Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 13
Capítulo 13




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Em casa, busco um pequeno cobertor no quarto e me acomodo no sofá. O sol brilha pela janela, fazendo as primroses irradiarem ainda mais sua beleza, mas mesmo assim sinto calafrios por todo o corpo. Não ligo a televisão. Apenas penso em tudo o que vem acontecendo nos últimos dias. Peeta as vezes parece o mesmo, então, instantes depois ele se comporta como um completo estranho. E a cena dele tendo seu flashback hoje não sai da minha mente, assim como a culpa instalada em meu coração. A discussão com Haymitch desencadeou isso, o que me faz minha raiva surgir. Tentamos ajuda-lo e é dessa forma que ele retribui? Tudo bem que ele não anda em seu juízo perfeito, mas suas palavras "você eu até acredito, mas ela?" " você veio apenas de brinde", ele não poderia se tornar mais desprezível!

Peeta chega minutos depois,com a sopa em mãos. Nos sentamos no sofá enquanto tomo o líquido horrível.

– Haymitch não deveria ter dito aquelas coisas – eu digo enquanto assopro

– Não foi culpa dele, Katniss

– Mas as coisas que ele disse Peeta...

– Ele não é o culpado.

“Claro que não é, sou eu” penso

– Mas de certa forma deu início ao seu flashback

– O único culpado disso tudo é Snow, e aliás como Haymitch levaria culpa pelos meus flashbacks, se ele nem aparece em nenhum deles?!

– Então a culpa é minha – olho para o chão

– Você está surda ou o que? - ele se irrita – a culpa é do Snow, e ponto final. Chega desse assunto. Você é muito teimosa!

– Eu sei – me levanto para levar a tigela até a pia, então ele a pega bruscamente de minha mão

– Deixa que eu levo – e se retira

A atitude dele me incomoda, e decido evitar conversa. Ligo a televisão e me deito no sofá.

– Katniss eu vou indo, tudo bem se eu voltar mais tarde com o resto do peixe do almoço, pra jantarmos?

Eu apenas dou de ombros, permanecendo com os olhos na tevê. Sei que é infantil o comportamento que estou tendo, mas não consigo evitar.

– Ei! Estou falando com você – ele sobe o tom de voz

– Tanto faz Peeta – o nome dele sai da minha boca de um jeito mais agressivo do que eu mesma esperava.

Ele suspira demonstrando impaciência, e sai.

O telefone toca.

– Alô?

– Olá Katniss!

– Oi Dr Aurelius

– Como vai minha paciente favorita?

– Aposto que todos seus pacientes são favoritos

– Realmente, demonstrar favoritismo não é de meu perfil – ele ri- enfim, como você está?

– Melhor

– Hum, a resposta me agrada. Tem cuidado de seu jardim?

– Uhum

– Saído?

– Mais ou menos.

– Pesadelos?

– São meus novos amantes, estão comigo quase todas as noites

– Você disse quase?

– Disse

– Então já temos um progresso

– Eu fico melhor a cada dia – digo forçadamente

– Não precisa exagerar querida – sua risada soa novamente – bom, nos falamos na semana que vem então

– Ok – digo ansiosa para encerrar a conversa e desligo antes que a despedida se prolongue.

No canal em que parei, passa-se vídeos sobre plantas. Meus olhos ficam atentos, mas minha mente se volta para o livro da família. Todos os momentos em que o construímos passam pela minha mente. Eu e meu pai colando folhas que encontrávamos na floresta, e escrevendo as especificações ao lado, minha mãe e Prim discutindo qual era a função médica de determinada erva, Peeta e eu – ele desenhando e eu o observando – todos esses momentos se reconstroem em minha cabeça e me motivam a pegar o livro. Eu o folheio, leio, admiro e até choro. E finalmente cochilo.

Desperto com Peeta batendo na porta e entrando com nosso jantar. Ele nada diz. Nós comemos em silêncio, limpamos a cozinha em silêncio, e da mesa maneira voltamos pra sala. Onde eu penso que ele vai se despedir.

– Lendo um pouco? - ele pega o livro e o põe sobre seu colo, enquanto senta

Dou de ombros.

– Cada informação dele tem um significado especial pra mim.

Ele folheia, e para em cima de uma das ervas que descrevemos juntos.

– Você ainda desenha?

– Sim, Dr Aurelius me incentivou muito a fazer isso, na verdade eu só parei de pintar, decorar e desenhar no período em que estive na Capital.

Eu assinto. Não há muito o que dizer. Depois de nossa quase discussão mais cedo, o correto seria pedir desculpas, mas não sinto que fiz algo pelo qual deva pedir seu perdão.

– Olha – ele dirige seus olhos azuis a mim – não se culpe pelo meu tele-sequestro na Capital ok? Eu sei Katniss, que acha que o que aconteceu comigo, e com todos os outros é responsabilidade sua, mas não é. O que você fez foi livrar Panem de um sistema autoritário, por fim aos Jogos, como o tordo você não libertou só a si mesma, mas uma nação inteira. E principalmente a mim – ele se aproxima um pouco mais – Você me salvou Katniss, várias e várias vezes, se não fosse por sua exigência eu teria morrido na Capital, e pior – tenho a impressão de ver seus olhos marejarem – ia morrer achando que você tinha feito isso, que ia ser culpa sua. Sabe o quão difícil pra mim é evitar os flhasbacks em que você tenta me matar? E quando volto a sanidade você se culpa por isso! Não é sua culpa, me entendeu? Não é.

– Peeta – seguro minhas lágrimas – se salvei você, foi porque naquela chuva alguém me jogou aquele pão, que me deu forças pra continuar. Eu nunca teria feito nada sem você.

– Você mesma disse – ele sorri de lado – que é o que fazemos

– Salvamos um ao outro – falamos juntos.

Nossos olhares se mantém por um longo tempo, eu queria poder congelar esse momento, em que minha amizade com ele se reestrutura, como se estivéssemos de novo no trem da turnê e tínhamos um ao outro para segurar a barra pela qual passávamos.

– Eu vou pra minha casa, tomar um banho e... - ele se levanta

– Você volta? - as palavras escapam da minha boca antes que eu parasse para pensar

– Não sei se é uma boa ideia

– Ah sim, é claro, não sei nem porque disse isso – a vergonha toma conta de mim com uma força impressionante

– Não Katniss, eu disse isso, porque quando os flashbacks ocorrem durante o dia, a noite também aparecem e não quero te assustar

– Eu não tenho medo de você Peeta – seguro sua mão

Ele respira fundo, beija minha cabeça e sussurra:

– Já volto então – e sai pela porta.


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