- Eu posso te levar pra casa então? – Edward perguntou, horas mais tarde, quando o sol já estava próximo de aparecer e Isabella encontrava-se cambaleando de sono. – Vamos – ele a puxou pela mão e, dessa vez, ela só se deixou levar.
Pela primeira vez, em muitos anos, Edward estava apenas se permitindo fazer o que seus instintos mandavam, o que o desejo lhe mandava fazer, e, depois de tanto tempo a tendo apenas como parceira de biologia, ele sentia que estava na hora de tentar se aproximar. Talvez ela também sentisse algo, porque ela ao menos havia aceitado ficar em sua companhia por toda noite, assim como ela também, mesmo não gostando de dançar, havia dançado com ele, e Isabella parecia ter se soltado um pouco na pista de dança, se aconchegando entre seus braços e o abraçando. Definitivamente alguma coisa havia surgido ali.
Agora estavam ambos em seu carro, o volvo prata ganhava as ruas com velocidade e Isabella sequer parecia se importar, mas o ar também estava ligado e todo seu corpo se arrepiou com a sensação fria. Ele desligou o ar e ela sorriu, para então recostar a cabeça contra a janela do carro e devanear vendo a floresta que havia pelo caminho.
Mas antes mesmo que pudessem chegar a casa dos Swan, Isabella já havia adormecido, e, com um sorriso no rosto, Edward acariciou o seu rosto, encostou o carro no acostamento para ajeitá-la melhor no banco e tirar seus sapatos, para só então voltar a dirigir.
O percurso era pequeno e a velocidade o fazia cada vez menor, logo ela estaria em casa.

Charlie já havia ido dormir a horas, e seu ronco podia ser ouvido do andar debaixo, Edward revirou os olhos a pegando no colo, com extrema facilidade, segurou o par de sandálias e com o pé empurrou a porta do carro para que fechasse.
Não havia perigo de alguém roubar seu carro, afinal, ali era Forks.
Sorriu entrando pela porta da frente, que estava destrancada, e subiu as escadas. Era uma casinha pequena, então não havia risco de errar o quarto ou algo assim. Havia uma porta fechada, que de longe podia se ouvir o ronco de Charlie, então certamente aquele não era o quarto dela; ao lado havia uma porta poucos centímetros mais baixa e estava entreaberta dando espaço suficiente para encarar o Box do chuveiro, então aquele também não era o quarto dela, só deixando restar uma porta.
A abriu com calma, como pôde, e entrou colocando-a na cama, ergueu um pouco o corpo de Isabella para poder cobri-la e deixou as sandálias ao pé da cama. Ela provavelmente iria preferir dormir sem a roupa de festa, e trocá-la lhe pareceu uma ideia tentadora, mas não, estava indo além de qualquer limite.
Acariciou o rosto tão delicado e sorriu tirando uma mecha de cabelo que caia sobre os olhos, ficou a observá-la por tanto tempo que sequer se deu conta quando os primeiros raios de sol começaram a aparecer, essa era sua deixa.