O fator não legendário de Barney Stinson escrita por Sr Mokona


Capítulo 1
Capítulo único




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Meu pai sempre diz que devemos visitar tio Barney. Ele sempre nos contou historias “legendarias” sobre ele e nos dizia que eles eram “Bro”, mas não tanto hoje em dia.

Não digo pelo namoro do meu pai com a tia Robin, que foi casada com ele, mas cada um do grupo do meu pai acabou se afastando mais do que de costume.

Hoje é dia de visitar tio Barney, mas vou sozinha, meu irmão está na casa da namorada.

Chego ao apartamento e toco a campainha.

Antigamente meu pai sempre ligava para o tio Barney para se certificar de que ele não estaria com uma “acompanhante”. Muitas vezes perguntava se a filha estaria no apartamento, e se estivesse, significaria que tio Barney estava sem acompanhante. Mas hoje em dia nem sua filha e nem suas companhias estão tão presentes.

Tio Barney abre a porta.

- Olá Penny. Veio me visitar hoje? Está linda. – tio Barney me recebe. Ele está com uma camiseta simples e calça de moletom. Ah, calça de moletom. Quantas vezes meu pai nos contou o quanto tio Barney as odiava.

- Tio Barney, sempre galanteador. – entro. A casa dele hoje em dia é uma bagunça. Tio Barney trabalhava em algo de certa forma ilícita em uma grande empresa no passado, o que proporcionou para uma pessoa sem muita qualificação, um bom dinheiro; mas quando ele se demitiu, tentou viver de um blog, mas não deu tão certo. Começou a trabalhar como promotor de festas, um cargo que o irmão conseguiu pra ele. A habilidade dele com prestidigitação deu uma estranha vantagem para ele em sua nova função. Mas enfim, esse emprego consome muito tempo dele e ele prefere gastar atualizando o blog a arrumar o apartamento.

- Trouxe café. – diz tio Barney saindo da cozinha com uma bandeja que ele ganhou da filha no dia dos pais ha dez anos atrás, quando os dois ainda se falavam, antes da mãe dela por ela contra ele.

Tomo um gole de café. Está bom.

- Como anda o coração? – pergunto. Tia Robin foi o ultimo relacionamento dele e isso tem vários anos. Tio Barney engravidou a mãe de sua filha e isso causou grandes confusões por parte da família dela, mas ele reconheceu a filha e ainda tentou conviver pacificamente com a mãe de sua filha, mas isso não durou muito tempo. Sabe como é, uma mulher não quer engravidar de alguém com quem apenas quer transar e sumir no outro dia. Nem ele.

- Ah, - tio Barney abaixa a cabeça e brinca com os pés – tenho estado ocupado com umas organizações. Você acredita que não tenho tempo nem de curtir a festa que produzo? Tento conhecer algumas mulheres nesses eventos, mas sempre estou muito cansado. Algumas vezes ainda consigo sair com algumas e terminar nesse apartamento, mas você não iria querer ouvir isso.

Realmente não queria.

- Vou buscar torrões de açúcar. – ele diz e entra na cozinha.

Já havia ouvido mamãe falar que após a separação com a tia Robin, o único momento de verdadeira felicidade que ela havia presenciado tinha sido o nascimento da filha dele. Talvez eu se lembre disso porque sempre via o tio Barney alegre e não conseguia entender; mas o tempo passou e agora compreendo. Isso me deixa um pouco triste. Logo após a morte da minha mãe; tio Marshall, tia Lily, tia Robin e tio Barney sempre nos levavam para passear e sempre estiveram muito próximos e por isso eu os tenho como família e você só deseja o melhor para sua família.

Chegando com os torrões de açúcar na mão, tio Barney pergunta: - Tem visto minha filha?

- Tenho. – nós duas sempre fomos amigas; mesmo quando a mãe dela quis nos separar ou quando a sua relação com o pai ficou difícil. Tentei aproximar os dois, mas não consegui muito resultado – Ela está bem. O filho está ótimo. – gravidez na adolescência, foi uma barra para os pais.

- Bom, bom, bom. – diz o tio Barney com um sorriso um pouco triste – E seu pai e sua tia Robin? Estão bem?

Ele já sabia dos dois. Já tinha um bom tempo que meu pai voltou a namorar e isso não o aproximou com o tio Barney. Eu já havia percebido que o meu pai estava afim da tia Robin e vice versa, mas eu nunca me perguntei se o tio Barney ainda estava afim da tia Robin e que ela o dispensou para poder voltar com meu pai. Talvez eu esteja viajando nessa.

- Sim. – respondo ligeiramente. Já tinha ouvido uma conversa do tio Marshall com a tia Lily onde a tia Lily comenta que a Robin tinha sido o único grande amor do tio Barney e que eles se deixaram porque tio Barney não quis lutar por seu amor e voltou a sua vida de pegador inveterado como era, como se estivesse esquecido tudo que passou. E que a tia Robin não quis lutar e nem abrir mão de seu futuro profissional para reconquistá-lo. Algo que fez com que ela e meu pai tivesse terminado em seu primeiro namoro, como se não tivesse aprendido nada.

- Como tem estado Penny?

- Meus estudos finalmente estão rendendo e quem sabe um dia terei um edifício em Nova York como meu pai?

- Penny, a arquiteta. Soa bem. – ele dá uma gargalhada rápida. – Sabe? Sua tia Robin pode dar muitas dicas. Por mais que ela não seja arquiteta, ela é uma profissional respeitada.

- Claro. Ela e meu pai sempre estão me incentivando.

- Eu só posso ensinar como não cair na lábia de aproveitadores inveterados. Se bem que um pouco de emoção sempre cai bem.

Dou uma risadinha para quebrar o clima um pouco pesado que acho que se formou.

- Você sabe que meu pai nos contou historias sobre vocês, então não se preocupe, tenho lições de vida que aprendi com os cinco.

O telefone do tio Barney toca. Ele atende e depois me diz: - Desculpe-me, tenho que ir. Trabalho.

Apenas assento com a cabeça e me levanto.

Ultimamente esse tem sido uma das únicas coisas que tem ocupado sua cabeça e isso é bom. Faz ele esquecer o que ele quer esquecer.

Me despeço e saio.

Meu pai sempre me contou que tio Barney viveu a vida loucamente e que todo dia era “legendário”. Isso de certo modo me deixa um pouco mais confortável. Ele não fez as melhores escolhas ao meu ver e sofreu por isso e ainda sofre, mas o tio Barney já teve sua juventude. Agora estou tendo a minha.


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