Refém... ou não? escrita por Ed Albuquerque


Capítulo 8
Estrelas e Planetas


Notas iniciais do capítulo

Quanto temponey. Dois capítulos sairão hoje, este e outro. "QUE DELÍCIAAAA CARA" Huehuehue. Espero que gostem :*
Aliás, o próximo capítulo será um especial preparado para vocês, meus lindos...
NO SPOILERS, DAI!



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A noite havia chegado. Estou deitada na cama dele lendo seu diário, não estou entendendo muito bem, pois algumas páginas de pedaços diferentes estão arrancadas. Tudo que eu entendi até agora é que havia um bebê, aparentemente seu nome era Lucas. André, médico e dono da casa, está cuidando de suas feridas. Ainda não li nada escrito sobre o acidente, só coisas relacionadas a alguém que o levou a ser essa "monstruosidade".

"Ele" bate na porta do quarto e entra, o que é estranho, pois esse quarto é dele. Não tenho tanta pressa em esconder o livro, agora que sei que "ele" é praticamente cego.

"Ele" deita ao meu lado e fica encarando o teto, em seguida me entrega um papel.

"O que desejas para o jantar?"

– Não estou com fome.

"Temos comidas gordurosas, light, o tipo que sua vó faz... É só escolher."

– Olha "E", eu realmente não estou com fome.

"Que legal, alguém para zanzar de noite comigo. Que tal um lanchinho da meia-noite?"

– Haha, "E", muito engraçado! O lanchinho da meia-noite é o melhor.

"Concordo. Um momento, você me chamou do quê? "

– De "E" - fiz aspas com os dedos.

"Por quê?"

– Por que sim.

"Okay, me chame como quiser."

– Em breve descobrirei seu verdadeiro nome.

"Espero que sim."

– O que estava fazendo?

"Jantar? E você?"

– Esqueci. Eu estava... ah... Lendo?

"Isso é uma pergunta? Lendo o quê?"

– Estava lendo... um livro?

"Que livro?"

– Muitas perguntas.

"Poucas respostas. Um livro sobre?..."

– Ah, é só uma história muito interessante, apesar de não estar entendendo praticamente nada.

"Conte-me qual, talvez eu saiba lhe explicar" - ah, você com certeza sabe!

– Então... Vamos comer?

"Camila, você não estava com fome até agora pouco. O que está acontecendo? Que livro estavas lendo?"

– Agora estou com fome.

"Camila, você não me engana. Qual livro?" - desta vez "ele" me pegou, lhe entrego o seu diário em suas mãos. "Ele" começa a passar a mão sobre o mesmo.

– Desculpe-me. - "ele" continuou tocando o diário. E depois escreveu-me

"Meu diário?"

– Desculpe-me.

"Diga-me, o que tu não entendeste?"

– Não tais com raiva?

"Não, por que ficaria?"

– Porque eu estava lendo o seu diário, algo totalmente pessoal.

"Não ligo. Podes ler o quanto quiser."

– Okay. Quem é Lucas?

"Depende. O bebê?"

– Sim?

"Meu filho." - fico boquiaberta, "ele" já teve um filho.

– Uau! Como assim? Poderia me explicar?

"Lucas morreu quando ainda era bebê."

– Nossa, desculpe. Sinto muito. Não irei perguntar-lhe mais nada.

"Não, ao contrario, pergunte."

– Por que ele morreu?

"Problemas ao respirar. Graças a mim..."

– Por que você tem culpa?

"Porque um bebê não tem culpa do que eu fiz, ou melhor, do que nós fizemos."

– Nós? De quem você está falando?

"Da pessoa que foi culpada por me deixar assim, uma aberração."

– Isso seria?

"Alguém que eu achei que me amava"

– O que aconteceu?

"Eu achei que estávamos apaixonados. Me enganei, me enganei feio."

– O que fizeram contigo?

"Coisas que não se faz com nenhum ser vivo. E por isso eu sofri. Por isso eu sofro."

– E o Lucas?

"Achei que ele seria meu maior motivo para viver, e por muito tempo foi, até que eu o perdi também. Assim como perdi o André."

– André também morreu?

"Sim, nos primeiros meses de vida de Lucas. Ele estava com câncer e me deixou. Pouco tempo depois Lucas se foi também."

– Não lhe restou nada? - ele levantou a cabeça e eu pude encarar aqueles desafiadores olhos azuis.

"Você."

– Só que eu não irei.

"Assim espero."

– Você tem algo mais para me contar?

"Tenho. Este diário é somente uma peça do quebra-cabeças."

– Uau! Vejo que tenho muito a fazer.

"Com certeza! Então... já que está com fome, vamos comer?"

– Não estou com fome.

"Disseste que estavas."

– Foi coisa do momento.

"Então... o que vamos fazer agora?"

– Que tal apenas ficarmos deitados aqui? - deitei-me na cama e fiquei olhando para o teto.

"Tudo bem." - "ele" deitou-se ao meu lado, e ficou olhando para o nada junto a mim...

– Sabe, as vezes quando estou deitada, faço histórias em minha cabeça. Pode parecer loucura, mas eu gosto...

"Então somos uma mistura de loucura e de sabedoria."

– Sabedoria?

"Imagina que louco todos pensando que o mundo é quadrado ou plano, e aí vem você com a maluca ideia de que o mundo é redondo. Tem que ser louco de enfrentar a igreja com tudo aquilo de "somos o centro do universo", quando na verdade somos apenas mais um planeta, num pequeno universo, em meio a uma de via-láctea de várias galáxias..."

– Louco mesmo.

"Levo comigo a loucura e a sabedoria de criar, imaginar, inovar..."

– Muito interessante.

"A loucura é a sabedoria. A sabedoria é a loucura."

– Sabe o que eu acho?... Que você é muito inteligente!

"Todos somos, é só questão de utiliza-la... Que tal olharmos algumas constelações?"

– Ótima ideia!

Fomos até a sua varanda. O Sol estava se pondo ao horizonte. O céu dançante entre cores de vários tons amarelo, vermelho e laranja davam lugar a lindas estrelas. Ficamos um tempo olhando aquela maravilhosa obra-prima. Depois de uns 30 minutos já havia escurecido. Todos os cachorros estavam deitados contemplando o explendor daquela noite estrelada. "Ele", ou "E", ajustou o telescópio para vermos alguns planetas. Depois de ajustado, "ele" me deu espaço para eu ver o que estava a cima de nossas cabeças. É maravilhosamente lindo. Tudo que eu quero é que nunca mais acabe, falando assim chego até a me esquecer que o universo não irá sair do lugar, sempre terá amanhã para eu ver mais. Olho para "ele" que me encara com olhos curiosos. Olho-o e dou um sorriso.

"Gosta do que vê?"

– Eu estou amando.

"Ótimo. Quer ver Vênus?"

– Seria um enorme prazer. - "ele" ajusta novamente o telescópio para eu ver o que está além da minha visão. Vejo o planeta vizinho com atenção, não é todo dia que se encontra alguém com um telescópio e vontade de mostrar-lhe as maravilhas do céu, lógico, você sempre pode ver na internet, mas nunca será como ver pessoalmente e ao vivo. Tenho certeza que depois que "ele" sentou-se atrás de mim, ficou observando-me por um tempo.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo será especial...Que tal algo... diferente!..
O jeito de pensar da Camila é meio lerdo e confuso...
Que tal algo mais rápido e concreto?
Sem spoilers, Dai :p
Até daqui a pouco.



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