Cordas da Vida escrita por Sunglow


Capítulo 1
I - Bom Menino


Notas iniciais do capítulo

Ain, tô tão orgulhosa disso ♥
Baseada nos curta-metragens Cuerdas e Emi.



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Miguel era um bom menino; obedecia as irmãs do orfanato, limpava suas bagunças e ajudava todo mundo. Sinceramente, ele era o filho que toda mãe gostaria de ter, ainda não se sabe o motivo pelo qual ele nunca fora adotado.

Um dia, caminhando alegremente pelos corredores do orfanato, Miguel notou uma agitação fora do comum na sala da diretora. Se esgueirou na porta, e viu que aquela agitação toda era porque havia uma garota naquela sala, uma novata, sentada em uma cadeira de rodas, observando aquelas duas mulheres adultas conversando sobre algo que ela não entendia.

— O nome dela é Ana. Eu… gostaria que ela ficasse aqui. Não tenho como mantê-la em minha casa, mal tenho como me manter lá. Eu… — a desconhecida, supostamente mãe biológica da garota, dizia.

— Calma, dona, calma. Nosso orfanato está apto para receber crianças com deficiências, distúrbios ou paralisias. — disse irmã Marta, a diretora, rindo. — Aceitaremos a pequena Ana com o maior prazer.

O sorriso de Marta era confortante. Não havia nenhum ser humano na Terra que não se sentisse bem perto daquele sorriso. Era a pessoa perfeita para comandar um orfanato, já que não era nem severa demais, nem de menos, e tinha esse tal sorriso, esse tal carisma que só uma mãe poderia dar pras crianças daquele simples orfanato. Bom, talvez nem tão simples assim.

— Obrigada, dona, você não sabe o quanto eu sou grata por você cuidar dela. Obrigada, obrigada!

A mulher desconhecida saiu do orfanato triste, mas ao mesmo tempo feliz. Triste porque sua filha não ficaria com ela, continuaria a crescer com gente que ela sequer conhecia, mas feliz por que sabia que podia confiar em tal gente e que um dia aquela criança teria uma família com melhores condições.

— Oh, olá, Miguel. O que está fazendo fora de sala? — perguntou irmã Marta.

— Ah, eu estava voltando do banheiro quando notei a “muvuca” que estava acontecendo aí, então decidi olhar, irmã Marta. E, devo dizer, essa moça fala alto… — comentou o garoto, pondo o dedo indicador em uma de suas orelhas, como que indicando uma dor de ouvido.

— Você gostaria de me ajudar a arrumar as coisas de Ana?

— Claro! Mas a professora vai me dar uma bronca se eu não for logo pra lá.

— Isso não é um problema, criança. Eu mesma direi à irmã Aline que você estava me ajudando a acomodar Aninha.

— Ok, então. O que posso fazer por ela?

— Consegue empurrar a cadeira dela?

Miguel tentou empurrar a cadeira de rodas, mas não obteve sucesso, e acabou tendo que carregar as coisas delas, que, por um acaso, eram poucas; ela possuía apenas uma mala. Uma mala leve, que parecia ser bastante vagabunda.

Irmã Marta, mesmo empurrando Ana e prestando atenção no caminho, conseguia prestar atenção em Miguel, carregando aquela malinha, tão miudinha quanto ele; conseguia prestar atenção naquele sorrisinho simpático que estava se abrindo no rostinho do garoto, diferente do que ele geralmente abria quando ajudava qualquer outra pessoa. Ela notou que a chegada daquela garota traria muitas mudanças na vida daquele menino, mas ela não sabia se ele mudaria pra melhor ou acabaria indo pra pior. Mas Ana sabia.


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