Por Trás do Silêncio_Le son de votre voix escrita por Jess


Capítulo 1
Capítulo 1 - Quem é ele?


Notas iniciais do capítulo

OláA história não será muito longa, acho que no máximo seis capítulos, mas pretendo fazer uma continuação.Tenham uma boa Leitura



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Minha história pode parecer louca ou impossível, mas tudo que lhes contarei por mais estranho que pareça é real.

Tudo que eu sei sobre ele é que se chamava Mains e que era mímico nas ruas de Paris. Nunca ouvi uma palavra sair de sua boca, apenas via aqueles olhos expressivos.

O chamavam de Imitateur Mains (mímico Mãos), era um dos melhores mímico nas ruas de Paris, a cidade luz.

A primeira vez que vi Mains fiquei impressionada com sua capacidade de fazer todos presentes ficarem hipnotizados com seus movimentos , a cada graça feita todos davam pequenos sorrisos e batiam palmas.

Vi seu show por algum tempo e depois fui fazer todos aqueles programas de turista.

Na segunda vez que o encontrei foi perto de uma galeria de arte, como sempre, haviam algumas pessoas a sua volta, até mesmo os franceses que já deviam estar acostumados com aquilo ficavam admirados com a arte de Mains.

Comecei a observa-lo melhor e minha cabeça se encheu de duvidas: Como será a vida dele? Como deve ser a voz dele? E o rosto, sem toda essa maquiagem? E seu nome?

Ele parecia não ter mais que trinta anos, então talvez fosse um jovem ator se divertindo um pouco.

Depois daquele dia, não consegui parar de pensar no mímico. Por trás daquela maquiagem existia alguém e eu estava louca para saber quem era.

******

Minhas férias eram de um mês, eu estava em Paris com minha irmã Lana e minha amiga Juliana. Nós já havíamos adiado essa viajem muitas vezes, pois sempre surgia uma causa para eu defender e eram irrecusáveis.

Desse um mês de férias já tinha usado uma semana sendo turista, agora eu usaria meus dias para descobrir mais sobre o Imitateur Mains.

Sei o quanto isso pode parecer estranho, mas ele fez minha Sophie adolescente ressurgir dentro de mim. Tenho vinte e cinco anos e dei um jeito de sepultar minha Sophie da adolescência aos poucos, a cada vez que tive que ser forte, que parecer firme defendendo meus clientes que muitas vezes eram culpados.

Tentando esquecer meu lado que dizia que aquilo era um erro, que eu estava sendo tola e estragando minhas férias indo atrás de um mímico. Fui para uma praça onde o vi pela primeira vez.

Devem estar se perguntando como consegui distingui-lo no meio de tantos mímico que existiam... É bem simples; ele tinha aqueles olhos castanhos e eu conseguia ver os fios avermelhados de seus cabelos pelos lados do chapéu-coco, ele era o único assim.

Encontrei Mains no centro de um circulo de turistas, eles aplaudiam o mímico que agradecia com gestos, como quem está muito agradecido.

As pessoas saíram dali e seguiram com seus planos, mas eu permaneci parada onde estava.

Mains olhou-me e deu um aceno com a mão, e manteve sua expressão interrogativa. Não tive como não sorrir, mesmo ele não tendo a menor intenção de me fazer sorrir, não resisti ao vê-lo meio confuso.

Os mímico não querem nos fazer rir, a arte deles é nos entreter se comunicando com gestos, expressando tudo com seus corpos, com seus símbolos, transmitindo sentimentos sem uma única palavra.

Eu não sabia o que fazer, ele não saia do personagem , e eu não conseguia iniciar uma conversa mesmo falando muito bem francês.

_Meu nome é Sophie, qual é o seu?_ Perguntei em francês, sentindo-me um pouco sem jeito.

Ele apontou para o bordado em sua roupa listrada onde estava escrito M. Mains, aquilo me fez ficar ainda mais desconfortável.

_Ah, sim Mains_ Falei sorrindo e vendo-o concordar com a cabeça.

Fiquei parada por mais alguns segundos encarando-o e sendo encarada de volta até que perguntei:

_Pode sair do personagem para conversarmos?

O mímico fez uma expressão de descontentamento, e virou as costas para mim.

Vendo que eu estava perdendo a chance de ficar perto dele e tentar conhecê-lo, corri atrás dele. Não estava preparada para um ataque de estrelismo, mas os artistas devem ser todos assim.

_Desculpe-me, não quis te ofender._ Expliquei quando consegui o alcança-lo.

Ele me olhou com uma cara um pouco entediada e mostrou o dedo do meio para mim, olhei para a mão enluvada sem acreditar naquilo.

Como ele pode ser tão sem educação! pensei com a boca aberta de tão chocada.

Ele era um mímico deveria ser mais simpático, e não um artistazinho arrogante...

Esses franceses arrogantes são um monte de babacas que se acham importantes por comerem comidas horríveis com nomes difíceis e preços altos...

Quem come Foi gras e acha bom? Aquilo é fígado de pato ou ganso, sim um maldito ganso. Esses franceses nojentos com o nariz empinado comem gansos, que devem ser primos dos cisnes, aquele cisne do Lago dos Cisnes!

Tinha que ser a Lana para escolher logo a França.

O mímico balançou a cabeça como se estivesse relevando, eu sorri querendo amolecer seu coração, mas acho que não funcionou muito, pois ele continuou andando.

_Como consigo falar com você?_ Perguntei seguindo-o.

Mains virou-se, andando de costas e sacudiu os dedos, provavelmente ele queria dizer: Por sinais vous silly (sua tola).

Continuei seguindo ele, me senti uma detetive ou uma psicopata seguindo uma vitima. Sem querer acabei olhando o bumbum dele; antes que comecem a me apedrejar já vou explicar: ele estava andando na minha frente então naturalmente olhei um pouco mais para baixo das costas dele e meu olhar parou ali, e era um belo bumbum que ficava um pouco colado na calça esquine preta. Fiquei observando por algum tempo aquele movimento um pouco duro de sua cintura, todos já devem ter feito isso, pelo que eu havia percebido os franceses tinham aquele jeito de andar e bumbuns comuns, não muito grandes e não muito pequenos (isso também se aplicava as mulheres).

Quem eu estava me tornando? Alguém que observa bumbuns e seguia um mímico maluco que não saia do personagem?

Sim era isso que eu estava me tornando, depois de tanto tempo seguindo minhas regras e minha rotina resolvi fazer o que tivesse vontade, e são essas as minhas novas vontades: Saber quem é esse mímico de verdade, Fazer ele falar, Comer a menor quantidade de comidas francesas possível e voltar para meu pais, para minha casa e para minha vida de advogada.


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Notas finais do capítulo

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