Villa Lobos escrita por Ale Brenny


Capítulo 10
Depois de bons e maus momentos.




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Apesar de ter bons momentos com Do Contra, a angústia de não ter Mônica em meus braços era maior. Todas as vezes que a via no trabalho, quando voltava para casa contorcia-me em minha cama, o grito e o choro presos em minha garganta junto das falas. Ela causava isso em mim, uma coisa insana, infinita pelo que podia parecer.

Quando eu finalmente acho que o dia está bom, que o dia não poderia ser melhor, eu me engano, porque o dia piora, e não era de vez em quando, isso acontecia todos os dias.
Demoraria a me recuperar disso, de tudo o que eu estava passando, estava mexendo com minha cabeça, com meu psicológico. Eu me sentia de cabeça para baixo em um brinquedo qualquer, esse brinquedo era o meu destino, que estava brincando comigo.

Denise, com a ajuda de Magali estava controlada, pelo menos pelo tempo que Magali cuidasse dela.

Depois de bons e maus momentos, finalmente decidi falar com Mônica:

— Olá — eu disse. — queria conversar com você, nos entendermos! ela continuou olhando para o que estava fazendo. Ora vamos, precisamos conviver com algumas lagartas para conhecer as borboletas! Ou lobo para humano sussurrei.

— Tá bom. disse ela jogando o que tinha na mão na mesa, me fuzilando diga-me melhor ser, o que você é.

— Eu iria preferir que conversemos em um lugar mais privado. — disse, ela topou, tirou seu avental e saiu comigo. Fomos para um lugar incrivelmente vazio, era uma linda manhã, os pássaros cantavam perto do lago, para onde fomos.

—Eu gostaria de pedir que mantivesse essa história dos lobos em... Segredo. — comecei dizendo.

— Claro. Mas então, como é ser essa criatura a qual você é? — ela perguntou.

— Ahn... — pensei em como respondê-la — acredito que você já deve conhecer a lenda dos lobos aqui na Inglaterra, estou certo?

—Sim — ela afirmou.

— É fantástico correr em nossa maravilhosa forma, sentir o vento a vários quilômetros batendo em nosso pelo, analisar o rio com uma visão diferente da do ser humano, ser feliz! — após dizer tudo isso ela sorriu, mas seu sorriso se desmanchou quando fez a pergunta.

— E como sobrevivem?

— Então — continuei — Para sobrevivermos precisamos caçar.

— Caçar o que?

— Humanos — falei, com vergonha. — Nenhum ser humano até hoje nos viu, e saiu vivo da Villa!

— Villa?

— Villa Lobos, o lugar onde nós lobos caçamos... Não que eu cace. — incluí. — Nós nos alimentamos de seres humanos, o cheiro de sangue é tão forte que podemos perder a razão. Nem eu sou forte o suficiente para resistir ao cheiro do sangue.

— Foi por isso que aquele dia você saiu da confeitaria, porque o meu sangue tinha tomado conta de seu olfato.

— Mais precisamente de minha razão. — disse, relembrando do dia em que separou Mônica e eu de termos algo juntos, talvez.

— Então você poderia me matar? — ela perguntou, o que fez meu coração se despedaçar, eu jamais poderia matá-la, por mais que meus instintos de lobo dissessem ao contrário.

— Eu não posso... Te matar! — falei olhando fixamente para o chão. Apesar do estupendo cheiro que o sangue dela tem eu jamais pensaria em machucá-la ou coisa pior, ela é minha vida, minha razão do existir, sem ela eu não seria nada, nada! Meu coração se recompôs, eu sabia que com ela, eu estaria completo!

Selamos nossos lábios com um beijo, a prova mais intensa do amor que eu sentia por ela, esse ser que me dominava até a alma, que eu queria eternamente, que eu amava até a morte!
Era ela, a razão do meu viver. Eu não queria perder nenhum momento com ela, por que ela era a peça principal da minha vida!

Eu sabia que era errado, mas esse sentimento que eu sentia por ela era algo forte, algo incapaz de se controlar. Eu não podia ficar com ela, para a minha espécie é algo não sujeito a condições, não tinha chances, eu simplesmente não poderia ficar com ela pela regra dos lobos.

Eu não temia tudo isso, porém sabia que ainda não podia ser feito. Não temia ter que morrer para ela ter uma chance de viver, não temia ter que matar gente de minha própria espécie, para o mesmo motivo, a vida dela. Não me importaria se ela achasse alguém melhor que eu para ficar, para não correr o risco de perder a vida, se ela estivesse feliz eu também estaria, se ela não estivesse feliz, pediria para não chorar por mim, ela teria um destino muito melhor com outra pessoa do que comigo com certeza.

Eu a amava muito, ao ponto de me matar caso algo acontecesse com ela.
Eu a amava mais que tudo.
Eu simplesmente e em qualquer circunstância vou amá-la!


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