Never Love escrita por Colin Cassidy Mills


Capítulo 8
Capítulo 7 - Brincadeira de Adolescentes


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal,
Primeiro, desculpem pelo atraso, agradeço todos os comentários que escreveram, e nos sentimos honrados em lê-los um por um e respondê-los.
Adorei as ideias e opiniões.
Espero que gostem desse cap. ^^



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– ...É isso que você faz com todos, confunde, brinca com as mentes como uma criança brinca com bonecos! – A frase ecoou pelo acampamento. Havia tanto tempo que não se permitia transparecer seus sentimentos em suas palavras que havia se esquecido que até mesmo seu tom de voz mudava para esconder o que sentia.

– E você não faz ideia do quão divertido é. – Disse ele cruel e cinicamente, avançando até estarem frente a frente. – Na verdade, deixe-me lhe mostrar como se brinca de verdade... – Sorriu erguendo as sobrancelhas e agarrou a garota pelo antebraço, puxando-a mais perto.

Em uma fração de segundo, haviam desaparecido do centro do acampamento. Surgindo em uma trilha mais complicada, de chão íngreme e as árvores mal deixavam espaços, o que fazia com que a pouca luz que entrava pelas copas, ficasse ainda menor. Peter a puxava pelo braço com pressa, quase correndo. Os sons do acampamento ainda eram audíveis.

Ananda puxou o próprio braço de volta, ao perceber que haviam reaparecido a menos de dez metros de onde estavam antes.

– Porque não nos colocou no lugar certo? Pelo jeito, você tem pressa. E se tem magia para nos levar lá, porque não usa? - Indagou ela.

– Não te devo satisfações do modo como ajo, ou como uso a minha magia. - Resmungou, tentando puxar lhe o braço. Sua expressão antes cínica deu lugar a um ar sério.

– Você precisa do meu coração mais do que apenas para ser jovem, não é? - Mais uma vez, ela puxou o braço antes que ele conseguisse pegá-la novamente. - Você não está apenas correndo o risco de envelhecer como uma pessoa normal, você está fraco. - Disse erguendo os olhos para encontrar os dele. - Você... você está morrendo?

Ele permaneceu em silêncio, como resposta. "Ótimo, agora além de estar salvando meu irmão. Também estou salvando alguém que precisa da minha morte para viver, para sempre." Pensou ela.

– Por quê? - Questionou. - Por que você está morrendo?

– Ninguém pode viver para sempre. Nem aqui, na Terra do Nunca. - A angústia em seu rosto se tornou clara. - Eu quebrei as regras. Estou pagando minha pena.

– E eu sou a moeda de troca no pagamento da sua dívida com o tempo? - Ananda revirou os olhos.

– Se é como você interpreta... - Deu de ombros.

– Eu te odeio, e provavelmente vou te odiar pelo resto da curta vida que, por sua culpa, vou ter. - As palavras soaram vazias e logo morreram nos outros sons da floresta.

Continuaram a caminhar por, pelo menos, dez minutos. Pan guiava o caminho indo a frente e, apesar do terreno difícil ela acompanhava rápido. Subitamente pararam.

– Onde estamos? – Perguntou. O lugar era só mais um lugar da enorme floresta, porém mais fechado, o que os deixava na penumbra. Peter fez sinal para que diminuísse o volume de sua voz.

– Olhe. – Disse numa voz que imitava um desafio infantil.

Sem escolhas, Ananda espiou entre as árvores. Duas figuras muito familiares conversavam na trilha ao lado, através das árvores.

– Qual é seu plano? Vai me torturar dizendo que essa a última vez que verei minha mãe? – Sussurrou dando de ombros, sem desviar os olhos de Regina que estava sentada à sua frente conversando com Emma. Nenhuma das duas via ela ou Peter ali.

– Não. Eu planejei uma brincadeira mais divertida do que isso. – Ela não percebeu a aproximação. Até a respiração dele em sua nuca espalhar calafrios por todo seu corpo. – Você vai fazer exatamente o que eu disser...

– E se eu não fizer? O que você vai fazer? – Se virou encarando-o, perto o suficiente para que roubassem a respiração um do outro. – Arrancar meu coração e me obrigar? Me colocar numa jaula? – Ele franziu o cenho. – Assim como fez com Wendy...

Sua voz soou um sussurro quase inaudível.

– Como soube disso? – Nem se deu ao trabalho de parecer confuso. Poucas pessoas sabiam do Coração da Eterna Felicidade.

– Do mesmo jeito que fiquei sabendo tudo. – Ela fez uma pausa. – Graças a mim, não só Henry vai se livrar de você. Os dois, vão ser livres.

Wendy sabia e tentou ajudar a desvendar a profecia, uma tentativa frustrada de libertar seus irmãos da busca de Coração do Verdadeiro Crédulo. Quando ela falhou, Pan a trancou naquela jaula. E Ananda havia descoberto tudo.

– O que você fez? – Sussurrou entre dentes.

Ela não respondeu, apenas continuou a encará-lo em desafio.

– Cuido disso depois. Mas preste atenção, meu anjo, - O sorriso arrogante voltou a surgir em seus lábios. - você vai fazer o que eu digo porque, se não fizer... Bem, - Ele fez uma pausa erguendo as sobrancelhas. – meu amigo, Felix, está ansioso pra estrear mais Sonho Sombrio. Seu irmão seria uma excelente cobaia... – Ananda quis acreditar que ele estava blefando que era tudo um truque para persuadi-la. Mas, e se não fosse? Recordou de Peter falando com o garoto loiro quando retornaram, e desviando o olhar da conversa para ficar de olho nela. Seu sacrifício seria completamente em vão se não salvasse Henry. Ele merecia viver uma vida longa, o mais feliz possível...

– Qual é a brincadeira? – Perguntou, tentando parecer o mais calma possível, já que tudo aquilo não passava realmente de uma brincadeira para os olhos de Peter.

– Por enquanto, continue olhando...

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– ...se vocês não a encontrarem, continuem indo. Apenas tragam os meus filhos de volta. Não se preocupem com a Sininho. – Disse Regina.

– O que diabos você fez com ela? – Perguntou Emma. Ambas estavam visivelmente cansadas.

– O de sempre. – Respondeu Regina. “Destruiu a felicidade dela.” Completou, mentalmente, Ananda.

Emma se afastou para percorrer o resto da trilha.

E de detrás das árvores Pan empurrou Ananda para frente de Regina. Mas permaneceu escondido.

– Ananda. – Espantou-se Regina. Ao ver o estado da garota. Suja de poeira, cabelos embaraçados, mas ainda escorridos, e visivelmente abatida.

– Mãe! – Exclamou aliviada ao vê-la. E se abraçaram. – Me perdoe! Por favor, por favor, me perdoe! – Suplicou

– O que houve? Por quê está dizendo isso? – Indagou, confusa, olhando nos olhos marejados da filha.

– Me perdoe! – Embora não chorasse nenhuma lágrima, sua voz era de quem chorava. – Eu só quero que o Henry fique bem e fique com você. – Disse abraçando mais uma vez Regina.

– Ananda, o que houve? Quem fez isso com você? Foi o Pan, não foi? – Perguntou passando as mãos no pescoço e nos braços de Ananda.

Ela cerrou os punhos, cravando as unhas nas palmas das mãos, até as machucasse. Para impedir algum desastre. Desviando os sentimentos para a dor nas mãos.

– Onde está Henry? Porque ele não fugiu com você? – Perguntou.

– Ele vai ficar a salvo, quando tudo terminar. - A certeza calma na voz de Ananda, fez Regina recuar um passo. – Ele não veio comigo, porquê...

Sua voz falhou. E Ananda deu dois passos para trás até ficar de costas para a árvore onde Pan estava observando tudo. E, então ele saiu das sombras.

– Porque ela não está fugindo. – A expressão de Regina passou de confusa para completo ódio em dois segundos. – Ela é minha agora. – Peter tomou lugar entre as duas e riu.

Regina olhou a filha, de cabeça baixa, com todos os cabelos cobrindo os olhos. As unhas cada vez mais fincadas nas mãos. “Me perdoe!” sussurrava ela.

– O quê?! – Sibilou pasma.

– Sua filha fez um acordo comigo. E você não vai quebra-lo, não é? – Perguntou cinicamente, olhando para ela.

– Não, não vou. Eu mantenho minha palavra. – Respondeu levantando a cabeça.

– Do que ele está falando, Ananda? – Indagou Regina.

– Quando tudo acabar o Henry vai voltar para você. Eu prometo. – O sangue pingou da palma de sua mão, quando cravou as unhas mais fundo. Se não o tivesse feito, algo teria sido partido em pedaços. Mas o que se partiu, ao invés de algo ao redor dela. Era algo dentro dela.

Se controlar. Fazer isso sempre deixava uma marca dentro dela mesma. Como se os sentimentos agonizassem, tentando escapar se debatendo contra paredes de vidro, antes de morrerem dentro de seu coração. E isso doía mais do que suas unhas rasgando a pele.

Se controlar e dizer a Regina que jamais a veria de novo. Essa era a brincadeira. Simplesmente a mais cruel e autodestrutiva, e Pan cuidadosamente pensou para ela.

– Espera, Henry volta, mas e você? – Um ponto de desespero surgiu na voz de Regina.

– Me perdoe. – Aquilo foi como estilhaçar um vidro com um soco, e cravar todos os pedaços em si mesma. – Henry vai ficar muito feliz quando te ver de novo. – Tentou sorrir. Mas ao invés um choro em formou-se em sua garganta, então desistiu.

– Não! Você vai voltar conosco! – Esbravejou Regina.

Ananda fechou os olhos antes que alguma lágrima escapasse de seus olhos.

– Eu sinto muito, - Disse Peter na voz mais irônica. Quase como se quisesse gargalhar e caminhando até o lado esquerdo de Ananda. – mas precisamos ir. Ninguém aqui tem mais tempo para perder. Considere isso uma despedida porque só há um lugar onde se verão de novo. – Fez uma pausa encarando Regina, sem medo de que ela revidasse com magia.

– Na morte...

No mesmo instante que Regina tentou dar um passo para impedir que Pan a levasse. Eles sumiram no ar.

Reapareceram não muito longe dali. Ainda em meio à floresta escura.

– Pronto? Já conseguiu o que queria?! – Esbravejou Ananda. – A brincadeira acabou.

– Belas jogadas, meu anjo. Eu não teria feito melhor. – Riu Pan.

Ela bufou. Aquilo que ele havia feito fora uma completa crueldade. Imperdoável. Fazer que ela se sentisse daquela maneira. Tendo de machucar a si mesma para impedir um desastre.

– Suas mãos, - Disse Peter olhando para as mãos ensanguentadas da garota. – estão sangrando.

– Eu sei. Eu não podia arriscar que uma árvore caísse sobre as nossas cabeças por minha causa. – Deu de ombros.

– Aqui, deixe-me curá-las pra você – Tentou pegar nas mãos dela, mas ela as puxou para si.

– Poupe sua magia. Não me importo com quantas cicatrizes meu cadáver vai ficar. - Disse friamente.

– Então só me deixe limpar o sangue. – Puxou a adaga, a mesma com a qual a ferira antes, e cortou um pedaço da barra do colete.

– Por quê está fazendo isso? – Questionou, quando ele pegou suas mãos nas dele. - Depois do que me fez passar? Por quê está sendo gentil comigo? Você não se importou comigo quando enfiou a adaga no pescoço. – Lembrou.

– Não sei ao certo. – Disse passando o pedaço de tecido verde-escuro nas feridas ensanguentadas.

– Seria melhor você parar com isso. Se você começar a ser gentil comigo, irá se apegar a mim e não vai me matar e cumprir nosso acordo. – Ele passou para a outra mão.

– Não estou me apegando à você. Só não quero que me odeie tanto assim quando eu arrancar seu coração. Pronto, vamos voltar para o acampamento. – Quando terminou o pedaço de tecido estava completamente manchado de sangue.

– Porque se importa com o quanto eu te odeio? – Riu. Embora, soubesse que não havia graça nenhuma em todo aquele ódio, intercalado com os breves momentos em que deixavam tudo isso de lado.

Como se fossem apenas mais dois adolescentes normais, que viviam em um mundo normal e com vidas normais.

Ele permaneceu em silêncio. Enquanto se viravam para percorrer o resto do caminho.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Reviews? Applauses? XD Esperamos mesmo que tenham gostado.
Aliás, my dears, agora a gente tem uma página da nossa fic no Facebook *--* Pretendemos postar coisas relacionadas a fic, os links das músicas, avisar os caps tudo por lá. Então, não deixe de curtir!!
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Grandes beijos.



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