Pov Elsa

Assim que entramos em casa eu me dirigi até meu quarto.

– Como vamos fazer com a roupa da mamãe? - Anna perguntou colocando a cabeça dentro de meu quarto.

– Coloca tudo aqui no meu quarto que eu já trato disso... - Eu respondi deitada na cama olhando para o teto.

– Prima, você nem se vai despedir da gente? - Punzie apareceu no meu quarto indignada e segurando a frigideira.

– Você ficou mesmo assim por Jack ter estragado seu vestido? - Flynn me olhou surpreso.

– Ele não fez por mal, mas o problema era que aquele vestido era único... - Eu falei sem os encarar.

– Eu conheço o Jack, ele vai fazer qualquer coisa para que não fiques triste! - Punzie disse e eu sorri de leve, me levantei e a abracei.

– Por vezes você é um pouco doidinha... - Eu comecei a falar e ela me lançou um olhar mortal e ameaçou me bater com a frigideira. - Mas eu gosto de você assim!

– Awww, acho que vou chorar! - Ela riu.

– Eu também quero um abraço... - Flynn falou e Anna abriu os braços. - Ehh, nada contra você, mas não é o seu abraço que eu quero... - Flynn sussurrou e Anna abriu a boca para protestar.

– Vou fingir que não ouvi isso... - Ela brincou e Flynn riu.

– Vem cá Flynn! - Punzie abriu os braços e Flynn correu até ela feliz como uma criança que acabara de receber um chocolate.

– Tá agora todos embora daqui, quero ficar um pouco sozinha... - Eu respondi empurrando todos para fora de meu quarto.

– Que menina mais insensivel! - Flynn falou e eu ri.

Fiquei vendo filmes no meu quarto até que Anna me chamou para jantar.

– Filha, você viu meu vestido vermelho? - Minha mãe perguntou e eu e Anna nos entreolhamos e engolimos seco.

– Deve estar para lavar... - Anna respondeu sem graça.

– Mas eu ainda não coloquei nenhuma roupa para lavar... - Minha mãe falou confusa.

– Não se preocupe, depois a gente o procura! - Eu falei e ela concordou.

– Então o que vocês fizeram hoje? - Meu pai perguntou e mais uma vez eu e Anna engolimos seco.

– Bom, a gente conheço muitos amigos da Punzie que vão frequentar a mesma escola que a gente... - Anna respondeu. Boa!

– É, sabia que Punzie e Jack se conhecem? - Eu perguntei colocando um pouco de arroz na boca.

– É verdade, eles e os outros são grandes amigos.... - Anna disse um pouco nervosa.

– O que se passa com vocês hoje? - Minha mãe achou estranho. - Vocês estão tão nervosas...

– Deve ser da escola... - Meu pai concluiu e eu e Anna afirmamos.

– Eu já estou cheia, vou subir e preparar as minhas coisas para amanhã... - Eu falei e comecei a arrumar o meu prato.

– E eu ainda tenho de arrumar meu quarto... - Anna fez a mesma coisa que eu.

– Tudo bem então... - Minha mãe falou fazendo uma cara confusa.

Subi para meu quarto, entrei na minha suite e tomei um longo banho. Quando voltei para o quarto e deixei meu cabelo secar naturalmente. Enquanto estava assistindo uma série, ouvi um barulho estranho na janela, olhei para lá e não vi nada, a luz de Jack estava acessa então talvez não fosse ele. Continuei a ver a série, era uma série americana que eu não conhecia mas parecia ser bem legal, e sinceramente acho que não estava com vontade nenhuma de caminhar até a varanda. Assim que a série acabou eu fiz uma trança em meu cabelo e me deitei na cama porém escutei aquele barulho na janela de novo então caminhei até lá e vi uma caixa com alguns flocos de neve desenhados, mas não vi ninguém lá então fiquei com medo de abrir.

– Isto não é nenhuma pegadinha pois não? - Eu perguntei, eu tinha um pressentimento que a pessoa que colocou aqui a caixa estava escondida em algum lugar, mas como ela teria conseguido colocar isso aqui? - Agora a caixa vai explodir e a minha cara vai se encher com um creme estranho, depois vocês vão me filmar e colocar isso na tv, certo?

– O mundo não gira só a sua volta não é mesmo? - Uma voz masculina falou bem perto de mim o que me fez bloquear.

– Como você entrou aqui? - Eu perguntei para Jack que tinha saido de tras de um vaso.

– A minha varanda e a sua são bem proximas uma da outra, então foi fácil vir até aqui... - Ele falou metendo as mãos nos bolsos. - Então vai abrir ou não?

– Tem certeza que não é nenhuma pegadinha? - Eu levantei uma sobrancelha e ele riu.

– Não, não é nenhuma pegadinha... - Ele respondeu rindo.

– Então eu vou abrir... - Eu falei e abri a caixa lentamente, assim que vi o meu vestido azul como novo eu abracei Jack, que pelos vistos não contava com isto visto que ele ficou meio paralisado e sem saber o que fazer. - Como você fez isso? Não me diga que também sabe custurar...

– Não, foi a minha mãe que o arranjou! - Ele sorriu. - Mas fui eu que o lavei. - Ele deu um sorriso convencido e eu lhe dei um beijo na cara fazendo ele bloquear de novo, eu estava gostando disso.

– Obrigada, eu vou entrar então! Tenho de me deitar cedo se não não consigo me levantar amanhã... - Eu falei e ia entrar dentro de meu quarto quando Jack me virou para ele e me beijou. Suas mãos estavam geladas, o que me fez um choque quando ele colocou suas mãos na minha cara.

– Você quer ir mesmo dormir? - Ele me perguntou com um sorriso meigo na cara e eu levantei os ombros. Na verdade eu não tinha sono nenhum. - É que eu tenho uma coisa para te mostrar!

– O que é? - Eu perguntei curiosa e ele pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos.

– Vem comigo! - Ele me puxou e pulou para a varanda dele.

– Jack, eu vou cair! E além do mais meus pais podem entrar a qualquer momento... - Eu falei hesitante.

– Elsa, sua mãe está assistindo a uma série e seu pai de certeza que está no quarto assistindo a um jogo de futebol... - Jack riu e eu arregalei os olhos.

– Como você sabe isso tudo? - Eu perguntei e ele riu ainda mais.

– No chat você sempre me disse o quanto sua mãe era louca por séries e seu pai por futebol, e já que hoje Inglaterra está jogando, acho que ele não iria perder esse jogo por nada... - Ele falou e eu concordei.

– Mas mesmo assim, eu posso cair... - Eu disse olhando a altura de minha varanda.

– Confia em mim! - Ele me olhou nos olhos e me estendeu a mão para eu a agarrar.

Eu hesitei por um momento, mas logo a segurei. Então ele pegou na minha mão e coloquei um pé cuidadosamente na varanda dele. Eu não vou descrever como consegui chegar lá, por que vai parecer muito estranho, então imaginem da maneira que quiserem, só vos digo que ele no fim pegou em mim e me colocou no chão.

– Viu, foi fácil... - Ele riu.

– É agora já sei como assaltar a sua casa! - Eu falei divertida e ele pegou minha mão e me puxou para dentro de sua casa.