Proibido escrita por Megs ninja


Capítulo 27
Capitulo 27




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Minha cabeça estava completamente confusa, porém, digamos que eu estava com preguiça de discutir com minha consciência, meu coração não estava afim de entrar nessa batalha, de ouvir resmungos zangados, de desaprovação, ele preferia encarar essa noite como um acontecido, que foi, já era, sem remorso, sem pensar, passageiro, e sem problemas!

Conclui assim o desfeche da minha noite, com aquelas mãos grandes e enormes em torno de mim, fechei os olhos, sentindo o conforto que era ter seu corpo perto de meu, aliviando meu medo infantil dos relâmpagos lá fora, me fazendo sentir a garotinha no colo do papai noel, simples assim, que no entanto, sabe que lá no fundo, o papai noel não é real, e nem sempre vem com o presente que a gente quer.

Giro no colchão, estou sozinha, idealizo que talvez tenha sido uma grande viagem, ilusão, miragem, pisco os olhos firmemente, e analiso o ambiente,é! a casa e a cama não é minha, então, SIM! eu dormi na casa do Fernando, mas ele não estava do meu lado. Levanto, e vou atras do banheiro. Encaro o espelho e a mim mesma, humm, você nem bebeu ontem. E nem fizemos sexo, só dormimos, juntinhos.

Lavo o rosto, e faço um coque no meu cabelo, me analiso com o moletom azul do Fernando, a roupa tem seu cheiro, e seu cheiro é incrível, logo me desperta a vontade de saber onde ele se encontra, mas a verdade, é que preciso voltar pra casa, no relógio de parede, mostra 7:30. Eu e minha mania de acordar cedo, mesmo sendo Sábado! Dobro os cobertores, e vou pra sacada do apertamento, fico vendo algumas pessoas que fazem caminhada na rua, se eu tivesse com minhas roupas, com certeza iria fazer o mesmo. Já estou mordendo o labio impaciente, Fernando ia me deixar lá plantada? Grrh. Me desperto dos meus pensamentos de ira, quando ouço o barulho da porta, ele entra com uma regata verde de treino, e uma bermuda preta.

– Bom dia, Flor do dia - sorriso vai de orelha a orelha. Franzo a testa, o fuzilando.

– Estava onde ? - cruzo os braços na altura do peito, me aproximando.

–Nossa, bom humor né? - pergunta retoricamente, mostrando seu braço que estava por trás das suas costas, ele segura uma sacola de mercado– Fui comprar umas coisas, pra gente tomar café.

– Que gentileza, estou com fome mesmo - sorrio. Ele ri, e vai até a mesa, eu o sigo, ele começa a tirar as coisas da sacola, faço uma careta, com o exagero das compras, tem tudo, bolo, pão, fruta, biscoito, frios. Me auto pergunto, se estou na casa da minha Vó, É Fernando, tipico de gente que esta ficando mais velha mesmo, não?. Dou uma risadinha, pensando. Ele me olha, e faz uma careta, como se tentasse desvendar minha piada particular, eu reviro os olhos, por não querer compartilhar, continuo olhando ele que vai despejando todas suas compras em cima da mesa. Em seguida vai para o fogão preparando habilidosamente um café.

– Você parece ser um ótimo dono de casa - eu sorrio, enquanto pego um pão francês, e preencho de queijo e presunto, saboreio o mesmo, relembrando o gosto da massa composta de farinha de trigo, a tempos que não o como, esta crocante, e eu estou com fome.

– Só aparento mesmo - ele gargalha, virando pra mim e dando um breve sorriso, sinto minhas bochechas corarem, e eu retesar meu rosto, como um choque, é realmente ridículo a forma, como o Fernando tem poder em mim, seu sorriso me desmorona.

– Na verdade, essa é a primeira vez que estreio meu fogão, nunca cozinhei até agora no apertamento.

– Esta brincando ? - pergunto incrédula - Que honra então, esse café tem que estar bom então hein - comento, em um tom divertido. Ele gargalha, voltando a mesa com o café, já dentro da jarra, ele me serve, em uma xícara de cor bege e tamanho mediano, beberico um gole do café, esta no ponto, com a dosagem de açúcar perfeito, lambo os lábios saboreando, só não tão doce, quanto Fernando, minha glicose no sangue por ele, esta alta. Merda, que efeito é esse que ele causa em mim? Maldição.

– Esta ótimo - comento, ele sorri timidamente, estranho, costumava sempre tagarelar e se gabar, estava tão mais zem agora, parecia estar mais feliz, mais tranquilo, algo em mim me dizia, que era sua despreocupação por não estar mais com a Raquel, embora eu sempre soubesse que ele era um cafajeste que traia sem culpa, agora eu vi que sua transparência era ainda maior. A verdade é que meu desejo oculto é que eu queria ter te encontrado numa nova vida, num outro tempo, em que não precisássemos temer o nosso futuro, nem nossos sentimentos, que você já não tivesse vivido tudo isso, essa vida toda, sem mim, e agora o nosso futuro é tão impossível.

Meu celular começa a tocar uma musica energizante, esta tocando em cima do sofá, giro os olhos para ele, e simultaneamente para o Fernando, que balança a cabeça positivamente, como cedesse a licença para eu atender. Eu me levanto indo em direção a ele, presumindo que seja minha mãe, querendo saber se eu já estou a caminho de casa. Me surpreendo ao ver que não é ela, ou melhor, relembrando do compromisso que havia feito a uma semana atrás. O Gustavo! Meus olhos ficam no visor, até que a chamada cesse, poucos segundos depois retorna, giro os olhos, e vejo Fernando comendo um biscoito com um os olhos em mim, dou um meio sorriso,e caminho vagarosamente até a sacada, que não fica muito distante da mesa.

– Alo?

– Nossaa! Pensei que não fosse atender - ele esta com um tom zangado na voz, algo extremamente raro, pois Gustavo esta sempre de bom humor.

Suspiro.

– Desculpa, acordei a pouco tempo.

– Tranquilo, e você esta bem ? A gente vai se ver hoje né? Você prometeu que iria comigo na cafeteria e na livraria que estreou na Cidade vizinha.

– Eu vou! - confirmei, sem mais delongas. Eu tinha marcado um compromisso, não iria faltar, além do mais, que eu não devia estar na casa do Fernando, essa proximidade, é algo completamente ... estranho, e bom. Merda.

– Ufa! Daqui a uma hora eu passo ai então, só queria confirmar mesmo.

– Fechado, até mais tarde, beijos.

– fim de ligação -

Faço uma cara de paisagem e volto para a mesa, a verdade é que eu não estou com fome, encaro a mesmo e engulo um nó na garganta.

– Eu preciso voltar pra casa, vou ir me trocar, esta bem?

Ele assentiu, me levanto as pressas, e vou a caminho do seu quarto, meus olhos fixam no meu andar, porque a gente não deu certo? Porque tivemos que ser tão errados? Porque me faz me sentir bem e mal ao mesmo tempo? Assopro a nuvem de pensamento em minha cabeça, e retiro o moletom, a ideia de tirar é angustiante, relembro de quando deixará minha calcinha em seu bolso da calça, no entanto, não deixarei nada, só lembranças, que estive ali, almejando que toda vez que ele fosse fazer café, e usar aquele moletom lembrasse de mim.

Pego minhas roupas que estão no box do seu banheiro, e me visto, me olho novamente no espelho, a cara de sono ainda é predominante, faço uma careta, e procuro minha bolsa, reencontro com a mesma em cima do sofá, o Fernando não esta lá. Encontro um batom nude em minhas coisas, e passo sobre meus lábios, dar um realce né.

– Nem precisa, esta linda assim.

Levanto a cabeça, e vejo Fernando se aproximar de mim, meu rosto queima, certamente que acabo de virar um pimentão, dou um sorriso sem graça, guardando o batom de volta no lugar.

– Vamos ? - ergue a sobrancelha, e amostrando seus lindos e estonteantes dentes brancos.

Perco a voz, coloco minha bolsa sobre o ombro, e vou andando atrás dele, chegando na porta, ele me da espaço para que eu passe a frente, assim eu faço, ele vem atras de mim, ambos em silencio, como se os dois tivessem com vontade de falar alguma coisa, porém a um nó na garganta que impede. Embora eu não soubesse bem o que dizer, apenas, que Fernando foi a confusão mais surreal na qual eu me meti, que mexeu comigo, de uma forma assustadora, questiono-me se um dia realmente irei ser tão apaixonada por outro sorriso, ou outro beijo. Percebo que estou nas nuvens, encarando seu reflexo no espelho, ele esta brincando com as chaves do carro, e a cabeça esta baixa, seus olhos encontram o meu, e ele abre um sorriso sem dentes.

– Vai fazer o que hoje? - pergunta, parece que se arrepende simultaneamente, pois seu rosto cora, e ele enrijece os ombros.

– Vou sair com uns amigos para uma cafeteria e livraria. - Fingi que não é só o Gustavo, vai ...

– Pô legal - seus olhos continuam firmes, embora ele abre um sorriso sem emoção no rosto, continuo estudando seu rosto - Esse tempo friozinho é maneiro.

Chegamos no estacionamento, e vamos caminhando em direção ao carro, resolvo retribuir a pergunta.

–E você ?

– Vou ver meu pai.

– Seu pai é lindo - comento com sinceridade, ele era uma doçura - Ele esta bem ?

– Sim, esta! - sorri galanteador lembrando do pai, eu sorrio junto, ele se escora do Carro, e me observa - ele perguntou de você.

– De mim?? - pergunto em um tom mais alto, não sabendo se ouvi direito.

– De você, eu contei de nós pra ele - da de ombros, como se não fosse nada, eu arregalo os olhos, surpresa - Entre eu e meu pai não tem segredos - continua.

– O que você contou exatamente ? - Pergunto sem jeito, ele esta bem a minha frente encostado no carro, sei que a visão que ele tem sobre mim é privilegiada e isso me deixa sem graça, vou para perto, e me escoro também, fazendo que apenas nossos rostos se encontrem, aproposito, proximidade minima.

– Contei que te conheci, antes de saber que você era amiga do Matheus, embora tivéssemos nossa diferença de idade, você era uma garota incrível, e e a gente ficava, e tal, comentei que você me fez abrir os olhos para muitas coisas, e por isso também resolvi terminar com esse casamento infeliz que só me causava frustração.

Meu coração congelou. Não diga isso, não foi por mim. Grrh.

– Sei que não tive nada a ver com isso Fernando, talvez eu tenha feito você enxergar, que a mentira não ia dar em nada.

– Exatamente. Posso te perguntar uma coisa ?

Eu balanço a cabeça positivamente, com um embrulho no estomago.

– Porque fez isso? Se afastou, sem mais nem menos, sem dizer o porque, só me ignorou, sem nem explicar.

Porque eu ia cederrr, eu não podia.

Engulo seco, seus olhos estão presos ao meu, em uma forma hipnótica, seus olhos estão mais escuros, por conta da pouca luminosidade que tem no estacionamento, nossos ombros chegam a se tocar, e eu posso sentir sua respiração.

– Porque eu achei que era o certo a se fazer, apenas.

Ele faz um bico frouxo, e olha para frente.

– Vamos - exclamo, e dou a volta no carro, levanto a ponta dos pés, para encontra-lo, ele sorri de lado, enquanto abre o carro.

Entro, coloco minha bolsa dentre minhas pernas.

– Outra pergunta.

– A ultima - reclamo

Rimos.

– Sentiu saudades ? - sussurra, ele esta prestando atenção em sua direção, manobrando para fora do estacionamento.

Eu realmente não sei o que dizer, entro numa busca desesperada pelo meu inconsciente, ele esta adormecido, meu coração? Esta batendo forte, e querendo se declarar, controlo as emoções, suspiro fundo, conforme meu silencio, seus olhos castanhos esverdeados me procuram, agora do lado de fora, o sol timido ilumina seu rosto, mostrando todas suas perfeições, fazendo que seus olhos clareiem, ele argue a sobrancelha, sua cara esta séria.

– Senti Fernando, no começo, depois me acostumei. Mas eu senti, claro que senti, eu já tinha me acostumado com tudo aquilo, pra mim não era mais um problema, no entanto, eu acho que foi o melhor, para nós dois. - esclareci.

– Eu sinto sua falta - pausa - ainda.

Mais um silencio.

Eu ligo o som, passa Ed. Sheeran Photograph.

Maldita hora que a radio passa essa musica melancólica.

– Não queria que a gente estivesse nessa situação, como se fossemos dois estranhos. Mas sei que você esta feliz, esta trabalhando, esta curtindo, livre. Fico feliz por você, e te desejo só coisas boas - digo calmamente, ele ouve cada palavra com atenção, mais seu olhar ainda é no transito.

– Eu tambem Camila, te desejo muitas coisas boas, só não te desejo TUDO de bom, porque isso você já teve né?

Eu faço uma careta - Como assim?

Ele estaciona o carro, estamos na rua da minha casa, ele olha pra mim com um olhar divertido, eu balanço a cabeça.

– Não entendi - franzo a testa.

– Porque você já me teve né Mila - coloco meu cabelo pra trás - Então você vai ter coisas boas agora - sussurra, analisando meu rosto, respiro fundo, não prendo a risada e gargalho.

– Você não presta mesmo - encaro seus olhos, e faço uma careta de desdem. - Deixa eu ir, um bom dia! - pisco.

– Realmente, eu tive um ótimo começo de dia, e sim ... Eu usei o conjunto de moletom para que ficássemos iguais - da um risinho.

– Eu sabia - pisco, e sorrio.

Ele vai se aproximando, sinto minhas estranhas e endurecerem, enquanto congelo qualquer movimento, e respiro por ser natural. Beija minha bochecha, e eu me arrepio inteira, então sua mão espalmada toca meu braço, deslisando a ponta dos dedos sobre ela, até chegar na minha coxa. Coxa não, puta que pariu, me surpreendo ao ver que estou mordendo os lábios e ele esta com os olhos no mesmo. Ele umedece os lábios.

– Tchau - sussurro, e reviro os olhos, abrindo a porta;

Me sinto aliviada, tenho um poço de sentimentos em mim, desejo, e orgulho. Ao mesmo que meu inconsciente esta batendo palmas por ter vencido a tentação, meu coração esta quietinho, quem fala é meu corpo, em chamas de desejo por esse homem tão proibido.


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