Passaram-se três dias desde aquele acidente no refeitório. Aquele projeto de Pikachu e suas sombras passam por mim dizendo “Oi menina gororoba”, como todos os alunos. E o que eu faço? Meto a mão neles. Simples.

_ MELANIEEEEE!

Meto a cara no chão. Ta, eu não fiz isso, meti a mão sem querer na cara do ser que gritou na minha orelha. Que por acaso era Gray.

_ AI MEU PAI. EU MATEI?! – gritei me levantando e olhando Gray que estava caído no chão com a mão no nariz.

_ GRAY-SAMA! – Juvia veio de não sei onde e abraçou Gray ainda caído. – NÃÃÃO! JUVIA NÃO QUER FICAR SOZINHA COMO LEVY-SAN COM MUITOS GATOS E LIVROS AO SEU REDOR! BUAAA!

Sério, eu imaginei a Juvia com quarenta anos com gatos pintados com a cara do Gray e ela com livros colando imagens do Gray e reclamando que não tirou mais fotos com ele. Sei lá, de repente deu uma vontade de rir...

_ E-Ei! – Levy ruborizou. – N-Não sou assim!

_ Gehee, mas vai ficar se não encontrar um namorado logo, baixinha! Gehehe... – Gajeel debochou da pequena, que ficou mais vermelha ainda. Okay, o Gray parou de se mexer por um momento...

_ Como se você tivesse uma! – ela retrucou com raiva.

_ Epa! Agora foi golpe baixo! Mas golpes baixos é bem sua cara mesmo. Gehee. – ele começou a rir.

Levy fiou vermelha de raiva, chegou perto de Gajeel e deu um chute nos “países baixos” dele. Ele começou a se contorcer e fazer caretas até que ficou de joelhos. Não aguentei e comecei a rir.

_ Como eu disse... Bem a sua cara... Gehee... Ai. – e caiu no chão.

_ Gajeel é troll até nas piores situações... – Gray disse do meu lado. ESPERA GRAY?!

_ TAPORRA, DE ONDE TU VEIO?! – deu um pulo pro lado e o olhei assustada. – Que isso no seu nariz? Parece àqueles troços que as garotas dos filmes põe antes de dormi, ou quando acordam... – cheguei mais perto dele pra ver.

_ Não estaria usando isso se CERTA PESSOA não tivesse me atacado no nariz! – ele emburrou.

Iria retrucar, mas Erza, Natsu, Lucy e Jellal apareceram.

_ Hey pessoal! Gray o que houve com seu nariz? – Lucy perguntou.

_ CERTA PESSOA me acertou. Não foi Melanie? – ele me olhou fingindo raiva. Me encolhi e dei um sorrisinho.

_ Dicupa...? – tentei usar meu modo fofo, mas acho que não funcionou...

_ Gray! Aceite a desculpas dela! – Erza apareceu com um bolo de morango em mãos. De onde isso veio?!

_ O que?! Mas foi ela que-

_ Sem. Mas. – ela tinha uma cara tão assustadora que acho que vi o diretor baixinho suando frio.

_ Aye! – ele me abraçou e deu um sorriso forçado. Acho que ouvi Juvia falando “Rival do amor...” ou coisa assim.

_ Bom... – me afastei levemente de Gray. – vamos logo come-

_ AAHAHAHAHAHA! GRAY OLHA SEU NAIZ! AHAHAHAHA! – um rosado muito sem noção apontava freneticamente pra Gray e ria.

_ Ora seu... – e começaram a brigar. Apenas revirei os olhos e fui até o refeitório.

_ Espera Melanie! Eu vou com você. – Levy me acompanhou. Ela tinha um livro em mãos.

_ De onde veio isso? – sussurrei pra mim mesma olhando o livro e suando frio.

_ Disse algo? – ela se virou pra mim.

_ Não. Nada. To de boa. – respondi com um sorrisinho forçado. Vai que ela tira uma faca de não sei onde e me matar. – que livro é esse? – perguntei fugindo do assunto. Ela ruborizou.

_ Er... C-cinquenta tons de cinza... – ela disse um tanto envergonhada. Arregalei os olhos.

_ UATA?! – sim, eu disse “uata”. – Levy! Isso não é coisa que você pode ler! Me de isso! – estendi a mão pra ela. Ela me olhou confusa.

_ Você acha que eu tenho o que? 12 anos? – ela perguntou com uma sobrancelha arqueada.

_ Sei lá, sua altura não ajuda muito. – agachei um pouco e coloquei minha mão em cima da cabeça dela, medindo sua altura. Ela tinha uma cara de tacho.

_ Até você... – ela reclamou. – Olha, esse livro é romântico e quase não tem nada de... Erótico... – murmurou. Franzi o cenho.

_ Levy McGarden, eu posso até ser fã de ecchi, mas, você é muito pequena pra essas coisas! – fingi ser a “mamãe coruja”. Ela inflou as bochechas. – Para de ser kawaii menina! – fiz um bico.

_ Vamos comer ou não? – ela tentou fugir do assunto.

_ Vamos, mas depois iremos conversar mocinha. – e fui marchando pro refeitório. Acho que to com tanta fome que comeria um cavalo!

Chegando lá, por incrível que pareça, a fila tava lotada, as mesas todas ocupadas, e uma barulheira da porra...

_ Mas que merda é essa? – perguntei pra Levy. Ela deu de ombros.

_ Acho que é a Mira que ta cozinhando hoje. – ela disse normalmente.

_ Mira? A Mirajane da secretaria? Não sabia que ela também cozinhava... – disse brisando.

_ E é professora, enfermeira, coordenadora... – Levy disse. Arregalei os olhos.

_ C-Como?! Como ela aguenta tudo isso?! – perguntei indignada.

_ Sei lá, pergunta pra ela. – ela deu de ombros. Revirei os olhos.

Depois de pegar uma coxinha, procurei um lugar pra sentar com Levy, do jeito que tava a algazarra, não achei nenhum.

_ Desisto. Não tem lugar pra sentar. – disse enfim. Joguei o papel que segurava a coxinha no lixo. – Aposto que enquanto procurava um lugar, você terminou o livro né Levy? – me virei, mas não vi nem sombra da baixinha. – Levy? – olhei todos os lados e não vi sinal de uma baixinha de cabelo azul. – Legal, perdi um smurf.

Comecei a andar por todo o refeitório, mas nada de Levy. “Se eu fosse uma Smurf devoradora de livros, pra onde eu iria?”, me perguntei. Uma lâmpada invisível acendeu na minha cabeça.

_ Claro... – murmurei pra mim mesma. – No pátio. – sorri pra mim mesma e fui ate a porta mais próxima. Acabei esbarrando em alguém. – Ah, desculpa.

_ Não, tudo be... Ah! A novata da guerra de comida! – um cara com a língua pra fora (?) e cabelo roxo tipo moicano (??) e uns chaveiros com uns baldes que pareciam bonecas (???).

_ É Melanie, e por acaso você viu uma baixinha de cabelo azul e um livro na mão? – perguntei.

_ A Levy? Ela tá ali sentada num banco naquela árvore. – ele apontou e pude ver Gajeel brincando com os cabelos de Levy.

_ Nhé, não vou lá atrapalhar os pombinhos. – dei um meio sorriso. – Valeu mesmo assim, é...

_ Bickslow. – ele respondeu.

_ Nome diferente, legal. Gostei do seu cabelo, to pensando em pintar o meu de roxo. – ele riu.

_ Quando pintar me mostra antes de todo mundo pra eu ver como ficou. – rimos.

_ Okay, valeu ai mano. Até mais. – demos um “toca aqui” e fui pra sala, zoar um pouco.

Estava quase lá quando uma albina esbarrou em mim. Eu iria ajudar ela a se levantar (coisa que não se vê todo dia), mas ela foi mais rápida.

_ D-Desculpa... – murmurou ela. Então foi embora.

_ Ta bom... – disse pra mim mesma. Dei de ombros e segui ate a sala.

Antes de entrar, quase fui acertada por um caderno. Depois desviei de uma mochila, e depois de uma mesa.

_ PORRA. – gritei. Apenas vi uma Erza (Le-se demônio vermelho) tacando tudo o que pega num azulado.

_ SOCORRO! – Jellal ficou atrás de mim, apenas vi uma cadeira voando ate mim, depois ficou tudo escuro.

Ultimo pensamento da Melanie, antes de desmaiar:

“MEU DEUS, EU MORRI?!”