Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 8
Capítulo 8




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Cochilo um pouco e acordo pingando de suor. A febre baixou. Preciso de um banho, e já me sinto forte o suficiente para fazer isso sozinha. Movo-me na cama, e escuto um grunhido, Buttercup estava em minhas pernas, chutei-o sem querer.

– Não está faminto?

Ele fecha os olhos.

– Que milagre!

Me levanto e pego um vestido qualquer dentro da gaveta. Opto por um verde, levemente acinturado, sem mais detalhes, apanho os itens que vou precisar e me dirijo ao banheiro. Encho a banheira com água morna, espalho o sabonete líquido produzindo espuma, e entro. Sei que água quente ajuda a baixar a febre então entro na banheira e mergulho, cabeça e meu corpo estão submersos. Termino meu banho e me troco no banheiro mesmo, não quero correr o risco de Peeta entrar no quarto enquanto me visto. Desço as escadas e o encontro no sofá assistindo, enquanto um cheiro forte de legumes permeia o ambiente.

– Oi - sento-me no outro sofá.

– Oi. Pensei que ainda estava dormindo.

– Hum ... Que cheiro é esse?

– São legumes: batata, cenoura, abóbora e beterraba ... Estão quase no ponto - ele olha em direção a panela e depois pra mim - acho que sei o que aconteceu com você.

– O que?

– Comida estragada. Tinha um frango velho na geladeira, você o comeu?

Assinto.

– Então .. Foi isso.

– Entendi.

Uma tensão predomina o ar. Nem na época depois dos primeiros Jogos, quando ele descobriu que o que fiz na arena foi para nossa salvação, nós nos tratamos com tamanha frieza.

De repente Buttercup pula no colo de Peeta o assustando, não consigo conter o riso.

– Da onde saiu esse gato? - ele fala depois de gritar e tirar Buttercup de seu colo.

– Ele estava lá em cima - eu falo rindo.

Buttercup deita aos pés de Peeta.

– É seu? - ele acaricia o gato

– Não - pauso por um instante - é da Prim.

– Ah - ele silencia e se levanta - ele é horroroso.

Eu rio. Enquanto Peeta caminha em direção a cozinha.

A hora já marca por volta das 7h da noite. Fico zonza ao ver como o tempo voou enquanto eu dormia.

– Vem comer - ele me chama da cozinha.

Levanto com rapidez e tudo escurece, fecho os olhos e caio no sofá.

– Ta tudo bem? Katniss? - ele está sentado ao meu lado, Buttercup pula em meu colo

– Ta sim é só - abro os olhos - que levantei muito rápido.

Antes que eu diga qualquer outra coisa, Peeta dá um tapa de leve em Buttercup:

– Sai daqui gato feio!

Eu dou risada, enquanto o bicho pula do meu colo mostrando os dentes para Peeta.

– Vem - ele me pega pelo braço apoiando a outra em minhas costas.

– Não precisa me segurar, eu to legal - respondo com rudeza.

Ele me segue, mais perto de mim como que para assegurar que eu não desmaiaria. Nós comemos em silêncio. Os legumes de Peeta estão ótimos, nem parecem ser feitos pelas mesmas mãos que me deram a sopa horrível mais cedo. Na mesa há copos e una jarra com água. Ele enche meu copo.

– Precisa se hidratar.

– Tudo bem.

– Come mais.

– Acho que já ta bom.

– Katniss você mal tocou na beterraba, tá comendo igual passarinho.

– Eu sou o tordo esqueceu? - brinco

– Não tem graça. Se você não estivesse comendo tao mal, seu organismo não teria ficado ruim desse jeito. Você precisa se alimentar!

– Ok. Ok - quero encerrar o sermão logo - vou comer mais.

Ele fica quieto, enquanto me sirvo de mais legumes.

– Peeta.

Seus olhos encontram os meus.

– Obrigada.

Ele apenas dá de ombros, e balança a cabeça. Voltando para seu prato.

– Você cuidou da minha perna e da minha febre enquanto estávamos nos Jogos. Real ou não real?

Esperava qualquer resposta. Mas essa me deixou desprevenida.

– Se com "cuidou" você quer dizer que te droguei com xarope de amora a resposta é sim. Real.

Ele sorri de lado.

– Eu me lembro da caverna agora. Da chuva, do xarope - ele pausa - do beijo.

Meu coração dispara, me fazendo travar e ficar em completo silêncio.

– Terminou? - ele aponta para o prato olhando pra mim, que nesse momento devo estar com a expressão de susto.

Então me lembro de responder.

– Ah .. Sim. Já.

Ele retira os pratos, e vai em direção a pia e começa a lava-los. Eu apenas o olho. Como ele pode dizer algo assim, tão profundo como se fosse a coisa mais natural? Como consegue mudar de assunto tao inesperadamente? Será que ele sabe que aquele beijo, o da caverna tem o mesmo significado pra ele que tem pra mim? Ou melhor, que teve. Não, não é possível. Esse não é o Peeta da caverna. Não é mais garoto do pão. É o tributo perturbado por flashbacks que a Capital usou para o torturar. Não podem ser a mesma pessoa. Eu volto pra sala, a tv ainda ligada começa a passar um documentário sobre os diferentes animais, eu me sento com o gato no colo. E vejo Peeta se aproximar.

– Você não precisava ter feito tudo isso.

– Eu sei - ele diz ainda de pé - mas minha consciência não ia me deixar em paz, se eu te deixasse aqui de qualquer jeito.

– Obrigada, mais uma vez.

– Precisar é só chamar. Então Katniss - ele bate as mãos - já ta tarde e …

Antes que eu possa escuta-lo, sinto a força da ânsia vindo e corro para o banheiro, despejando - mais uma vez - meu jantar no vaso. Estou de joelhos. Quando Peeta se abaixa até mim, passando as mãos em meus cabelos.

– Você pode ficar comigo? - eu sussuro.

– Está bem - ele olha em meus olhos, sorrindo.

Ele me ajuda a levantar, e eu peço que ele saia do banheiro enquanto lavo minha boca. Quando saio ele está na cozinha segurando novamente a tigela de porcelana.

– Ah não!

– Foi a única coisa que parou em seu estomago. Vem, vamos subir.

Deito em minha cama e ele me dá a sopa horrorosa, observa-me comer. Sem dizer uma palavra. Quando termino ele pega a tigela e se levanta.

– Durma. Eu vou estar lá embaixo, qualquer coisa me chama - ele acaricia minha cabeça e sai.

Eu quero dizer a ele que quero que ele fique aqui, comigo. Como nos velhos tempos. Me protegendo de pesadelos. Mas simplesmente eu o deixo ir, e durmo. Sabendo que por mais que ele não esteja com os braços em volta de mim, é a primeira noite que tenho Peeta por perto.


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