Acordei com uma rajada de vento gelado em meu rosto,(era inverno em Dublin) me arrepiei toda, e logo percebi que estava descoberta, e estava apenas com meu moletom do batman. Queria ver que horas eram, mas minha visão estava embaçada, ainda tonta me levantei para pegar meu óculos na cabeceira. 05:30. Droga! O ônibus da escola vai passar as 6:20. Pulei da cama rapidamente, pus minhas pantufas e literalmente corri para o banho.

Depois de me tomar banho, peguei meu casaco azul de bolinhas brancas, o mais quente que eu tenho. E desci para tomar café com meus primos.

–Bom dia.

–Bom dia...- disse Kelly minha prima mais velha ainda sonolenta.

Estou morando com meus tios agora, depois que minha mãe foi internada por causa de problemas com álcool. Não a culpo, lidar com a morte de meu pai foi algo doloroso. Mas não vou mentir, guardo mágoas, pois tenho a impressão de que eu a perdi para a bebida. Eu quero muito dar bem na vida, e não ter o mesmo fim que minha mãe.

Minha tia Joan me pegou em meus devaneios e me fez logo uma pergunta:

–Preparada para o seu primeiro dia de aula no ensino médio, Kim?

–Mais ou menos.

–Tenho certeza que você vai se dar bem no ensino médio, é muito estudiosa, com certeza vai continuar tirando notas boas, e vai impressionar os professores daqui.

–Obrigada tia.

–As vezes eu queria que a Kelly fosse assim.

A tia joan adora me comparar com a Kelly. Ela acha que eu sou um ótimo exemplo para ela. E a kelly é do tipo popular, daquelas que parecem ter saindo do clipe hot problems. Sempre que ela arranja uma oportunidade ela me compara com a sua filha:

"-A Kim só tirou 10's nos últimos anos.. Bem que você poderia ser assim, não acha Kelly?"

Kelly jogou seus charmosos cachos ruivos para o lado e disse:

–Ai mãe, não começa, não são nem 6 h da manhã ainda.

Tio Rubens sorriu e disse pegando uma torrada:

–Cada uma se esforça, á sua maneira é claro. Kelly, gostaria que quando chegasse na escola, levasse sua prima a sala dela, e o George também.

–Ok, pai.

Kelly pegou o celular e deu uma olhada no seu reflexo. Jogou seus cachos ruivos para trás, pegou na mão de George seu irmão mais novo, olhou para mim e disse:

–Vamos?

–E o ônibus?

–Vamos andando. É mais emocionante.

(Kim atualmente, 8 anos depois da mudança de Peter.)