.

Ele cerrou os dentes.

–Temos que chegar do outro lado, para seguirmos até o Monte Everest. – ele respondeu, um tanto receoso. – Eu digo que mandemos um grupo de recrutas por um lado, para despistá-los. Então, o grupo maior, segue em frente até o Monte.

–Mas e os restantes que estiverem sendo seguidos? – perguntou Hanna.

–Eles lutam com os demônios e vêm nos encontrar no Monte. – ele respondeu.

Hanna tombou a cabeça, desconfiada.

–Isso é perigoso. – contestou.

–Perigoso? Os recrutas são perigosos, isso sim. – ele exclamou de volta. – Você viu o que eles fizeram com aqueles anjos, o jeito com que eles quase dizimaram aquelas pombas. Coloque o Will com eles e vai dar tudo certo.

–Oh, calma aí! – disparei, apreensivo. – Só porque o garoto é o melhor recruta que temos não quer dizer que podemos abusá-lo ou algo do tipo, ok? Ele ainda não sabe controlar seus poderes.

Rafael deu de ombros.

–Vocês quiseram um plano. Eu dei. – falou, com um riso infeliz.

Sophie cruzou os braços e suspirou.

–Tem outro. – disse, apoiando seu peso em uma perna. – Lutaremos juntos. Entraremos em Lukla juntos e se formos atacados lutaremos.

Rafael engoliu seco.

–Juntos. – concluiu Sophie.

Respirei fundo.

–Ok, então esse é o plano. – falei, tentando parecer calmo. – Vamos pegar os recrutas e sair pela porta da frente. As armas estão disfarçadas, então ninguém vai notar. Fiquem atentos a qualquer movimento suspeito por parte dos cidadãos e cuidado pra não alertá-los que sabemos de tudo.

Todos assentiram. Rafael voltou para o vagão do maquinista enquanto íamos chamando todo mundo. Em poucos minutos, todos descemos do trem, de cabeça erguida, como se tudo funcionasse normalmente.

Seguimos pela plataforma, atentos para os humanos comuns que andavam entre nós. Era quase impossível dizer que eram demônios disfarçados. Eu tivera poucas experiências com demônios completos. Por isso, perguntava a mim mesmo se eles seriam criaturas frias e obcecadas pela crueldade, se seriam apenas soldados de Lúcifer ou se realmente tinham objetivos próprios.

Saímos da estação, seguindo por uma rua larga. De cima, deveríamos parecer uma enorme centopeia, se deslocando lentamente pela calçada. Hanna de vez em quando, dava uma risada do nada, para fingir espontaneidade.

Lukla era uma cidade mínima, parecia mais um vilarejo. Duas ruas. Isso era Lukla. Estávamos bem perto da saída da cidade, que dava para o Everest, quando Rafael se aproximou de mim, apreensivo.

–Não fomos atacados. – sussurrou ao meu lado, olhando para a frente.

Assenti, silencioso.

–Acho que não estão possuídos. – pensei.

–Talvez. Mas se estiverem, isso não é um bom sinal.

Ergui uma sobrancelha.

–Por quê?

–Por que se estiverem e não nos atacaram ainda, é porque têm algo planejado. Uma emboscada. Mantenha os olhos abertos.

Assenti novamente, engolindo seco.

Foi nesse momento, pela primeira vez, que eu senti, de fato, o medo de uma guerra. Estávamos a alguns passos, alguns minutos do que poderia ser o primeiro combate da guerra e me aterrorizava saber que nossa magia estava completamente fora de alcance. Estávamos perto do Everest, perto demais do Monte, longe demais do Pico. Só teríamos magia quando alcançássemos o topo do Monte. Ali, estávamos sem um pingo de magia, apenas nossas armas. O lugar perfeito para uma emboscada.

Então, finalmente, estávamos fora. Campos abertos dos dois lados. Mantive o passo firme, tentando passar confiança e tranquilidade para o resto do grupo.

E assim foi. Passamos horas, simplesmente caminhando. Sinceramente, com o passar do tempo, comecei a duvidar a possibilidade de uma emboscada. À nossa frente, se erguiam montanhas brancas e azuladas, afluentes do Everest. Vilarejos e pequenas regiões arborizadas se estendiam pela região. Os recrutas caminhavam em silêncio, como um retiro de velório. Isso me deu arrepios. De vez em quando, eu respirava fundo e tentava imaginar que estava em uma excursão escolar comum e não tinha o que me preocupar, aí eu me lembrava que a qualquer momento, poderíamos ser atacados por um grupo de demônios sedentos do nosso sangue.

Já era noite quando começamos a, de fato, subir o Everest. A neve cobria a maior parte do trajeto, não por estarmos no inverno, mas pela altura que já estávamos. Bom, sendo criaturas mágicas como éramos, não sentíamos frio, apenas o vento gelado passando por nós, mas não frio. Não sei explicar.

–Estamos chegando?

Will quase me fez cair. Eu estava concentrado em meus pensamentos, preocupado com uma provável armadilha, e ele me apareceu, surgindo do nada. Xinguei baixinho.

–Não sei. – respondi, sem olhar no seu rosto.

–Quando vamos chegar? – insistiu.

–Quando chegarmos, eu te aviso. – falei.

–Mas aí eu já vou saber que chegamos. – retrucou, com um tom pensativo.

–Então cala a boca. – respondi.

Ele me olhou com indignação.

–Por que tanta ignorância? – perguntou, mais curioso do que irritado.

–Por que...

Parei. Ergui os braços para que todos me obedecessem. Ouvi o leve som de algo se mexer. Algo que não era um passo dos recrutas ou algo do tipo, algo suspeito. Peguei uma pedra do chão e joguei à frente.

BUM!

Uma explosão. A pedra foi jogada para o alto, totalmente desintegrada. Uma explosão daquelas seria o suficiente para dizimar todos os recrutas. Engoli seco. Então, alguém, vindo de longe, se aproximou.

Era Rachel. Seus cabelos castanhos voavam em seu rosto, levados pelo vento. Seu rosto esculpido como uma estátua, estava impecável, branco como a neve. Ela usava um vestido preto e brincos longos.

–Inteligente. – disse. – Mas não o bastante para saber que a união faz a força, mas juntos, é muito mais fácil de matar todos com uma tacada só.

Recuei um passo. Demônios pularam das Montanhas, todos armados até os dentes. Bom, não usavam armaduras ou algo do tipo, eram roupas comuns, mas as armas em suas mãos... Bem melhor fundidas que as nossas. Eram feitas de um metal que não pude reconhecer. Para cada recruta que tínhamos, haviam dois demônios à nossa frente.

–Peter! – ouvi Will exclamar, apontando para o outro lado.

Voltei-me para a retaguarda: outro batalhão de demônios estava instalado atrás de nós. Engoli seco, prevendo o fracasso.

–Atacar! – gritei, em meio à multidão.

Não estávamos em potência máxima, ainda não estávamos perto o bastante do pico para usar magia. Mas, devo dizer que não foi necessário. Os recrutas estenderam seus relógios, óculos, bonés, lenços, cintos, brincos, batons, anéis e cachecóis, revelando suas espadas e escudos. Corremos em direção dos demônios.

Eu não via nada. Era só uma corrente de gente, suor e corpos correndo de um lado para o outro. Eu dançava minha espada sobre as cabeças dos demônios, arrancado-as com destreza. Era difícil manter o passo. Era como se eu não tivesse controle sobre mim mesmo. Meu corpo parecia ter adotado um reflexo involuntário contra os demônios, como se sozinho, meu braço gingasse de um lado para o outro, arrancando os corações e as cabeças dos inimigos. Por sorte, só dos inimigos.

Entretanto, ainda estávamos em menor número. Em um momento, me encontrei diante de três demônios de uma vez só. Dei uma cortada lateral com a espada, tentando arrancar a cabeça do primeiro. Ele se abaixou, desviando de meu ataque. Então, investiu sua faca contra mim, mas bloqueei com a lâmina da minha. O segundo pulou em cima de mim, mas bati minha cabeça contra a sua, jogando o para longe. Não tive tempo para vertigem. Tentei cravar minha espada no peito do primeiro, mas ele recuou, não a tempo de desviar de um contra-ataque. A espada atravessou seu estômago, alcançando seu coração. Puxei a espada e ele caiu morto, diante de mim.

Então, senti uma dor oscilante em meu pescoço: uma faca estava atravessando minha garganta.

Levei as mãos ao pescoço, tentando impedir o sangramento. Eu não morreria, mas com certeza levaria tempo para curar por completo. Caí de joelhos sobre a neve fofa, ainda com as mãos na garganta, engasgando em meu próprio sangue. Enquanto caia, observei a guerra se desenvolvendo diante de meus olhos.

Will desviava com facilidade dos ataques. Era magrela, então não tinha muita dificuldade para bloquear um ataque. Suas habilidades com a espada haviam melhorado drasticamente, mas isso não o impediu de ser apunhalado em sua espinha.

Tudo o que vi foi Will caindo de costas no chão, enquanto eu tentava gritar, minha visão escurecendo e meus sentidos de esvaindo.


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Notas finais do capítulo

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