As Crônicas de Uchiha Sasuke escrita por Ukira


Capítulo 5
Capítulo 05 – Mal presságio


Notas iniciais do capítulo

Desculpas a quem estava acompanhando a história, tive que tirar um longo período de ausência estudando. Tentarei ser mais assíduo na historia de Sasuke Uchiha de agora em diante. Sugiro que quem não leu leia os capítulos anteriores e que curtam a história. O próximo será o último capitulo no País dos Campos de Arroz.



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Durante duas semanas em um terreno de floresta um pouco afastado da Vila do Som (Otogakure) Sasuke e Suigetsu treinaram arduamente as espadas. Os reflexos foram fáceis de serem recuperados; o problema, no entanto era seu braço, adaptar seu corpo a nova condição e torná-lo apto a lutar em iguais condições em Taijutsu e Ninjutsu com qualquer adversário que encontrasse estava se tornando um fato maior que seu próprio nome sugeria. O fato de um nukenin de segunda tocá-lo com a espada, ferir-lhe ainda que de maneira pífia incomodava-o profundamente. Sabia que se quisesse refazer seu nome, apagar sua mácula não tinha de deixar transpassar nenhuma fraqueza, devia superar onde outros sucumbiriam e para um Uchiha essa responsabilidade ainda maior e em se tratando de Sasuke essa cobrança era dobrada.

Karin entediada e a pedido de Sasuke monitorava movimentos suspeitos dentro da vila. Procurara o lugar da antiga base de Orochimaru dentro do território do País dos Campos de Arroz sem sucesso. A antiga caverna com formato espiralado de cobra estava em ruínas, tudo lá dentro havia sido queimado e removido dali. Se eles ou seus seguidores estavam por perto deviam estar em outro lugar, a questão era saber onde.

Ao final do décimo quarto dia de treinamento Sasuke repousava cansado no meio da floresta, na sua frente Suigetsu arfava dando os parabéns e ao redor deles pilhas de troncos de árvores fatiadas e folhas caiam lentamente levados pelo vento das cinco da tarde.

— Conseguimos, finalmente! Creio que está no mesmo nível de antes, talvez até superior, quando se acha que você não pode surpreender mais eis que surge algo novo!

— Obrigado Suigetsu, pagarei minha divida, não tenha dúvidas.

— Eu sei, eu sei, olha lá vem aquela chata, não passa um minuto sem perturbar.

Karin vinha ao encontro deles, segurava um pergaminho na mão e parecia apressada.

— Rápido, olhem aqui.

Os dois se reergueram para encontrá-la. O pergaminho assinalava uma cadeia de picos. Não muito distantes.

— Entre essa cadeia de picos pode estar o esconderijo de Orochimaru. Há rumores pelos becos de que ele planeja seu ataque hoje à noite, quando a lua vai estar vermelha.

Haveria um eclipse lunar e era extremamente raro: a lua ganharia o tom vermelho exatamente a meia noite. Deveriam agir antes disso, descobrir os planos de Orochimaru e acabar de uma vez por todas com um problema que se arrastava desde os tempos de criança.

— Parece que Orochimaru está alçando voos mais altos, como conseguiu essa informação? – perguntou Sasuke coçando a barba que descuidara devido aos incessantes treinamentos.

— O chakra dele é imperceptível pra mim devido as experiências então nos últimos dias passei a monitorar o uso em escalas pouco precisas ou exorbitantes em um só local. A maioria vinha daqui e era o seu e do Suigetsu mas escorrendo entre essas direções alguns pontos oscilavam e me pareceram suspeitos. Foi quando esbarrei com um homem que tinha um chakra parecido com as oscilações que monitorava, o segui e consegui ouvir sobre este local o que confirma as minhas suspeitas.

— Você tem certeza? É bastante incomum que todos estejam procurando há tanto tempo pela base secreta e em poucos dias a informação simplesmente “apareça” na sua frente. – retrucou Suigetsu cético da eficácia da investigação de Karin.

— Estás duvidando da minha competência? Seu cretino! Limpe a boca ao falar de mim!

— Só estou falando o que penso!

— Suigetsu tem razão, no entanto, não podemos desperdiçar essa chance. Bem ou mal temos de nos arriscar. Quanto mais rápido isso se resolver mais rápido poderemos sair deste País que me tira os nervos.

—Espera aí Sasuke – Suigetsu tomou um pouco de sua água de sua garrafinha – se vamos mesmo adentrar no covil dele temos que primeiro pegar meu prêmio, ou se preferir, meu pagamento pela ajuda.

— De acordo. Karin, consegue detectar armas ninjas com seu poder?

— Se elas não forem usadas por seus portadores não. Desculpa.

Sasuke pensava. Se quisesse agir naquela mesma noite tinha de ser rápido. Não havia outra opção. Recompôs seu capuz e voltou pra vila. A noite estava começando. O céu ainda tinha traços do por do sol porém pelos becos a escuridão já predominava. Lá estavam os três. Encurralaram dois ninjas que não queriam de forma alguma cooperar com a investigação.

— Diga! – vociferava Suigetsu pressionando a sua lâmina Kubikiribōchō sobre os pescoços dos homens.

— Nós não sabemos. Desde que sua chegada foi alardeada o próprio Otokage tratou de transitar o paradeiro da espada e codificar cada transferência de modo que ninguém que faz a transferência anterior ou a posterior sabe onde ela está.

Sasuke pareceu piscar por um instante, nesse mesmo momento Suigetsu vislumbrou a figura de uma enorme cabeça rodeada por chamas roxas. Karin estremeceu, ainda não tinha sentido Sasuke usar o Rinnegan, ainda tinha pesadelos com o que ocorrera dentro do espaço entre a alma e o chakra de Sasuke.

Os dois ninjas estavam paralisados, suas bocas tremiam enquanto Sasuke olhava copenetrado com um brilho estranho e fugaz do seu olho esquerdo.

— Vamos fazer da seguinte forma: estão dispostos a arriscar suas vidas por isso? Eu sou Uchiha Sasuke e este é o Rei do Inferno. Isso não é nenhum Genjutsu. Se vocês estiverem mentido ou não cooperarem com o que queremos ele arrancará suas almas através da língua. Entenderam bem? Agora digam, sabem onde está a espada que nós procuramos?

— Sim, sim – respondera o primeiro – está na torre leste.

— Qual o nível de segurança?

— Trinta ninjas ou mais, nós não sabemos quantos precisamente – o outro falara tremendo diante da visão da enorme cabeça em sua frente.

— Alguma coisa a mais que precisamos saber?!

— Sim, Otokage-sama mantém olhos bem de perto. Está esperando que apareça para que possa prendê-lo e mandar sua cabeça ao Hokage.

A cabeça do Rei do Inferno voltou para debaixo da terra deixando os dois ninjas desacordados. Sasuke sabia que eles falaram a verdade.

— Nossa! Você está mais sinistro que nunca, Sasuke-kun.

Karin ajeitou seus óculos, se aquelas palavras se mostrassem reais, cumprir a promessa significaria que Sasuke teria problemas de novo com a justiça. De longe vislumbravam a torre do leste. Já eram quase sete horas da noite. Faltava pouco para a meia noite, deviam apressar-se para destruir a cobra antes que deixasse o ninho. Sasuke contava com isso para conseguir o perdão do Otokage depois. Por enquanto pensava como conseguiria a espada.

— Nós vamos invadir e matar todos lá dentro? – Suigetsu perguntava já empunhando a espada.

— Não. Ninguém morrerá. Há um modo bem mais sutil que nos dará tempo de resolver nosso problema com Orochimaru antes que percebam que a espada foi roubada.

Sasuke afastara-se dois passos para trás e rapidamente efetuou os selos:

—Chikushōdō (畜生道, Caminho Animal).

Uma pequena fumaça branca se espalhou e os dois puderam ver um pequeno camaleão, suas cores mudavam a partir da incidência da luz, as orbitas dos olhos tinham o mesmo formato que o Rinnegan de Sasuke.

—Coloquem suas mãos entre as minhas.

Todos fizeram como Sasuke instruía. Um formigamento estranho transpassou seus corpos. Karin chegou a sentir cócegas enquanto Suigetsu sentiu-se como se tivesse uma coceira em algum lugar inacessível.

—Não temos muito tempo. Não posso demandar de muito chakra pra essa conexão. Ponto leste e oeste. Quero cada um nesses pontos e sem serem visto mas de olhos bem abertos...

Repentinamente Suigetsu olhou para Karin e espantou-se ao ver que seus olhos haviam assumido igualmente o Rinnegan de Sasuke

—O que é isso? O que você fez?

—Calma. É uma versão simplificada e de menor do poder do jutsu de Nagato, os seis caminhos da dor, com ele terei acesso a visão de vocês o que cobrirá todos os pontos cegos, onde ficarei é o de menor cobertura mas isso não importa, tome isso – entregou um graveto com uma única folha presa a ela para Karin – assim que chegar até seu ponto deixe isso do seu lado. Como nunca tive como treinar esse jutsu não permitirei que acessem a minha linha de visão por isso quando cada um sentir o que sentiu quando eu ativei o jutsu em vocês isso ficará como sinal para que partamos. Entendidos.

—Sim – anuíram juntos para seu próprio desgosto.

Assim que Sasuke teve certeza de que os outros tinham tomado a posição correta iniciou seu plano. O camaleão com maestria confundiu-se com o meio ao seu redor. Já não era visto apesar de transitar a meio palmo dos inúmeros guardas que vigiavam o local. Sasuke o controlava a distancia, guiando seus passos, raciocinando através dos olhos que procuravam onde estava escondida o grande tesouro (fardo) que assumira pegar em troca da ajuda de Suigetsu. Apesar de não ser visto ainda temia a ação de um ninja sensorial. Havia um cofre. Consegui avistá-lo, estava protegido por dois ninjas. O lugar era reservado. Havia um longo corredor pelo qual passara antes de encontrar o local. Dera sorte, a porta do cofre se abrira e dentro mais dois ninjas saíram. Era a troca de turno. Entrara neste momento e quando a porta foi novamente fechada. Sasuke então se valera de seu trunfo. Seu jutsu único.

—Amenotejukara.

Logo estava no lugar antes ocupado pelo camaleão que desaparecera instantaneamente após o jutsu. Lá estava. A grande e bela espada. Suigetsu tinha razão em cobiçá-la e ele era um louco em ajudá-lo a pegá-la mas negócios são negócios.

—Kabutowari. Rachadora de Elmos.

Sasuke utilizara o mesmo jutsu para retirar a espada do vidro que protegia e provavelmente devia ter alguma defesa e deixou em seu lugar um bilhete escrito de próprio punho. Sem delongas utilizou novamente o Amenotejukara para aparecer do lado de Karin que espantada quase deixou o seus óculos caírem.

—Porque não avisou que ia fazer isso?!

—Não era importante. Vamos. Já desativei o jutsu. Suigetsu já deve estar se movendo. Encontre-o e vamos atrás do Orochimaru.

Karin facilmente descobriu os passos de Suigetsu que esperava a beira da mesma fonte onde se encontraram quando chegaram na vila.

—Aqui está seu prêmio.

—Bela como sempre!

Suigetsu lambeu os beiços quando bramiu a espada ensaiando os movimentos precisos para utilizá-la. Estudara durante muito tempo como utilizar cada uma das sete espadas da névoa. Não entendia como esta havia parada nas mãos da vila do som e nem ligava. Agora que estava com ele era um passo a menos pra realizar seu grande sonho.

—Está tudo bem com seu olho Sasuke – perguntara Karin ao notar que permanecia fechado.

—Sim, está recarregando. O tempo que levaremos até o covil será suficiente pra ter as habilidades do Rinnegan de volta. Vamos.

A noite já despontava às oito e meia. No meio da floresta, a caminho dos picos nada mais importava para Sasuke do que encontrar de uma vez por todas Orochimaru e cumprir sua missão. Kakashi confiava nele. Era o único que poderia fazer aquela missão. Uma saudade indizível tomou conta de seu peito durante o caminho e um trovão seco prenunciava que aquela noite não sairia da cabeça de muitas pessoas por um longo tempo.


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Notas finais do capítulo

Por favor, sugestões e criticas são bem vindas, qualquer apoio também. O que não estiver bem claro podem perguntar que eu explico e se estiver errado eu corrijo. Obrigado



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