Escolha- quando se Convive com Jacob B escrita por many more


Capítulo 17
Capítulo 17- A intenção de Leah. Tomando atitude.




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Capítulo 17

 Yona

Emily não aceitou que saíssemos antes de “pelo menos provar” seu almoço, essas foram suas palavras persuasivas. Emily cozinhava não só extremamente bem, como a fazia com toda paixão possível, e eram por esses motivos que após o almoço todos se espicharam em um canto, satisfeitíssimos e muito fartos, deixando para segundo plano a reunião preocupada de Sam. Até ele não parecia se importar muito com a urgência daquela reunião, como se fosse de alguma forma, aceitável as estranhezas relacionadas à Jacob.

Ajudei Emily com a louça e a cozinha. Eu? Lavando louça? Era porque realmente fiquei espantada com a quantidade que sobrara para a podre da Emily. “Que horror! Somos monstros!” Todos riram quando eu disse isso espantada. Só depois percebi o efeito conotativo da frase.

 Por vezes, Jacob soltava alguma piadinha sobre minha repentina ajuda. Estava para nascer pessoa mais implicante do que ele.

- Meu pai agora já tem quem arrume a casa!

- Quem Jacob, você? Vai ficar uma gracinha de aventalzinho.

- Não se preocupe Paul, não vou tirar o seu título de a moça mais sexy entre nós!

Talvez já houvesse nascidos, e estavam todos ali naquela casa. Não preciso repetir mais uma vez que estava adorando todos aqueles meninos. Acho que eu já os considerava irmãos. Quer dizer, exceto Jacob né? Ele como meu irmão não dava não!

Enquanto me divertia com os rapazes, não pude deixar de reparar em Leah. Sentada do lado de fora, no alpendre da casa, olhando a farra dos meninos. Ela mantinha um pequeno sorriso apagado, como se não quisesse se influir entre eles. Como se fosse estranha. O mais intrigante, é que ela se sentou lá, assim que o almoço ficou pronto e não entrou nem para almoçar. Es-tra-nha! Completamente.

Sentei- me no sofá, ao lado de Jacob. Ele me lançou outro olhar furtivo. Era tanta discrição perto dos meninos em relação a nós dois! Começava a perceber isso. Como não ia me conter quietinha em tanta discrição, então também furtivamente, lancei minha mão nos cabelos de Jacob e o senti estremecer enquanto passava demoradamente a ponta dos meus dedos sobre sua nuca. Ele em uma tentativa de disfarce mantinha-se imóvel. Afundei-me no sofá colocando o outro braço para cima, para parecer que os tinha colocado para trás. Antes folgada do que qualquer outra coisa.

- AI SETH! MAS O QUE É ISSO? – Assustei-me com o susto de Leah e sentei direito no sofá.

Seth apareceu de repente ofegante na porta. Caramba! Nem tinha notado que ele era o único que não tinha vindo.

- Adivinhem quem voltou? – perguntou arquejante.

Todos se entreolharam, se perguntando quem havia voltado de tão notável a ponto de Seth vir correndo avisar. Sem nenhum palpite então, olharam-no de volta, curiosos.

- Bella e Edward acabaram de voltar da Lua de Mel. – Seth disse olhando principalmente para Jacob.

Sufoquei-me, girando-me rápido para encará-lo. O rosto de Jacob ruborizou-se por cima de sua pele já avermelhada, eu podia ouvir sua respiração tornar-se mais ofegante.

- Seth!- a voz de Jacob entoava. – Como elaestá?

Seth encarou-o sem resposta.

- Seth! – Jacob levantou-se do sofá, os punhos fechados. Embry e Sam se aproximaram. – Fala, elea transformou?

Eu podia sentir a ira nas palavras entre dentes que Jacob dizia.

- Eu não sei Jake! Eu os vi de long...

Ouvi Sam berrar enquanto Jacob saltava o sofá, desviando-se de Seth e se transformando. Sam o seguiu quando Jacob já havia sumido no meio da mata. Seth foi logo atrás, desorientado.

-... E lá vai o Jacob! – comentou Paul. O sarcasmo em sua voz me incomodava.

- Esse jeito dele ainda nos mete em encrenca, um dia. – Jared enfim falou.

Respirei irregularmente, tentando recuperar o fôlego. Não queria acreditar no que vira agora. Era um passeio de moto e palavras da boca pra fora que se despedaçaram diante dos meus olhos. Era muita idiotice minha achar que Jacob se apaixonaria por mim em menos de vinte e quatro horas. Na verdade nós dois, grandes idiotas. Se jogando nos braços de alguém que nem ao menos se importava se a queda seria forte demais.

Olhei instintiva para fora, na esperança de que Sam estivesse trazendo Jacob aos chutes de volta, (porque era isso que ele realmente merecia). Leah estava em pé de braços cruzados, olhando-me com imponência. “Eu avisei!” Ela sussurrou para mim antes de ir embora, revirando os olhos. Eu poderia ir atrás dela, esfregar dez motivos para ela calar aquela boca, mas também estava muito fraca para discutir com alguém que realmente tinha razão.

- ... se o Cullen tiver transformado Bella... a coisa vai ficar feia!

- É! Eu não vou me poupar em arrebentar uns três...

Os meninos conversavam.

- Transformar em que? – interrompi curiosa. Um pouco sufocada com toda aquela cena.

- Como transformar em que? Em um deles, claro! – respondeu Jared.

- Em um deles o que? – agora estava confusa. O que esses tal Cullens eram, que tanto incomodavam o pessoal? O que mais existia?

- Espera aí!- Jared e os meninos deram umas risadinhas irônicas. – Jacob não te contou?

- Ué, acho que não! – eu começava a ficar assustada.

- Minha querida Yona, esses Cullen são uma família de vampiros! – me respondeu enfim, Quil.

- É! De sanguessugas asquerosos. Eles se dizem incapazes de se alimentar de sangue humano, eles se alimentam de animais, então nós temos um tratado: eles não podem morder nenhum humano das redondezas ou nós os atacaremos. Também não podem ultrapassar nosso território, nem nós podemos passar o deles.

- Não. Só pode ser brincadeira. – eu dizia incrédula, mesmo comigo como prova viva de que monstros existiam.

- Seja bem vinda ao mundo Yona! – Paul me disse.

- Que ótimo. – disse desanimada, mas não por acabar de descobrir que vampirostambém existiam. Algumas outras questões eram bem mais atormentadoras.

A ficha ia caindo aos poucos, e eu me afastava da casa de Emily. Não queria que nenhum dos meninos me visse chateada.

Eu me perguntava se Jacob estaria apenas me usando para esquecer Bella. Apesar dos beijos, das palavras... ele sempre continuava a me tratar da mesma maneira. E nunca, nuncacara, esquecia aquela Bella! Estava me cansando fazer parte do joguinho dele, de seu egoísmo. E o pior de tudo, é que eu não queria aceitar que alguém poderia ser tão cruel justo comigo. Se monstros existiam, porque não existir também os contos de fadas, o “felizes para sempre”?

Acabei voltando para a casa de Jacob. Não entrei. Me sentei atrás da oficina dele. Ainda não estava bem o suficiente para um contato social.

- Ahh Yona, sua burra! O que você veio cheirar aqui? – disse para mim mesma em voz alta, enquanto suspirava. Quem sabe dessa forma eu me convencia a tomar alguma atitude.

- Você devia tentar esquecer.

Assustei-me quando vi Leah surgir ao meu lado. Por um instante achei que era a voz da minha consciência. Olhei-a de cabeça baixa. Sentia minha chateação aumentar. Talvez essa fosse a hora de Leah escutar meus dez motivos para ela calar a boca.

- Está Satisfeita? – comecei a falar. – Quer dizer, não deve estar né?  Jacob não gosta de mim, mas também não gosta de você!

Ela deu uma gargalhada sarcástica.

- Calma aí. Não acredito que você acha que eu estou apaixonadinha pelo Jacob como você!- ela riu de novo. – Eu só te dei um conselho, garota. Além do mais, Jacob é um moleque... Nossa! Que idéia! Sei do que estou falando quando digo que você devia se afastar de Jacob. Esqueça isso. Pare de ficar tentando fazer com que as coisas dêem certo.

A forma como ela me impunha ordens estava me irritando.

- É? E como tem tanta certeza de que Jacob não é uma boa pessoa?

- Não é o Jacob, Yona... Tá legal!

Leah respirou fundo quase impaciente, sentando-se ao meu lado. Os olhos mudaram de forma, a cabeça virada para o outro lado, evitando me encarar.

-... Me identifiquei com você – Leah engoliu em seco. - quando chegou aqui. Já passei por todas as coisas que você está passando, e apaixonar-se por um lobo foi uma delas. Mas é uma fria. Um dia vem o imprinting e eles se vão. – a voz de Leah falhava enquanto dizia. – Já fui namorada do Sam, há alguns anos atrás... Até que veio o imprinting e arrancou ele de mim. – Leah me encarou, eu podia ver o sofrimento estampado em seus olhos marejados, e que ainda não havia cicatrizado. – Afaste-se de Jacob antes que seja tarde demais. Antes que aconteça o mesmo. Você não suportaria, suportaria?

A culpa que Emily sentia nas palavras dela de hoje cedo sobre imprinting... Leah do lado de fora da casa...  Tudo se encaixava então!

- Bem, eu poderia sofrer imprinting também, não poderia?

- Não acho que isso seja possível para nós. Imprinting serve para perpetuar a espécie, Yona. Nós não somos mais capazes. Vai dizer que você ainda continua a mesma de antes de se transformar?

Eu entendi.

- Não. – falei, mas parecendo um miado.

- Parece tudo meio injusto não?

Não consegui dizer nenhuma palavra.

- Nós somos um erro, Yona. Não era para ter acontecido isso com agente. – Leah se levantou. – Eu já vou indo. Tente não ficar pensando demais nisso.

Fui para dentro. Billy não estava em casa. Fui direto para o quarto de Jacob, e me deitei. Fiquei horas pensando no que Leah havia me dito. Billy chegou, saiu de novo, voltou... Sabia que eu estava lá porque havia deixado a TV num volume baixo. Mais tarde me chamou pra comer alguma coisa. Eu não quis. Billy não insistiu. Talvez a experiência em ter um filho lobo o fizera saber como lidar fácil comigo. Então anoiteceu. Ele foi se deitar. Jacob não retornava.

Talvez eu devesse esquecer Jacob, me afastar. Eu estava com medo das atitudes que poderia tomar, com medo de estar errada, de me arrepender, e além do mais, não queria tomar nenhuma atitude precipitada. Entristecia-me só o fato de ter que ir embora. Era como se algo me prendesse ali. Eu mesma estava me martirizando, reconhecia que aquilo tudo estava me fazendo mal, mas eu não queria parar.

Ouvi a porta principal se abrindo e obriguei meu corpo a se levantar. Abri a porta do quarto devagar, e espiei. No escuro, Jacob sentava-se no sofá, escondendo o rosto com uma das mãos. Aproximei-me.

- Oi! – disse friamente.

- Ainda acordada? – Jacob levantou o rosto para me encarar no escuro. Sabíamos que conseguíamos nos enxergar claramente. Ele estava exausto.

- É. – suspirei.

Ficamos em silêncio. Eu o encarava levemente encostada na parede. Tão distante dele dessa vez, mas não a distancia de espaço, Jacob estava longe de meu pertence, como daquela vez em que ele queria voltar para ver o casamento de Bella. Olhava-o ali, agoniado, ele havia abaixado a cabeça novamente, o que me deixou nos nervos... Pensando em Bella, com certeza, depois de ter passado a tarde inteira ao lado dela.

- Bella então não é? – ataquei.

Jacob sobressaltou.

- Yona eu não...

- Você não precisa me explicar nada. – cortei-o logo. Sabia que se o escutasse, logo me convenceria. – Só não deveria ter me dado esperanças. O que você fez foi covardia.

- Ah, qual é Yona!- Jacob avançou alguns passos até mim. - Você não sabe do que se passa comigo. NÃO me acuse, tá legal?

- Covarde! Você é um covarde. – falei devagar para que ele ouvisse bem todas as letras. Eu queria culpá-lo de alguma forma, e provocá-lo me parecia a maneira mais rápida e errada de fazer isso. – Boa Noite Jacob. – disse rápido quando o vi avançar mais alguns passos, segurando um abajur que por pouco não caiu no chão, enquanto ele passava entre uma mesinha e a parede com todo aquele corpo.

Tranquei a porta quando já estava dentro do quarto. Jacob tentou abri-la, mexendo com a maçaneta, depois pousou a cabeça nela, eu podia ouvir o cabelo roçando na madeira.

- Você sabe que eu posso facilmente abrir essa porta, não sabe? – ele riu.

- Eu sei. Não te subestimo. Vá em frente! O quarto é seu. Depois você resolve com seu pai, esse sim eu não subestimaria.

O silêncio.

- Você nem sabe das coisas. – ele de repente quebrou o silêncio. – Pare de supor. Bella é... minha amiga.

- É! E só você não consegue perceber isso. Vá dormir. Eu já disse boa noite.

Eu não queria me convencer com aquelas palavras. Leah poderia estar certa. Era melhor me afastar antes que eu me apegasse demais a Jacob. Antes que mais uma Emily da vida se sentisse culpada por mais um coração arruinado. O meu.


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