Apaixonada pelo meu Beta escrita por brunna


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais (estou sendo mendiga do Nyah hoje)



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Eu realmente achei que tínhamos chegado.

Myra saiu do carro, Charlie a seguiu e não tive escolha além de fazer o mesmo. O motorista continuou sentado, sem mexer um músculo. Aposto que se o mundo acabasse ele nem ligaria.

Charlie estava obviamente paquerando a Myra. Eu escutava os risinhos deles e os sussurros o que me fez sorrir também. Não queria estragar o flerte deles, mas andar por Lisboa praticamente sozinha — sem saber para onde está indo, é bastante incomodo. Todavia, decido ficar aqui mesmo, tirando algumas fotos com o celular e a câmera profissional que minha mãe e emprestou.

Quando novamente olho pra frente os dois não se encontram mais lá.

Digito rápido o número de Charlie e espero que ele atenda.

— Onde você esta? — falo seriamente. — Eu realmente não gosto de estar sozinha em um lugar que não conheço.

— Aquiete-se Ags. — Charlie nunca falava "aquiete-se", a não ser que estivesse prestando atenção em outra conversa e acabou usando uma expressão utilizada em tal diálogo. Isso ás vezes quase acontecia comigo, mas eu conseguia reprimir para não dar pistas da minha situação, Charlie não foi preservador o suficiente para pensar nisso. — Eu estou esperando Myra buscar uma nova campista, daí iremos para Algarve.

— Okay — respondo — estou esperando você, volte pelo mesmo local que veio, daí nos encontramos.

— Tudo bem — diz ele.

— Charlie. — Reprimo uma risada. — Dê um pouco de privacidade às meninas.

— Mas o...

E eu desliguei.

Pus os fones de ouvido e coloquei minha playlist de viagem, as músicas que não me faziam dançar, mas pensar; raciocinar; me faziam sentir algum ardor prazeroso no estômago, assim como quando eu falava com Tobias.

Era algo inexplicável, algo peculiar e talvez bastante viciante, eu não sabia o que era, ainda... Mas as coisas mais interessantes são aquelas que você não consegue caracterizar.

A primeira música começou a tocar e aquela sensação chegou.

Era como se eu me identificasse, era como se aquela letra entrasse na minha mente me falando o que eu deveria fazer, como se fosse a resposta e eu estou a aceitando.

Penso na música mais profundamente e nos seus versos:

And I'm holding on for dear life - E eu estou aguentando firme pela querida vida

Won't look down, won't open my eyes - Não olharei para baixo, não abrirei meus olhos


Isso é o que eu sei, o que sinto, o que tento e tudo o que desejo fazer. Finalmente abro os olhos, a luz não é tão forte e não me incomoda, mas eles estão embaçados pelas lágrimas e apenas consigo ver três silhuetas que se aproximam de mim: Charlie, Myra e a nova campista. Na hora exata em que termina Chandelier, da Sia.

[...]

Voltamos pro carro silenciosamente, eu não queria falar com ninguém e ninguém quis falar comigo. Apenas sentei, no banco dianteiro desta vez. Myra, Charlie e a outra garota foram atrás. Eu não me preocupei em ser a excluída, talvez seja realmente isso que eu queira. Não sei.

Pesquisei a distância entre Lisboa e Algarve, na velocidade que estávamos indo. Segundo minhas contas, demoraria umas três horas.

Queria fazer tantas coisas; falar tantas coisas, pois eu estava sentindo muitas coisas.

Eu sei de quem preciso, eu sei quem eu quero. Eu preciso do Tobias agora e não sei o porquê.

Tento me concentrar na música que está tocando, não sei o motivo de tudo isso, não sei o motivo da minha mudança de comportamento... Eu apenas sei que ninguém me entende, apenas o meu beta.

Ele é o único que sabe do meu amor pela escrita.

Ele é o único que me ajuda no que realmente me interessa.

Ele é o único que me apoiou na construção do meu livro.

Estou começando a achar que ele é único em muitas coisas, pelo menos para mim.

Tenho isso em mente, não devo me precipitar assim como fiz com o Charlie, mas tenho que sentir aquilo de novo, preciso saber se ele é motivo.

Procuro nos contatos o número do meu beta, quero falar tanta coisa, mas tudo que consigo falar assim que ele atende é um "oi".

— Agnes! — Ele parece empolgado. — Como vai a história.

Me desanimo, ele perguntou da história, devia ter perguntado por mim.

— Mal — respondo. — Muito mal.

Ele reprime uma risada, sei disso pois ele supira e Tobias nunca suspira, a não ser quando quer disfarçar algo, já falei bastante com ele o suficiente para perceber isso.

— Pode rir, beta. — Digo "beta" porque sei que o incomoda.

— Okay, autora.— Mas ele não ri. — Eu ficaria feliz em te ajudar agora, mas estou me arrumando, irei viajar.

— Estou viajando também, minha primeira vez em Portugal. — Não quero falar sobre isso, quero falar sobre minha agonia, sobre aquele incomodo prazeroso que tenho quando falo com ele...

— Portugal?! — Isso soa quase como um grito.

— Sim — concordo.

— Agnes, eu moro em Portugal.

Aquele incomodo gostoso surge mais forte no meu estômago, ele passeia pela minha garganta empurrando palavras:

— Então Precisamos nos encontrar.

— Sim — diz ele — estou indo para Lisboa assim que anoitecer, aposto que é aí onde você está.

— Eu estou saindo de Lisboa agora — falo desanimada.

— Pra onde está indo?

— Algarve — respondo, apesar de não ter certeza do nome.

— Te ligo mais tarde — responde ele, isso me deixa preocupada. — Daqui á uma hora.

— Esperarei ansiosa. — falo com um nítido sorriso, para ele perceber que me faz sorrir.

— Aposto que estarei mais, acredite.

[TOBIAS]

Tudo ficava cada vez mais confuso. Minha autora conseguia mexer comigo de um jeito diferente. Ela conseguia me fazer corar, conseguia me fazer rir á toa. Ela podia fazer isso através de uma tela no computador. Ela sabia fazer isso sem nem mesmo apelar para outras coisas.

Se ela está vindo pra Algarve, nós estaremos muito perto um do outro. Tudo é bastante confuso para mim, mas acho que a presença dela explicará muita coisa.

Agnes era uma torre de difícil escalada que eu faço questão de escalar eu faço questão de conhecer.

Pai! chamo, enquanto coloco meus óculos sobre a cômoda. Que horas chega a Myra?

Daqui á umas três horas, ela acaba de sair lá de Lisboa. Meu pai grita mais alto do que eu.

Myra á minha irmã, ela foi adotada quando eu tinha cinco anos, lembro-me bem dela nesta época, ela sempre aparentou ser mais madura do que realmente era, sempre usou isso contra mim, pois pensavam que eu era o irmão caçula, sendo que na verdade eu era cinco anos mais velho que ela. Agora não acontece mais isso, pois eu ando malhando e tenho a verdadeira aparência de um homem com dezenove anos.

Tobias! Desta vez, meu pai é quem me chama. Arrume o chalé oito. Eu cuidarei dos demais.

Okay respondo. Mas vou passar a madrugada escrevendo.

Você acha que me importo? Meu pai aparece na porta do meu quarto, nós dois sorrimos. Eu levanto e vou em direção ao Chalé Oito, não esqueci de conferir o horário. Não posso esquecer que daqui á uma hora ligarei para minha autora, aquela que consegue me confundir, aquela que não tem vergonha de pensar.

Aquela que me deixa realmente confuso




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Notas finais do capítulo

Estou tão mendiga hoje que pedirei uma recomendação =3... Iria chorar de emoção... Volto assim que receber minha desejada recomendação ;)