Imperfeito Amor escrita por Natália Correa


Capítulo 9
Capítulo 9




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Voltei para a festa para me despedir do Jack, aquela ruivinha marrenta me tirou do sério.

– Já estou indo cara, o tempo está ficando feio – disse olhando para o céu. - e já esta tarde.

– Bebê quer dormir é? – Perguntou Jack com ironia. - Frouxo!

– Ah, vai pegar mulher e me deixa em paz! – disse nervoso.

– Ih, que estressadinho, depois o que tem o espírito feminino sou eu! – ele disse.

– Já vou depois a gente se vê. – disse já indo em direção à porta.

Chegando ao estacionamento já passei raiva novamente, havia esquecido onde coloquei o meu carro, e fiquei desesperado. Mas logo depois lembrei.

Estava dirigindo com o som alto quando avistei um vulto vermelho lá na frente do lado direito da estrada, na lateral, onde era para ter uma calçada que havia ali, conforme fui me aproximando vi que o vulto vermelho era uma pessoa, era...

Pensei: Essa menina só pode ser doida.

Fui um pouco mais rápido para alcançá-la, quando me aproximei diminui a velocidade.

– Se eu fosse um ladrão ou um sequestrador você estaria ferrada! – disse-lhe.

– O-o que? – Roberta nem havia percebido a minha aproximação. – Você só pode estar me seguindo, né? Só pode! – ela disse irritada.

– Se você não esta vendo isso é uma estrada e eu precisava passar por aqui para chegar à minha casa. – disse.

– Mas não precisava falar comigo! – ela disse ainda com raiva.

– Menina, eu aqui preocupado contigo e você ai com ignorância, já olhou a hora? – disse - São quase três da manhã e essa estrada é perigosa e... – Fui interrompido.

– Poupe-me, me deixa em paz, vai! – ela disse ainda andando.

– Entra no carro, essa estrada é longa e o tempo está fechando, vai chover! – disse-lhe.

– Não quero! – ela disse andando mais rápido, eu também acelerei mais.

– Nem adianta, você pode correr que eu vou te alcançar, estou de carro e você a pé! – sorri vitorioso, ela fez cara feia e continuou caminhando no mesmo ritmo, eu não ia desistir fácil ela ia entrar no carro e também eu não ia deixar uma menina andar sozinha naquela hora e ainda mais naquela estrada deserta. Para minha sorte o tempo foi ao meu favor, senti um pingo no meu braço e quando fui ver já estava um temporal.

Levantei um pouco o vidro.

– Eu disse que o tempo estava se fechando, entra no carro. – sorri vitorioso, ela cruzou os braços visivelmente incomodada com a chuva, mas a maluca continuou andando. – Eiii! – gritei - Entra no carro, garota! Olha o temporal.

– Eu não sou feita de papel! – ela disse tossindo um pouco. – O que está me incomodado não é a chuva e sim a sua voz! – continuou andando, já estava fungando.

– Ta vendo, já esta ficando resfriada! – disse – Vamos, para de teimosia! – disse falando em tom mais calmo, destranquei a porta e abri. - Prometo que não falo mais nada. – Ela olhou pra mim meio desconfiada ficou parada por uns segundos e resolveu entrar.

Sentou-se no banco e eu ri vitorioso, ela olhou para minha cara irritada.

– Prefiro ir na chuva mesmo! – Ela disse tentando se levantar, mas eu segurei seu braço.

– Calma, desculpa, mas eu só estou rindo! – disse - Eu disse que não ia falar, não que não ia rir! – disse me esticando para fechar a porta, ela me olhou feio. - Para de marra eu não vou morder... – Ela olhou pra mim. – Bom ao menos que você queira. – disse sorrindo.

– Da pra você ficar quieto e dirigir? – ela disse me repreendendo.

– Ok! – respondi meio sem graça.

Já estava dirigindo há 5 minutos e o silencio reinava naquele carro, resolvi ligar o som.

– Você é surdo? – Ela disse abaixando o volume.

– O carro é meu! – disse aumentando o volume.

– Então abre a porta que eu quero descer! – Ela exigiu.

– Não! – disse rígido, ela me olhou feio e resolvi abaixar o som.

– Você mora aonde? – disse para quebrar o clima.

– Não interessa! – ela respondeu.

– Claro que interessa vou te deixar debaixo da ponte então? – disse sorrindo.

Ela me disse onde morava, então continuei dirigindo, mas desta vez sem dizer nada, eu ri com a facilidade com que ela se irritava.

– Chegamos! – disse.

– É! – Ela disse já abrindo a porta.

– Você mora ali? – apontei para a casa branca.

– Moro... – ela saiu do carro sem olhar pra mim. – obrigada pela carona.

– De nada. – respondi.

Ela foi em direção ao portão e eu acelerei perdendo a ruiva de vista.

Narrado por Roberta:

Vi ele acelerar e soltei a maçaneta da porta da casa, mas é lógico que não morava ali! Não queria que aquele idiota soubesse onde eu morava, para evitar surpresas indesejáveis... Mas também não estava longe, eram duas ruas antes da minha casa.

A chuva já havia parado e eu já estava quase chegando, quando cheguei, abri a porta devagar e estava tudo escuro, mamãe já devia estar dor...

– Isso são horas dona, Roberta Pardo? – disse minha mãe acendendo as luzes.

– Está cedo! – respondi, agora eu ia ouvir horas de reclamações da dona Alma.

– Está cedo? – ela disse apontando para o relógio. -São 4 horas da manhã! Só quero te lembrar que HOJE você tem aula! – mamãe sorriu vitoriosa. – então tem muito pouco tempo para dormir!

– Ah, não quero ir para a escola! – disse me jogando no sofá.

– Você não tem que querer, vai para a aula sim! –ela disse. - Roberta? – ela chamou... Ou melhor, gritou. – Já dormiu? – perguntou e eu continuei imóvel e ela subiu as escadas reclamando, levantei do sofá e sorri. Fingir que estava dormindo sempre funcionava!

Subi para o meu quarto e o meu telefone tocou.

– Alô? – disse sem saber quem era.

– Oi, Dulce! É a Lupi, menina... O plano do celular foi ótimo, mas não funcionou.

– Como assim não funcionou? – perguntei já reconhecendo aquele sotaque.

– Mais difícil que aquele garoto, só ele! Estou desconfiada de que ele é gay... – ela disse com aquele sotaque engraçado de novo, eu ri.

– Eu acho que não, ele é tímido! – afirmei.

– Ele não parece tímido... – ela disse convicta. – ele nem quis saber de conversar comigo, só estava atrás do celular, eu perguntei “que celular?”, ele falou “O da Roberta”, ai eu falei que não estava comigo, só depois entendi seu plano, mas não deu tempo de pensar em nada, ele agradeceu e foi atrás de você...

– Primeiro, para pra respirar! – disse rindo – Segundo, você é sonsa de não ter percebido o plano do celular! – e terceiro, ah... foda-se terceiro. – ela riu.

– Ah, mas eu não desisto fácil não! – Lupi disse.

Parei para pensar um pouco.

– Caramba, eu acho que ele ficou com raiva de mim! – disse.

– Por quê? – Ela perguntou.

– Eu disse que ia esperar e não foi o que aconteceu... E também menti pra ele. – disse.

Lupi e eu ficamos conversando por um bom tempo, e quando fui ver já estava na hora de eu me arrumar para ir para a escola, resultado, não dormi nada.

Como sempre mamãe me levou e com a mesma conversinha de que se eu não tivesse chegado tarde não estaria morrendo de sono e “bla bla bla”, foi assim no caminho inteiro.

– Chegamos! – Mamãe disse.

– Ok... – disse com sono.

– Vai, menina. Para ir para festa você não tem sono! – Ela já ia começar.

– Ok! – disse já saindo. – Tchau mãe!

Estava indo pelo corredor quando avistei o Derrick. Fui falar com ele bastante constrangida.

– Oi, Dé... – disse me aproximando.

– Ah... “Oi, Dé” – Ele disse me imitando. – Só isso que tem para me dizer?

– Desculpa, é que... – Tentava dizer, mas fui interrompida.

– Bem que Ucker disse... Você esta fugindo de mim... – Derrick disse em um tom triste.

– O Bustamante disse isso? – Perguntei, ele assentiu. – Ele é um idiota! – disse irritada. – Derrick, eu não estava fugindo de você!

– Roberta, você mentiu pra mim só para me afastar de você! – Derrick disse convicto.

– Mas é lógico que não, Derrick! – disse me aproximando. – Você é o meu único amigo aqui, eu gosto de você. – olhei para baixo envergonhada – Só estava dando uma... É... mãozinha para você ficar com a Lupi.

– Eu ficar com a Lupi? – Perguntou Derrick. – Roberta, eu não sou o tipo de garoto que só fica por ficar, eu tenho que gostar e também eu nem conheço ela...

– Você é romântico demais! – disse rindo, mas achei fofo.

– Nem venha mudar de assunto, eu fiquei quase uma hora te procurando, liguei para o seu celular e nada de Roberta Pardo, fiquei preocupado com você! – disse Derrick. – Como você voltou para casa se estava um temporal e o único ponto de ônibus ficava a 2 km da festa?


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Notas finais do capítulo

E aí gente, será que a Roberta vai contar para o Derrick?



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