Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 4
Capítulo 4




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Dessa vez estou na floresta, está escuro e posso ver a lua brilhando e tentando iluminar as densas arvores que impedem qualquer tentativa de passagem de luz. Está frio. Minha respiração forma uma fumaça quando solto o ar pela minha boca. Escuto um barulho, mas não posso identificar sua direção. Escuto outro e mais outro, viro minha cabeça em todas as direções tentando em vão ver quem - ou o que - esta por aqui. Então um coelho todo branco e peludo passa por mim correndo, eu sorrio e suspiro aliviada, então mais um passa e outro, logo vários deles estão correndo. Não como se brincassem, mas fugindo. Eles estão fugindo. Meu instinto me avisa que preciso fugir também, me viro para correr na mesma direção que eles tomam. Mas é tão difícil me movimentar. O vestido. É longo, pesado, e totalmente lindo. Meu vestido do falso casamento que Cinna havia feito, ele me impede de correr com mais rapidez. Mas mesmo assim eu o ergo e corro o máximo que posso. Fugindo de algo que não sei. Preciso seguir os coelhos. Mas eles somem e então eu estou novamente perdida. Preciso continuar correndo em qualquer direção. "Katniss", meu nome. "Katniss", alguém sussurra. "Katniss" mais vozes. "Katniss. Katniss. Katniss" as vozes fazem meu coração disparar e eu tropeço. Logo elas aparecem e me atacam – as mutações da Capital, aquelas que pareciam répteis e humanos – não sei quantas são, eu me debato e grito o mais alto que posso. Sentindo o sangue escorrer de minha pele, quente e manchando o branco do meu vestido. Elas me rasgam, mastigam meus membros, eu berro, esperneio e acordo. E vejo os cães que correram até mim e Peeta. Um close é dado no rosto deles, ferozes e sedentos de sangue. Num piscar de olhos não identifico se aquilo ainda é sonho, ou se eles estão na minha frente prontos pra me atacar. Grito e corro porta a fora. Caindo, ainda berrando no jardim. Então me apercebo que era mais um pesadelo. E que os cães eram na verdade, apenas uma reprise dos meus jogos na televisão. Nada real. Mas parecia tanto. Podia sentir o bafo de seus latidos no meu rosto. Meu braço está cortado, sento no chão. Tremendo, suando e analiso meu machucado que consegui com meu tombo.

– Katniss!

Peeta aparece do meu lado. Como ele chegou aqui tão rápido?

– Katniss! O que aconteceu? - ele grita - quem está lá? - aponta pra minha casa.

– O que houve? - Haymitch grita com o rosto franzido enquanto sai de sua casa amarrando um roupão. Bebida na mão.

Eu tento explicar. Tento dizer. Mas me torno uma Avox. Como no sonho da noite retrasada.

– Katniss! - ele grita

Haymitch entra na minha casa, com a faca em punho

– Não- finalmente consigo pronunciar – não ...Pr-pre-precisa. - estou ofegante.

– Não tem ninguém lá? - Peeta pergunta

Faço que não com a cabeça. Haymitch se aproxima de nós, eu ainda sentada no chão, meu braço escorrendo sangue. Ele se abaixa, guarda a faca, coloca a garrafa no chão e limpa meu ferimento com seu roupão, acariciando minha cabeça.

– Pesadelos?

Eu assinto.

– E eles apareceram na tv, estavam perto, tão perto - eu gesticulo, ainda tremendo.

– Shhh … Não há nada aqui além de Peeta e eu. Olhe.

Peeta fita meus olhos.

– Ele tem razão. Tá tudo bem.

– Vamos – Haymitch se levanta e me ajuda a ficar de pé - vamos cuidar desse braço.

Nos dirigimos até minha casa. Peeta volta para a dele. Eu olho pra trás enquanto Haymitch me segura pelo braço, querendo que ele viesse conosco. Mas ele esta apenas de costas. Entrando em sua casa.

Me sento na cadeira apoiando meu braço na mesa. Haymitch molha um pano na pia, logo ele o apoia sobre meu braço. Limpando o ferimento. Eu seguro o pano.

– Tem gelo aqui?

– Porta de cima – aponto para a geladeira.

Ele abre, encontra os gelos. Coloca num copo e despeja sua bebida.

– Pensei que ia por no meu braço.

– Isso você pode fazer sozinha - toma um gole.

– Obrigada - digo levantando o pano úmido de meu braço.

– Eu que agradeço - ele ergue a bebida - nunca me lembro de repor os estoques de gelo.

Escuto uma batida na porta, e me levanto pra abrir. Deve ser Grease trazendo meu café.

– Eu abro. Vá procurar um curativo – Haymitch diz.

Eu o obedeço e encontro no armário uma caixa com gazes, da época em que minha mãe e Prim tratavam os feridos aqui. Gale vem em minha memória. Quando me viro, encontro Peeta com uma cesta em mãos.

– Pão de queijo? - ele me oferece – Não estão muito frescos mas ainda macios - coloca a cesta na mesa.

– Deixa eu só por a gaze no braço

– Enquanto isso faço o café - ele anda livremente pela cozinha, já sabendo onde fica cada coisa. Ele a conhece melhor do que eu.

Subo as escadas. Termino de lavar meu machucado e arrumo a gaze em volta do braço.

Peeta bebe leite. Enquanto Haymitch come pão com vodka. Não consigo disfarçar minha estranheza com a combinação dele.

– Pra você tem café - ele aponta - e para de me olhar desse jeito - fala com a boca cheia.

Comemos em silêncio. Logo Haymitch se levanta, saindo sem se despedir levando meus cubos de gelo. Deixando Peeta e eu.

– Vai comer mais?

– Não. E obrigada.

– Então vamos! - ele se levanta colocando os copos na pia, e cobrindo os pães restantes com um pano de prato.

– Vamos?! - me surpreendo.

– Suba e vista um casaco leve, ainda está um pouco frio.

– Eu não vou sair.

– Vamos Katniss

– Qual foi a parte de "eu não vou sair" que você não entendeu? - sem intenção acabo sendo rude - Eu preciso descansar Peeta e...

– Descansar? De que? Da sua rotina super cheia e desgastante?

Eu o olho com raiva.

– Vamos Katniss - ele suaviza sua voz - é só uma volta. Vai ser rápido.

Eu analiso a proposta. E subo para o quarto pegando um cardigã. Visto-o, encontrando Peeta na porta.

Sem dizer mais nenhuma palavra nós saímos.


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