Por Trás do Silêncio_Le son de votre voix escrita por Jess


Capítulo 6
Capítulo 6 - A ultima vez


Notas iniciais do capítulo

Olá
Esse é o ultimo capítulo, mas pretendo fazer uma continuação envolvendo essa história.



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Acordei um pouco tonta, Fabrizio ainda dormia ao meu lado.

Vesti-me rapidamente, o mais rápido que consegui, pois a enxaqueca me torturava, tive sorte por não ter vomitado no quarto todo.

Corri para dentro do banheiro e olhei-me no espelho, não vi uma imagem agradável, meus olhos estavam inchados e a pouca maquiagem que eu havia passado estava borrada, eu parecia bem mais velha. Eu devia seguir o exemplo de Lana e não beber, ela nunca bebia.

Meus pensamentos não paravam num só assunto, nada prendia minha atenção... Aquilo não era uma ressaca normal, se fosse só uma ressaca, era a pior da minha vida. Mas não tive muitas ressacas na minha vida, então essa deve ser só um pouco mais forte que as outras.

Lavo meu rosto, tentando melhorar minha aparência e reordenar meus pensamentos, funciona um pouco, então decido voltar para o hotel em que estou hospedada.

Ao sair do banheiro dou uma ultima olhada em Fabrizio, ele dormia tranquilamente. Por um segundo cogitei esperar até que ele acordasse, mas logo essa ideia se foi; não seria algo casual se ele acordasse e eu ainda estivesse ali.

Pensei em deixar meu número anotado num papel onde ele pudesse encontrar, isso daria um mistério... Todos gostam de mistério.

Quando já estava pegando um papel percebi o quão desesperado aquilo podia parecer, e que aquele não era o objetivo.

Respirei fundo e peguei minha bolsa, indo em direção a porta, provavelmente não veria Fabrizio outra vez, mas acho que é esse o objetivo de ficar com alguém durante uma viagem.

Andei lentamente, entrei no elevador que estava vazio, olhei-me no vidro espelhado das paredes, passei as mãos pelo cabelo e tentei parecer bem.

Assim que sai do hotel senti um vento frio esvoaçar meus cabelos, nos primeiros dias que estive ali o clima não era tão frio, aquele vento congelando meu nariz estava me fazendo detestar ainda mais a França, os franceses e seus malditos cachecóis.

Surpreendentemente as ruas estavam vazias, caminhei um pouco e peguei o celular que estava na minha bolsa, chamar um táxi seria a melhor coisa a se fazer, pois não sabia o caminho para chegar até meu hotel.

Pouco tempo depois de eu ter chamado um táxi sentei-me num banco, era incrível como havia uma grande quantidade de bancos pelas ruas, só havia visto uma quantidade maior na Inglaterra.

Observei tudo a minha volta, aquele lugar ficava até bonito sem aqueles cardumes de turistas, parecia monótono e clássico. Podia até imaginar uma jovem Brigitte Bardot caminhando por ali em quanto arrumava sua franja loira.

Sai de meus devaneios quando avistei o táxi, levantei-me e esperei que ele parasse, quando ele o fez entrei e disse para onde queria ser levada.

Logo tratei de mandar uma mensagem para Lana dizendo que eu já estava a caminho que depois explicava o que aconteceu.

Respirei profundamente e fechei os olhos sentindo o movimento do táxi, até que ele parou, eu distraidamente paguei o taxista e sai do veiculo, percebendo logo depois que aquele a minha frente não era meu hotel...

O maldito taxista havia me levado para o lugar errado, talvez tivesse sido um erro de comunicação, talvez eu tenha pronunciado errado.

Olhei para os lados, havia um prédio antigo do outro lado da rua, lembrei ter passado por ele na noite passada, quando fui para o “pub”, não devia estar muito longe do meu hotel então resolvi andar um pouco.

Observei os prédios, as janelas e qualquer outra coisa a minha volta em quanto ia por um caminho que pensei ser o correto.

O lugar era meio estranho, diferente da parte turística de Paris, sem nenhum glamour, era até um lugar desagradável, um pouco acinzentado; quase me senti no filme sin city... Se bem que ele não se passava na cidade luz.

Continuei andando como se passeasse num parque, e não nas ruas frias da cidade luz que por ironia estava acinzentada como uma metrópole com altos níveis de dióxido de carbono se espalhados pelo ar.

Ouvi passos atrás de mim, eram calmos e a cada passo eu sentia como se fosse uma presa.

O espaço entre a outra pessoa e eu era milimetricamente contado, aquilo me irritava um pouco, me deixava nervosa e com medo. Podia ser paranóia da minha parte, mas aqueles passos ainda me faziam suar frio.

Eu já estava chegando perto da esquina quando os passos ficaram mais rápidos. Meu coração disparou e sem pensar tentei correr, os passos me seguiram, correndo muito mais rápido; logo me alcançou.

Senti os braços em volta da minha cintura, tentei gritar, mas o lenço com Clorofórmio foi empurrado com força contra o meu nariz, depois de alguns segundos nos quais tentei lutar contra aquilo, comecei a enxergar tudo embaçado e depois apaguei.

A ultima coisa que pensei foi em minha imensa vontade de voltar para casa, de ir para Toronto ver meus pais.

Minha consciência foi voltando aos poucos, não sabia onde estava e me sentia meio tonta. Ouvi algumas vozes, sons de metal caindo...

Com dificuldade virei minha cabeça para o lado e vi alguém se aproximando, não consegui saber se era um homem ou uma mulher, só consegui ver que estava segurando uma seringa; aplicou o conteúdo com mim e se afastou.

Observei o ambiente, as paredes eram brancas e essa foi a ultima coisa que consegui ver.

...

“Hoje fazem três anos que a influente advogada Sophie Miller está desaparecida...

Durante uma viagem ela desapareceu depois de sair de um hotel em Paris com a irmã mais nova e uma amiga.

Policia parisiense declara “Não descartamos nenhuma hipótese nesse caso, estamos apurando tudo em conjunto com os federais canadenses”.

Nossa produção tentou entrar em contato com os familiares, mas eles preferiram não se pronunciar.”


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Notas finais do capítulo

Comentem.