Índigo escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar esse, tive uns probleminhas... >.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/567007/chapter/6

Como eu havia dito para THE, fiz ele tomar um banho e cuidei dos machucados. Por algum motivo extraordinário, ele não reclamou. Depois, fiz uma deliciosa omelete para ele. THE raspou o prato.

– Agora, vamos fazer compras.
– Compras? Ah, céus. Não me diga que...
– O que você acha que vai vestir enquanto estiver aqui? Você precisa de roupas e calçados, pelo menos.
Eu e THE passeamos pelo shopping e compramos algumas coisinhas, incluindo as coisas que ele ia precisar para estudar. Mais tarde, fomos para o consultório, eu vestida com minha roupa de adolescente disfarçada sob o jaleco, e ele com a camiseta e calça novas, que ele chamou de “iradas”. Chegamos pouco antes das dez.
– Bom dia, Rosalyn. - Eu disse.
– Bom dia, Dra. Spark. Os Silverston não gostaram nada de...
– Bom dia, Rosalyn – Disse THE.
– Bom dia, Tg... Espere, o que está fazendo aqui, Tgonk?
– Rosalyn, isso é jeito de falar com o THE?
– THE? Ah, claro, Tgonk Hall-Ether.
– Não me chame assim, por favor. Esse nome é horrível, e não quero ouvir o sobrenome tão cedo.
– Que seja THE, então. Mas o que houve, querido? Porque tão machucado?
– Problemas, Rosalyn. Problemas. Mas respondendo sua pergunta, estou aqui para acompanhar a Angel em seu trabalho, minha melhor amiga e futura mãe adotiva.
– Mãe adotiva? Ah, céus, vocês são malucos. - Rosalyn riu. - Não sei o que vão tentar fazer, mas espero que consigam. Será muito bom continuar a vê-lo por aqui, Tgonk... Quer dizer, THE.
THE riu, o que foi maravilhoso. Seu humor mudou drasticamente em questão de horas.
Entramos no meu escritório. THE se sentou à minha frente, enquanto eu catava um número na minha agenda.
– Russel Storn, Russel Storn... Onde está você? Ah, aqui. Dr. Russel Storn. Só um minuto, querido. Vou fazer uma ligação.
– Posso jogar video-game enquanto isso.
– Pode, - eu disse discando – mas hoje eu não poderei jogar com você. Jogue no modo história, está bem?
– Tudo bem.
THE saiu do escritório enquanto a ligação chamava. Russel atendeu logo.
– Angel?
– Russel! Como vai?
Russel riu do outro lado.
– Vou bem, e você?
– Não poderia estar melhor. Escute, Russel, estou precisando de um bom advogado, e você é o melhor profissional que eu conheço. Será que pode me ajudar?
– Será uma honra, querida amiga. Pode me adiantar o assunto?
– Quero abrir um processo contra os pais do meu ex-paciente. Quero pedir a guarda dele, alegando agressão por p
– Sei perfeitamente, Russel. Mas estou disposta a correr o risco e pagar o quanto for. Estou disposta a fazer qualquer coisa pelo meu filho.
– Está certo. Podemos nos encontrar no almoço?
– Perfeito. Assim você já conhece o THE.
– O seu futuro filho adotivo?
– Espero.
– No que depender de mim, será.
– Fico muito feliz por ouvir isso. E muito grata por sua ajuda.
– Não há de quê.
– Fico te devendo uma.
Russel riu novamente.
– No dia que eu decidir me casar e ter filhos problemáticos, vou lembrar de você.
Dessa vez, nós dois rimos. Eu normalmente faria um discurso falando sobre o trabalho dos psicólogos e tirando qualquer relação da profissão com “filhos problemáticos”, mas Russel já tinha estado na faculdade. Ele sabia tudo que eu pudesse dizer, e eu sabia que ele estava só brincando.
– Nos vemos no almoço, então.

Enquanto me preparava para receber minha próxima paciente, informei a THE as boas novas.
– Vamos conhecer uma pessoa especial no almoço.
– Quem?
– Dr. Russel Storn.
– Por favor, me diga que não é um médico para meus machucados – ele disse “machucados” gesticulando para fazer aspas.
– Mais ou menos. É um advogado para cuidar do nosso processo.
– Sério? Quero conhecer esse cara.
O interfone tocou, e Rosalyn disse que Cecília havia chegado. Por sorte, eu havia acabado de me arrumar, e pedi a Rosalyn que mandasse a menina entrar.
Cecília Bomaro era uma menina de 10 anos. Seus cabelos loiros estavam sempre em maria-chiquinha. Seus óculos rosa ocupavam uma boa parte do seu rosto. Seus pais a haviam colocado em tratamento por ela ser extremamente tímida. Percebi o quão bom seria para ela brincar com outra criança.
– Oi, Cecília! Tudo bem?
Ela assentiu. Cecília não falava a não ser que fosse extremamente necessário. E quando falava, sua voz era muito baixa, quase inaudível.
– Que ótimo. Hoje você vai conhecer um amiguinho. - Quando ela arregalou os olhos, os óculos deixaram eles ainda mais imensos. Cecília ficou claramente nervosa. - Ei, fique tranquila! Não precisa ter medo. Ele é meu filho.
Cecília pareceu relaxar um pouco com essa informação, mas apenas um pouco.
– Venha – estendi a mão para ela. - Ele está na sala de jogos.
Cecília segurou minha mão, e nós fomos juntas.
THE estava escolhendo seu personagem para o modo player contra player, que ia jogar comigo. Ele olhou para o lado e ficou um pouco surpreso ao ver a menina.
– THE, esta é minha amiga, Cecília. Cecília, meu filho THE.
– Oi! - Disse THE, com um sorriso meio bobo. Cecília sorriu levemente e acenou, o que me agradou. - Você quer jogar?
Ela balançou a cabeça negativamente e bem rápido, como se jogar Mortal Kombat fosse um crime.
– Ah, por que não, Cecília?
A menina se agarrou ao meu braço, completamente retraída.
– Ande, vamos. A manete não morde, e o THE também não. - Me abaixei e fiquei de frente para a menina. - Vai ser legal, Ceci. Confie em mim, ok?
Cecília olhou para a manete sobre o puff ao lado de THE, hesitante. Depois ela andou até lá com passos lentos.
– Você sabe jogar? - Perguntou THE, e Cecília balançou a cabeça, negando. - Tudo bem, eu ensino a você, certo?
Encostada no batente na porta, fiquei observando o carinho e o cuidado de THE ao ensinar Cecília a escolher a Kitana, e depois a fazer seus movimentos. Olhando assim, parecia meu filho de verdade. Atencioso para lidar com as pessoas mais difíceis. Não importava quanto eu tivesse que pagar, quanto tempo eu tivesse que gastar. Eu estava convencida.
THE seria meu filho de verdade.arte dos pais.
– Agressão? Então quer adotar o seu ex-paciente. Isso não vai ser uma luta fácil, nem barata. Sabe disso, não é?
– Sei perfeitamente, Russel. Mas estou disposta a correr o risco e pagar o quanto for. Estou disposta a fazer qualquer coisa pelo meu filho.
– Está certo. Podemos nos encontrar no almoço?
– Perfeito. Assim você já conhece o THE.
– O seu futuro filho adotivo?
– Espero.
– No que depender de mim, será.
– Fico muito feliz por ouvir isso. E muito grata por sua ajuda.
– Não há de quê.
– Fico te devendo uma.
Russel riu novamente.
– No dia que eu decidir me casar e ter filhos problemáticos, vou lembrar de você.
Dessa vez, nós dois rimos. Eu normalmente faria um discurso falando sobre o trabalho dos psicólogos e tirando qualquer relação da profissão com “filhos problemáticos”, mas Russel já tinha estado na faculdade. Ele sabia tudo que eu pudesse dizer, e eu sabia que ele estava só brincando.
– Nos vemos no almoço, então.

Enquanto me preparava para receber minha próxima paciente, informei a THE as boas novas.
– Vamos conhecer uma pessoa especial no almoço.
– Quem?
– Dr. Russel Storn.
– Por favor, me diga que não é um médico para meus machucados – ele disse “machucados” gesticulando para fazer aspas.
– Mais ou menos. É um advogado para cuidar do nosso processo.
– Sério? Quero conhecer esse cara.
O interfone tocou, e Rosalyn disse que Cecília havia chegado. Por sorte, eu havia acabado de me arrumar, e pedi a Rosalyn que mandasse a menina entrar.
Cecília Bomaro era uma menina de 10 anos. Seus cabelos loiros estavam sempre em maria-chiquinha. Seus óculos rosa ocupavam uma boa parte do seu rosto. Seus pais a haviam colocado em tratamento por ela ser extremamente tímida. Percebi o quão bom seria para ela brincar com outra criança.
– Oi, Cecília! Tudo bem?
Ela assentiu. Cecília não falava a não ser que fosse extremamente necessário. E quando falava, sua voz era muito baixa, quase inaudível.
– Que ótimo. Hoje você vai conhecer um amiguinho. - Quando ela arregalou os olhos, os óculos deixaram eles ainda mais imensos. Cecília ficou claramente nervosa. - Ei, fique tranquila! Não precisa ter medo. Ele é meu filho.
Cecília pareceu relaxar um pouco com essa informação, mas apenas um pouco.
– Venha – estendi a mão para ela. - Ele está na sala de jogos.
Cecília segurou minha mão, e nós fomos juntas.
THE estava escolhendo seu personagem para o modo player contra player, que ia jogar comigo. Ele olhou para o lado e ficou um pouco surpreso ao ver a menina.
– THE, esta é minha amiga, Cecília. Cecília, meu filho THE.
– Oi! - Disse THE, com um sorriso meio bobo. Cecília sorriu levemente e acenou, o que me agradou. - Você quer jogar?
Ela balançou a cabeça negativamente e bem rápido, como se jogar Mortal Kombat fosse um crime.
– Ah, por que não, Cecília?
A menina se agarrou ao meu braço, completamente retraída.
– Ande, vamos. A manete não morde, e o THE também não. - Me abaixei e fiquei de frente para a menina. - Vai ser legal, Ceci. Confie em mim, ok?
Cecília olhou para a manete sobre o puff ao lado de THE, hesitante. Depois ela andou até lá com passos lentos.
– Você sabe jogar? - Perguntou THE, e Cecília balançou a cabeça, negando. - Tudo bem, eu ensino a você, certo?
Encostada no batente na porta, fiquei observando o carinho e o cuidado de THE ao ensinar Cecília a escolher a Kitana, e depois a fazer seus movimentos. Olhando assim, parecia meu filho de verdade. Atencioso para lidar com as pessoas mais difíceis. Não importava quanto eu tivesse que pagar, quanto tempo eu tivesse que gastar. Eu estava convencida.
THE seria meu filho de verdade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Índigo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.