Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 6
Capítulo 6




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A semana se segue, e meus dias passam de modo repetitivo. Grease vem, vai, pesadelos, primroses, ligações de minha mãe e Dr Aurelius. Nada novo. Peeta não veio mais a minha casa, manda seus pães por meio de Grease.

– Katniss

–Oi Grace - sento no sofá vendo ela colocar vasilhas sobre a mesa.

– Amanhã é dia 26 e meu sobrinho-neto nasce.

– Que notícia boa - tento demonstrar animação.

– Ah sem duvida, crianças são bençãos- ela sorri empolgada - não sei se você se lembra que mencionei que na época em que o bebê nascesse eu iria passar uns dias com minha sobrinha no 2.

– Emily não é?

– Isso! Ela mesmo. Ela não tem mais a mãe e está muito insegura em como cuidar da criança, pediu minha ajuda por alguns dias - ela hesita um pouco - queria ver com você que ...

– Sabe que não precisa da minha permissão não é?

– Oh, sim - ela diz não muito convincente - é só que … Eu posso não passar o dia todo aqui, mas não me agrada deixa-la sozinha.

– Eu vou ficar bem - sorrio.

– Você tem certeza? Eu posso pedir a uma das minhas vizinhas que...

– Grease - a interrompo - está tudo bem. Eu posso me virar alguns dias sem você.

– Será até sexta-feira apenas, 5 dias - ela vem até mim, tocando levemente meu braço - quero voltar e te encontrar inteira, viu mocinha? - sorri

– Pode deixar. Comida tem, vou me virar.

Ela beija minha cabeça.

– Deixei o telefone da casa onde vou estar grudado na geladeira - ela respira fundo - Se cuida, Garota em Chamas - e se vai.

A noite se passa livre de pesadelos.

Tomo café - consumindo as torradas que Grease havia deixado nas vasilhas - enquanto assisto ao telejornal da Capital que mostra as novas construções que estão sendo feitas nos distritos, entre outras notícias. Por mais que seja apenas um "Bom dia" ou "Boa Noite" , sinto falta da pouca companhia dela. Saber que ela não vem me ver hoje me dá certo aperto no peito. Como fiquei tão emotiva desse jeito?

Imagino que neste momento ela esteja prestes a carregar seu sobrinho no colo, Bryan, ela havia me dito seu nome. Além de dizer-me várias coisas em relação a ele. Seu quarto estava todo decorado no tom do azul mais claro, com desenhos de carros, aerobarcos e trens. Tudo preparado com muito carinho para recebe-lo. Emily estava muito ansiosa pela chegada da criança, e descreveu para Grease - que por sua vez me contou - que a melhor sensação de sua vida foi sentir Bryan se mover dentro de seu ventre. Nunca desejei sentir isso, pra mim colocar uma criança nesse mundo era uma tortura, mas não podia descartar o fato que bebês trazem alegria por onde passam. Lembro-me vagamente de Prim dando seus primeiros passinhos, e como aquilo era engraçado pra mim, vê-la cair e tentar de novo, em direção aos braços da minha mãe. A memória desses poucos momentos de real felicidade que tínhamos faz lágrimas descerem sob meu rosto. E decido - mais uma vez - cuidar das primroses do jardim.

Além das flores decido cuidar da minha casa, limpo o meu quarto - apenas o meu, porque não entro no que pertencia a minha mãe e Prim - ,o banheiro, a cozinha e a sala. Já é hora do jantar, e procuro algo pra comer. Encontro uns pedaços de frango com rodelas de cenoura na geladeira. Os esquento no aparelho que ainda é novidade para mim - micro-ondas- e janto.

A noite se passa mais uma vez sem pesadelos, mas acordo com uma dor latejante em meu estômago. Não se parece com fome, mas me lembra a dor que senti uma vez, pouco antes de me tornar mocinha de fato - uma cólica angustiante. Minha mãe as tinha todos os meses, mas comigo não era assim. Tento me lembrar o que ela usava para aliviar, mas nada me passa pela cabeça. Não levanto da cama, e adormeço novamente. Acordo e o relógio marca por volta das 13h, a fome me atinge e com dificuldade desço até a cozinha. Abro o armário e encontro alguns biscoitos, antes de conseguir por um deles na boca meu estômago reage fazendo vômito subir com velocidade. Consigo correr até o banheiro perto da sala e me apoio no vaso. O pouco da janta anterior que havia em mim agora não passa de restos. Limpo minha boca, volto pra cozinha, me sinto fraca. Pego uma garrafa d'água na geladeira e me deito no sofá. A possibilidade de comer qualquer coisa não existe mais. Não consigo dormir, então passo a tarde sentindo dores na barriga e bebericando a água. Como 3 biscoitos, mas em menos de 5 minutos, eles acabam tendo o mesmo destino que meu jantar.

Acabo cochilando, e me desperto com o som ensurdecedor do telefone zunido em meu ouvido. Fraca, não consigo chegar a tempo de atender e por fim, quem quer que seja que estava ligando, desiste. Subo para o meu quarto com objetivo de tomar banho, mas sinto uma tontura tão forte que tropeço e caio na beira da cama. De joelhos opto por apenas me levantar e deitar, se eu for pro chuveiro posso cair lá e me machucar. Deito na cama, Buttercup aparece e se aconchega ao meu lado, me enrolo com o lençol e ainda sinto frio. Estou incapaz de pegar mais uma coberta, então durmo assim mesmo.

Meu sono se torna tão pesado que nem sou capaz de dizer se sonhei ou não, sei que quando acordo o travesseiro e o lençol estão perdidos no chão do quarto.

"bam bam bam" Escuto batidas.

"bam bam bam" Ecoam na minha cabeça fazendo-a latejar.

"bam bam bam - Katniss!". Alguém me chama.

Mais batidas, mais chamadas.

Leva um tempo até que eu perceba que alguém bate na minha porta.


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