(Por Ludmila)

Eu e Federico não conversávamos mais, mas eu o amava muito, comecei a ficar com depressão, saía de casa e comecei a fumar. Ninguém sabia de nada, eu fazia tudo escondido, minhas notas ficavam cada vez mais baixas, mas na recuperação eu passava raspando. Minha mãe soube do término duas semanas depois e adorou, quase fez uma festa, mas ela viu que eu estava diferente, toda vez que dizia que ia me levar no médico eu saia de casa e só voltava mais tarde.

(Por Federico)

A Ludmila estava diferente, cada dia vinha de um jeito para escola, infelizmente, um pior que o outro, não falava com mais ninguém, sumia na hora do recreio e chegava atrasada. Eu estava extremamente preocupado com ela, eu queria me aproximar, mas nunca a encontrava fora da aula. Até que chegou o final do ano iria ter uma festinha para quem passou, ainda bem que eu passei a Ludmila também passou mas por causa da recuperação. A festa iria ser no ginásio e iriam contratar uma banda para tocar.

O grande dia chegou, eu fui sozinho, todos estavam muito animados, mas Ludmila ficava sentada me olhando. Um tempo depois a vi saindo da escola e escutei a voz do pai dela, dizendo "Por favor, cuide dela". Eu não entendi muito bem e fiquei lá dançando. Um tempo depois a voz me diz a mesma coisa e então fui procura-la.

Ela estava atrás da escola, aonde ninguém ia, com uma garrafa de bebida e drogas. Me assustei,fui até ela e disse:

– Ludmila, o que você tá fazendo?- Tirei a garrafa da mão dela.

– Me dá!- Ela diz meio zonza! Ela tava bêbada. Eu tirei a droga da mão dela e ela disse:

– Para Federico!- ela caiu nos meus braços, eu a peguei no colo e a levei para o carro, fui para casa dela, a tranquei no carro e entrei com cuidado para não acordar a mãe dela, subi no quarto de Ludmila, peguei um pijama e voltei para o carro, fui para casa e enfiei a Ludmila debaixo do chuveiro com agua gelada. Ela ficava dizendo:

– Federico, tá fria!- Ela tava completamente tontona, o banho de água fria deu uma acalmada. Então eu a tirei do chuveiro e disse:

– Vai para o quarto aqui do lado, o quarto de hospedes, põe o pijama e dorme tá.

El fez que sim com a cabeça e foi pra lá. Eu me deitei na cama e pensei, ela tava assim por minha causa? Claro, ela ficou mega triste quando eu terminei com ela. Eu escutei a voz do pai dela me agradecendo e ai eu percebi que eu era a única maneira de fazer com que a Ludmila parasse com aquilo, agora que ele estava "a favor" da gente ficar junto, poderíamos voltar, e eu teria que ajuda-la a parar com aquilo. Mas meus pensamentos foram interrompidos com uma batida na porta, então eu disse:

– Que foi Ludmila.- Ela abriu a porta e disse:

– Tô com medo. Posso dormir com você?- Bebado é complicado né! Repirei fundo e ela deitou e me abraçou. Eu tentava me largar mas ela era forte, que raiva! Tive que dormir assim e acordar todo dolorido.

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