Mutano acordou e olhou para o lado. Era três da manhã. Essa era a terceira vez que ele acordava nessa noite. Ele estava inquieto. O julgamento estava seria naquele dia, mas tarde. E ele não conseguia dormi. Ele estava tão nervoso que sentia que poderia explodir a qualquer momento. O metamorfo já tinha acordado Ravena por está se mexendo muito. Ele se sentou na cama e pegou seu copo d’água. Ele viu que o copo estava vazio. Ele colocou suas pernas para fora da cama e puxou a cadeira. Depois de fazer um pouco de força, ele se sentou na cadeira e pegou o copo. Ele foi para a porta. Cyborg finalmente tinha terminado a cadeira dele. E Mutano ainda estava aprendendo tudo o que a cadeira podia fazer. Ele descobriu que a velocidade era bem maior do que ele imaginava. Mutano acionou o farol da cadeira. Ele realmente não precisava disso para ver por onde estava indo, mas achava legal. Ele foi até a cozinha e pegou sua água. Depois foi até a janela e ficou vendo a cidade ao longe.

– Mutano? – Ravena chamou indo até ele. – Tudo bem?

– Sim. – ele disse sem olhar para ela.

– Por que está aqui?

– Estava com sede. E a água do quarto acabou. – ele se virou para ela. – E você?

– A cama fica fria sem você. E hoje além de fria, quieta. – ela disse indo até ele. – Você está tão tenso. Posso sentir lá do quarto.

– Eu estou com medo, Rae. – ele disse desviando os olhos dos dela.

– Medo do que?

– Do julgamento. – ele disse suspirando. – Sei que ele não vai se safar, mas depois de tudo o que aconteceu nesses meses. Eu nem posso acreditar que finalmente vou ficar cara a cara com ele.

– Mutano, não tem por que temer. – ela disse se ajoelhando na frente dele. – Eu e o pessoal vamos está lá. Eu vou segurar sua mão o tempo todo e te dar força.

– Você é o que tenho de mais importante. Você é a luz da minha vida, mas acho que nem com você ao meu lado o momento será melhor. Eu queria falar com ele antes, por causa disso. Por causa do medo e do que eu posso pensar em fazer com ele. Posso estar nessa cadeira mais ainda tenho um enorme extinto animal. Ainda sou um animal. E o animal que vive dentro de mim quer sair. Quer ser livre, mas não pode. Eu temo o que posso fazer com ele. Ainda mais agora com essa cadeira bem maneira e perigosa.

– Ei, eu vou estar lá. Vai ficar tudo bem. – ela disse segurando a mão dele.

– Eu te amo. Não sei o que seria de mim nesses meses se não fosse por você. – ele disse sorrindo para ela.

– Eu também te amo. – ela disse se aproximando dele. – E sempre vou te ama.

– Acho que devemos voltar para a cama. – ele disse passando a mão no rosto dela. – Estar tarde.

– Sim. Estar. – ela disse o beijando rapidamente. – Posso levar sua cadeira?

– Pode. – ele disse rindo.

Ravena se sentou no colo dele e passou a guiar a cadeira. Depois que ela fez isso pela primeira vez não parou mais. Ela disse que era bem divertido. Quando chegaram ao quarto ela o colocou na cama e se deitou ao lado dele. Em pouco tempo eles estavam dormindo.

De manhã as coisas pela torre estavam tensas. O café da manhã foi silencioso. Todos olhava para Mutano disfarçadamente, mas ele notava. Ravena estava a ponto de sair por causa da tensão de todos. Quando terminaram eles foram para o carro. Mutano foi o primeiro a entra, já que o carro não era adaptado e ele tinha que sair da cadeira para o banco. Ravena se sentou ao lado dele, enquanto Cyborg dava um jeito de colocar a cadeira no porta-malas. Os outros entraram e Cyborg deu a partida. O caminho também foi feito em silêncio.

A porta do tribunal estava cheia de reportes. Os titãs saíram do carro e seguiram para dentro. Ravena e Estelar foram ao lado de Mutano, enquanto Cyborg e Robin foram atrás dele. Eles não falaram com ninguém, apenas seguiram direto para dentro.

– Que bom que já chegaram. – o advogado deles disse indo em direção a eles. – O juiz falou comigo e com o outro advogado. Ele não quer ter que se estender com esse caso. É muita pressão para ele. Então, provavelmente será rápido.

– Para mim ele deveria ser condenado sem julgamento. – Cyborg disse cruzando os braços.

– Lei é lei. – disse uma voz grosa e profunda atrás deles. – Mesmo que concorde com você, não podemos colocar alguém atrás das grades sem um julgamento.

Os titãs se viraram e viram Batman indo em direção a eles. Mutano arregalou os olhos. Sempre foi fã dele e ele estava bem ali na sua frente.

– Batman, eu não sabia que você veria. – Robin disse olhando para seu tutor.

– Eu não podia deixar de vim. Alguns vilões podem usar o julgamento para tentarem atacar. Aqui posso ajudar vocês. E nunca fui a um julgamento onde o réu é acusado de atropelar um herói.

– Bom, deixa eu fazer as apresentações. – Robin disse olhando para os amigos. – Batman esses são, Ravena, Estelar, Mutano e Cyborg. Titãs, esse é Batman.

– Prazer. – Batman disse olhando para todos. – Fiquei sabendo que vocês se casaram, meu parabéns. – Disse para Ravena e Mutano.

– Obrigado. – Mutano disso. – Podemos entrar, ou ainda vai demorar muito?

– Já podemos ir. – o advogado disse.

Eles foram em silêncio. Como tinha prometido, Ravena ainda estava segurando a mão do marido. Por onde eles passavam todos olhavam para eles e isso deixava Mutano cada vez mais tenso. Essa era a primeira vez que ele saia da Torre desde o acidente. Eles chegaram na sala e foram para seus lugares. Aos poucos a sala foi enchendo. Em pouco tempo o juiz entrou.

– Bom, não acho que preciso falar por que estamos aqui, mas mesmo assim vou falar. Estamos aqui para o julgamento de James Cater, acusado de dirigi embriagado, tentativa de homicídio culposo e atropelamento. Desde já deixo claro que não quero um show. Sei que as pessoas envolvidas nesse caso são importante, mas isso não é desculpa.

Depois disso o juiz chamou os peritos, depois a polícia, o acusado e finalmente as testemunhas. Enquanto todos falavam, Mutano olhava para James. James por sua vez não olhou em momento algum para ele. As pessoas que estavam com Mutano na hora do acidente deram seus depoimentos, assim como algumas que viram o que aconteceu. Eles falaram o que viram, mas apenas pelas provas que tinham, já estava claro que James era o motorista do carro.

– Quero chamar Mutano, dos jovens titãs. – o juiz disse para a surpresa de todos.