É, ótimo! Sinto o sentimento de plena satisfação, e prazer se alastrar sobre mim, embora a poucos segundos antes, estivesse em chames, afim de devorar aqueles lábios, e agarrar aquele bíceps torneado, eu me mantive, me controlei! Afinal, amar o Fernando é fácil, mas odiá-lo também não é uma tarefa difícil, é apenas eu relembrar de toda sua ficha suja, que me faz detesta-lo, que eu consigo camuflar esse sentimento incerto.

Entro dentro de casa, meus pais estão na cozinha, os comprimento rapidamente, e vou correndo apar o sofá, ao encontro da minha irmã, em surpreendo com a visita.

– Beatriz Cardoso, esta viva!!! - exclamo, exaltada a abraçando forte, vejo seu marido nos olhando pelo sofá, ele da uma risadinha.

– Sim, estou, onde estava ? - franzi a testa.

– Não importa onde estava, importa onde estou, aqui, linda, com saudades - faço bico, ela gargalha.

Relembro que a uma hora dessas o Gustavo deve estar a caminho, me remexo no sofá, e corro ligeiramente para um banho, visto um macaquinho branco com desenhos étnicos azul marinho e uma sandália gladiadora, me paquero no espelho, e vejo que estou até bem interessante. Reforço o perfume, e pego minha bolsa de couro bege de lado, com algumas coisinhas minhas.

Desço novamente para cozinha, me posiciono com as pernas nos ares, e vou analisando minha mãe preparar com perfeição o almoço, estudando a feição do seu rosto, percebo um semblante preocupado.

– Mãe, você esta bem?

– Estou preocupada - diz sem se virar, enquanto mexe com agilidade o arroz.

– O que houve? É a Isa ?

Ela assenti. - Não chegou até agora, e saiu ontem a tarde com o Matheus.

– Já ligou?

– Claro né, Camila - resmunga.

– Ai calma, e o Matheus? já tentou no numero dele? na casa dele? Eles estão bem, mamãe, tenho certeza - asseguro a ela.

– Já tentei e nada, fiquei sabendo que a Raquel foi viajar, estou completamente sem noticias, nem falei nada pro seu pai, pra ele não se afobar. O pior é imaginar que ela esta aprontando por ai, enquanto eu aqui, estou surtando - ela indaga apressadamente.

– Fique calma, mãe. Não se afobe - Desço da bancada, depositando um beijo em seu rosto, com os olhos procuro o relógio do microondas, já beirando a meio dia, também sinto uma angustia.

Volto novamente para o ambiente da sala, vejo meu pai abrindo a porta, ele olha pra trás, e seu olhar paira em mim, ele esta com a testa franzida.

– Visita pra você Camila.

Aé!

Corro até a porta, meu pai ainda esta encarando a porta, eu abro a mesma, reconhecendo a principio seu topete negro, seus olhos se cerram quando ele abre um sorriso, fazendo com que suas bochechas rosadas se corem.

– Oláaa! - exclamo. - Pai, esse é o Gustavo, meu amigo.

Olho para meu pai, instintivamente para o Gus.

– Prazer, entra! O almoça jájá fica pronto.

Arregalo os olhos, abismada com a proposta, giro os olhos pro Gustavo, que tenta desvendar meu olhar parecendo sem graça, e enrijecendo os ombros.

– É, Gus, entra - dou uma piscadela

Ele assenti e da um passo a frente, meu pai fica pra trás, para fexar a porta, eu seguro firmemente na mão quente do Gustavo, e o guio até o sofá da sala, Bia e seu marido olham curiosos.

– Cadê a Bella, hein? Só falta ela, pra eu contar a novidade.

Faço uma careta - Novidadee ??

– Sim, mas só irei contar quando estiver todos - faz um bico, decidida, eu estremeço.

Meu pai se senta no sofá, e pega o controle, começa a mudar de canal, até deixar num canal fechado de esportes, ta passando jogo, ele se anima no sofá, vejo Gustavo imitar sua ação, cruza os braços se retesando para frente, com os olhos esbugalhados para a tela. Eu reviro os olhos.

Aleatoriamente, meu pai, Gustavo e meu cunhado, entram num assunto frenético e animado, sobre futebol. Escondo a risada, querendo sair da minha boca.

– Gu, já venho - sussurro, e me levando, indo em direção a varanda. Preciso falar com a Bella;
Aperto em seu contato no celular e pressiono para a ligação, não chama. Cai direto! Sinto meus pelos da nuca se arrepiarem.

Ligo pro Matheus, a mensagem ecoa dizendo que esta desligado. Ligo no telefone residencial. pi,pi,pi,pi. Só chama, até que caia na caixa de mensagens.

Bufo longamente.

Me arrasto molestosamente até o sofá, minha mãe esta anunciando que o almoço esta pronto. Meu pai esfomeado, bati as mãos na coxa e se levanta, os olhos do meu cunhado ainda estão no futebol, Beatriz cutuca seu ombro, e vai se levantando respectivamente, Gustavo gira os olhos, até que nós dois se entreolhemos, eu abro um sorriso sem dentes, e vou até ele, ele se levanta, numa proximidade minima a mim, inspiro seu perfume agradável e marcante.

– Vamos? -

Ele balança a cabeça positivamente e vem com as pegadas atras de mim, me sento sobre a cadeira, e Gustavo ao meu lado, minha mãe esta colocando a salada em cima da mesa, ela nota a presença do Gustavo, e franzi a testa.

–Olá!!

– Oii, tudo bem, Prazer! - ele emergi um sorriso simpático, seu rosto cora, a forma como ele fica avermelhado com vergonha me encanta.

– Prazer querido, como é seu nome?

– Gustavo, amigo da Cah.

– Isso, fica a vontade viu Gu - dou uma piscadela.

Todos começam a se servir, meu pai levando o garfo até a boca, franzi a testa - Cade a Bella?

O olhar da minha mãe em choque é visivel.

– Ela esta na casa do Matheus. - respondo.

– Já era pra ter voltado, não?

– Ai pai, desencasa! - reviro os olhos, me abdicando da salada.

– Precisava dela aqui hoje! - Beatriz estremece.

– Porquê não conta as boas novas logo? - advirto.

– Não, ela tem que estar aqui! - emburrece.

Dou de ombros, termino de comer, Gustavo já havia abandonado seu prato, cochichou no meu ouvido que eu comia demais, e assim não daria pra degustar as delicias da inauguração do Café. Por um momento tinha me esquecido.

– A gente vai sair. Boa tarde galera - mando um beijo no ar.

Minha mãe nos acompanha até a porta.

– Mãe, quando ela responder você me mantem avisada tá?

Estava com essa preocupação dentro de mim, evitando com que eu me animasse em sair.