Me afogando no oceano em seus olhos. escrita por Larian Gonzales


Capítulo 2
Sombra majestosa




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A mansão agora se transformara em uma casa de papéis e livros jogados para todos os cantos. Uma bagunça inigualável possuía o local sem pena. Fileiras e fileiras de livros, sem contar as colunas de diários.

Enciclopédias pela mesa e bibliografias junto a observações feitas pelo fantástico Sherlock Holmes, grandes frases feitas por Karl Marx e livros sobre Eric Hobsbawm, sem falar dos diversos documentários sobre a cultura poética do século XIX.

Ao entrar e fechar a porta, Damon passa pela sala de estar, tropicando e freando, quase caindo em cima das pilhas. Ele começa a chutar e derrubar as pilhas que vão ao chão se esparramando, causando um efeito dominó em três colunas de livros à esquerda, passando então para o meio da sala.

– Stefan, quer pelo amor de Deus para por um segundo? – Repreende Damon empurrando os diários com o pé para liberar sua passagem, tentando se equilibrar por entre a bagunça.

– Ela está aqui! – Stefan nem ao menos olha para o irmão de tão concentrado que está nos papéis amarelados e gastos nas bordas.

– De novo isso? Stefan você está ficando louco por causa dessa mulher!

– Não estou Damon! Eu sei que ela está aqui!

– Essa mulher está morta Stefan!

Ele simplesmente o ignora e continua folhando e folhando os documentos de sabe Deus o quê. Stefan puxa uma das caixas de madeira pequenas no chão, fechadas. Seus dedos quebram quando Damon dá um chute violento na caixa que estava em suas mãos, lançando-a pra dentro da lareira.

– Você é louco? – Geme Stefan de dor.

– Eu disse pra parar! Você ficou assim a noite inteira, é nove e trinta e sete da manhã Stefan! – Damon levanta Stefan do chão o segurando pela blusa. – Olhe pra você, está um traste e fedendo álcool. Se continuar assim, quem vai ficar louco é você!

Um pequeno bilhete cor de rosa amassado se ergue diante dos olhos de Damon, Stefan o segura olhando nos olhos do irmão com perturbação.

– O que é isso?

– Abra! – Ordena Stefan.

Ele o abre com rapidez e sem paciência.

“Falta pouco, meu amor! Logo estaremos juntos caminhando para a eternidade!”

Katherine.

– Sério? Como isso é possível? – Questiona Damon indignado e desacreditado lançando Stefan no sofá, voltando a olhar para o bilhete.

– Agora acredita em mim? Que diferença algumas palavras fazem, não é?

– Essa marca de batom não engana ninguém. Não tem como ser um bilhete falsificado. Nem sentido tem!

– Não mesmo. Sem falar que tinha alguém correndo pela mansão antes de eu achar o bilhete em baixo do meu copo. Quando fui procurar já não tinha ninguém. Ela simplesmente...

Stefan nem ao menos termina de falar quando se depara com Damon quase colando os lábios à marca de batom no pequeno bilhete. É quando ele o amassa e joga na lareira junto à caixa que havia chutado.

– Seguinte... Vamos deixar que ela apareça com sua entrada triunfal! Vamos deixar que dê suas últimas palavras.

– E depois? – Pergunta Stefan levantando o olhar para Damon. – Vai fazer o quê?

– A mesma coisa que você quer fazer! Arrumar meu cabelo de herói e livrar a terra das armadilhas do diabo.

Damon sorri de canto.

~~~~~~~~

– Eu simplesmente não consigo absorver isso Elena!

– Caroline, eu também não sei explicar o que eu sinto... É mais do que simplesmente amá-lo.

– Mas ele é um assassino! – Indaga Caroline com os olhos arregalados.

Elena sorri para o chão.

– Eu consegui ver o melhor lado dele Care. É claro que ele não é perfeito, mas... Eu sei que ele é capaz de amar e de pouco em pouco...

– Não se iluda! – Interrompe Caroline a fitando.

– Não gosto dele! – Confessa Bonnie com receio.

– Oh, por favor! Dêem a ele uma chance! Só uma!

Elena junta às mãos perto do rosto e sorri embriagada de ânimo num sorriso fofo e gentil.

– Você sabia que já foram encontrados cinco corpos drenados na floresta de Mystic Fall desde que vocês voltaram daquela viagem estranha? Minha mãe estava recolhendo os corpos com o os outros policiais e bombeiros! – Questionou Caroline fitando Elena, tentando abrir seus olhos.

– Não foi ele, Caroline!

– Como sabe Elena? Como pode ter certeza se ele é um vampiro! Um vampiro que você sabe que mata, e que está matando, Elena! – Acusou Bonnie.

– Não! Ele não faria isso, eu... Eu já falei com ele sobre isso, e ele está dando o seu melhor por mim e por...

Elena é interrompida junto âs amigas quando ouvem gritos de alunos no saguão. Um rapaz loiro e bonito entra com a mão direita no pescoço que sangra desesperadamente. Ele está atormentado.

– Matt! – Grita Caroline correndo em direção a ele com as outras. Um grande grupo de alunos se aglomera ao redor do garoto.

– Matt quem fez isso? – Pergunta Elena tirando um lenço branco da bolsa o limpando.

Ele se assenta no chão enquanto perde sangue.

– Meu Deus! – Bonnie tira a mão de Matt do pescoço que apresenta dois ferimentos de perfuração.

Caroline arregala os olhos enquanto os coordenadores tentam atravessar o tumulto.

– Damon! Foi o Damon! – Resmunga Matt tonto quase desmaiando.

As meninas dão uns passos pra trás e olham para Elena.

– Não! Ele não faria isso... Matt, Damon não! Ele...

– Era ele – Interrompeu Matt. – Te deixou na frente do colégio, depois se alimentou de mim!

Elena balança a cabeça atordoada, vendo os assistentes da Orientação levantarem Matt e o tirarem dali o levando para a ambulância fora do colégio.

– Vai encontrar seu travesseiro estraçalhado no chão com seu cachorro em cima e dizer que não foi ele também Elena? – Caroline a olhava com desprezo indo pra junto dado carro da ambulância.

– Me desculpe Elena! Eu sinto muito, mas não posso te apoiar nisso! E acredite, se eu descobrir que esse... – Bonnie poupa as palavras e continua – Que ele está te hipnotizando para pensar que o ama... Seus dias estarão contados. Você sabe que vou proteger você e a todos que eu amo independente de quem for. E eu já posso derrubar um vampiro!

Ao avistar Jeremy perto da ambulância enquanto a tumulto se desfaz, Bonnie vai até ele. Os dois saem juntos do colégio para esperar notícias.

~~~~~~~~

– O que você fez com ele? – Pergunta Elena, jogando um copo de whisky gelado na cara de Damon que cochilava no sofá.

Ao sentir a bebida gelada entrar em choque com sua face, ele pula do sofá tropicando nas folhas jogadas no chão da sala, caindo então, sobre os livros e diários, espalhando-os pelo chão.

– O que? – Damon tenta enxugar o rosto com a mão. – O que eu fiz com quem?

– Você sabe! O Matt... E todas as outras vítimas dos últimos dias Damon! Ficamos com Matt o dia todo no hospital. Ele está bem, mas perdeu muito sangue!

– Mas o que? Eu não fiz nada nem com Matt, nem com ninguém Elena! Quem disse que fiz alguma coisa? – Ele se coloca em pé – Não estou me alimentando assim!

Fechado no quarto e sem roupas em baixo dos lençóis, Stefan escuta atenciosamente a discussão de Damon e Elena na sala de estar.

–... Você sabe que não faço dessa forma!

– Mas ele disse que foi você Damon! Matt disse que foi logo depois você ter me deixado na entrada do colégio hoje, que o chamou e que se alimentou!

– Quando foi que eu deixei alguém de quem o me alimento sair sangrando por aí anunciando quem sou Elena?

Stefan perde a paciência e se levanta. Veste a roupa e desce.

– É... é verdade! Você não deixa que saiam. Você mata! E as outras vítimas na floresta de Mystic Falls Damon?

– NÃO FUI EU ELENA! – Berra Damon indignado pela desconfiança absurda da namorada. - Agora de repente está me acusando? Por que não acredita?

– Acreditaria se seu irmão não se alimentasse de animais e bolsas, ou se houvesse outro vampiro em Mystic Falls!

– Exatamente! – Interrompe Stefan chegando à porta da sala.

– O que? – Elena dirige o olhar para Stefan.

– E pelo que vejo, ela está tentando te alertar Damon!

– Acha que ela está querendo me ferrar?

– Quem? – Pergunta Elena perdida na conversa dos dois.

– Do jeito que ela está louca para colocar seu nome na lista de caça do conselho...

– Não seja estúpido, por que ela iria fazer isso?

– PAREM! – O grito de Elena se expande pela casa fazendo eco. – QUEREM ME EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO E DE QUEM ESTÃO FALANDO?

– Elena, é melhor você se sentar... – Pede Damon com calma.

– Vou sair pra respirar! – Stefan caminha em direção da porta.

– Não, você fica! Não estou nessa sozinho. – Damon aponta para o chão.

– Você a namora sozinho! – Stefan dá uma piscadela para Damon. – Diferente de algumas décadas atrás não é irmão? Mas briga de marido e mulher ninguém mete a colher!

Ele sai e fecha a porta.

– Pode começar! – Elena cruza os braços para Damon e ergue uma sobrancelha para ele.

– Senta que lá vem a história...

Stefan liga a moto e sai rachando a cento e sessenta.

Sentir a brisa fresta junto à garoa, passando pelos seus cabelos mais livremente é melhor sem o capacete. Ele está vestido com uma jaqueta preta fechada de motoqueiro.

O vento gelado bate e chicoteia as maçãs do rosto de Stefan que se delicia e relaxa, sentindo o céu escurecer ao cair da noite. O nevoeiro abaixa, então ele abre de vagar os braços e fecha os olhos em cima da moto como se estivesse voando. Stefan sorri ao sentir a brisa fria do nevoeiro molhar seu rosto.

Ao abrir os olhos, Stefan coloca imediatamente às mãos sobre os guidões novamente, tentando recuperar o controle da moto que se desgoverna quando ele avista a silhueta negra de uma mulher parada em pé no meio do asfalto. Ele freia a moto que patina na umidade do chão, o que o faz virar a mesma com tudo para a esquerda. A moto tomba lançando Stefan para o asfalto, levando-o a rolar pelo chão à frente esfolando parte de seu rosto e os cantos das unhas das mãos.

Ao erguer um pouco o rosto, Stefan está tonto e não consegue distinguir o que há a sua frente. Só o que ele vê, ele tenta tocar. Suas mãos logo à frente de seu rosto alcançam o que há à sua frente, seus dedos que sangram um pouco os tocam. Seu campo de visão recupera a nitidez.

Botas de couro e salto alto.

A moça se abaixa para ele afundando os dedos em seus cabelos.

– Meu amor... – Ela sorri radiante. – Eu sabia que viria até mim! Só não sabia que se jogaria caindo aos meus pés assim que me visse.

– Katherine?

Ele levanta ainda mais seu olhar a tentando ver. A silhueta de um volumoso cabelo com cachos formosos se forma através da luz branca e enfumaçada do lampião escondido no nevoeiro.


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Notas finais do capítulo

Oh my God!!! Até eu mesma pirei com esse capítulo.
A rainha botando terror antes mesmo de chegar chegando? Uau!
Agora começamos a jornada! As questões começam a ser respondidas a partir de quando Katherine abre a boca para falar de seus interesses após tantos anos. Elena já sabe quem Katherine é! Ela poderia preferir ficar longe dos planos da diva se ela já não estivesse inclusos neles.
PI PI PI... Detector de problemas á vista quando Kit Kat ameaça a Elena, caso Damon faça o que ela quer. Mas para sabermos qual a origem de tudo isso, uma viagem no tempo e nas lembranças faria bem. É isso que teremos!
A resposta está antes mesmo de 1864 e muito antes até da chegada de Katherine em Mystic Falls. Lá havia algo muito mais forte do que o reboliço causado pela garota... A força do elo dos irmãos!