Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 12
Capítulo 12




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Ele está molhado de suor, seus cabelos caem em sua testa e seus olhos estão vermelhos. Ele respira ofegante, cansado. Trêmulo.

– Katni...

Antes que ele termine de dizer meu nome, me jogo em seus braços e o abraço o mais forte que posso, para sentir que ele está aqui. Não consigo segurar e me permito chorar, sentindo seus braços envolverem minha cintura.

– Você estava - eu soluço – estava...

– Shh - sua mão acaricia meus cabelos - eu estou bem, acabou, ok?

– Mas ...

– Já passou, já passou

Me afasto me sentindo envergonhada por ter agido de forma tão impulsiva ao abraça-lo. Ele nada diz, apenas passa a mão em meu rosto secando minhas lágrimas que começam a parar.

– Por isso pedi que você fosse embora.

– Minha consciência não ia me deixar em paz, se eu te deixasse aqui desse jeito - repito suas palavras.

Ele sorri

– Bem eu - ele olha para a despensa, que está completamente em desordem - preciso arrumar aqui, se quiser já pode ir indo, eu to legal.

– Vou te ajudar - digo já entrando no pequeno espaço

– Você não precisa fazer isso.

– Mas eu quero - abaixo e começo a colocar no lugar algumas latas de ervilhas que caíram.

Peeta nada diz e apenas começa recolher do chão e por numa sacola os produtos que abriram e caíram.

– São sempre sobre mim? - pergunto enquanto organizo as batatas.

Ele acena que sim com a cabeça, aquilo me incomoda, mas eu já sabia que seria essa a resposta

– Como foi? O de agora? - me interesso

– Katniss, eu não acho que seria bom te dizer...

– Por que não?

– Porque não é nada agradável.

– Peeta - eu paro o que estou fazendo e ele olha pra mim segurando a sacola - eu quero te ajudar também. Como vou fazer isso se você não me deixar entender o que foi que a Capital distorceu?

– Ok - ele respira fundo, e continua seu trabalho desviando o olhar - a Katniss do flashback me atacava, na verdade me empurrava em vários cacos, eram cacos de vasos de porcelana. Que faziam minhas mãos jorrarem sangue, e gritava comigo, mas o que ela dizia eu não me lembro.

– Isso foi real Peeta - eu paro, ainda um pouco chocada.

– O que? Real? - ele vira pra mim

– Bom, não assim mas... - me sinto envergonhada

– Me explica Katniss

– Olha, isso aconteceu depois da nossa primeira entrevista com Caesar Flickerman. Eu fiquei muito zangada com o que você havia dito sobre mim, e então na primeira oportunidade em que te vi, empurrei você no chão e sua mão cortou com um vaso de porcelana. Foi desse incidente que a Capital tirou esse meio de tortura.

– O que eu disse? O que eu disse na entrevista que te irritou tanto assim?

Sinto meu rosto queimar, e me viro para as prateleiras evitando aqueles olhos.

– Ah .. você ainda tem os vídeos? Dos jogos?

– Tenho, mas nunca os vejo. O Dr Aurelius disse que ver o que aconteceu na arena pode não vai me fazer bem, e particularmente, não sinto um pingo de vontade.

– Onde eles ficam?

– Na sala mesmo.

– Deixa-me te mostrar algo.

Saímos da despensa - terminando de organizar o pouco que faltava - e na sala, coloco na tv nossa primeira entrevista, primeiro a minha, depois a dele. Peeta mantem os olhos vidrados, como se estivesse vivendo o momento pela primeira vez. Meus olhos se fixam nele. Acaba a entrevista, e desligo.

– Eu ... eu disse isso para Panem inteira?

– Disse.

– Uau - ele expressa surpresa

– Eu pensei que estivesse zombando de mim, me fazendo parecer fraca para o país inteiro. Mas na verdade você me fazia um favor, um elogio, foi aqui que começou a salvar nossas vidas. A ideia de um casal atrairia muitos patrocinadores, que forneceram recursos básicos pra gente, como remédios e comida. Mas na época eu achei que era uma ofensa, e por isso eu te ataquei.

– Você não sabia da ideia de, como disse ai? "Amantes desafortunados"?

– Acho que a minha cara de surpresa responde sua pergunta.

– Haymitch sabia?

– Eu não sei - a verdade era que até hoje, eu não sabia se a ideia havia partido de Haymitch ou se Peeta estava apenas sendo sincero num momento conveniente

– Bom, eu parecia bem sincero

Seu comentário me faz estremecer, fico sem saber o que responder.

– Sua entrevista também foi muito boa.

– O que? Eu estava patética! - rio

– Não diria isso, estava bonita.

– Obrigada - sinto novamente meu rosto queimar, e um frio inesperado na barriga - acho que .. que agora eu já vou - me levanto do sofá, enquanto Peeta me acompanha até a porta.

– Tchau Peeta, e obrigada por tudo - apertamos as mãos

– Meu Deus Katniss - ele coloca a mão sobre minha testa - sua febre voltou.

– Não é a toa que estou com frio então – culpo a febre por ser responsável por todos calafrios que tive perto dele

– Faz assim: vai indo pra sua casa, faz repouso, e eu já te levo a sopa quente.

– A sopa? - faço cara de nojo

– Sem reclamar.

– Ta legal, ta legal - saio em direção a minha casa escutando seu riso, e mesmo queimando em febre, sinto algo diferente queimando dentro de mim, dentro do meu peito, como uma pequena fagulha.


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