Sono.

Sono. Era tudo que eu sentia naquela hora. Cara, mudar de cidade é uma droga mesmo! Ainda mais pra uma que você nem conhece, não faz ideia de onde é seu apartamento, e tem que ir sozinha... Minha vida é um lixo. Sai do avião, peguei minhas malas procurando uma plaquinha com meu nome e sobrenome escrito nela. Ate que avisto uma, com meu nome e sobrenome nela...? Cara! Eu tava brincando! Olhei estranhamente pra placa e franzi o cenho, espera ai...

_ Quem é você? – perguntei chegando perto da pessoa que segurava a placa, que a propósito era uma mulher.

_Hm, então você é Melanie Crato? – ela me perguntou.

_ Sim... – disse meio incerta. Ela abriu um sorriso.

_ Ora! Bem vinda a Magnólia! – ih, rimou! – sou Erza Scarlet, vim lhe dar as boas vindas, sou representante de turma na escola onde você vai estudar! – ela disse com um sorriso, assenti. Ela era bonita, tinha grandes cabelos escarlates, olhos castanhos partindo pro preto, um corpo de dar inveja (não em mim, por que não ligo pra isso), e um belo sorriso no rosto.

_ Legal, não sabia que seria assim, mas não precisava vir – disse tentando ser educada ao máximo. Ate que escuto uma tremenda barulheira. “Que merda é essa?!” – penso. Erza olha pra trás e fica com cara de “já sabia que isso iria acontecer”, balançou a cabeça negativamente e suspira cansada. E eu aqui sem entender merda nenhuma.

_ Erza! – uma menina loira grita, ela estava acompanhada de cinco pessoas. – ela encontrou a garota primeiro! Peguem a garota! – a loirinha disse, e todos correram agora NA MINHA DIREÇÃO! “Ai, merda” – pensei e sai correndo daqueles malucos. – não a deixem fugir! – “CALA A BOCA LOIRA!” – pensei e corri mais ainda.

_ Arg, help! – gritei por ajuda, me esquivei das pessoas, ate que um garoto de cabelo rosa fica na minha frente.

_ Não vai não! – ele diz pronto pra me pegar. Escorreguei pelo chão (por sorte, tinha acabado de ser encerado) e facilmente passei por ele. Dei um sorrisinho e continuei correndo. Desta vez um garoto de cabelo escuro espetado ficou na minha frente, ele tava TIRANDO A CAMISA?!

_ O foguinho de bosta pode não ter te pegado, mas eu vou! – ele da um sorriso convencido. Não resisti e dei um sarcástico.

_ Ate parece – murmuro só pra nós dois ouvimos. Simplesmente parei e esperei ele vir atrás de mim, ele correu em minha direção, chegando mais e mais perto, quando ele tava na minha fuça, me esquivei pro lado, sem importância, ele escorregou de cara no chão.

_ Mal... Dita... – ele murmura.

_ Como pode fazer isso com meu Gray-sama?! – uma menina de cabelos azuis grandes que iam ate o ombro e eram totalmente ondulados na ponta me olhou mortalmente. – vai pagar por isso! – ela avançou em mim, mas acabou tropeçando no coitado que ainda estava no chão e ficou em cima dele. – Juvia... Está em cima de Gray-sama...? Um sonho realizado...! – ela disse, nas nuvens, arquiei uma sobrancelha e dei de ombros.

_ Olhem aqui. – chamei a atenção de todos. – primeiro: por que estavam me perseguindo?! – pergunto indignada. Eles se entreolharam. – segundo – retomo a palavra sem esperar eles responderem. – quem são vocês? – pergunto mais calma.

_ Ah... – uma baixinha de cabelos azuis e uma faixa amarela na cabeça que deixa seus cabelos pra trás se manifestou. – sou Levy McGarden. – ela disse simpática.

_ Gajeel Redfox – um brutamontes de cabelos super compridos e repicados jogados pra trás e cheio de piercings no rosto disse indiferente, cruzando os braços.

_ Jellal Fernandes. – um garoto de cabelos também azuis e uma tatuagem vermelha no olho tipo “tribal” disse.

_ Gray Fullbuster. – o menino que derrubei no chão se apresentou.

_ Juvia Loxar – a menina de cabelos azuis longos que estava babando pelo tal de Gray disse ainda nas nuvens.

_ Lucy Heartfilia. – a loira disse animadamente. – e o bobão parado ali é Natsu Dragneel – ela apontou pro garoto de cabelo rosa, que estava parado sem acreditar que passei por ele tão facilmente.

_ Melanie Crato. Ok, terceiro: Que merda vocês queriam comigo?! – perguntei. Eles se entreolharam.

_ Te levar pra conhecer a cidade! – disse Lucy animadamente. – era pra Erza nos esperar, mas ela foi antes – ela fuzilou Erza que só revirou os olhos.

_ Não queria que vocês assustassem a coitada! – ela disse na defensiva. Revirei os olhos.

_ Ta, ta, mas, e agora? Perdi o taxi que ia me levar pra casa... – disse cruzando os braços e abaixando um pouco a cabeça pra pensar. Mordi o lábio inferior, olhei pro teto, mordisquei a almofada do polegar, franzi o cenho de leve, nada. – ah, não consigo pensar em nada! – reclamo pra mim mesma. Olho pros lado e vejo todos me olhando confuso, abri um sorriso maligno, o que fez todos de assustarem. – T.U.I. – disse.

E lá estava eu, andando despreocupada pelas ruas de Magnólia, enquanto todos estavam carregando minhas malas, hunf, quem mando me atrasarem?

_ Ah, estamos quase chegando. – disse animadamente. – olha! Uma sorveteria! Vamos lá! – disse acabando com a alegria deles. MUAHAHA! Sou muito má! Eles me olharam com esperança de ir pra casa. – ta, vamos pra casa logo. – disse balançando a mão indiferente. Eles comemoraram, ri da bardena deles e continuei andando. Finalmente chegamos num ENORME edifício roxinho bebê (o que achei meio gay), e varias, VARIAS janelas. – é esse, meu quarto é no 13º andar, vamos lá. – disse, entramos, falei com a sindica, e entrei no elevador. – espera, não vai caber todo mundo... – disse pensativa.

_ E agora? – Levy suspirou cansada.

_ Levy, Lucy, Erza, Juvia, entrem. – disse num tom autoritário. – os meninos esperam. - disse, a porta fechou antes de eles reclamarem, dei um sorrisinho. – ok, eu... Não queria ser malvada com vocês, meninas. Mas... Eu... – cocei a nuca da cabeça, tentando achar um jeito de pedir desculpas.

_ Tudo bem Mel, a gente te fez perder o taxi, e te perseguimos, merecíamos isso – Lucy disse, olhei pra ela mortalmente.

_ Não me chama de Mel – falei, percebi que ela estava assustada, me arrependi. – desculpa, eu... Só não me chama assim tá? – disse pra ela, ela pareceu aliviada e assentiu. Dei um sorriso de lado, chegamos ao andar. – meu apartamento é o numero 203, tomem a chave, vou buscar os meninos. – joguei a chave pra Lucy e entrei novamente no elevador, chegando onde os meninos estavam. – que porra é essa?! Perguntei indignada, eles estavam em cima das MINHAS MALAS e com os pés sujos EM CIMA DELAS. – saiam de cima das minhas malas, ou cada um de vocês terá uma morte lenta e dolorosa. – disse com meu olhar mortal e uma áurea negra me rodeando, eles engoliram em seco e ficaram numa fila.

_ Desculpe-nos, Mel. – eles disseram juntos.

_ Não. Me. Chamem. De. Mel. – disse pausadamente. Suspirei cansada. – entrem logo nessa porcaria. – disse me referindo ao elevador. Depois que fui reparar que faltava certa cabeleira azul. – cadê o Jellal? – perguntei, agora estava mais calma.

_ Ele também mora no prédio. Ele foi pra casa dele. – Gray disse.

_ COM AS MINHAS ROUPAS?! – perguntei indignada. Ele deu de ombros.

_ Não, ele deixou com o Natsu – ele apontou pro de cabelo rosa, ele estava com duas malas. Dei de ombros. A porta já estava pra fechar, quando...

_ Minha blusa! – Gray exclamou. – droga! – ele reclamou. Vi a blusa dele no chão do outro lado. Suspirei cansada e abri à forca as portas do elevador, peguei a camisa e dei pro Gray, eles me fitavam assustados.

_ Que foi? – perguntei, eles se entreolharam.

_ Nada. – eles disseram juntos. Apenas continuei em silencio. Mais silencio. Silencio. CARA SILENCIO É MUITO CHATO, SABIA?!

_ Hm, ei, Melanie. – Gajeel chamou minha atenção. – ouvimos seu pedido de desculpas pras meninas... – ele disse. Olhei pros três com a testa franzida.

_ E pensamos... – Gray continuou.

_ Que... Você talvez... – Natsu disse.

_ Parem de enrolar! Falem logo! – exclamei sem paciência. Eles se entreolharam de novo.

_ Vaipedidesculpaspranóstambém? – disseram juntos e se encolhendo.

_ Não. – disse olhando minha unha desinteressada.

_ Por quê?! – eles me perguntaram indignados.

_Por que foram o foguinho de bosta e o stripper ai que me atrasaram. – disse, sem muita importância, me referindo ao Natsu e o Gray.

_ Ei! – eles exclamaram junto indignados. Gajeel começou a rir de uma maneira muito, muito estranha.

_ Ta rindo de que, cabeça de lata? – disse pra ele. Finalmente chegamos ao andar. – finalmente! – disse, peguei uma das malas de Natsu e corri pra dentro da minha “casa” – eu achei que nunca ia... – olhei pra dentro e tive um treco. Quase cai pra trás. QUE PORRA ERA AQUELA?! – chegar... – terminei a frase, ainda de olhos arregalados. – QUE PORRA É ESSA?!