Promessas escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 7
Capítulo 6




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E as horas passaram, viraram dias e, de repente, já era uma semana. Eles voltaram ao Rio dois dias depois da pequena guerra de comida, direto para casa. Com o término do período de observação, não havia mais motivo para manter a lutadora trancada no hospital e como a psicóloga disse:

“Estar em um ambiente familiar pode ser bom para ela. Vai ajudar a ativar as lembranças, tenho certeza.”

Mas não ajudou. Pelo menos, não da forma que Pedro, Gael e os demais esperavam. Ela ainda não conseguia falar, não conseguia reconhecer as pessoas, não conseguia se lembrar quem era.

A chegada no flat foi a primeira decepção. Na cabeça sonhadora e esperançosa do guitarrista, assim que cruzassem a porta da frente a esposa teria um flash mágico e se lembraria de tudo. Então quando abriu a fechadura com ela apoiada à si, mal conseguia se controlar para não tremer.

“Pronto, esquentadinha, chegamos em casa.” Ele comemorou ao puxá-la para dentro, a encarando com ansiedade. “Consegue se lembrar?”

“Não.” Ela admitiu envergonhada, corando diante do olhar dele.

“Vem aqui... Olha, essa é a foto do nosso casamento. Você ia usar uma saia e camiseta, mas colocou um vestido para me deixar feliz. Você lembra?” Ela negou, corada. “E do sofá? A gente brigou três dias seguidos para decidir ele, porque eu queria um bem grande e preto, e você queria um sofá-cama bege.”

“Não.” Os olhos azuis se marejaram, especialmente diante da frustração do rapaz.

“Filho... Ela acabou de chegar, deve estar cansada.” Delma se aproximou dos dois, sorrindo de forma carinhosa. “Por que você não leva ela para o quarto? Ela toma um banho, coloca uma roupa mais confortável e descansa um pouco.”

“Pode ser.” Ele tentou sorrir e se mostrar otimista, mas já estava bastante decepcionado.

“Enquanto isso nós vamos preparar algo para todos comermos.” Sorriu Dandara, se encaminhando para a cozinha. “Bianca, Fabi... Vocês nos ajudam?”

“Eu vou em casa buscar a minha dama e volto logo.” Cobra se despediu, saindo do apartamento. João e Duca também deram uma desculpa para deixar o local, seguidos por Gael. Para os homens, demonstrar força e calma diante das mulheres era essencial, mas estava cada vez mais difícil se manter estável.

O flat era um lugar moderno e divertido. As únicas paredes que haviam ali eram as do quarto e dos dois banheiros. As paredes eram repletas de pôsteres de bandas e filmes que os dois gostavam, além de uma série de fotos do casal, da família e dos amigos.

Pedro se animou um pouco mais ao ver que ela reconhecia os pôsteres e filmes, apontando e falando “legal”, “gosto” e “bom”. Ao entrar no quarto já estava novamente esperançoso, até ver que ela não reconhecia nada que estava ali.

O cômodo tinha paredes verde-claro, com diversos porta-retratos e uma cama grande de casal encostada à parede central. Uma TV de plasma de 42’’ ocupava a parede oposta, rodeada por um guarda-roupa embutido branco.

Ele levou a loira até a cama, sentando-a ali e indo até o lado esquerdo do armário, que era ocupado totalmente pelas roupas e pertences dela. Apanhou o short de treino e a camiseta do Ramones que havia lhe dado em algum aniversário passado.

“Pedro... O que, casado?” Karina chamou a atenção do rapaz, balbuciando a pergunta da melhor forma que pôde.

“O que é casado?” Ela assentiu. “Ai, caramba...”

O loiro caminhou e sentou ao lado dela, puxando a mão esquerda da esposa para a sua, deixando que ela observasse as alianças. Ela as tocou com as outra mão, puxando os dois anéis para fora dos dedos.

“Brilha.”

“Brilha... Pelo quanto isso custa, tem que brilhar mesmo.” Ele fez piada, mas só ele entendeu. “Casamento... Como eu vou te explicar isso?”

“Bom?”

“Se é bom? Ah, sim, esquentadinha... Casamento é muito bom. Seus pais são casados.”

“Pai, mãe, casados?” Ele assentiu, sorrindo. “Pedro, pai... Karina, mãe?”

“Se nós somos pais? Ainda não, mas logo quem sabe.” Ele sorriu carinhosamente, acariciando sua bochecha com o polegar. “Deixa eu ver se consigo te explicar... Quando duas pessoas se amam muito – como um pai e uma mãe, por exemplo – eles resolvem se casar e virar uma família. O casamento é um compromisso de amor, de fidelidade, de paciência...”

“Brilho?” Ela mostrou as alianças.

“As alianças, esses anéis de ouro aqui, são um símbolo desse compromisso. Quer dizer que quando todos olharem para nós dois, vão saber que nós somos casados, que nos amamos, e que estamos juntos para o que der e vier.”

“Amor... Pedro, amor?”

“Se você me ama?” Ela assentiu e ele sorriu. “Você costumava dizer que sim. Você sabe o que é o amor, Karina?”

“Amor, bom.”

“Isso, amor é bom. Eu te amo muito, minha esquentadinha... Você me deixa feliz, me traz paz, me traz tranquilidade e me faz sorrir o tempo todo. Eu faço isso com você?” Ele questionou, esperançoso.

“Feliz... Pedro, Karina, feliz.” O sorriso do guitarrista se abriu mais do que o do Coringa.

“Então, minha linda, você me ama. E você vai lembrar e vai entender o que é esse amor, o que é um casal e como é nosso casamento. Foi o dia mais feliz da nossa vida e eu vou lembrar dele sempre que as coisas ficarem difíceis. E logo você vai lembrar também, prometo.” Ele beijou a testa dela, emocionado. “Vamos tomar banho? O pessoal logo vai estar nos esperando para jantarmos...”

“Vamos.”

Ele a ajudou a levantar e rumou com ela para a suíte, onde colocou a banheira para encher e começou a despir a loira. Pelo visto havia virado pai de sua própria esposa e, assim como um de primeira viagem, estava perdido e assustado, sem saber ao certo como cuidar dela.

O primeiro passo talvez fosse mais fácil: pelo menos não teria que passar shampoo e correr o risco de irritar os olhos dela.


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Notas finais do capítulo

Juro que eu já não aguentava mais vocês pedindo essa fic HAHAHAHAHAHA Eu adoro escrever ela, mas minha inspiração é meio tensa para um tema tão complexo. Mas espero que gostem do capítulo ^.^
Deem uma olhada na page, tá tendo uma promoção beeeem daora por lá.
See you ;*
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