Sansa, eu me apaixonei por Olívio Wood! escrita por Clarisse Arantes


Capítulo 19
Empoderamento feminino


Notas iniciais do capítulo

Oiê

Primeiramente, eu estou extremamente envergonhada de aparecer aqui depois de tanto tempo. Quando eu comecei essa história eu era apenas uma menina de quatorze anos com um crush no Olívio e uma paixão por escrever. Acontece que o tempo passa e as responsabilidades cobram o seu tempo.

Por muito tempo eu pensei em deixar essa história sem um final, porque eu pessoalmente mudei muito; a minha forma de escrever também mudou e eu fiquei apreensiva com o que as pessoas pudessem achar da continuação depois de tudo isso. Mas desde que eu parei de escrever essa história, venho recebendo alguns comentários pedindo a continuação então eu simplesmente percebi que eu TENHO que dar um final a ela. Peço desculpa a todos que esperaram por todo esse tempo e agradeço àqueles que comentaram pedindo uma continuação. Eu fiz por vocês. Muito obrigada.

Sou imensamente grata por essa ser a minha única fanfic que um dia deu certo.



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Depois da aula de Defesa Contra a Arte das Trevas com o professor Lockhart, na qual ele tentou nos traumatizar com aquele bicho-papão, fazendo com que enfrentássemos nossos maiores medos, eu estava indo até a Sala Comunal da Sonserina, pra poder tirar aquela bela soneca da tarde.

Mas como sempre, fui interrompida: em uma das viradas de corredor, uma mão me puxou e acabei indo de encontro com um peito musculoso.

— Olívio — eu disse, assim que meus olhos se encontraram com o seu rosto.

— Emma — ele respondeu, com um sorriso de canto.

— Você costuma puxar todo mundo pros cantos de Hogwarts?

— Você sabe... eu não consigo me controlar — ele riu. Ri também, sabendo que era brincadeira. — Mas eu queria falar com você sobre uma coisa.

Disfarcei a minha surpresa diante do comentário de Olívio. “Falar sobre uma coisa” geralmente predizia ou algo muito bom ou algo muito ruim e parte de mim estava aflita e outra desejando que fosse algo bom.

— O que é?

— Bom, espero que você não me ache ridículo, mas... durante essa aula que tivemos com o Lockhart, parei pra refletir sobre todas essas situações que a gente vem vivendo, o quanto a vida pode ser breve e o quanto a gente complica tudo — ele riu nervoso.

Estava começando a ficar ansiosa para saber onde é que todo esse falatório de Olívio nos levaria. Confesso que uma parte de mim estava feliz com o rumo que aquilo estava tomando.

— E aquele dia em Hogsmeade foi tão legal de passar com você...

— Olívio — eu interrompi o seu monólogo —, você pode ir direto ao assunto se quiser — eu ri.

— Claro — ele passou a mão nos cabelos. — Você...

— EMMA!

O grito fez com que eu me virasse para trás. Ouvi Olívio bufar.

O dono do grito não era ninguém menos do que Scott. Ele veio correndo em minha direção e parecia euforicamente feliz, como se tivesse recebido uma notícia boa. Em suas mãos estava um papel, que parecia ser de uma carta.

Quando chegou perto o suficiente, Scott me deu um abraço apertado. Ao mesmo tempo, falou em alto e bom som, olhando na direção de Olívio enquanto me abraçava:

— Eu estou tão feliz que iremos nos casar.

— QUÊ?!

Eu me desvencilhei do abraço de Scott, o empurrando para trás e virando de lado, para poder enxergar Scott e Olívio ao mesmo tempo. A expressão no rosto de Olívio havia mudado completamente: agora ele estava sério. Seus lábios pareciam uma linha fina, sem expressão; mas conseguia captar alguma emoção de confusão sendo expressa pelo seu olhar.

— É isso mesmo — respondeu Scott. — Seu pai me mandou uma carta agora, dizendo que você aceitou casar-se comigo.

Minha alma saiu do meu corpo e lembrei-me do exato momento em que escrevi uma carta a meu pai, dizendo que aceitava me casar com Scott. Apesar de algo dentro de mim ansiar por gritar na cara de Scott e chamá-lo de louco, não consegui falar nada. Travei. Eu tinha feito aquilo. Em um momento de impulso, escrevi aquela carta ao meu pai e apenas eu poderia consertar isso agora. Respirei fundo, antes de falar.

— Eu falo com você mais tarde, Scott — eu o disse. — Pode ir, Olívio e eu estamos no meio de uma conversa.
Apesar de parecer um pouco ofendido, Scott concordou e saiu com um sorriso nos lábios, como se tivesse cumprido sua missão, de alguma forma.

— O que você estava dizendo,  Olívio?

Olívio parecia que tinha visto um dementador. Ele passou a mão pelo cabelo novamente, antes de dizer:

— Ahh, não era nada demais. Eu ia só te perguntar o que você está achando de toda essa loucura do Lockhart, mas podemos conversar sobre isso alguma outra hora.

Apesar de realmente querer conversar com Olívio sobre alguma coisa, o melhor era resolver logo essa bagunça com o meu pai.

— Claro, podemos conversar sobre isso depois, tenho vários comentários a fazer sobre os medos do pessoal da Grifinória — eu ri, Olívio esboçou um sorriso amarelo.

— Ótimo — ele falou, começando a andar —, até outro dia.

Estranhei o tom de Olívio, mas isso era pra outra hora. Corri até às masmorras, na direção do meu quarto. Escrevi uma carta ao meu pai, falando que tinha mudado de ideia e não havia o que ele poderia fazer: eu não me casaria com Scott.

Carta escrita, peguei a coruja de algum Sonserino que estava moscando e enviei a carta ao meu pai. Eu estava nervosa. Sabia que ele não reagiria bem, ainda mais depois de ter enviado uma carta a Scott e possivelmente aos pais dele também. Isso poderia acabar com algum negócio dele, então ele ficaria uma fera. Mas eu não ligava. Havia sido tratada de forma ruim de diversos modos por aquela mulherzinha dele e ele não fazia nada. Ele não se importava comigo, não havia o porquê eu me importar com ele. Não mais.

Coloquei meu papel de cartas na escrivaninha, peguei Sansa e escrevi o que estava sentindo. Foram boas longas páginas. Depois disso, acariciei Arya, refletindo tudo o que estava acontecendo e o fato de que eu não conseguia tirar uma pessoa da cabeça; adormeci pensando sobre isso. Agora não tinha mais volta.


Quando acordei, já era a hora do jantar. Dei uma melhorada no look pós-dormida-da-tarde e fui em direção ao refeitório. Sentei-me na mesa da Sonserina, com a menor cara receptiva possível.

— O que tá acontecendo com você? — Ouvi a voz de Malfoy. — Toda vez que eu vejo você, parece prestes a enlouquecer.

Olhei em sua direção, com meu olhar de desdém.

— Obrigada pelo gentil comentário — respondi.

— De nada.

— Ainda pegando no pé do Potter?

— É óbvio, aquele garoto é insuportável. Metido.

Eu ri, achava engraçada essa rixa entre os dois. Em meio ao riso, me peguei vasculhando a mesa da Grifinória com o olhar. Encontrei Olívio rindo de alguma coisa que uma garota, acho que do seu time de Quadribol, estava falando pra ele. Respirei fundo, voltando meu olhar para Malfoy.

Terminei de comer e prestes a sair, avistei Scott. Fui em sua direção.

— Ei, Scott — eu o chamei. — Preciso conversar com você.

Ele estava no meio de um grupo de meninos da Sonserina. Virou para eles e disse algo, depois voltou em minha direção novamente.

— Pode falar.

Estávamos na frente do salão do refeitório, um pouco afastados.

— Não vou me casar com você — eu disse.

Scott pareceu realmente surpreso. Quando passou pela minha cabeça ter essa conversa com ele, imaginei que ele fosse ficar chateado, mas não que fosse ficar surpreso. A esse ponto, imaginei que ele já me conhecesse o suficiente para saber que eu não iria, de fato, me casar com ele.

— Ok, por quê? Achei estivéssemos nos dando bem!

— Estávamos nos dando bem, mas não é algo que eu quero de verdade, eu não gosto de você.

— Você me beijou, Emma. Não fui eu quem tomei a iniciativa.

— É, eu sei... Eu estava chateada e você é um cara bonito, inteligente e legal, mas você não... — eu travei, novamente.

O que estava acontecendo comigo?!

Era a segunda vez no dia que eu simplesmente ficava sem palavras. Eu vivia explodindo sobre tudo e, de repente, todos esses sentimentos estavam me fazendo ser uma pessoa diferente.

— Eu não sou ele, não é? — Scott me perguntou, encarando-me nos olhos. Sua voz subiu de tom.

Respirei fundo, antes de dizer:

— É.

— Então você mentiu pra mim, Emma?

— Eu não menti pra você, Scott. Eu menti para mim mesma. Eu tenho passado todos esses dias tentando reprimir isso, tentando fingir que eu não me importo com ele e, realmente, peço desculpas por ter te usado em um momento de fragilidade, mas eu não consigo fazer mais isso.

Scott bufou alto.

— Ah, olha só pra você: me dá nojo. Um Grifinório, Emma? Um que ainda joga quadribol. Eu estou tão enjoado. Você me fede a hipocrisia!

Um som estridente irrompeu todas as conversas ao redor. Esse foi o som da minha mão contra o rosto de Scott. Todos pararam e olharam em nossa direção. Scott colocou as mãos no lugar que eu havia batido.

Em seus olhos percebi a fúria, mas antes que ele pudesse falar qualquer coisa, eu o disse:

— Você perdeu qualquer direito que achou que tinha de falar sobre a minha vida. Eu vim conversar com você numa boa e você optou por esse caminho. Eu não te devo satisfação nenhuma, nunca mais olhe na minha direção.

— Você não perde por esperar, Emma — ameaçou Scott.

Ele saiu andando em direção às masmorras.

— Isso que é empoderamento feminino — ouvi uma voz feminina dizer atrás de mim.

Olhei para trás. Era a garota que vivia andando com Harry Potter, Hermione, eu acho.

Dei um meio sorriso, indo embora.


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Notas finais do capítulo

O capítulo final será postado amanhã ;)
Obrigada por ter lido.



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