A Blue Box, An Time Lord and a Broke Heart Human. escrita por Srta Who


Capítulo 40
389 Anos.


Notas iniciais do capítulo

Meu livro O Golem e o Gênio chegou :3



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Lua azul

Você me viu na maior solidão

Sem um sonho no coração

Sem um amor para ser a minha paixão

Lua azul

Você sabe bem porque eu estava ali

Você me ouviu pedindo aos céus

Por alguém por quem eu sentisse algo

E do nada, apareceu na minha frente

Blue Moon – Billie Holiday.

Não, isso não pode ser verdade, é impossível, improvável, impensável e todos os ‘’im’’ que existem no universo correspondem a esse momento, a esta cena que estou presenciando, porque de maneira alguma, em nenhum universo imaginável e inimaginável, essa pode Rose Tyler! Essa não é minha Rose, essa não pode ser minha Rose, porque esses não são seus olhos, eles não têm a curiosidade, a felicidade, a misericórdia ou mesmo o amor para preenche-los os fazendo parecer o sol da manhã, esses lembravam mais dois hematomas, cheios de dor e solidão.

Por favor, alguém, qualquer um me diga que essa não é ela, por favor, alguém me diga que ela está bem em algum planeta pitoresco, com diversos bosques cheios de flores e frutas frescas, me diga que ela está bem, não me faça sofrer, me diga que isso é apenas um pesadelo, e que eu acordarei logo, que estarei em minha cama, em minha Tardis, com Rose ao meu lado, sentindo o doce e leve toque de seus dedos em meus cabelos, por favor, por favor, me diga que isso não é real.

–N- Não é real! N- Não é você! F- Fique l- longe de mim! – A mulher vociferou gaguejando, como se estivesse com um nó na garganta. Encarei com curiosidade e assombro seu olhar temeroso para mim. Eu não sou eu? Bem, talvez esse não seja mesmo eu. Inspecionei minhas roupas, risca de giz, converses, o que eu sempre usei, mas não, ela está certa, eu mudei desde que ela me deixou, e não quero isso, quero ser o Doutor, o Doutor dela, quero ser olhado com amor, não com medo. Então o que o Doutor faria? Oh, sim, conversar, é nisso que sou bom não é mesmo?

–Rose, está tudo bem, sou só eu, o Doutor, estou aqui, ok? – Disse aproximando minha mão de seu rosto, pensando eu que a tocando poderia ser mais fácil ajuda-la, ou ao menos isso poderia me acordar, não preciso dizer qual das opções eu preferia, porém nenhuma delas tornou-se realidade, pois a garota rastejou para longe de mim de tal maneira que parecia que meus dedos eram armas prontas atirar nela ao mínimo contato com sua pele.

–Não é você! Não é você! Não é você! – Ela repetia como um mantra, o qual me manteria afastado dela.

–Rose, por favor. – Implorei aproximando-me novamente. Nesse momento Rose me lançou um olhar que não via há muito, muito tempo, não a via olhar para alguém daquela maneira desde Madame Pompadour, era puro ódio queimando em seus orbes. E de repente todo o lugar passou do puro negrume para um profundo vermelho escarlate.

–Não é o bastante me manter presa aqui? Você tem de brincar com minhas emoções?! O que vai ser dessa vez? Ele vai me bater novamente? Vai mata-lo na minha frente de novo? Ou meu favorito, faze-lo entrar em minha mente e transformar cada maldito pensamento meu em pura dor? Escolha rápido! – Ela gritou olhando para o nada acima de nossas cabeças. Fiquei horrorizado com suas palavras, quem ela pensa que é para fazer isso com minha mulher ou qualquer outra pessoa?

–Sou eu, Rose! – Exclamei desesperado. – Não vê?

–É claro que é você. É sempre você! Ela sempre toma seu rosto. Porque a rainha sabe que entre todos os seres vivos do universo de todo o tempo e espaço você, Doutor, é o único que pode me ferir de maneiras quase incuráveis, você é o único que pode me fazer chorar lágrimas de sangue. Você, apenas você, e sempre você Doutor! – Tudo ao redor ficou cinza, e começou a chover. Aparentemente o que acontecia no ambiente dependia do humor dela.

–Sou eu, o eu de verdade. Posso provar!

–Ah, é claro que pode! O que vai dizer? Seu nome? Quantas vezes dormimos juntos? Ou talvez dizer ‘’eu te amo’’? Sabe quantas vezes acreditei só nessa última? – Engoli seco, e balancei minha cabeça negativamente. – 258 vezes, eu contei. E em todas fui deixada sangrando no chão, não mais! Você não pode provar porcaria nenhuma, então faça um favor para nós duas, rainha, me deixe em paz! Eu não sou seu passa tempo! – Meus olhos queimaram, senti um nó nascer e crescer em minha garganta como um tumor, tive vontade de chorar enquanto Rose falava, mas não tenho tempo para isso, não sei como vim parar aqui, e nem quanto tempo vou ficar, tem de ter uma forma de provar a ela que eu não sou aquela maldita rainha.

Minha pobre menina rosa e amarela que outrora transbordava amabilidade em sua expressão facial, agora lembrava mais um animal pronto para atacar ao menor sinal de hostilidade. Uma forma, uma forma, tem de haver uma forma. O que eu mais fiz enquanto viajamos juntos pelo universo? Qual característica minha é sempre notada? Qual minha regra inquebrável? O que eu.... Oh! Espere! É isso! Isso é..... ISSO É BRILHANTE!

–Quando eu mudei de rosto. – Confusão brincou em seu rosto. – Você lembra?

–Essa de novo? Está ficando sem alternativas?

–Sim ou não?

–É claro que lembro.

–Bom. Então lembra que quando mudei meu rosto você veio até mim, e me beijou profundamente. Eu te beijei de volta, te levei para meu quarto e nos amamos a noite inteira.

–Isso não é verdade. – Ela sussurrou.

– E também deve lembra-se de que quando vi Madame Pompadour ela tentou me beijar, mas eu a afastei, e disse que já tinha a garota mais bonita do universo ao meu lado, e que não precisava nenhuma outra.

–Por que está fazendo isso? – A loira grunhiu entre os dentes. Ótimo, está funcionando, pensei.

–Que tal quando fomos conhecer os Beatles? Oh, você ficou tão feliz, nós dançamos a noite inteira, foi um dia normal, completamente ordinário, apenas você e eu, sem monstros, sem aliens, e á noite você me recompensou bastante por passar um dia inteiro sem entrar em problemas.

–Calado! Pare de men.... – Ela arqueou uma sobrancelha. –Por quê? Por que você está mentindo? Você não tem que mentir, pode entrar em minha cabeça, então por que? Por que mentir? – Dei um enorme sorriso. – O que?! – Ela perguntou extremamente irritada com meu divertimento.

–Minha primeira, única, e inexorável regra, Rose Tyler. – Os olhos dela brilharam, e a tempestade acima de nossas cabeças deu lugar a milhões de estrelas, planetas e galáxias as quais começaram a ser formadas ao nosso redor à medida que sua expressão passava de raivosa a surpresa. A boca e Rose abriu e fechou-se diversas vezes sem que nenhum som saísse dela, eu apenas sorri, sorri muito, tanto que meus músculos faciais começaram a doer, mas eu não podia parar, não queria parar.

–O Doutor mente. – Haviam lagrimas correndo por seu rosto, mas não me preocupei, pois, a partir de sua expressão, e do ambiente ao nosso redor deduzi que ela estava extremamente feliz naquele momento.

–Gostaria que minha ‘’primeira regra’’ fosse algo diferente e legal, mas parece que todo mundo que conhecemos sempre... – Ela não me deixou terminar a frase, me calou da única maneira cientificamente aprovada em eficácia, unindo nossos lábios em um beijo doce, com gosto de água salgada, e saudades, o primeiro que compartilhamos desde que os Daleks roubaram a Terra, aquele beijo do qual tanto senti falta, um beijo que fez com que me sentisse vivo pela primeira vez em muito tempo.

–Rose Tyler. – Disse afastando-me o bastante para olhar fundo em seus olhos.

–Shhh! Eu sei. – Ela disse tocando seu indicador em minha boca. – Eu também. – Nós nos beijamos novamente.

...

–Quanto tempo? – Disse a loira deitada em meu peito.

–Quanto tempo? – Perguntei, desviando meus olhos das estrelas acima de nós e concentrando minha atenção no rosto por baixo dos cabelos loiros.

–Quanto tempo você viajou sozinho?

–389.

–Dias?

–Anos. 389 anos, 160 dias 22 horas e 46 segundos. Foi o tempo exato que passei sozinho, apenas procurando por você, dedicando cada milésimo a você, respirando apenas por você e para você.

–Não precisava ter feito isso.

–Não, mas eu quis que fosse assim.

–‘’Foi’’? Não está mais sozinho então.

–Eu encontrei alguém. Reencontrei alguém, na verdade.

–Quem?

–Amélia Pond. – Ela sorriu.

–Amélia... Ela é feliz?

–Sim. Ela é.

–Isso é bom.

–É. Há quanto tempo estou aqui?

–Seis horas nessa realidade. Dois minutos na nossa. É hora de ir Doutor. – Rose levantou-se e começou a pegar suas roupas. As estrelas começaram a perder o brilho.

–Por quê? – Questionei sentando-me. Ela jogou minhas calças sobre mim para que eu as vestisse.

–Você tem pessoas para salvar. – Disse enquanto vestia seus jeans.

–Eu tenho que te salvar.

–De fato, mas não hoje, e não agora. Agora, você tem de se vestir e salvar Amélia. – Jogou-me a camisa e a gravata e então vestiu novamente a camiseta. Ela encarou-me ao ver que as peças continuavam imóveis sobre meu colo, pós as mãos nos quadris e arqueou uma sobrancelha. – Vai ser um bom garoto e se vestir sozinho ou vai querer que eu te obrigue?

...

–Doutor? – Perguntou Amy.

–Sim?

–Você ainda não disse o que ela queria com você?

–Ou porque voltou com um sorriso tão grande. – Completou Rory. Há algumas horas voltamos para Tardis, eu Amy e Rory, Karyn, Daniel e Jack decidiram ficar para trás e ajudarem o planeta por um tempo antes de irem embora, só para terem certeza de que tudo ficaria bem depois da retirada das tropas da rainha do planeta.

–Talvez algum dia eu responda, mas por enquanto, temos um universo inteiro para explorar, e vidas para salvar das garras daquela coisa. Todo o tempo e espaço, todo lugar e a todo momento, então, por onde querem começar?


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Notas finais do capítulo

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#389Years



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