Like a Romance escrita por thysss


Capítulo 9
Oitavo




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...Can't you hear my screams? Never stop hoping need to know where you are but one thing is for sure you're always in my heart... I'll find you somewhere I'll keep on trying...


 


Havia uma mulher, seu cabelo incrivelmente preto batia acima dos ombros e os olhos azuis beiravam o anil, tão claros a ponto de serem quase cristalinos, mas de cristalino só havia a ilusão porque jamais seria capaz de ver através deles, de desvendar o que havia por trás daqueles olhos. Seu lábio carnudo tinha a parte inferior menos volumosa dando a impressão de boca de coração cada vez que a mulher fechava os lábios, isso a fazia parecer angelical... Mas havia outra coisa, que desmentia o angelical e lhe dava traços mais fortes, a sobrancelha delineada fazia uma elevação quase no centro dando a impressão de estar arqueada, fazendo aquele par de olhos ficar ainda mais expressivo.


O salto ecoava contra o piso frio e havia um quê de leveza em seus passos, um sorriso brincava em seus lábios e a franja agora lhe cobria as sobrancelhas, como se pudesse mudá-la, mas não o podia, disso só ela sabia. Seu rosto parecendo muito mais angelical, mas ainda assim, como se emanasse de seu próprio corpo, ela carregava mistério por onde passava.


Não importava a época em que viviam nem as roupas que ela usava, ou como seu cabelo estava preso, simplesmente tinham de parar e olhá-la, porque havia algo nela que encantava a todos.


 


Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida, Mahatma Gandhi.


 


E ela certamente carregava o vidrinho de veneno, com a diferença de que sequer se importava com alguma conseqüência, Deus havia lhe dado o dom da beleza e ela havia aprendido a usufruir disso.


Ninguém poderia julgá-la por isso, nunca condená-la, não havia nada de errado.


Sua mão tocou o rosto do jovem rapaz e seus olhos se estreitaram para examinar mais de perto o rosto masculino do garoto que ainda estava em fase de desenvolvimento, ela não precisava dizer por que, não precisava de motivo algum apenas algo naquele rosto chamara sua atenção e ela havia decidido se aproximar.


Ninguém a questionava sobre isso.


O salão se calou apreciando o contato, enquanto em um canto os homens reunidos resmungavam algo sobre a sorte do jovem rapaz, ah, mas se eles soubessem.


Porque o vidro de veneno continuava em sua mão, pingando, lentamente, destruindo, lentamente, até que tudo se acabasse, e então ninguém saberia dizer como ou por que. E ela sequer se importava com isso...


Ao contrário disso, o sorriso continuava brincando em seus lábios deixando a mostra os dentes impecavelmente brancos e delatando as covinhas que havia em suas bochechas – outro fato que podia torná-la encantadora.


E o melhor é que ela podia aproveitar-se disso, deleitar-se com o delírio dos olhos, aproveitar do desejo dos outros, enquanto suas bochechas continuassem formando covinhas e suas sobrancelhas – para um bom detalhista – não delatasse o mistério que podia envolvê-la, enquanto tudo continuasse correndo assim, exatamente assim, não haveria problema algum e ela não correria nenhum risco. Porque não valia a pena mostrar-se para todos, nisso encontra-se o ponto central, porque isso começava a se tornar apenas uma brincadeirinha.


Mas até a mais leve brincadeirinha pode ir longe demais.


- Qual o seu nome? – ela perguntou, sua voz saindo suave, mas havia um toque de rouco que a tornava sexy.


Ele não respondeu, entregando-se ao joguinho, deixando-se levar, apenas sorriu, uma de suas sobrancelhas se arqueou exatamente como as dela faziam e a mulher continuou sorrindo. Havia um quê de audácia nele... Havia um quê ainda maior envolvendo ela.


A pele clara dela contrastou com a sua mais escura e ele sorriu segurando sua mão, mas nada além disso, o garoto não se pôs de pé para convidá-la a dançar, assim como também não elogiou sua roupa nem lhe disse coisas bonitas. E ela não estava acostumada a isso.


O garoto apenas fechou os olhos apurando o olfato, podendo sentir a fragrância que envolvia algo cítrico com um toque doce tornando a mistura perfeita, um perfume que sem dúvida ele jamais sentira.


Só isso havia chamado a atenção dele, e isso a decepcionara. Mas ainda assim o sorriso continuava formado em seus lábios, os sentimentos ocultos atrás da máscara de perfeição que há tantos anos ela assumira. Não havia mais problema com isso, mesmo que doesse em seu ego nada a abalaria visivelmente.


Não enquanto pessoas continuassem a olhá-la, não quando todos estivessem assim, tão perto, observando cada detalhe e acompanhando cada passo... O preço da beleza nem sempre vale a pena.


Mas ela sequer se importava com isso. A audácia continuaria acompanhando-a e a sua beleza não desapareceria, então não havia mais nada com que se importar.


Seu dedo tocou os lábios rosados do garoto a sua frente e um sorriso mais carregado de sedução bailou em seus lábios, se fosse qualquer outro homem – qualquer um dos que agora quase protestavam perguntando-se do porque justo aquele garoto –, qualquer outro homem estaria de pé disposto a beijá-la. Mas ele não era qualquer outro homem.


 


Outras mulheres a invejavam sem vergonha, e ela apenas sorria concordando e esbanjando o que possuía, porque se não fosse quem era também teria inveja. E não havia razão alguma para esconder isso.


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Notas finais do capítulo

n/a: não tentem entender esse capítulo ainda
mais para frente faz mais sentido!
comentem.
espero que gostem. beijos.



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