A Blue Box, An Time Lord and a Broke Heart Human. escrita por Srta Who


Capítulo 41
Quatro, quinze ou noventa e nove


Notas iniciais do capítulo

Desculpa mesmo pela demora :( estava sem nenhuma inspiração.



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P.O.V Autora.

–Estamos esquecendo algo, sei que estamos. – Sussurrou o garoto moreno para sua acompanhante de cabelos loiros.

–Eu te digo o que estamos esquecendo. Esquecemos o quão louco você é Francis, de outra forma não estaríamos aqui agora. – Disse Gabrielle sentindo cada mínima parte de seu corpo tremer diante ao risco ao qual os dois estava se expondo, afinal, a punição para traição era morte, o conselho real não dá mínima para se você tem quatro, quinze ou noventa e nove anos, o aviso era ‘’saía por aí xeretando e essa será a última coisa que fará’’.

É claro, aquela não era a primeira vez que Gabrielle Capel e Francis Heeren saiam por aí atrás de coisas que não deveriam ser encontradas, mas era a primeira vez que se arriscavam tanto, quer dizer invadir o castelo de Saint-Germain-en-Laye ia muito além de bisbilhotar as coisas estranhas que aconteciam ás vezes pelas ruas. Mas Francis acreditava convictamente que havia visto um fantasma durante a visita que fizeram pela manhã então os dois foram para casa pegaram duas mochilas cheias de qualquer coisa que fossem precisar, voltaram e passaram as horas mais chatas de suas vidas escondidos no banheiro esperando a hora do castelo fechar, pois então haveriam apenas quatro seguranças velhos cuidando do lugar, já que desde a Ascenção da rainha todo o ouro e pinturas antigas extremamente valiosas foram tirados de todos os castelos, museus e etc.

–Eu sei o que vi, e não vou conseguir dormir enquanto não souber o que era. Agora vamos! – Ele segurou a mão da garota e ambos começaram a subir cuidadosamente um lance de escadas feitas em pedra. Com apenas uma lanterna em punho os jovens chegaram até o segundo andar do castelo que era constituído por diversos quartos empoeirados já que há muito não eram limpos.

–O que foi isso? – A garota loira virou-se assustada voltando a luz de sua lanterna para trás.

–Isso o que? – Perguntou o garoto. –Não há nada ali. – Houve um barulho, o menino tremeu, a menina emitiu um gemido de medo. Francis chegou bem perto dela e segurou sua mão

–Quem está aí? – Um ruído alto começou e algo parecido com uma grande caixa azul estava materializando-se bem em frente seus olhos. Alguns anos atrás duas crianças da raça humana desmaiariam ao ver isso, mas teletrasnporte é tão comum aos habitantes terráqueos do ano de 2084 quanto youtube, televisão, e algo chamado iphone era aos avós daqueles dois.

–É... É uma caixa de polícia do século XX. – Murmurou a loira. – Vimos uma caindo aos pedaços num museu. – Eles aproximaram-se do objeto.

–Mas essa está nova em folha. – Quando estavam bem próximas da imensa caixa azul Gabrielle a tocou com o indicador.

–Está suja.

–Mesmo assim ela é nova.... É impossivelmente nova.

–Quem a trouxe aqui?

–E por quê? –Os dois continuaram a rodear o estranhamente novo grande objeto azul. – Poderia ser....

–Eu não sei o que aconteceu. Ele simplesmente nos trouxe até aqui, algo de importante deve estar acontecendo. – Francis e Gabrielle esconderam-se e ficaram parados estáticos, como se tivessem despejado nitrogênio líquido sobre eles.

Três pessoas saíram de dentro da caixa, um homem alto com um topete que o deixava mais alto ainda, uma garota de longos cabelos ruivos e um outro, esse era loiro e mais baixo que o primeiro. O homem de topete acariciou a madeira azul como se fosse algo que precisasse de carinho, a loira pode ver quando ele ergueu uma sobrancelha. – O que temos aqui? – Ele aproximou-se das crianças. – Quem são vocês?

P.O.V Amy.

–Quem são quem Doutor?

–Tem duas crianças aqui atrás. Venham, venham, não vamos te machucar. – O Doutor disse com uma voz gentil, ele se tornou bem mais amigável depois de nossa visita acidental ao planeta mais antigo de todos, ele levou a mim e a Rory para Roma, Paris, algumas praias extraterrestres (onde ele sumiu por horas e depois voltou com um olhar preocupado, mas ainda assim com um sorriso, odiei aquele sorriso, tive vontade de arrancar todos os seus dentes por ter mostrado algo tão ridiculamente falso para mim).

Os dois jovens andaram incertos até estarem de frente a nós, a garota estava pálida como um fantasma, já o rapaz parecia mais preocupado com ela do que consigo mesmo, pois segurava a mão da loira e olhava para ela não para nós.

–Quem são vocês? – O Doutor perguntou curioso. Os garotos permaneceram calados. – Não vamos machuca-los.

–É o que vocês sempre dizem, então pegam nossos nomes, nos levam e nunca mais somos vistos. – Disse o menino.

–Quem exatamente são ‘’Vocês’’? – Indaguei.

–A rainha. – Aquelas duas palavras cruzaram meus ouvidos como uma faca entra em sua vítima, rasgando, só de lembrar o que ela fez á Rory me dá calafrios. Ele também pareceu sentir o peso de tudo aquilo, pois agarrou minha mão preocupado.

–Aquela vadia! – Exclamei irritada.

–Ei! Vai com calma, ela é minha esposa. – A face das crianças contorceu-se numa careta de puro horror, acho que aquela não era a melhor maneira de se apresentar.

–Eu sabia, vieram aqui nos pegar por estarmos olhando onde não deveríamos! Não quer que saibam o que acontece por baixo dos panos! Más notícias, não somos os únicos! – O Doutor deu um sorriso de canto.

–Não temos nada a ver com ela. Desculpem-me, me expressei mal, a rainha não é minha esposa, na verdade, ela roubou minha esposa. – A garota comoveu-se, já o menino ao seu lado continuou incomplacente.

–Qual é o nome da sua esposa? – Perguntou a garotinha. O Doutor a princípio pareceu incomodado com a pergunta, afrouxou a gravata, mas então olhou para a garota que aparentava ter no máximo 15 anos e então sorriu como uma criança que acaba de ganhar um presente.

–Rose, Rose Tyler. Você me lembra ela. – A menina sorriu, o garoto amoleceu em sua expressão, mas ainda parecia desconfiado. – Qual seu nome?

–É... – O moreno ao seu lado apertou mais sua mão. – Está tudo bem. Olhe nos olhos dele, alguém com esse olhar gentil não pode trabalhar para ela. – O menino assentiu. – Me chamo Gabrielle Capel. E ele é Francis Heeren.

–Prazer em conhecer, eu sou o Doutor, e meus amigos chama-se Amy e Rory Pond.

–É Rory Williams. – Meu namorado reclamou. Pisei em seu pé, ele deixou escapa um audível ‘’aí’’.

–O que duas crianças estão fazendo em um lugar como esse a essa hora?

–Não somos crianças. – Murmurou Francis. – E estamos aqui para checar algo extremamente importante.

–Francis acha que viu um fantasma.

–Eu não acho que vi um fantasma, tenho certeza de que vi algo, só não sei o que era, e não fale que eu vi fantasmas, me fazer parecer idiota. – O Doutor sorriu.

–Que tipo de coisa? – Perguntou o alien.

–Não sei ao certo, mas era uma pessoa pequena, rosto coberto por um saco ensanguentado, esse pode ser um dos maiores mistérios franceses depois do homem da máscara de ferro!

–O homem da máscara de ferro? Está brincando comigo? O homem da máscara de ferro não é nenhum mistério. Só deixei o rei irritado, e não me olhe com essa cara Amélia Pond, ele estava querendo se aproveitar de minha Rose, saindo por aí galanteando-a e dizendo que estava escrito nas estrelas que eles deveriam ficar juntos como amantes! O que eu poderia fazer além de provar em frente a corte real o quão mentiroso, cheio de lábia e estupido ele era? O todo poderoso quis se vingar, longa história, muito cabelo envolvido, engraçada, mas mesmo assim... – Ele não pode terminar sua narrativa.

–Ah... Francis.... Esse fantasma estava vestido em roupas vitorianas surradas? – Questionou Rory.

–Sim.

–Rory, não interrompa as pessoas enquanto elas falam, isso é rude.

–Ela tinha feridas pelo corpo e tinha algo estranho desenhado no saco em sua cabeça?

–Não me escutou? – Insistiu o Doutor.

–Como você sabe?

–Porque ela está bem ali. – Ele disse apontando. Houveram exclamações de medo e surpresa misturadas ao ar frio daquela noite de lua cheia que lançava seus raios prateados no corredor. A criatura começou a se aproximar, minhas pernas fraquejaram, e em meio ao caos uma voz sobressaiu-se cortando o ar como um raio.

–Corram! – O Doutor gritou. Em um segundo senti alguém me puxando pelo braço esquerdo e me arrastando pelos corredores que outrora luxuosamente adornados, agora demonstravam claramente como os anos lhes foram impetuosos. Olhei para trás e vi o ser aproximar-se como em um pesadelo ou um filme de terror. Nós entramos em um quarto e o Doutor o trancou com sua chave de fenda sônica.

–O que foi isso?! – Rory exclamou amedrontado. – Era um fantasma?

–Não. Fantasmas não existem, há um ciclo, nós nascemos prontos para morrer, no fim até eu morrerei, porque é isso o que acontece, a morte é o fim, ponto. – O Doutor respondeu.

–Porque não entramos naquela nave e vamos embora? – Gabrielle questionou gaguejando.

–Qual seria a graça nisso? – Respondeu Francis.

–Talvez continuarmos vivos. – Ela argumentou.

–O que faremos? – Perguntei.

–Vamos morrer. – Dizia Rory. O homem em risca de giz apenas encarava o vazio, focado, em meio a toda aquela loucura.

–Calados. Todos calados! Agora! – Em um instante as vozes cessaram. –Escutem. – Agucei minha audição o máximo possível, haviam passos do outro lado, eles se aproximavam cada vez mais, pararam em frente a porta, um silêncio mortal reinava no ambiente, podia ouvir meu coração pulando para fora de meu peito, e acho que a exceção do Doutor, que estava sinistramente concentrado em sua missão auditiva, todos estavam tremendo até os cabelos. Na verdade, o homem estava tão concentrado que se quer se movia. O ar congelou, como se estivéssemos em um cemitério no meio da noite, como se aquele homem pudesse dobrar até a natureza a sua vontade.

–Se é um fantasma. Por que está respirando? – Questionou o Senhor do tempo. A coisa arrombou a porta com um soco e andou em direção ao Doutor que continuou imóvel, com sua expressão inalterada, sem medo, sem ansiedade, como se nada estivesse acontecendo e ele estivesse em meio a uma calma tarde de primavera, e não em uma situação completa e assustadoramente louca.

–Doutor. – A coisa sussurrou ao estar frente a frente com o alien, assim, de perto parecia ainda mais assustador, com seu vestido caindo aos pedaços, com suas enormes feridas, e com aquele saco, onde estava desenhado um sorriso dissimulado, o saco também coberto de sangue tinha dois buracos que lhe permitiam ver o mundo a sua volta. O Doutor sorriu.

–O que você é? – Ele perguntou. A coisa encolheu os ombros. – Quem você é?

–Amiga.

–Amiga?

–Amiga.

–O que aconteceu com você?

–Maria.

–Maria? – Eu perguntei.

–Rainha Maria da Escócia, ela viveu nesse castelo ao lado de seu marido Francis. O que tem a rainha Maria?

–Maria.

–Sim, sim já entendemos, rainha Maria e tudo mais, mas o que, o que houve?

–Maria... Mãe.

–Mãe? Ela é sua mãe? – Ela assentiu. – Isso é impossível.

–Doutor. Eu. Amiga. Maria. Mãe. Oswald. Ajuda. – O homem congelou.

–Oswald. O que quer dizer com Oswald? Como a conhece?

–Doutor. Eu. Amiga. Maria. Mãe. Oswald. Ajuda.

–Do que você está falando?

–Doutor. Eu. Amiga. Maria. Mãe. Oswald. Ajuda. – Repetia como um mantra inquebrável.

–Acho que não vai conseguir tirar dela muito mais do que isso. – Eu disse.

–É o que veremos. Eu posso...? – Ele disse direcionando sua mão para o saco que cobria o rosto da garota.

–Doutor. Eu. Amiga. Maria. Mãe. Oswald. Ajuda.

–Bom, vou considerar isso um sim. – O Doutor arrancou o saco da cabeça da criatura, revelando uma garotinha de curtos cabelos loiros quase brancos, cuja textura lembrava palha espichada, havia uma imensa poça de sangue coagulado do lado esquerdo de sua cabeça, aparentemente o ferimento tinha menos de dois dias, pois parte do sangue ainda estava líquido, no ferimento havia um cano metálico exposto, e também por todo o seu rosto haviam partes de mecanismos a mostra.

–Doutor. – Senti meu estomago embrulhar com a imagem daquela criança, de seus olhos violetas vazios como um nevoeiro. – Eu. – Minha expressão de enjoo podia ser notada claramente no rosto de todos, até o Doutor parecia abalado com a situação. – Amiga. – Ele engoliu seco. – Mãe. – Apertei a mão de Rory. – Oswald. – Aquela palavra me incomodava, quem era Oswald? – Ajuda. – Aquela última frase pegou-me profundamente, imagino que não apenas a mim, pois a expressão pensativa do Doutor surgiu em seu rosto. Se precisam de ajuda, acabaram de achar a melhor em todo o universo.


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Notas finais do capítulo

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