Estar próximo ao hall de entrada, não era tão confortante quanto parecia. Se ficassem mais alguns minutos dentro daquele barco, Lilian com toda a certeza do mundo surtaria e se jogaria no lago negro, dramática como era. Já para McKinnon, o papo estava todavia interessante. — Tem gente faltando nesse barco. — Comentou Marlene enquanto Sirius se organizava pela terceira vez no banco. Esticava os braços nas laterais do barco e deixava as pernas correrem soltas pelos espaços vagos. Uma das mãos se encontrava apoiada nos ombros de Evans e a outra na cintura de McKinnon. James emitiu alguns sons com a boca tentando chamar atenção, o que era normal, já que ele sempre queria permanecer no pedestal. — Lupin, Pettigrew e Dorcas... — Esclareceu Black, como se já não estivesse mais do que claro. Vance tossiu ao ouvir as palavras de Sirius, como se ironizasse o fato da mesma maneira que Lilian encarava. — É claro que eles não estão aqui, Six. — A ruiva evitou uma risadinha que teimava enlouquecedora em sair. McKinnon mordeu o lábio inferior e franziu a testa. — Fez uma ótima observação... Black, ótima mesmo. Estou muito surpreendida com a sua eficaz informação. Mas ainda não disse onde estão. — Lene falava tomando o livro de história da magia das mãos de Evans, tentando forçá-la a prestar atenção na conversa. Ou em Potter.

— Conhecem o Aluado. Ele não pode ver um rabo de saia. — James se intrometeu revirando os olhos. Como se ele não fosse extremamente igual à se julgar o modo ao qual se agarrava em Emmeline e nas outras mil e uma garotinhas que davam mole para o mesmo. — Aprendeu com você, Potter. — Lilian se pronunciou dando um sorriso de canto; atiçava-o como ninguém. Da mesma maneira que Potter à irritava. Eles não se suportavam, e talvez, realmente fosse um hobbie tentar levar Lily para sair. Só pelo simples fato de que ela resistia ao máximo. — Tsc, tsc, Evans... — Potter se defendeu com uma expressão estranhamente mansa. Entrar na defensiva era sempre o que ele fazia quando Lilian ativava o modo granada: explodia no primeiro que aparecesse. Chocada, a ruiva o encarou balançando a cabeça negativamente. — Querem parar vocês dois? Temos três amigos sumidos e estão de briguinha? — Marlene alertou e então os dois se calaram dando espaço ao silêncio que começou a se apossar. Depois de alastrado, Sirius pensou em quebrá-lo mas reviu seus conceitos. — Onde estão, Black? — A morena, Lene, indagou de um jeito que o culpava. — Ora bolas, Marlene. Por que eu sou sempre o culpado e tudo? — Black indagou mantendo a voz em um tom ofendido. Levantou as mãos para o alto tentando demonstrar também que não tinha roubado nada, ou algo do tipo. — Não é você que tem os contatos dentro de Hogwarts? — Emmeline curvou-se um pouco e deitou a cabeça no ombro de James. Lilian insistia em retomar o livro, era um saco participar daquelas conversas nada a ver. Ainda mais depois de ser mandada calar a boca. Malditas emoções à flor da pele esbranquiçada. A ruiva passou a ponta da língua nos lábios secos, na intenção de falar, porém calou-se ao ouvir a objeção de Black. — Por Merlin, Emms... esperava mais de ti. — Black lançou um olhar frustrado à Emmeline, que o retribuiu, entretanto, parecia mais ocupada em passar as mãos pelo tórax de Potter, exibindo-o como se fosse um troféu. Aquilo era de fato, ridículo. E ultrapassava os limites da química, física, lei de Newton, ultrapassava o senso de humor de Evans também, o que era a parte mais perigosa.
— Se me permitem dizer, nosso barco está parado tem quase meia hora, e os senhores não fizeram o favor de descer. — Bufou Lily retirando sua bolsa e tomando bruscamente o livro das mãos de Marlene que a fitou com opressão. — Evans tem razão. — Potter largou tudo e afrouxou a gravata, caminhando um pouco mais rápido para perseguir Lilian. — JayJay, espere aí! — Emmeline se esgoelava atrás dos dois. Quando ela fez isso, James já estava do lado de Evans, e ela se sentia definitivamente, uma loira morta. Morta por dentro. James e o seu dom de iludir e quebrar corações. — Então agora as pessoas te chamam de JayJay? — Murmurou a ruiva enquanto prendia os cabelos em um coque mal feito, o que consequentemente, fazia os fios despencarem em cascata logo depois. Sirius e Marlene ficaram à alguns passos atrás. Até o momento em que Black decidiu sair para vasculhar os outros barcos à procura de Meadowes, Lupin e Pettigrew. Se tudo acabasse mal, já tinha uma manchete para o Profeta Diário de amanhã: Três alunos da Grifinória desapareceram misteriosamente. Ou será que fugiram da escola para viver aventuras que jovens de 15 anos tem em mente? Sairia isso, ou algo pior. Já que a escritora era uma mal-amada.
— Sem paranoia, Evans. — Potter provocou. Um pouco mais à frente, era possível ver figuras sonserinas caminhando. Eram o resto dos Black. Bellatrix, Narcisa (acompanhada de um loiro sem sal, Lucius) e Regulus Black, já que a outra irmã, provavelmente, estava em Hogwarts à muito tempo. — Se me dá licença, JayJay, Sev está a minha espera. — Vociferou Lilian dando as costas ferozmente para James, que voltou a se agarrar à Emmeline, sua segunda opção. Depois de longos minutos caminhando, já estavam todos na escadaria da escola. — Evans. — Uma voz grave falou ao ouvido da mesma, o que momentaneamente à assustou. — Por Merlin, Sev, que susto! — Exclamou eufórica se virando e automaticamente, abraçando Severus. O resto da cor sumiu do rosto do rapaz, talvez pela excessiva falta de contato corporal. — Me d-d-desculpe. — Lily pedia freneticamente graças ao estado que havia deixado o pobre príncipe sonserino. — Não seja leviana, Lilian. Vamos? Estão nos esperando no salão. A seleção dos novatos começará logo. — Snape tossiu em meio a fala. Sua voz era áspera e seus cabelos batiam no ombro. Passaram pelo hall de entrada e por um trilhão de escadarias que levavam à um único e maravilhoso lugar: o salão principal. As portas estavam escancaradas e o salão inteiro decorado em clima de festa. Mesas divididas em quatro, o mais óbvio. Um para cada casa. Novamente as portas se fecharam para os novos alunos, para que os professores preparassem o novo ambiente para recebê-los.
— Te vejo depois da cerimônia, Sev. — Evans se despediu rumando à mesa da grifinória. Uma expressão entristecida apoderou-se do rosto de Snape, que ignorou o fato com frieza. Após se dividirem, Severus se juntou à mesa dos seus. A mesa dos superiores. Mesmo que Snape demonstrasse o tempo inteiro ligar para sangue puro, quando se tratava de Lilian, ele não se importava. Assim que todos os alunos já selecionados entraram no salão, uma voz rouca tossiu no fundo. — Agora que todos estão sentados em seus devidos lugares, nas mesas de suas casas. Nós estamos prontos. Prontos para receber e selecionar os novatos. Também prontos para apresentar o corpo docente desse ano. — Anunciou o diretor passando a mão sobre as velas que se apagaram, inclusive as do teto. O coral começou a cantar o hino de Hogwarts, completamente ensaiado, em um ótimo tom por sinal. Outra vez, as portas se abriram. E por fim, a multidão de pequenas crianças tomou conta dos espaços abertos entre as mesas. — Que comece a seleção. — O professor Slughorn deu um risinho. Minutos depois, o chapéu já estava num banquinho em frente aos novatos. Ali começava uma nova jornada.