POV Elizabeth

Como é que eu hei-de começar… Bom, o meu nome é Elisabeth, tenho 15 anos e tenho asas douradas… Ter asas douradas não é muito comum. Bem para vocês, meros mortais, ter umas simples asas não é comum. O que se passa é que todas as pessoas são portadoras de umas asas de anjo. Se forem boas pessoas as vossas asas serão esbranquiçadas, se forem má pessoas, as vossas asas serão escuras. Também se pode dar o caso de terem as asas cinzentas, isso quer dizer que são pessoas neutras, ou seja, podem ser influenciadas tanto para o mal como para o bem. Eu tenho as asas douradas, o que significa que sou especial, tenho o dom de ver as asas. À primeira vista não parece um poder muito bom, mas acreditem, é muito mas mesmo muito bom. Ter asas douradas também significa que temos uma energia contagiante e somos muito alegres. Depois há as pessoas das asas incolores. Consigo vê-las pois apesar de serem transparentes notam-se os rebordos, tal como acontece com um pequeno fio de água. Nunca percebi o que é que essas asas significam, mas hei-de descobrir.

A única pessoa que sabe das assas é a minha mãe. Quando eu era pequena eu desenhava asas nas pessoas. Um dia ela perguntou-me porque é que eu o fazia, e eu, na minha inocência de criança, respondi-lhe que via asas nas costas das pessoas. A minha mãe achou um pouco estranho, mas devido ao facto de ela não ser supersticiosa ou algo do género, achou que era só uma fase e que me ia passar. Anos mais tarde, enquanto jantávamos eu disse-lhe que as penas das suas asas eram de um branco puro e lindo. Ela ia-se engasgando com a comida. Foi aí que se apercebeu que aquilo não tinha sido uma fase e que eu realmente via asas.

Parando de falar no passado e começando a falar no presente. Eu tenho duas melhores amigas: a Helena e a Isabel. Elas são do melhor, apoiamo-nos sempre umas às outras. Só tenho pena de não lhes poder contar o meu “pequeno” segredo.