Véu de Sangue escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 44
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Rachel p.d.v



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O sangue escorria pelo corpo todo, o cenário era escarlate vivo, jorrava sangue por toda a parte. E assim que as coisas começaram a ficar mais nítidas eu pude ver Liza com a faca enterrada no peito e os batimentos eram rarefeitos, como se sua vida se segurasse em um fio e ele não estava agüentando todo esse peso. “Liza não se mexa por favor, não vai.” Como se minhas suplicas adiantassem para alguma coisa, estava tudo perdido...


  - AAAH.


Meus olhos se abriram repentinamente como se assustassem com meu próprio grito. Sam e Taylor estavam em algum canto do quarto e vieram correndo até minha cama quando eu acordei, estavam preocupados e meu coração apertou... Será que havia acontecido algo com Liza?


  - Porque me fizeram dormir?


  - Rachel você está há dias presa, precisava descansar.


  - Não! Eu não posso perder um minuto dormindo, qualquer minuto pode ser um deslize total. Como a Liza está?


  - Carlisle está cuidando dela.


  - Como ela está?


  - Está viva Rachel, ainda.


O ainda era o que eu não precisava ouvir. Uma tristeza profunda invadiu todos os sistemas do meu corpo e deixei ele cair sobre a cama macia.


  - Rachel, ele disse que está impressionado com ela.


  - Como assim Taylor?


  - Ela ainda está respirando mesmo com a ajuda de aparelhos ela continua com um desempenho bom pra quem podia ter morrido.


  - Nossa que belo consolo.


Taylor sentou ao meu lado e tentou sorrir passando levemente os dedos sobre meu rosto.


  - Rachel, vai ficar tudo bem.


Logo Sam apareceu em meu campo de visão e segurou a minha mão.


  - A Liza vai ficar bem e viva.


Era estranho ver os dois ali me confortando, aquilo não adiantava nada eu continuava extremamente pessimista. Levantei devagar e fui até o banheiro me arrumar, molhei meu rosto várias vezes e assustei com a imagem que eu vi ali refletida. Eu estava péssima... as olheiras eram profundas e de um roxo intenso, meu rosto estava pálido e meus cabelos não tinham vida. Como aqueles dois infelizes podiam ficar sorrindo e me olhando se eu estava tão monstruosa desse jeito? Tomei um banho e vesti uma roupa qualquer, e fiquei um bom tempo tentando manter minha aparência um pouco melhor.


  - Cara, sai daqui.


  - Eu quero ver quem vai me tirar daqui.


  - Seu cachorro, não me provoca.


  - Olha minha cara de medo...


Eu abri a porta do banheiro e fitei os dois.


  - Dá pra parar?


  - Foi mal.


  - Você precisa se alimentar Rachel.


  - Quero ver a Liza primeiro.


Eles assentiram e nós saímos do quarto indo até a um outro cômodo onde aquele barulho do aparelho que media o batimento do coração era o único som que ecoava do vazio. As paredes eram brancas e tinha apenas a maca e os aparelhos que zelavam pelo resto de vida que Liza ainda tinha. Meus olhos lacrimejaram e eu respirei fundo para não começar a chorar desesperadamente, fui em passos lentos perto da maca com todo cuidado, como se a qualquer passo em falso eu pudesse destruir tudo que existia ali. Passei a mão em seu rosto delicadamente e não pude segurar mais, as lágrimas desceram violentas e involuntariamente pela minha face. Os braços quentes e confortáveis do Taylor me envolveram e eu encostei meu rosto sobre seu peito.


  - Ah não chore Rachel, por favor. Vai ficar tudo bem, você vai ver.


  - Tudo culpa minha Taylor.


  - Ei, ei. Não é não.


  - Claro que é, se eu fosse forte o suficiente poderia ter matado aquela bruxa idiota sem precisar que a Liza entrasse na frente.


  - Para Rachel, olha aqui pra mim.


Meu rosto saiu lentamente do conforto de seu peito mas meus olhos não se direcionaram para os seus, nisso ele levantou meu queixo e fez com que eu o olhasse.


  - Rachel não é culpa sua. A Liza fez o que achou certo e ela não morreu não é? Está aqui.


  - Mas ela pode morrer!


  - Para com esse pessimismo Rachel. Ela vai ficar bem.


Sempre achei que palavras de conforto nunca funcionam. Porque na verdade nunca funciona mesmo. De que adiantou eu dizer para a Liza, no dia que acabaram com a nossa família, que ia ficar tudo bem? Não ficamos bem, perdemos simplesmente tudo o que tínhamos. Seus lábios pressionaram em minha testa e eu o abracei novamente, só assim eu parecia que tinha um pouco de paz.


  - Vamos descer agora, você precisa se alimentar.


Eu fiz uma careta e ele sorriu.


  - Você anima se eu comer com você?


  - Ok, ok, você venceu Taylor.


Ele continuou sorrindo satisfeito e me puxou em direção a cozinha. Sam havia saído e eu não percebi mas quem sabe estavam resolvendo o caso com Castiel... pelo o que eu me lembre da noite passada ele não aceitou ajudar a Liza, e disse que eu ainda tinha sorte de ficar viva. Eu que devia matá-lo, anjo sem coração. Não havia ninguém na sala, imaginei que todos estivessem fazendo alguma coisa recolhidos em algum lugar e nós fomos direto para a cozinha, aonde encontramos Esme e Bella preparando uma comida que estava muito cheirosa... minha barriga roncou e eles deram umas risadinhas.


  - E então, como está Rachel?


  - Eu acho que melhor Esme.


  - Você precisou tomar muitos calmantes ontem.


  - É... estava extremamente agitada Rachel.


  - Não queria ter dormido, teria ficado melhor acordada.


  - Rachel, não começa.


Eu dei de ombros e comi o prato que Esme havia colocado com alguns ovos e bacon. Olhei para as duas vampiras que estavam em nossa frente e fiquei pensando em como e por que elas foram transformadas. Eu sabia que o veneno curava muitas coisas e... O veneno!


  - Bella!


  - Sim Rachel?


  - Como e porque você foi transformada?


  - Ah é uma longa história.


  - Tenho tempo.


Ela virou-se para mim e sentou ao meu lado sorrindo.


  - Tudo bem, vou contar então.


 


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