Refém... ou não? escrita por Ed Albuquerque
Notas iniciais do capítulo
Quanto temponey. Dois capítulos sairão hoje, este e outro. "QUE DELÍCIAAAA CARA" Huehuehue. Espero que gostem :*
Aliás, o próximo capítulo será um especial preparado para vocês, meus lindos...
NO SPOILERS, DAI!
A noite havia chegado. Estou deitada na cama dele lendo seu diário, não estou entendendo muito bem, pois algumas páginas de pedaços diferentes estão arrancadas. Tudo que eu entendi até agora é que havia um bebê, aparentemente seu nome era Lucas. André, médico e dono da casa, está cuidando de suas feridas. Ainda não li nada escrito sobre o acidente, só coisas relacionadas a alguém que o levou a ser essa "monstruosidade".
"Ele" bate na porta do quarto e entra, o que é estranho, pois esse quarto é dele. Não tenho tanta pressa em esconder o livro, agora que sei que "ele" é praticamente cego.
"Ele" deita ao meu lado e fica encarando o teto, em seguida me entrega um papel.
"O que desejas para o jantar?"
– Não estou com fome.
"Temos comidas gordurosas, light, o tipo que sua vó faz... É só escolher."
– Olha "E", eu realmente não estou com fome.
"Que legal, alguém para zanzar de noite comigo. Que tal um lanchinho da meia-noite?"
– Haha, "E", muito engraçado! O lanchinho da meia-noite é o melhor.
"Concordo. Um momento, você me chamou do quê? "
– De "E" - fiz aspas com os dedos.
"Por quê?"
– Por que sim.
"Okay, me chame como quiser."
– Em breve descobrirei seu verdadeiro nome.
"Espero que sim."
– O que estava fazendo?
"Jantar? E você?"
– Esqueci. Eu estava... ah... Lendo?
"Isso é uma pergunta? Lendo o quê?"
– Estava lendo... um livro?
"Que livro?"
– Muitas perguntas.
"Poucas respostas. Um livro sobre?..."
– Ah, é só uma história muito interessante, apesar de não estar entendendo praticamente nada.
"Conte-me qual, talvez eu saiba lhe explicar" - ah, você com certeza sabe!
– Então... Vamos comer?
"Camila, você não estava com fome até agora pouco. O que está acontecendo? Que livro estavas lendo?"
– Agora estou com fome.
"Camila, você não me engana. Qual livro?" - desta vez "ele" me pegou, lhe entrego o seu diário em suas mãos. "Ele" começa a passar a mão sobre o mesmo.
– Desculpe-me. - "ele" continuou tocando o diário. E depois escreveu-me
"Meu diário?"
– Desculpe-me.
"Diga-me, o que tu não entendeste?"
– Não tais com raiva?
"Não, por que ficaria?"
– Porque eu estava lendo o seu diário, algo totalmente pessoal.
"Não ligo. Podes ler o quanto quiser."
– Okay. Quem é Lucas?
"Depende. O bebê?"
– Sim?
"Meu filho." - fico boquiaberta, "ele" já teve um filho.
– Uau! Como assim? Poderia me explicar?
"Lucas morreu quando ainda era bebê."
– Nossa, desculpe. Sinto muito. Não irei perguntar-lhe mais nada.
"Não, ao contrario, pergunte."
– Por que ele morreu?
"Problemas ao respirar. Graças a mim..."
– Por que você tem culpa?
"Porque um bebê não tem culpa do que eu fiz, ou melhor, do que nós fizemos."
– Nós? De quem você está falando?
"Da pessoa que foi culpada por me deixar assim, uma aberração."
– Isso seria?
"Alguém que eu achei que me amava"
– O que aconteceu?
"Eu achei que estávamos apaixonados. Me enganei, me enganei feio."
– O que fizeram contigo?
"Coisas que não se faz com nenhum ser vivo. E por isso eu sofri. Por isso eu sofro."
– E o Lucas?
"Achei que ele seria meu maior motivo para viver, e por muito tempo foi, até que eu o perdi também. Assim como perdi o André."
– André também morreu?
"Sim, nos primeiros meses de vida de Lucas. Ele estava com câncer e me deixou. Pouco tempo depois Lucas se foi também."
– Não lhe restou nada? - ele levantou a cabeça e eu pude encarar aqueles desafiadores olhos azuis.
"Você."
– Só que eu não irei.
"Assim espero."
– Você tem algo mais para me contar?
"Tenho. Este diário é somente uma peça do quebra-cabeças."
– Uau! Vejo que tenho muito a fazer.
"Com certeza! Então... já que está com fome, vamos comer?"
– Não estou com fome.
"Disseste que estavas."
– Foi coisa do momento.
"Então... o que vamos fazer agora?"
– Que tal apenas ficarmos deitados aqui? - deitei-me na cama e fiquei olhando para o teto.
"Tudo bem." - "ele" deitou-se ao meu lado, e ficou olhando para o nada junto a mim...
– Sabe, as vezes quando estou deitada, faço histórias em minha cabeça. Pode parecer loucura, mas eu gosto...
"Então somos uma mistura de loucura e de sabedoria."
– Sabedoria?
"Imagina que louco todos pensando que o mundo é quadrado ou plano, e aí vem você com a maluca ideia de que o mundo é redondo. Tem que ser louco de enfrentar a igreja com tudo aquilo de "somos o centro do universo", quando na verdade somos apenas mais um planeta, num pequeno universo, em meio a uma de via-láctea de várias galáxias..."
– Louco mesmo.
"Levo comigo a loucura e a sabedoria de criar, imaginar, inovar..."
– Muito interessante.
"A loucura é a sabedoria. A sabedoria é a loucura."
– Sabe o que eu acho?... Que você é muito inteligente!
"Todos somos, é só questão de utiliza-la... Que tal olharmos algumas constelações?"
– Ótima ideia!
Fomos até a sua varanda. O Sol estava se pondo ao horizonte. O céu dançante entre cores de vários tons amarelo, vermelho e laranja davam lugar a lindas estrelas. Ficamos um tempo olhando aquela maravilhosa obra-prima. Depois de uns 30 minutos já havia escurecido. Todos os cachorros estavam deitados contemplando o explendor daquela noite estrelada. "Ele", ou "E", ajustou o telescópio para vermos alguns planetas. Depois de ajustado, "ele" me deu espaço para eu ver o que estava a cima de nossas cabeças. É maravilhosamente lindo. Tudo que eu quero é que nunca mais acabe, falando assim chego até a me esquecer que o universo não irá sair do lugar, sempre terá amanhã para eu ver mais. Olho para "ele" que me encara com olhos curiosos. Olho-o e dou um sorriso.
"Gosta do que vê?"
– Eu estou amando.
"Ótimo. Quer ver Vênus?"
– Seria um enorme prazer. - "ele" ajusta novamente o telescópio para eu ver o que está além da minha visão. Vejo o planeta vizinho com atenção, não é todo dia que se encontra alguém com um telescópio e vontade de mostrar-lhe as maravilhas do céu, lógico, você sempre pode ver na internet, mas nunca será como ver pessoalmente e ao vivo. Tenho certeza que depois que "ele" sentou-se atrás de mim, ficou observando-me por um tempo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O próximo capítulo será especial...Que tal algo... diferente!..
O jeito de pensar da Camila é meio lerdo e confuso...
Que tal algo mais rápido e concreto?
Sem spoilers, Dai :p
Até daqui a pouco.