Incomplete escrita por KatCat


Capítulo 32
Dancing With The Devil


Notas iniciais do capítulo

Então, eu não tenho muito a dizer sobre o capítulo, só... Aproveitem huehue
Um agradecimento especial a Queen of Ice (Fê) por ter sido minha "leitora beta" nesse capítulo e por ter me ajudado. Obrigada, minha linda



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— O que você está fazendo? — ouvi sua voz indagar atrás de mim, mas não me dei ao trabalho de virar. Só suspirei e apoiei minha cabeça no punho, enquanto trocava os vídeos no notebook em cima de meu colo, totalmente entediada. Eu tinha trazido meu velho computador para cá, só para passar o tempo. Senti o sofá se afundar ao meu lado, mas não me virei, apesar de sentir seus olhos queimarem em mim — Não vai me responder?

— Eu estou entediada, Loki, o que acha que estou fazendo? — perguntei baixinho, desistindo e colocando no aleatório. Devin havia acabado de entrar para o banho, e se eu bem conhecesse minha irmã ainda, ela ficaria umas três horas lá dentro — Você não tem mais ninguém para importunar, não? Deixe a bêbada aqui em paz.

— Não que eu saiba — disse, e eu assobiei baixinho, me acomodando um pouco mais no sofá. Já tinha se passado dois dias, e eu realmente não sabia como não havíamos matado um ao outro até agora. Não importava que horas eram, onde estávamos, ou que assunto falávamos, sempre acabávamos discordando um do outro, o que resultava em uma bela troca de insultos, até eu começar a jogar coisas nele e ele ser obrigado a sair, antes que algo realmente o acertasse. Devin tentava apartar nossas brigas, na maioria das vezes, mas ela desistia depois de um tempo e deixava-nos gritando um com o outro. Mas, para minha surpresa, hoje ele não havia dito nada irônico, ou sarcástico, ou algo que sabia que ia me irritar. Ele estava... calmo. E isso me dava arrepios.

Eu não gostava de Loki calmo. Ele me fazia rir quando estava em seu humor normal, mas quando ele estava assim... Minha mente entrava em estado de alerta vermelho. Eu sabia que ele tinha alguma coisa em mente, e alguma coisa me dizia que eu não ia gostar nada.

— O que é isso? —perguntou, sua voz horrorizada, e eu me virei para ele meio alerta, meio dormindo. Já se passavam de duas da manhã, e eu ainda não havia conseguido dormir. Segui seu olhar e vi que ele estava olhando para um clipe que passava na tela. Se eu não estivesse errada, era a nova música da Nicki Minaj, Anaconda. Eu ri baixinho.

— Isso, Loki, é o que eles chamam de dança — respondi, aumentando um pouco o som da música. Ele fez uma careta de desgosto.

— Isso nunca que poderia ser considerado dança! Isso é basicamente um xingamento a dança! — ele reclamou irritado, e eu ri mais alto — Abaixe o som desse estrupício. Como você realmente espera que eu goste de alguma coisa desse mundo, com isso?!

— Hey, meu mundo pode não ser perfeito, mas só por isso não quer dizer que ele é ruim ao todo, falou? — perguntei, abaixando um pouco o som e me virando para ele — E o que você quer que eu faça?! À essa hora, a única outra coisa que está passando nessa joça é putaria, e eu prefiro a Nicki do que isso, apesar de não ter lá muita diferença entre os dois. E, afinal de contas, o que diabos você sabe sobre dança?!

—Muito mais do que você já poderia saber — se gabou, e eu o olhei um pouco indignada.

— Olha aqui, deusinho de quinta categoria, você está falando com a ganhadora do concurso de dança por quatro anos seguidos! — foi a minha vez de me gabar, e ele me olhou com a sobrancelha arqueada.

Essa dança? — perguntou, e eu revirei os olhos, finalmente tirando o vídeo.

— Não, Loki, eu não danço isso, pelo amor de Deus, eu ainda tenho uma dignidade a zelar — resmunguei, encarando mais entediada que antes a tela, agora preta, do computador.

— Então o que você dança, senhorita Clairemont? — desafiou, um brilho divertido em seus olhos. Ai estava o Loki que eu conhecia. Um sorriso nasceu em meu rosto.

— O que você entende de dança, Rena? Você não parece ser o tipo de pessoa que sequer sabe o que significada “dança” — devolvi a pergunta, mordendo o lábio inferior.

— Se você se esqueceu, Clairemont, eu ainda sou um príncipe e fui criado como um, então, use sua mente e você vai descobrir — disse, me encarando com superioridade.

— Prove — desafiei, sorrindo igualmente divertida. Ele me encarou silencioso por alguns segundos, mas depois se levantou, e parou na minha frente, com uma mão em suas costas e a outra estendida em minha direção. Eu o encarava meio divertida e meio incrédula.

— Aceita essa dança, Anjo? — perguntou, a sombra de um sorriso sarcástico pairando sobre seus lábios. Meu sorriso aumentou, e eu hesitei por alguns segundos, antes de finalmente colocar minha mão na sua.

— Porque estou com a sensação de que vou me arrepender disso? — perguntei, enquanto ele fazia um gesto estranho com os dedos e a caixa de som atrás de nós foi ligada, começando a tocar uma música que reconheci sendo My Heart Will Go On. Eu revirei os olhos. Magia ainda me deixava bugada, apesar de tudo e a escolha de música dele me fez rir — Titanic? Tipo... Sério?

— Alguma outra sugestão? — ergueu as sobrancelhas. Eu ri pelo nariz e ele me puxou pela cintura. Olhei para ele sugestivamente — Eu disse que fui criado como um príncipe, não que dançava como um.

— Trapaceiro — cerrei os olhos, colocando meus braços ao redor de seu pescoço. Eu não sabia porque estava fazendo isso. Queria ver até onde Loki iria com isso. E, bem, eu estava bêbada. Qualquer coisa que desse errado, eu podia colocar a culpa na bebida.

— Mentirosa — devolveu, e eu sorri.

— Manipulador — ataquei, e ele sorriu de volta

Touche — se entregou, e eu joguei minha cabeça para trás gargalhando. Me doía admitir, mas Loki era uma companhia até que... Agradável. Quando, é claro, não estava tentando me levar a loucura. No resto do tempo ele era até que legal. Eu realmente não acreditava que tinha acabado de admitir isso para mim mesma. O que uma garrafa de vodca não faz com as pessoas... Antes de tudo, eu queria deixar claro que as minhas próximas ações foram pura e totalmente culpa da bebida. Okay, talvez eu tenha uma pequena parcela de culpa, mas eu não admitiria isso — Acredita em mim agora? — perguntou, e ele me girou, fazendo-me rir. Mas, juntando minha coordenação motora ótima, mais uma garrafa inteira de vodca, eu acabei tropeçando nos meus próprios pés e caindo em cima dele, que não estava esperando isso então eu o derrubei no chão, caindo em cima dele.

— Oh, meu Deus! — gargalhei, achando graça da situação. Ele me olhava com um misto de irritação e diversão. Eu me levantei, mas a minha cabeça rodou totalmente, o que me fez cambalear e bater com a testa na ponta da bancada — Ouch! — choraminguei, sentando no chão com uma cara feia e colocando a mão em minha sobrancelha. Ela estava molhada — Eu estou sangrando! — exclamei, rindo como se tivesse acabado de descobrir a América. Loki estreitou os olhos.

— Reforçando o que eu havia dito anteriormente, como você pode ser tão pequena e tão desastrada? — perguntou, se levantando, enquanto eu continuava rindo igual idiota, sentindo o sangue escorrer pela beirada de meu rosto, manchando um pouco da minha visão do olho direito de vermelho. Ele andou até mim e me puxou pelos braços, me colocando de pé — Quando você vai parar de começar a sangrar em tudo que encosta?

— Nunca! — ri mais alto ainda da minha própria fala, enquanto ele revirava os olhos para a minha infantilidade e praticamente me arrastava até o banheiro de seu quarto, já que o do corredor estava sendo utilizado por Devin — Pra onde está me levando, Lokito?

— Eu gostaria mais de você se ficasse calada — comentou, e eu ri mais ainda, enquanto ele me empurrava com um pouquinho de força até a pia e eu subia nela, me olhando no espelho. O corte tinha sido mínimo, no máximo três centímetros, mas mesmo assim sangrava.

— Eu acho engraçado, não importa qual a profundidade de qualquer machucado que eu tenha, sempre sangro igual uma porca — comentei, voltando a rir igual maluca, enquanto ele estreitava os olhos para mim e molhava um algodão na água da torneira que ele havia aberto.

— Vou manter qualquer coisa que tenha álcool a no mínimo trinta metros de você, porque, minha nossa, você fica insuportável! — rosnou, encostando o algodão com um pouco de força demais em minha testa e eu gritei.

— Isso dóóóóóói! — reclamei igual criança, me lembrando da primeira vez que ele havia tentando me “ajudar” e eu havia feito a mesma coisa. Ele suspirou irritado. A parte ainda racional do meu cérebro, me dizia para calar a boca, deixar ele cuidar daquilo, e ficar longe de qualquer garrafa por um bom tempo. Já a parte bêbada, que era a que predominava no momento...

— Dá para você ficar parada?! — chiou, segurando meu queixo com uma das mãos e pressionando o algodão novamente. Ardeu como o inferno, mas para a minha própria surpresa, eu ri — Do que está rindo?

— De você — admiti de bom-humor, provavelmente perdendo o amor à vida — Você é mandão! Não gosto de pessoas mandando em mim.

— Quer que eu lhe deixe sangrando pelo resto da noite? Acredite, não seria nenhum sacrilégio fazer isso — perguntou entediado, provavelmente achando-me mais retardada que antes.

— Nããããão, eu estou sangrando mais que uma porca na ceia de Natal! — chiei irritada, começando a gargalhar logo depois. Ele estreitou ainda mais os olhos para mim, então eu mordi o lábio inferior e me controlei, ainda soltando umas risadinhas — Desculpe, vou me controlar.

Ele suspirou aliviado e continuou limpando o corte, pegando um pedaço de gaze e esparadrapo e colocando-os em cima de minha sobrancelha. Eu só fiquei o encarando com um sorrisinho no rosto, ideias muito malucas passando por minha cabeça.

— Agora você não está sangrando mais como uma porca! — debochou, dando um passo para trás, mas eu segurei a blusa de linho preta que ele estava, brincando com a barra dela, enquanto meus pés balançavam no ar exatamente como na primeira vez que ele havia feito um curativo em mim — O que foi, Davina?

— Lembra que eu falei que estava com a sensação de que iria me arrepender? — perguntei baixinho, um sorriso sapeca nos meus lábios, enquanto eu puxava sua camisa, trazendo-o para mais perto de mim. Ele estreitou os olhos novamente, assentindo desconfiado — Eu provavelmente estava certa — falei, sorrindo maliciosamente, e puxando a camisa dele com mais força, pegando-o desprevenido e colando meus lábios no dele, enrolando meus braços em seu pescoço, prendendo-o ali. A parte racional do meu cérebro entrou em alerta vermelho e começou a me xingar coisas nada legais. Já a parte bêbada estava adorando cada mínimo segundo disso tudo.

Loki ficou alguns segundos estancado no lugar, completamente surpreso pela minha... audácia, mas depois senti suas mãos se enrolarem em volta de minha cintura. Minha pele ficou quente aonde ele a tocou. Ele retribuía o beijo com veracidade, não muito diferente de mim. Suas mãos apertaram minha cintura, enquanto eu inconscientemente enrolava minhas pernas ao redor de sua cintura, que estava na minha altura, já que eu continuava em cima da pia. Ele descolou seus lábios dos meus, e passou a beijar meu pescoço, fazendo-me arfar.

Eu tinha razão. Eu iria me arrepender disso. No minuto que acordasse, no segundo que o álcool saísse do meu corpo, eu iria me arrepender profundamente. Mas, agora, eu não estava nem aí para as consequências.


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Notas finais do capítulo

Coloquem a imaginação para modo on ushauhsuahs
Comentários? Please? *-*
Até depois huehue