– Você demorou heim! – Disse Sam, fechando a porta do carro.

– Eu sei – Respondeu Freddie – O trânsito de Seattle é péssimo.

– Liga o ar-condicionado, por favor – Disse Cat – Estou morrendo de calor.

Freddie ligou o ar e pisou no acelerador do carro.

Sam observava o carro e, por curiosidade, perguntou:

– Esse carro é seu?

– Sim – Respondeu Freddie – Por que a pergunta?

– Por nada.

Sam percebera que a voz de Freddie estava mais grossa do que na última vez que eles se viram. E, o que Sam não poderia deixar de notar, era que ele estava mais forte. Ela queria perguntar se ele estava malhando, mas sentiu um pouco de vergonha:

– A Carly já chegou? – Perguntou Cat.

– Eu não sei. Acho que ela já deve ter chegado – Respondeu Freddie.

– Tomara – Falou Sam – Quero muito poder abraçar ela de novo.

– Eu também – Freddie olhou nos olhos de Sam – Eu também.

...

– Sinto muito Carly. Estou resolvendo uns problemas aqui no meu trabalho e não vai dar para sair agora. Talvez outro dia. Tchau – Disse Elliot na caixa postal de Carly.

– Pronto. Agora sim eu estou sozinha – Disse Carly a si mesma.

De repente, Carly ouviu um barulho. Vinha do primeiro andar:

– Spencer? – Perguntou Carly, calmamente – Linda?

Ninguém respondeu:

– Quem está aí?

Nenhuma resposta novamente. Então Carly saiu do seu quarto e desceu as escadas até o primeiro andar.

Chegando lá, ela olhou a sua volta. Não havia ninguém:

– Spencer, eu sei que você está aí – Disse Carly e, novamente, sem nenhuma resposta – Eu estou com fome Spencer!

Assim que terminara de falar, Carly ouviu o som do elevador subindo.

Já estava na hora né Spencer, pensou Carly.

Quando as portas do elevador abriram, Carly estranhou. Não havia ninguém lá dentro. Então, Carly resolveu voltar pra o seu quarto.

Crac. Carly, quando se virou para ver de onde veio o barulho, deparou-se com uma silhueta de alguém encapuzado segurando um celular vindo da clara janela da porta dos fundos. Ela, sentindo um pouco de medo, começou a se afastar. E, novamente, ouviu outro barulho. Era a porta da frente abrindo. Carly pegou um guarda chuva que estava na mesinha em frente ao sofá e se preparou pra lançar sobre alguém que estava entrando no apartamento:

– Calma! A gente veio em paz! – Disse Spencer, para o alívio de Carly.

– Ah, ainda bem que é você – Carly soltou o guarda-chuva.

– Quem você pensava que era? – Linda colocou as compras em cima da mesa da cozinha.

– Não sei.

Spencer pegou o guarda-chuva do chão:

– Sério que você ia atacar alguém com isso?

– Foi a primeira coisa que pode machucar que eu vi. Não tive culpa.

O celular de Carly tremeu. Havia uma nova mensagem:

Eu ia lhe fazer uma visita. Achei que você estava precisando de

companhia. Mas parece que não gostou muito, pois queria me

atacar com um guarda-chuva! Quem sabe da próxima, né Carly?

– Anonym

– Anonym...? - Carly estava mesmo certa. Tinha alguém a espionado, assim como no bar do aeroporto. E esse alguém estava na sua frente.

A sombra que eu vi poderia ser de outra pessoa, pensou Carly excluindo a mensagem e a ignorando novamente.

Carly foi até a cozinha para tomar café.

Linda ligou seu telefone em um pequeno alto-falante:

– Vamos tomar café da manhã escutando música – Disse Linda – Baixei novas músicas pelo itunes.

Uma clara lembrança veio à mente de Carly. Agora ela se lembrava de Linda, e não gostou da lembrança:

– Linda, vem aqui na cozinha, um momentinho? – Chamou Carly.

Linda foi até a cozinha, como Carly pediu:

– O que foi Carly?

– Qual o seu problema? Não aprendeu nada com alguns dias ou semanas de cadeia? – Carly não falou com a voz gentil que sempre usa.

Linda olhou para os dois lados e falou:

– Você está falando comigo?

– Pare de se fazer de sonsa Linda! Ou devo dizer Lauren Ackerman?

Os olhos de Linda (Ou Lauren, sei lá) ficaram arregalados. Lauren Ackerman era uma antiga professora de Carly. Ela havia namorado Spencer naquela época, mas eles terminaram, pois ele achava Lauren um pouco louca. Então ela descontou toda sua raiva na turma onde Carly estudava. E ela foi presa porque, quando estava namorando Spencer, ela havia dado a ele um pearpod com 15 músicas baixadas de forma ilegal na internet:

– Eu mudei meu nome quando eu estava na cadeia. Eu não passei muito tempo lá. Acho que foi só uma semana.

– Eu não perguntei nada disso - Carly interrompeu-a - Quero saber por que você está aqui e o que você quer com o Spencer. Quer fazê-lo sofrer? Ver ele magoado? É isso?

– Se eu quisesse fazer isso, eu já teria feito nesses cinco meses que estamos juntou - Linda chegou mais perto de Carly - Enquanto estava na cadeia, percebi a pessoa que eu fui quando namorei o Spencer. E não só com ele, mas com você e seus amigos. Eu amo seu irmão. Eu mudei, e peço que me perdoe por tudo que eu lhe fiz.

Linda estendeu sua mão para apertar a de Carly, mas ela recusou:

– Quero que me demonstre, pois falar é fácil.

Toc Toc:

– Carly, pode abrir a porta? – Disse Spencer, jogado nos sofá.

Ela caminhou em direção à porta, girou a maçaneta e, quando abriu, teve uma surpresa:

– Ahhhh! – Gritou Carly ao ver Sam e Freddie parados na sua frente – Eu não acredito! Eu sabia que vocês viriam!

– Quem não está acreditando sou eu em ver você de novo – Disse Sam – Depois de tanto tempo...

– Abraço em grupo! – Freddie as abraçou fortemente.

Carly e Sam fizeram o mesmo. Eles estavam mais felizes do que nunca:

– Esperem um pouco – Carly soltou Sam Freddie. Ela os observava atentamente – Caramba Sam, você tem uns peitões agora!

– Aff, não exagera – Disse Sam – Os seus peitos estão bem maiores.

– Eles não são tão grandes sim. Estou usando enchimento agora.

– Enchimento?

– Eu sempre usei. Atrai mais garotos pra perto de você.

– Já acabou a conversa sobre peitos e enchimentos? – Disse Freddie.

Carly o observou de cima pra baixo e ficou sem palavras:

– Freddie, você está tão...

Gostoso, pensou Carly.

–... Diferente – Carly usou outra palavra.

– Freddie, você viu onde está a Cat? – Perguntou Sam.

– Ela ficou lá na entrada.

– Me esperem aqui. Vou atrás dela. Já vou voltar.

Sam pegou as escadas e desceu até a entrada do prédio, deixando Carly e Freddie sozinhos naquele corredor:

– Eu senti muito a sua falta – Disse Freddie.

– Deu pra perceber. Quase todo dia você me mandava uma mensagem perguntando quando eu ia voltar – Carly deixou Freddie corando – Eu também senti a sua falta. Posso te fazer uma pergunta?

– Sim.

– O que você fez pra ter um corpo assim? Você anda malhando ou algo a mais?

– Só malhação mesmo.

– Hum, legal.

Eles ficaram poucos segundos em silêncio:

– Olha, está nascendo barba em você - Carly passou a mão na barba de Freddie - Você está virando homenzinho...!

– Cala a boca - Disse Freddie - Agora me dá um abraço.

Eles chegaram perto um do outro e se abraçaram. Carly começou a alisar a costa de Freddie. Ele não ligou, apenas continuou com o abraço que ele esperou um ano para dar.