Por Trás do Silêncio_Le son de votre voix escrita por Jess


Capítulo 3
Capítulo 3 - Turísta




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Ouvi sua respiração descompassada, meu rosto devia estar todo borrado de maquiagem, mas quilo não me importava, pois eu estava tentando recuperar meu fôlego depois do que fizemos, mas em nenhum momento Mains deixou algo além de gemidos abafados no meu pescoço escaparem de sua garganta.

Talvez ele seja mudo pensei, mas acho que aquilo seria muito improvável.

Esperei estar totalmente recuperada para vestir-me e me despedir brevemente de Mains, com a desculpa de que tinha que encontrar minha amiga.

Voltei para o hotel onde estava hospedada com minha amiga e minha irmã.

_Sophie por onde você andou?!_ Lana perguntou-me assim que entrei no quarto de hotel.

_Eu... Estava explorando Paris_ Respondi tirando minhas sapatilhas.

_Quer mesmo que acreditemos nisso?_ Indagou Juliana analisando-me, minha amiga sempre foi muito desconfiada._ Você chega com esse sorriso de gato da Alice e quer dizer que estava apenas andando pela idade luz?_ Ela continuou, como se eu estivesse escondendo algo que fiz de errado.

_Juliana tem razão, você não é bem humorada nem nas férias._ Lana disse concordando com Juliana.

_O que é isso? Um complô contra mim? _ Perguntei erguendo as mãos.

Lana e Juliana apenas me olharam esperando por uma explicação, eu dei de ombros e dei meu melhor e mais convincente sorriso inocente. Mas não adiantou, elas continuaram da mesma forma.

_Tudo bem, tudo bem... Contarei o que tenho feito._ Falei vencida por aquelas expressões duras.

Elas ouviram tudo em silencio, apenas trocando olhares surpresos, ao final estavam boquiabertas, e um longo silencio se segui.

_Devolva a nossa Sophie, pode devolver!_ Juliana falou exasperada.

Lana apenas riu quando saiu do estado de choque, gargalhou sem acreditar no que contei.

Lana sempre foi assim, sempre me viu como uma irmã mais velha responsável e segura, que nunca faria algo por impulso. Mas ela estava equivocada, pois eu poderia ser impulsiva e inconsequente, completamente insana.

_Eu não tinha ideia que você gostava desses fetiches malucos, do tipo transar com um cara vestido de mímico. Quer dizer... Ele era um mímico de verdade, mas você só ficou com ele quando ele ainda estava de senhor Mains então..._ Juliana dizia sem nem parar para respirar.

Lana já tinha parado de rir histericamente e agora estava com seus olhos curiosos captando tudo que era dito ali. Mesmo com seus vinte anos ela ainda parecia um pouco ingênua ouvindo minhas conversas com a Juliana.

_Eu não gosto de fetiches malucos, foi de repente, eu não planejei transar com ele de mímico, aliás eu nem planejei transar com ele de nenhum jeito._ Expliquei.

_Isso não tira a bizarrice de sua nova experiência..._Ela comentou fazendo uma careta.

Ficamos em silencio até que Lana disse:

_Pelo menos foi legal?

Eu sorri, Foi um sorriso largo e eu devia estar parecendo uma louca.

_Olha a cara dela, você ainda tem duvidas de que foi bom?_ Juliana perguntou sorridente.

Depois das palavras de Juliana rimos mais um pouco e depois olhamos nosso roteiro de viagem, eu havia perdido algumas coisas como ir a algumas lojas, mas não me arrependi um só segundo.

Fomos a um café, comemos alguns bolinhos, que tenho que dizer que eram divinos; antes eu havia destruído o Foi gras, mas tenho que dizer que nem todas as comidas francesas são uma bosta.

Andamos um pouco e voltamos para o hotel, para nos prepararmos para os eventos noturnos.

Além dos lugares chiques e de turistas como bistrôs, restaurantes, restaurantes casuais, fast-food, lugares especiais, doceiras, padarias e lojas de chocolates, Juliana queria ir aos barzinhos movimentados (chamados de Pub na Inglaterra), Lana queria ir à um recital de musica clássica e eu... Eu queria ir procurar Mains.

Decidimos ir ao recital e depois procurar algum barzinho.

Durante o recital achei que Juliana sairia correndo ou acabaria dormindo, mas ela aguentou firmemente fazendo caretas, em quanto Lana tinha os olhos brilhando e uma total atenção nos músicos.

Eu não gostava muito de tudo aquilo, nem da musica, nem da pomposidade que tudo tinha em Paris, ou dos nomes bonitos para a comida ruim, ou da classe que tudo tinha.

Você deve estar se perguntando: Então porquê decidiu ir logo para a França? Se não queria pomposidade escolhesse uma tribo na África, lá você não teria mimos.

Mas não fui eu que escolhi a França, foi Lana e a Juliana, pois eu estava ocupada de mais com alguns casos para pensar no destino de nossa viajem.

Mesmo não gostando eu estava aguentando tudo aquilo e tentando ficar calma, por respeito a minha irmã e a minha amiga e também por estar de férias e querer desestressar a qualquer custo.

Depois do recital, pegamos um taxi de volta para o hotel, lá trocamos de roupa e seguimos em nossa busca de um barzinho que tivesse algo mais alcoólico que um champanhe e também mais barato.

Acabamos perguntando para o taxista onde havia um lugar assim e ele nos deu o endereço. Ao chegar no local ficamos surpresas por não ser mais um restaurante e também por não ser um lugar como aqueles que nos filmes representam os bordeis franceses, com mulheres usando lingeries, leques e alguns assessórios chamativos.

Era um pub quase como os ingleses, haviam as mesinhas, os quadros nas paredes, alguns caras conversando, algumas pessoas que pareciam universitários rindo e bebendo. Era um lugar aparentemente agradável, Provavelmente o dono não era um francês ou era um francês que queria deixar os estrangeiros sentirem-se em casa.

Mas que tipo de turista quer se sentir em casa? Se quisesse se sentir em casa não teria ficado em casa?

É, é uma loucura isso, mas acontece sempre; os turistas querem se sentir em casa mas em outro país, o que não faz sentido é a mesma coisa quando querem ser mais bem tratados do que são em seus países... Se você não é bem tratado no seu país, porque quer ser bem tratado em outro país?

Não deveria querer isso primeiro do país onde você vive, do que de um onde você ficará por apenas a alguns dias?

Se bem que ninguém quer gastar dinheiro indo para outro lugar onde vai ficar na merda...

Isso tudo me deixa confusa.


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Notas finais do capítulo

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