Ucker olhou pra Lari com um olhar de súplica.

– É... Deixa ele um pouquinho aqui.. – ela pediu - estamos conversando... – Lari disse meio sem graça.

– Conversando sobre o que? – Perguntou Belinda desconfiada.

Pensei: - Mas que menina chata!

– Uma surpresa para você! – disse Ucker.

– Que surpresa? – Perguntou Belinda já sorrindo.

– Já disse é uma surpresa, se eu contar perde a graça! – ele disse. – Agora me deixa falar com a Lari que é ela quem está me ajudando. – disse dando um leve sorriso.

– Ok então, mas quero essa surpresa logo! – disse Belinda dando um selinho em Ucker e logo saiu.

Pensei: - Essa menina é uma tapada! Como pode cair em uma dessas?

– Obrigado, Lari! – disse Ucker aliviado.

– Sério, porque você está com essa menina se não suporta ela? – Perguntou Lari.

– Me diz... Quem suportaria essa garota? – Perguntou Ucker. – Só estou com ela por causa de uma aposta que fiz com Jack, aí eu perdi e bom... É ela que é o meu castigo!

Pensei: - Que canalha!

– Boa sorte então! – disse Lari rindo.

– Vou precisar de muita sorte mesmo para ela não me ver por aqui de novo, Lari e Derrick riram. – Vou sair daqui antes que ela volte! – disse Ucker.

Lari abraçou-o e ele saiu.

– Nossa esse garoto é um canalha! – disse. – Viu o que ele fez com a menina?

– Ah... Essa menina merece. Você está assim porque é nova aqui e não conhece a peça, ela é tão falsa quanto nota de 3 reais, além de chata e grudenta... – disse Lari. – Coitado é do Dieguinho – Lari e Derrick riram.

– É verdade a Belinda é do tipo que fala uma coisa aqui e outra ali só pra arrumar intriga, ela já fez isso com a Carol, lembra Lari? – perguntou Derrick, ela assentiu com a cabeça.

– Ah... Então esses dois se merecem, o sem educação com a falsa, casal perfeito! – disse.

– Você fala isso porque não conhece ele! – disse Lari.

– Se nem conheci direito, e ele já é assim, então não quero perder meu tempo para conhecê-lo. – disse.

Lari não disse nada. A festa rolou solta, me acabei na pista de dança, com Derrick e Lari, tinha uns garotos que estavam “jogando ideia”, mas teve um que passou dos limites e tentou me agarrar, Derrick me defendeu e Lari só ficou rindo da vergonha que o garoto passou.

– Nossa, estou com sede! – disse.

– Quer que eu pegue água para você? – perguntou Derrick.

– Não precisa, pode aproveitar ai! – disse-lhe já indo em direção ao balcão.

– Uma água, por favor! – disse.

– Com gelo? – perguntou o rapaz que atendia.

– Com certeza! – respondi.

O rapaz pegou o copo e serviu a água.

– Obrigada! – disse, e ele sorriu.

Já estava indo em direção à varanda para pegar um pouco de ar, quando trombei com alguém que estava de costas para mim e acabei entornando água em mim mesma. – Droga! – disse, o rapaz se virou.

– Não acredito! – disse já irritada.

– Sou eu que não acredito você só pode estar me perseguindo, garota! – disse Ucker.

– Te perseguindo? – ri – É mais fácil eu persegui uma gaivota do que você... – Ele fez cara feia. - Só podem ter me jogado praga, se lá, uma macumba e é claro... O despacho é você!

– Palavras de uma macumbeira? – sorriu debochado. – Tadinha de você, e é sempre você que começa, sempre!

Pensei: - O cara de pau está colocando a culpa em mim? A culpa é dele por ter nascido, isso sim!

– Foi você que trombou em mim, eu nem te vi, se tivesse te visto eu teria dado meia volta! – disse Ucker.

– Eu te odeio, garoto! - disse brava. - E tive razão mesmo em ter colocado o seu apelido de boca de bueiro, só sai merda daí! – disse enquanto o imbecil ria.

– Com certeza eu te odeio mais, cabelo de enxofre queimado. – disse Ucker.

– Cala a boca! – gritei.

– Vem calar! – disse Ucker provocativo.

Não pensei duas vezes e já sentei a mão na cara dele.

– Está maluca? – Diego disse em tom irritado.

– Ué, você falou para eu te calar foi o que eu fiz! – disse me fazendo de vitima.

– Ahh, mas eu não apanho à toa mesmo! – Ucker disse já com um tom mais irritado ainda.

– Vai fazer o que? Me bater? – disse provocativa.

– Eu não bato em mulher! – ele disse.

Quando disse isso ele simplesmente me puxou para si com violência, de início o beijo era feroz e agressivo, eu tentava empurrá-lo, mas em vão, ele era visivelmente mais forte do que eu, então desisti de empurrá-lo e deixei rolar, o beijo de feroz e violento passou para terno e calmo as nossas línguas bailavam em uma sintonia perfeita, tive uma sensação que nunca havia sentido antes, não... Uma não, várias sensações, mas na verdade nem eu sei o que estava sentido, aquele beijo me deixou completamente perdida em pensamentos, o que estava acontecendo comigo?

– Roberta? – Ouvi alguém me chamar, mas não liguei muito, o imbecil do Diego poderia ser um tapado e mal educado, mas beijava absurdamente bem.

– Roberta! – disse a mesma voz, só que em tom mais alto, tomei um susto e empurrei o Diego.

– O-oi. – disse recuperando o fôlego, enquanto Ucker saía porta a fora com a maior violência.

– O que você estava fazendo? – perguntou Derrick em tom sério.

– Está perguntando por que se você viu? – retruquei.

– Você beijando o Ucker... – Derrick tentava dizer, mas eu interrompi.

– Correção, ele me beijando... A força! – disse convicta.

– Não parecia a força! – disse Derrick.

– Nem tudo que parece é, e foi a força só que... – ia dizer mas fui interrompida por Derrick.

– Só que? – perguntou Derrick.

– Só que... Nada deixa pra lá! – disse já em tom de “não faça mais perguntas”.

– Para quem odiava o Ucker a uma horinha atrás, agora beijando-o? – disse Derrick.

– Mas eu odeio mesmo! – disse irritada por ele ter insistido.

– Imagina se amasse então! – disse Derrick em tom amargo.

– O que? – perguntei.

– Ham? Nada... – disse Derrick.

– Acho bom mesmo, seu Derrick. - disse.

Eu e Derrick voltamos para a festa.

– Ele tem namorada, sabia? – disse Derrick, que durante o caminho veio resmungando sobre o assunto.

– Caramba, quando Deus estava distribuindo os atributos, você entrou na fila da chatisse 100 vezes! – disse-lhe. – Primeiro que não fui eu que o beijei, foi ele que me beijo a força! Então não posso fazer nada.

– Quem beijou quem ai? – Lari perguntou curiosa vindo em nossa direção.

– A Roberta beijou... – Derrick iria dizer quando interrompi.

– Eu fui beijada por um garoto, mas nem sei quem é. – menti, Derrick ficou olhando pra mim.

– Essa é a Roberta é pegadora! – disse Lari em tom de zoação, eu ri.

– É... Vou ao banheiro! – disse, então eles assentiram.

Sai dali, mas não fui para o banheiro como eu havia dito, na verdade eu fui... Atrás do Diego, meus pensamentos estavam em guerra por conta daquele beijo, a gente precisava conversar! Procurei-o em todo canto da festa e não encontrei, será que ele foi embora? Mas não eram nem 1 da manhã ainda.

Pensei: - Quer saber? Chega de procura-lo!

Fui até o banquinho perto do banheiro, quando sentei, vi uma coisa que não queria ter visto, um casal se beijando no corredor meio escondido, foi por isso que não o encontrei, era o Diego na maior agarração com loira oxigenada, não sei ao certo o que senti, mas me subiu um ódio misturado com uma coisa que não consegui identificar, ele me beijo nem fazia meia hora direito e já estava beijando outra?

A primeira coisa que fiz foi sair dali, andei rapidamente voltando para a festa e senti alguém me cutucar.

– Oi, você viu o meu amor, o Diego? – perguntou Belinda. – Procurei pela festa inteira e não o encontrei.

– Ah o Ucker? – estava irritada, mas tive uma ideia pra acabar com a festinha do safado do bonequinho de plástico. – Vi sim, ele está te esperando, lembra da surpresa que ele tinha te falado? – disse. – Então ele esta com a surpresa só te esperando.

– É? Aonde? – Perguntou Belinda eufórica, quando ela soubesse da surpresa...

– Perto do banheiro da esquerda lá na frente! – disse.

– Nossa, sério? – disse Belinda no mesmo tom.

– É... Mas é melhor você ir logo o Dieguinho está louquinho para te ver. – Disse irônica, mas ela nem percebeu.

– Então tchau, aii, obrigada! – ela disse sorridente indo em direção ao local.