Véu de Sangue escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Rachel p.d.v



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Eu queria dormir mais, mas o sono ia me deixando aos poucos. Tentei espreguiçar, mas meus braços não correspondiam ao comando, levei meus olhos até eles e vi que estavam presos por correntes grossas. Mas que merda é essa? O que eu estou fazendo presa? Puxei meus dois braços novamente achando que aquilo fosse qualquer brincadeira idiota, mas nada... olhei ao meu redor e me vi dentro de uma gruta, com uma abertura no teto e uma mesa de pedra ensopada pela chuva forte que ainda fazia. Fechei meus olhos e concentrei-me tentando descobrir o que eu tinha feito pra ter ido pra lá. Eu persegui um demônio, bati com a cabeça na arvore, e estou aqui agora. Minha blusa estava ensangüentada por causa do corte que havia em minha cabeça e não havia sinal de vida nenhum naquele lugar.


  - EI ALGUÉM.


Os sonhos misturados com a realidade, os pressentimentos estranhos, a quase tentativa de morte dentro do mar, isso estava relacionado a uma só pessoa. Encostei a cabeça na parede que me sustentava e examinei o lugar. Havia um lago na frente da gruta, eu podia ouvir o barulho da chuva tocando a água, uma mesa de pedra detalhada com escrituras para... sacrifício! Um infeliz me trouxe até aqui para me sacrificar, mas quem? 


“Eu não gosto dela. Ela e a irmã estão tentando nos usar para algo. Eu posso sentir isso. Algo está se formando no ar e eu não gosto do que eu sinto. As coisas por aqui estão ficando complicadas e temos que sair daqui o mais rápido possível. Elas podem nos dar um grande problema. Ela vai tentar te seduzir, tentar fazer você a melhor amiga dela. Não confie nela! Não beba, não coma e não ouça nada o que ela tenha para te dizer. Eu estou te avisando Rachel, fique longe delas!” As palavras de Liza soaram em minha cabeça mais do que um aviso, como uma resposta para os meus pensamentos. Olhando pelo lado frio de toda a situação com as duas da pensão elas realmente eram suspeitas... o aluguel dos carros, a preocupação, a simpatia excessiva, o pressentimento da Liza de que elas não eram normais. E EU ACREDITEI O TEMPO TODO! Bati as duas mãos no chão e a sensação de ódio percorreu todo o meu corpo. E pensando no demônio, a mulher era estranha, não tinha expressão, parecia mais uma marionete, não era como os demônios que costumávamos matar. E o barulho estranho que ouvi quando deixei o corpo na floresta, como se o corpo se deteriorasse.


  - TEM ALGUÉM AI? SOCORRO!


Beleza, se concentra. Talvez eu não esteja tão longe assim e possa comunicar com alguém. Fechei os olhos e tentei silenciar todos os outros barulhos que eu ouvia no exterior e foquei nas palavras: socorro. Passei em toda a minha mente o lugar de onde eu estava, o lago, a caverna, e esperei um pouco tentando ver se eu recebia algo em troca. Nada. Minha mente estava um vazio completo, nada que não fossem os meus próprios pensamentos. Respirei fundo e puxei os meus dois braços, numa esperança idiota de que eu pudesse arrebentar aquelas duas correntes. Só que não consegui nada mais do que fazer feridas em meus pulsos. Minha cabeça doía insuportavelmente e eu sentia o sangue seco grudado em meu rosto. Abaixei a cabeça e algumas lágrimas começaram a sair dos meus olhos, o sentimento de desespero e medo ia penetrando por todas as partes do meu corpo, meus pensamentos foram até o dia que perdemos nossa família. E se dessa vez eu fosse à próxima? Eu seria dilacerada em um sacrifício qualquer e meu corpo ficaria ali como os corpos das pessoas que nós amávamos que ficaram jogados na sala, o sangue se misturando no chão de madeira. Liza ficaria sozinha e eu não podia nem ao menos me despedir. Era inútil tentar sair dali, eu poderia juntar todas as minhas forças, mas eu não conseguiria sair. Era tão mais fácil aceitar a idéia de que tudo estava perdido, de que infelizmente eu fui uma inútil em deixar minha prima sozinha, em acreditar em tudo que eu vejo que parece ser bom e agradável. Que bela anciã você é Rachel! Seu dever era ser inteligente, e não essa idiota que se deixa levar pelos sentimentos. De repente uma risada sinistra ecoou pelo ambiente silencioso e um vulto começou a aparecer na escuridão. A medida que ele ia se aproximando eu podia distinguir melhor e meu coração disparou quando eu pude ver quem era.


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