A Blue Box, An Time Lord and a Broke Heart Human. escrita por Srta Who


Capítulo 2
Feridas de um Senhor do Tempo


Notas iniciais do capítulo

Oi como vai você? Eu to muito bem, aqui estou eu me mais um dia, postando pra vocês, não sei se escrevo bem mais ai está, bem eu acabei ontem a terceira temporada de Doctor Who e me deu muita vontade de postar hoje então ai está aproveitem.



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Uma menina me ensinou.
Quase tudo que eu sei
Era quase escravidão
Mas ela me tratava como um rei

[...]

Ela também estava perdida
E por isso se agarrava a mim também
E eu me agarrava a ela.
Porque eu não tinha mais ninguém

Ainda é Cedo – Legião Urbana.

–Você está pronto?

–Não.

–O que?

–Ah, hoje foi um dia cheio, até um senhor do tempo tem que descansar um pouco.

–Achei que íamos hoje.

–O universo ainda vai estar lá quando você acordar.

–Estraga prazeres.

–E eu com certeza também estarei.

Corei com a resposta dele, mas ao mesmo tempo não pude deixar de me sentir indignada com a recusa em viajar hoje, ele estava sendo muito chato, nós derrotamos Dalekes e Cybermans sempre, e também, acho que descansar não seria a melhor opção para mim hoje, espairecer seria bom, a ficha ainda não caiu, no fundo acreditava que poderia voltar para casa a qualquer momento e ver o Doutor apanhar dela, talvez parar de me enganar com essa ideia fosse bom, mas hoje não, hoje me engarei, pois hoje eu não chorarei.

Eu saí andando em direção ao meu quarto. Era um lugar simples, mas bem aconchegante, era amarelo queimado com um piso em carpete bege claro, havia uma cama de casal marrom de madeira, ao lado dela havia uma mesa de cabeceira com um abajur, uma estante cheia de livros de todos os tipos que possa imaginar, ia da ficção até Einstein, ao lado havia uma porta marrom que dava acesso ao banheiro, e duas portas de correr brancas que davam para o closet, havia algumas prateleiras na parede a frente da cama, elas estavam ficando cheias com minhas lembranças de viagens, e na parede acima da cama haviam várias fotos, a maioria delas eram minhas e do doutor, ele parece uma criança, adora tirar fotos fazendo caretas e eu sempre o acompanho, tanto é que em quase todas as fotos estamos fazendo caretas, poses engraçadas e de séries que já assistimos.

Deite-me na cama, fiquei alguns minutos me revirando, pensando em tudo o que passei com o Doutor, em todos os lugares que fomos, em todos os planetas que vimos, sorri lembrando de alguns, e então algo me veio à mente ''Idade Média'', nunca fomos lá, não sei como não tinha pensado nisso antes quando eu estava na escola eu queria visitar a idade média e quando cheguei numa máquina do tempo eu esqueci, vou avisar ao doutor agora qual o nosso próximo destino. Talvez ele se empolgue e possamos ir agora mesmo, porque esta noite eu não quero ter pesadelos.

O quarto dele era numa porta que ficava a frente da minha, ele disse que assim sempre poderia ouvir seu estivesse em problemas, na época não entendi exatamente que tipo de problemas poderiam entrar na Tardis, mas não discuti com ele. Não sei o que deu em mim, eu abri a porta sem nem bater primeiro.

–Eu sei exatamente do que eu preciso Alien, preciso de uma época mais simples, preciso de um lugar com lutas, nacionalismo, os vestidos, os castelos, os reis e rainhas, sabe do que estou falando? Idade Média.

–Ah... Rose isso é ótimo, eu te levo lá, mas.... Poderia esperar eu estar um pouco mais... Vestido.

–O que? O que quer dizer com.... Eu havia passado todo o tempo que tinha falado apenas olhando para o rosto dele, quando olhei para baixo percebi que ele estava sem o seu paletó risca de giz que sempre usava, sem a gravata, sem a camisa e que estava segurando as calças para não caírem, fiquei parada por um momento apenas olhando para ele e sentindo meu rosto queimar de vergonha olhando para seu corpo, ele não era tão magro quanto eu pensava, Deus, o que estou pensando, o que estou fazendo? Sacudi minha cabeça me livrando desses pensamentos.

–M-Me desculpe Doutor.... Eu devia ter batido.... Eu é..... Eu.... Desculpe. Dito isso saí sem nem esperar uma resposta por parte dele.

Entrei no meu quarto com o rosto completamente vermelho de vergonha, minhas bochechas estavam tão quentes que eu sentia que iriam pegar fogo a qualquer momento, eu me joguei de bruços na cama me perguntando como isso tinha acontecido, mas quando eu fiz isso algo aconteceu, uma das fotos da parede caiu, éramos eu minha mãe e Mickey, eu tinha 17 anos, havia minha mãe e Mickey ela a esquerda e ele a direita, os dois com os braços em cima de meus ombros que estavam no meio estávamos sorrindo, o rubor em meu rosto se desfez, ele deu lugar a lagrimas quentes descendo pelo meu rosto e me molhando as bochechas. A ficha caiu, estou sozinha.

P.O.V Doctor.

–Droga.

A menos de um minuto eu estava tirando minha roupa para tomar um banho, mas Rose entrou sem bater, por sorte eu ainda estava de cueca, mas aqui estou eu agora colocando novamente minha gravata e paletó para ir falar com ela.

Saí de meu quarto apressado, o dela fica à frente do meu, estava prestes a bater na porta, mas ouvi um barulho estranho, fiquei em silêncio esperando escuta-lo de novo, e não demorou muito, mas dessa vez o barulho vem acompanhado de palavras. Fiquei no máximo silêncio tentando escutar o que estava acontecendo, não que eu seja intrometido, mas isso tratava de Rose da minha Rose. ''Mamãe... Eu sinto sua falta'' ela disse, e voltou a chorar.

Estava com o punho fechado bem próximo a porta, quase batendo, mas vagarosamente fui abrindo minha mão à medida que escutava seu choro triste, seu luto, eu encostei minha mão na madeira agora fria da porta, encostei também meu rosto, e fiquei apenas a ouvindo chorar.

Ela é forte, sei que é, não choraria na minha frente, sei que não, porque ela é Rose Tyler, ela não chora na frente dos outros, seu batesse ela me daria uma desculpa qualquer por seu estado, mas admitir que estava chorando? Jamais.

Cerrei meus dentes dentro da boca, meus corações estavam apertados, nem sabia se eles ainda existiam dentro de mim, mas depois tive a confirmação de que sim, eles ainda estavam lá, isso porque eu comecei a sentir que estava levando golpes de punhal em meu peito, agora esse corpo sabia o peso real do universo, como eu pude deixa isso acontecer? Agora ela está lá dentro, chorando, por minha culpa, Rose nunca mais verá a mãe. Como pude deixar isso acontecer? Ela está triste e a culpa é toda minha, devia tê-la mandado de volta com sua mãe, devia ter tido forças para isso, mas sou egoísta, e agora pago por meu pecado, meu pecado de amar tanto Rose a ponto de não poder dizer adeus, mesmo que fosse o certo a fazer, sou horrível, o pior em todo o universo, será que estaria sentindo essa mesma dor se a tivesse deixado ir?

–Eu sou um monstro. Sussurrei para mim mesmo. Como podia pensar em mim, mesmo agora? Como pude deixar que isso acontecesse? Como pude deixar que ela abandonasse a família para vir atrás de mim? Que tipo de idiota insensível eu sou?

Sentei no chão, fechei os olhos, e fiquei de costas para a porta, essa dor era insuportável, como se lida com algo assim? Eu adormeci ao som das lagrimas da mulher que eu amo, lágrimas causadas por uma ferida que não posso curar, me sinto minúsculo, impotente.

P.O.V Rose.

Não sei quando parei de chorar e adormeci, ou talvez aconteceu enquanto eu chorava, não sei ao certo, ainda estou com as mesmas roupas, mas acho que não vou conseguir dormir, preciso ler um pouco talvez isso me acalmasse.

Levantei da cama e fui até o banheiro, fitei-me no espelho, estou horrível com os olhos inchados, com o rosto amassado, e meu cabelo parece um ninho de pássaros recém destruído. Joguei um pouco de água no rosto, minha aparência melhorou um pouco, prendi meu cabelo num rabo de cavalo, não estou com paciência para penteá-lo nesse momento.

Saí do banheiro, segurei a maçaneta dourada da porta de meu quarto, olhei para trás e vi minha cama, talvez fosse uma boa decisão voltar a ela, dormir novamente, ou só ficar olhando para cima, afinal, tenho livros o bastante aqui para não ter de sair nunca mais desse quarto, talvez essa fosse a melhor decisão, talvez fosse o melhor agora.

Olhei para a maçaneta novamente, ela me desafiava, apenas ela me separava do mundo exterior, apenas ela me protegia daquele universo cheio de tristeza, aquele universo onde estava o doutor, respirei fundo, olhei novamente e vi meu reflexo naquele pequeno pedaço de metal dourado, não sou mais a mesma garota que o doutor chamou para viajar meses atrás, lutei contra cybermans, dalekes, e outros monstros de nomes impronunciáveis, corri por minha vida quase todos os dias, definitivamente não sou mais a mesma garota que conheceu o Doutor orelhudo de jaqueta de couro.

Ele também não é o mesmo, e não me refiro a seu corpo, por dentro, ele mudou mais do que por fora, mas não é ruim, ele agora é mais divertido, nós vivíamos de mãos dadas, mas isso não era tudo, sentia algo diferente quando estava perto dele, mais do que amizade, mas eu não sei ao certo o que é, não sei ao certo o que somos.

Talvez ficar na minha cama fosse a escolha certa, mas esta não será minha decisão, não hoje, hoje encararei o universo, hoje não fugirei, girei a maçaneta e puxei a porta. Eu esperava qualquer coisa, até um exército de Dalekes seria mais normal do que abrir a porta e o Doutor cair aos meus pés dormindo.

–Aí! Ele exclamou quando sua cabeça bateu em meus pés.

–Doutor?

–Sim sou eu. Ele diz se levantando e me mostrando um grande sorriso como de costume, eu adoro ver aqueles olhos castanhos brilhando para mim.

–Olha eu sinto muito mesmo ter entrado no seu quarto sem bater, não vai se repetir eu prometo.

–O que? Ah sim, tudo bem, eu não estava nu e devia mesmo ter trancado a porta. Onde estava indo?

–Eu ia pegar um livro na biblioteca. O que estava fazendo dormindo na porta do quarto?

–Biblioteca quer que eu leia para você? Ele disse sorrindo e ignorando minha pergunta sobre o que ele fazia na minha porta ás.... Ah dane-se, não sei que horas são.

–Eu... É..... Bem...

–Ah vamos, vou ler um livro que eu adorei para você. Vai querer chá? Eu posso fazer antes de irmos, ou bananas, chá com bananas, podemos tomar chá com bananas? Ele estava falando muito rápido e com uma voz muito animada, não pude evitar de soltar uma risadinha.

–É...

–Ah, por favor, eu adoro bananas. Ele estava fazendo uma carinha a qual não se pode dizer não.

–Tudo bem. Você venceu. Eu disse rindo.

–Allons-y Rose. Ele agarrou minha mão e saiu correndo em direção a cozinha, ele parecia realmente muito animado. Pelo menos até chegarmos a cozinha.

–O QUE? Não tem mias bananas? Isso é inadmissível, é um ultraje, não podemos estar sem bananas, vamos, vamos comprar agora.

–Ei, calma doutor, depois nós compramos, podemos só tomar o chá por enquanto?

–Mas eu queria bananas Rose. Ele diz fazendo uma carinha de decepcionado, como ele conseguia parecer tanto com uma criança mesmo tendo 900 anos?

–Amanhã, agora faz um pouco de chá para mim por favor?

–Tudo bem. Ele diz derrotado.

–E para com essa carinha, você parece...

–Adorável?

–Infantil.

Ele riu e foi até um armário.

–Quer que tipo de chá?

–O meu favorito. Eu disse tentando fazer uma xarada, já que eu nunca disse a ele qual o meu favorito.

–Chá preto com leite então.

–Como sabe que é o meu favorito? Eu nunca te disse isso.

–Ah você só bebe isso.

–Haha. Deve ser Dr. Observador.

–Está me chamando de enxerido humana?

–Talvez eu esteja marciano louco por bananas.

–Ah vai começar com isso de novo? Quantas vezes eu tenho que repetir? Eu não sou de Marte.

–O bastante para sua expressão parar de ser engraçada. Ele revira os olhos.

–Mereço.

Depois disso ele preparou chá para nós dois e fomos para a biblioteca caminhando dessa vez para não derrubar as duas xícaras de chá que tínhamos nas mãos, chegando lá ele disse que iriamos sentar no chão, eu sentei um pouco afastada da parede enquanto ele trazia um livro que tinha na capa uma menina ruiva com um vestido azul numa pose que eu achei engraçado.

–Você poderia se afastar mais da parede por favor?

–Ah claro.

Depois que eu me afastei ele sentou-se atrás de mim com as pernas viradas para a esquerda, eu me encostei em seu peito corada de mais para dizer alguma coisa, ele passou os braços ao meu redor abriu o livro a frente do meu peito e começou a ler, parecia se divertir com meu constrangimento.

–''Minha mãe entrou em êxtase quando pegamos a carta no correio...''

Eu bebi um pouco do meu chá, estava realmente bom, ele era muito bom fazendo chá. Permaneci sentada, tomando a bebida quente em espaços cada vez maiores de tempo, até que ela finalmente acabou.

–''O telefone tocou. E não parou mais de tocar por dias.''

–O que? Mas isso não é justo com ela, aquele tal de Aspen realmente gosta da America, ela não devia ir para lá ficar com o príncipe babaca e fútil.

–Vai se arrepender dessas palavras.

–Eu duvido muito.

–Espere e verá

Ele leu um pouco mais para mim e adormeci sem nem perceber.


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Notas finais do capítulo

Ah bem espero que tenham gostado, comentem por favor porque isso ajuda muito, bem até a próxima.
Allons-y



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