Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 24
Capítulo 24




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Saio do banho e escuto Peeta chegando acompanhado de Greasy Sae.

– Oi Katniss!

– Oi Greasy

– O coelho já está na mesa, preciso ir.

– Tão cedo?

– Ah, é que hoje recebo clientes! No trem de hoje cedo veio alguns homens da Capital, para trabalharem na construção da fábrica, e eles ouviram falar sobre minhas sopas, e pediram para que eu preparasse para eles.

– Parece que o Doze está cheio de visitas hoje – Peeta exclama segurando nosso livro, sua voz soa diferente, como da primeira vez que conversamos depois de seu tele-sequestro

– Sim – Greasy desvia minha atenção – então já vou indo, bom jantar – e sai visivelmente empolgada.

Sento na mesa me servindo, enquanto ele continua a folhear o livro, apanha seu estojo e continua a fazer os traços de Rue.

– Não vai comer?

– Sem fome – responde friamente

– Pelo menos me acompanhe.

– Eu comi um pouco de pão no antigo Prego – ele continua olhando fixamente para o livro, concentrado (formando o vinco entre seus olhos) no desenho – vou só terminar aqui e já vou indo.

– Indo? - me assusto – indo pra onde?

– Pra minha casa – ele não olha pra mim

– Mas – não entendo – porque isso agora?

– Isso o que Katniss? - vejo frieza e seus olhos parecem nublados novamente – Preciso pedir sua permissão pra ir a minha casa?

– Não! - grito – Não precisa – me levanto – na verdade, vai me fazer um favor, me devolve meu livro e pode ir agora.

– Seu? Achei que era nosso.

– Achou errado, se vai me tratar assim, o livro é só meu – puxo-o de sua mão.

Ele sorri – um sorriso de descrença. Com se enxergasse uma menina de 8 anos em sua frente. Eu desvio meus olhos dos dele, e então quando ele finalmente sai, fico sozinha tentando entender o que foi que acabou de acontecer.

Estou em cima de uma árvore, amarrada como ficava quando dormia sobre elas nos jogos. Eu canto - involuntariamente - a canção do vale, e a minha frente está minha antiga escola. Pela janela é possível observar minha antiga professora junto com os alunos acompanhando minha canção, ela sorri e gesticula de acordo com o ritmo da musica enquanto as crianças a acompanham. Elas sorriem, e batem palmas. Até que identifico Prim no meio delas. Feliz, tranquila em paz, ela me vê através da janela e dá o mais belo de seus sorrisos. Vultos brancos passam ao redor da escola. Pacificadores. Eles estão num grande grupo, e possuem armas em punho. São liderados por um homem jovem, alto de cabelos castanhos. Ele veste uma roupa que não me é estranha. Então o reconheço: Gale. Ele dá ordens para que eles fiquem em volta do prédio. E eu os vejo retirarem granadas de seus bolsos.

– Não! - berro - Gale não! São crianças!

Ele não me ouve. E atira a primeira bomba. E mais rápido que um piscar de olhos, o fogo das explosões se alastram, e então vejo o corpo das crianças em chamas. Consigo finalmente me livrar das malditas cordas e pulo, batendo os joelhos violentamente no chão. Corro em direçaã a escola, desesperada para fazer qualquer coisa que seja de ajuda. Mas alguém me derruba, a força sobre meu corpo me faz ter dificuldades para respirar. Sou levantada, e minhas mãos presas nas costas, sinto meu pulso doer, como se fosse quebrar. Estou imobilizada.

– Me larga - as lágrimas quentes escorrem por minhas bochechas

– Não! - a voz dele grita em meu ouvido, o mesmo que quase ensurdeceu na arena – você tem que ver - ele me aperta - veja! É isso que você causa por onde passa: Destruição. Morte.

– Peeta - minha voz aguda e embargada pelo choro imploro - por favor! - me debato.

E quando não há nada mais além de chamas tomando a escola inteira. Ele me joga no chão com violência, e me chuta.

Acordo assustada. Suando e chorando, como sempre ocorre quando tenho pesadelos. Me falta o ar, então corro pra janela a fim de respirar. Buttercup aparece roçando-se em minhas pernas, eu o apanho em meu colo fazendo carinho. Observo a casa de Peeta, e tudo permanece no completo escuro. Mas na de Haymitch, quase todos os cômodos possuem as luzes acesas. Alimento Buttercup. E em seguida apanho meus instrumentos de caça e me dirijo à casa de Haymitch.

– Haymicth! - bato na porta – Haymitch!

Ele abre, me dá as costas e segue à cozinha. Quando o sigo observo que ele tentou limpá-la, mas tudo não passa de pura gordura.

– O que está havendo? - vejo panos e produtos de limpeza.

– Hoje é dia de faxina! - ele grita.

– As 5h da manhã? - eu rio

– Me desculpa Tordo – ele faz uma reverência – Esse horário é apenas para visitas, não é mesmo? - ele segura uma vassoura, me fazendo rir mais ainda – Pesadelos? - ele pega uma bucha com água para passar no fogão

–Sempre .

– Ah, mais havia noites no trem da turnê que você não os tinha, se eu não me engano – ele ri cinicamente – era quando ….

– Chega! - o interrompo – Eu vim avisar que Hazelle voltou para o Doze, e ela aceitou voltar a limpar sua casa.

– Ah! Ótimo. Mas diga a ela que vai ter pouco trabalho – ele segura a bucha apontando para a cozinha que ele acha que limpou

– Você bebeu? - eu falo rindo

– Não - ele meneia a cabeça – não, desde ontem.

– Você é muito mais divertido sóbrio – observo-o esfregar a bucha no fogão, e a gordura apenas se espalha – Céus Haymitch! Nunca limpou nada em sua vida? - me aproximo e tomo a bucha de sua mão – deixe-me te ajudar.


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