De repente é amor escrita por ladytitania


Capítulo 2
Admirador secreto


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada eu gostaria de deixar claro que a história está fora do contexto do mangá/anime, então não esperem que haja pactos e demônios rsrs.
Eu ainda não tenho a certeza de quantos capítulos terá a história, mas vou postando conforme eles forem surgindo na mente.
Espero que gostem...



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Os olhos castanhos de Sebastian passavam uma incrível serenidade, Ciel se via hipnotizado por eles e não somente pelos olhos, mas também por todo o conjunto de rosto, a delicadeza das mãos ao tratar seu machucado, a maciez de sua voz, enfim, ele era inacreditavelmente perfeito em tudo.

Depois de terminar o curativo, Sebastian desdobrou com calma a barra da calça do menor, o ajudou a descer de sua mesa também, não que isso fosse necessário, mas a forma doce e prestativa com que tratava Ciel o fazia se perder ainda mais em pensamentos que nunca tinha tido até então.

_Mais uma vez eu agradeço pela sua bondade em cuidar do meu ferimento. – Disse Ciel sentindo seu rosto em chamas.

_Isso não foi nada... – Dizia o Professor ao notar a coloração diferente na pele de seu aluno – Mas eu temo que você possa estar com febre. – Completou ele ao colocar uma das mãos na testa do rapaz, erguendo assim os fios acinzentados de sua franja com cuidado.

_N-não... Eu só me sinto um pouco envergonhado por dar tanto trabalho assim ao Professor. – Disse o rapaz evitando o olhar do maior.

_Não precisa se preocupar, afinal, o que eu faria se não soubesse ao menos cuidar de meus alunos? E, como eu já disse anteriormente... Me Chame de Sebastian. – Disse ele ao mostrar um leve sorriso, ainda com o corpo curvado, para assim pode fitar o pequeno mais de perto.

_S-sim... Sebastian. Eu tenho que ir, já terminei de limpar a sala... Até mais. – Disse Ciel e saiu o mais rápido possível da sala, antes que pudesse ter uma crise de arritmia em virtude dos olhares penetrantes de seu professor.

_Até mais Ciel. – Respondeu o mais alto inclinado levemente a cabeça para a direita e sorrindo mais uma vez, enquanto Ciel corria mais que o diabo da cruz.

Ao sair da sala, Ciel caminhava a passos largos em direção a saída da escola, seus sentidos estavam aturdidos bem como seu coração que parecia estar prestes a dar um pulo pela boca, mas depois de chegar até o jardim, próximo aos portões da escola, já pôde pensar com mais clareza e começou a viajar em meio aos seus devaneios... Imaginava se os sorrisos do professor poderiam ser porque ele o achava especial de alguma forma.

Como um bobo, andava sorrindo e nem percebeu que estava sendo observado...

_Hey mocinha. – Disse Elizabeth chamando-lhe a atenção.

_Eu estava tão feliz com meus pensamentos, mas sempre tem alguém pra estragar momentos alegres... Olá Gorila-san. – Respondeu ele cumprimentando-a de forma igualmente irritante.

_Eu não sou bruta como um gorila, você é que tem esse jeito “fofinho” de ser. – Retrucou ela furiosa.

_Nem vou argumentar mais, mas me diga... O que faz aqui sozinha? – Perguntou ele se sentando ao lado dela em um dos bancos que ficavam nas laterais da passagem que cortava o jardim.

_Eu gosto de ver as violetas floridas. – Respondeu ela com o olhar vazio, como quem procura algo perdido no horizonte.

_Não tive o prazer de conhecer esse seu lado meigo antes e fico feliz que ainda lhe resta alguma feminilidade. – Observou ele inalando o cheiro das poucas flores que se faziam presente no início de primavera.

_Ninguém costuma usar maneiras ásperas de tratar os outros por simples opção, muitas vezes isso vem como conseqüência de experiências difíceis que acumulamos no processo de nossas jornadas por esse mundo frio. – Afirmou ela ainda com o rosto sério, mas agora de olhos fechados, sentindo a suave brisa do entardecer.

_Sério... Você não está normal hoje. Aconteceu algo? – Perguntou ele diante da forma melancólica como as palavras escapavam da boca da loira.

_Isso não importa, não a você já que, ao contrário de mim, está em uma fase bem mais feliz. Apaixonado. – Respondeu ela se levantando e caminhando adiante dele em direção aos portões de saída.

_Não aja como se eu não me importasse com você. – Disse ele segurando-a por uma das mãos – Se eu estou perguntando é porque quero te ajudar com o que puder, afinal, você me ajudou quando eu estive em dificuldades. Se não quer minha preocupação pela nossa amizade, aceite pelo menos em retribuição pelas vezes em que esteve ao meu lado... Nas vezes em que ninguém mais estava.

Ao dizer essas palavras, Ciel estava ainda a segurar a mão de Elizabeth, ela pôde sentir o calor vindo da mesma e também constatar que, mesmo sendo fraco e miúdo, ele ainda era um rapaz e sua mão era maior e mais firme que a dela. Pôde também sentir o olhar dele que estava investigando o seu, como se procurasse ver pelas janelas de seus olhos o que se passava em seu interior, mas ela, mesmo surpresa pela atitude dele, respondeu de forma cômica a fim de sair daquela situação sem que ele percebesse o que aquele simples ato tinha feito ao seu coração...

_Amizade? – Risos – Quem disse que eu deixaria uma florzinha como você ser meu amigo? Saiba seu lugar... Namoradinha do Professor.

_Hey! Eu estava aqui tentando ser legal e você me insulta... E pior, teve a coragem de colocar o Sebastian no meio da discussão? – Disse ele injuriado com a atitude da loira.

_Sebastian? Espere... Já estão se tratando pelo primeiro nome? Quanta intimidade. – Disse ela e virou as costas para ele já que tinha soltado sua mão no instante em que ela o provocou.

_N-não é o que está pensando... Ele só disse que eu poderia chamá-lo assim quando estivéssemos fora do ambiente de aulas. – Explicava ele, sem sucesso.

_Sei... – Disse ela em tom de desconfiança, também como forma de atentar ainda mais o pobre rapaz.

_Isso não importa de qualquer forma, pois mesmo que eu gostasse dele... Não tem como alguém gostar de mim... – Disse ele cabisbaixo enquanto andava na sombra dela.

_Pois é... Além de baixinho e magricelo, ainda é um cara depressivo e irritante. Não tem mesmo como alguém te amar. – Dizia ela caminhando a frente dele sentindo um aperto no peito, mas não deixava transparecer.

_Você me acha depressivo? – Perguntou ele inconformado.

_Sim, é quase de dar pena. – Respondeu ela soltando agora um riso baixo.

_Você está de brincadeira... Eu estava falando sério. – Resmungava ele enquanto os dois caminhavam pelas ruas até uma cafeteria, onde Elizabeth prometeu pagar a ele um chá em forma de prêmio de consolação por ser tão deprimente.

O final da tarde chegaria e os dois foram buscados por carros de suas respectivas famílias assim que terminaram de tomar o chá, tinham se divertido, ou melhor, Elizabeth tinha se divertido muito às custas do franzino rapaz, que também riu em alguns momentos, já que a loira não era uma grande carrasca, como demonstrava na maioria das vezes, tinha também seu lado interessante e alegre.

Os dias se passavam e a amizade entre Ciel e Elizabeth crescia na mesma velocidade, já passavam muitas horas juntos, porém não iam um à casa do outro, a loira tinha imposto essa regra, Ciel não entendeu muito bem o porque disso, mas imaginava que ela pudesse ser comprometida, já que a maioria das garotas de famílias nobres eram predestinadas a se casar com rapazes de igual posição muito antes que pudessem entender o que isso significava.

Ele pensava sobre esse assunto, mas não tinha coragem o suficiente para perguntar, não que não lhe interessasse, mas mantinha esse tipo de preocupação longe já que não queria parecer incômodo, se bem que ela vivia metendo o nariz em sua condição sentimental em relação ao Professor Michaelis, porém em sua concepção, aquele não passava de um amor platônico que ele criara em sua mente delirante, então mesmo quando ela passava dos limites, ele somente preferia deixar pra lá.

_Atenção alunos, com a chegada da primavera, teremos nosso tradicional evento ao ar livre que será um piquenique em um bosque próximo às montanhas na região leste da cidade, pedimos que cada um de vocês estejam preparados na sexta-feira, pois sairemos da escola pontualmente às treze horas. – Anunciou o Professor Michaelis em tom alegre assim que adentrou a sala.

_Hey Ciel, você vai né? – Perguntou Elizabeth sussurrando ao amigo.

_Sim, eu não perderia por nada. – Disse ele hipnotizado pelo sorriso de Sebastian.

_Chega a ser irritante essa sua cara apaixonada. – Rateou ela fazendo bico.

_Então não olha para mim. – Disse ele igualmente irritado.

_Por que na aproveita essa oportunidade para se declarar para ele? – Perguntou ela olhando pela janela do lado oposto.

_Ficou louca?! – Perguntou ele com os olhos arregalados.

_Não mais louca que você, afinal, não sou eu quem está babando por um professor. – Respondeu ela em tom de insatisfação.

_Talvez eu faça isso mesmo. – Disse ele com um bico ainda maior do que o dela.

_Ok, faça logo, assim, quando levar um fora pode finalmente parar de me irritar com essa sua cara avermelhada. – Esbravejou ela.

_Ou posso ter meu amor retribuído e te deixar como a única “disponível” aqui. – Retrucou ele a provocando.

_E quem disse que estou disponível? – Perguntou ela o diminuindo.

_Você está comprometida? – Perguntou ele em troca.

_É claro que sim, sou uma dama muito concorrida, muitos rapazes dariam tudo para se casar comigo. – Respondeu ela em tom de exibição.

_E quem foi o felizardo que conseguiu sua mão? – Perguntou ele disfarçando seu descontentamento.

_Deixo isso com a sua imaginação. – Respondeu ela sorrindo vitoriosa por ter conseguido tirar o sorriso dos lábios dele.

Muitas coisas passavam pela mente de Ciel naquele momento, mas deixou tudo de lado e começou a planejar como seria sua confissão, pois queria mostrar à Elizabeth que poderia ser corajoso e abrir seu coração para seu amado...


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Notas finais do capítulo

Vou deixar uma musica bem gostosa pra vocês...

Geu hwangholhan pyojeongeun bon jeogi eobseo
Geurimcheoreom meomchun nega boyeo
Geu siseon kkeuten

Daheul suga eomneun angil sudo eomneun got
Sumyeon wie bichin geon geu sarami aniya
Irwojil su eomneun seulpeun neoui story
Gakkawojilsurok deo apajil teni

Tradução~
Eu nunca tinha visto uma expressão tão fascinante
Eu olho para você, que parou como uma imagem
E no final desse olhar

Um lugar no qual eu não posso tocar você, e nem mesmo te abraçar
O reflexo na superfície não é dela
É a minha história triste que não pode ser cumprida
Quanto mais me aproximo mais forte é a dor

Moonlight
EXO-K